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INQUÉRITO POLICIAL
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SUMÁRIO
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS..................................................................................................................................3
1.1. Objeto do direito processual penal.............................................................................................................3
1.2. Polícia: art. 144 da CF e Lei nº 12.830/13 (entrou em vigor em 20/06/2013)..............................................3
2. CONCEITO/FINALIDADE (AURY LOPES JR.)........................................................................................................4
3. CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL.....................................................................................................4
3.1. Inquisitivo..................................................................................................................................................4
3.2. Escrito........................................................................................................................................................7
3.3. Discricionariedade......................................................................................................................................7
3.4. Sigiloso.......................................................................................................................................................8
3.5. Unidirecionalidade.....................................................................................................................................9
3.6. Temporário................................................................................................................................................9
3.7. Indisponível..............................................................................................................................................10
3.8. Oficioso....................................................................................................................................................10
3.9. Oficial.......................................................................................................................................................10
3.10. Dispensável............................................................................................................................................10
4. VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO POLICIAL...............................................................................................13
5. VÍCIOS NA INVESTIGAÇÃO...............................................................................................................................15
6. INCOMUNICABILIDADE...................................................................................................................................16
7. ATRIBUIÇÃO DA POLÍCIA OU “COMPETÊNCIA” POLICIAL.................................................................................16
8. PRAZO.............................................................................................................................................................21
9. INDICIAMENTO...............................................................................................................................................22
10. PROCEDIMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL....................................................................................................26
ATUALIZADO EM 30/12/20181
INQUÉRITO POLICIAL
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias
militares e corpos de bombeiros militares.
Obs: Estrutura. Com o advento da CF 88, a polícia judiciária passou a ser gerida por Delegados de carreira, leia-se
concursados e, necessariamente, bacharéis em direito, sendo que o tratamento protocolar é o mesmo
dispensado aos juízes, promotores, defensores e advogados - art. 3º da Lei 12.830/13: O cargo de delegado de
polícia é privativo de bacharel em Direito, devendo-lhe ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que
recebem os magistrados, os membros da Defensoria Pública e do Ministério Público e os advogados.
Obs: Papel funcional. Qual o papel funcional da polícia judiciária? Cabe à polícia civil auxiliar o poder Judiciário e
confeccionar o inquérito policial ou outros procedimentos investigativos (art. 2º, §1º, da lei 12.830/13).§ 1o Ao
delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da investigação criminal por meio de
inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstâncias,
da materialidade e da autoria das infrações penais.
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As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de
diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura
identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o
número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca
do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos
anteriormente citados.
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2. CONCEITO/FINALIDADE
Conclusão: percebe-se que o inquérito servirá para CONVENCER o titular da ação, quanto ao início ou não do
processo.
Obs.: Finalidade acidental. O inquérito serve ainda para fornecer lastro indiciário, isto é, a justa causa que viabiliza
a decretação de medidas cautelares no transcorrer da persecução penal.
Obs.: ATENÇÃO! Natureza jurídica. É a essência do instituto. A posição topográfica daquele instituto, o
enquadramento no ordenamento. É a classificação. No caso do inquérito ele se enquadra no conceito de mero
procedimento administrativo informativo. As regras do ato administrativo lhes são aplicadas.
3.1. Inquisitivo
Forma de gestão/administração do inquérito. Causa: concentração de poder em autoridade única. E a
consequência? Inaplicabilidade do contraditório e da ampla defesa.
Obs1. Processualização do procedimento: existe uma corrente no Brasil, minoritária (Miguel Calmon), que define
que o princípio do devido processo legal e sua carga axiológica sejam adotados nos procedimentos
administrativos, o que permite a tolerância do contraditório e da ampla defesa na dosagem adequada para a
preservação dos direitos e garantias fundamentais. No mesmo sentido, Fredie Didier Jr. ao tratar do Inquérito
Civil Público e Aury Lopes Jr. ao tratar do Inquérito Policial. Obs. Investigação Criminal Defensiva
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http://www.dizerodireito.com.br/2017/04/lei-134322017-detetive-particular-e.html.
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A investigação de crimes no Brasil é uma atividade exclusiva dos órgãos públicos (polícia, Ministério Público,
Tribunais de Contas etc.)?
NÃO. Não existe uma determinação de que somente o Poder Público possa apurar crimes. A imprensa, os órgãos
sindicais, a OAB, as organizações não governamentais e até mesmo a defesa do investigado também podem
investigar infrações penais.
Qualquer pessoa (física ou jurídica) pode investigar delitos, até mesmo porque a segurança pública é
“responsabilidade de todos” (art. 144, caput, da CF/88).
Obviamente que a investigação realizada por particulares não goza dos atributos inerentes aos atos estatais,
como a imperatividade, nem da mesma força probante, devendo ser analisada com extremo critério, não sendo
suficiente, por si só, para a edição de um decreto condenatório (art. 155 do CPP). Contudo, isso não permite
concluir que tais elementos colhidos em uma investigação particular sejam ilícitos ou ilegítimos, salvo se violarem
a lei ou a Constituição.
Apesar de ser mais comum durante a fase do inquérito policial, nada impede que a investigação criminal
defensiva ocorra também na fase judicial e mesmo após a sentença penal condenatória considerando a
possibilidade de revisão criminal.
O projeto do novo Código de Processo Penal (Projeto de Lei nº 156/2009) prevê, expressamente, o instituto da
“investigação criminal defensiva”.
Lei nº 13.432/2017
A Lei nº 13.432/2017 dispõe sobre o exercício da profissão de detetive particular.
Considera-se detetive particular "o profissional que, habitualmente, por conta própria ou na forma de sociedade
civil ou empresarial, planeje e execute coleta de dados e informações de natureza não criminal, com
conhecimento técnico e utilizando recursos e meios tecnológicos permitidos, visando ao esclarecimento de
assuntos de interesse privado do contratante." (art. 2º).
O detetive particular pode colaborar formalmente com a investigação conduzida pelo Delegado no inquérito
policial?
SIM. Essa possibilidade foi expressamente prevista no art. 5º da Lei nº 13.432/2017:
Art. 5º - O detetive particular pode colaborar com investigação policial em curso, desde que expressamente
autorizado pelo contratante.
Vale ressaltar, no entanto, que esta participação somente ocorrerá se a autoridade policial expressamente
concordar:
Art. 5º (...)
Parágrafo único. O aceite da colaboração ficará a critério do delegado de polícia, que poderá admiti-la ou rejeitá-
la a qualquer tempo.
Assim, como o responsável pelo inquérito policial é o Delegado de Polícia (art. 2º, § 1º, da Lei nº 12.830/2013),
ele tem o poder de rejeitar a participação formal do detetive particular no inquérito.
O detetive particular pode acompanhar o Delegado ou investigadores nas diligências realizadas? Ex: participar
de uma busca e apreensão?
NÃO. A Lei nº 13.432/2017 afirma que, mesmo quando for admitida a colaboração do detetive particular na
investigação policial, ainda assim ele não poderá participar das diligências policiais:
Art. 10. É vedado ao detetive particular:
(...)
IV - participar diretamente de diligências policiais;
Obs2. Atuação do advogado: exercício exógeno é aquele realizado fora dos autos da investigação. Exs: impetração
de habeas corpus, requerimentos ao MP. Exercício endógeno é aquele efetivado nos autos ou nos atos da
investigação. Ex.: oitiva do suspeito acompanhado por advogado.
3.2. Escrito
Por mais rasteiro que possa parecer, prepondera a forma documental. Art 9º CPP: Todas as peças do inquérito
policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
Obs.: Inovação. Pode o delegado, havendo estrutura, utilizar as novas ferramentas tecnológicas para documentar
o inquérito, como captação de som e imagem e até mesmo a estenotipia, que nada mais é do que uma técnica de
redução de palavras por símbolos. (Lei 11.719/08).
3.3. Discricionariedade
Ela se caracteriza por uma margem de conveniência e oportunidade na condução da investigação, de forma que o
delegado organiza o inquérito dentro da sua estratégia investigativa.
Obs.: Os artigos 6º e 7º do CPP apresentam um rol de diligências para melhor aparelhar a investigação. Esse é o
mínimo contingencial das diligências. ATENÇÃO! O artigo 2º da lei 12.830, de forma não exaustiva, também nos
apresenta um rol de diligências que poderão ser adotadas.
*#NOVIDADELEGISLATIVA: foi publicada a Lei 13.721/2018, que altera o Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de
1941 (Código de Processo Penal), para estabelecer que será dada prioridade à realização do exame de corpo de
delito quando se tratar de crime que envolva violência doméstica e familiar contra mulher ou violência contra
criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.
Art. 1º Esta Lei altera o Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), para
estabelecer que será dada prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que
envolva violência doméstica e familiar contra mulher ou violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa
com deficiência.
Art. 2º O art. 158 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), passa a vigorar
com a seguinte redação:
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que
envolva:
Obs.3: as requisições emanadas do MP ou do Juiz serão obrigatoriamente cumpridas, por imposição normativa,
salvo se forem manifestamente ilegais (*art. 13, II do CPP). Há uma corrente minoritária que afirma que, por
filtragem constitucional, ele não estaria obrigado.
3.4. Sigiloso
O inquérito não se submete à publicidade ordinária, cabendo ao delegado velar pelo sigilo da investigação, em
prol da eficiência. Art. 20 CPP - A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou
exigido pelo interesse da sociedade.
a) sigilo externo é o aplicado aos terceiros desinteressados, como a imprensa, preservando-se a imagem do
sujeito, em razão do seu estado de inocência. Publicidade restrita ou interna.
b) sigilo interno é o aplicado aos interessados. O sigilo interno é frágil, pois não atinge o acesso aos autos.
Conclusão: o MP, o “juiz” (sistema acusatório. Cuidado em chamar de interessado), e até mesmo o advogado e o
defensor, poderão acessar os autos da investigação, tendo contato com as diligências já realizadas e
documentadas. Esse é o chamado direito retrospectivo, direito de ter acesso ao que já foi produzido e está
documentado. ATENÇÃO! O direito do advogado está substanciado no*art. 7º, XIV, do Estatuto da OAB -
examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de
flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade,
podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital; e na súmula vinculante 14 do STF. É
direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já
documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam
respeito ao exercício do direito de defesa. 3
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*CAIU NA SEGUNDA FASE DA DPE ALAGOAS (2017) #CESPE.
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#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
Não viola o entendimento da SV 14-STF a decisão do juiz que nega a réu denunciado com base em um acordo de
colaboração premiada o acesso a outros termos de declarações que não digam respeito aos fatos pelos quais ele
está sendo acusado, especialmente se tais declarações ainda estão sendo investigadas, situação na qual existe
previsão de sigilo, nos termos do art. 7º da Lei nº 12.850/2013. STF. 2ª Turma. Rcl 22009 AgR/PR, rel. Min. Teori
Zavascki, julgado em 16/2/2016 (Info 814).
Obs.: havendo denegação de acesso aos autos do Inquérito, caberá Mandado de Segurança, Reclamação
Constitucional – o cabimento de Reclamação não impede o ajuizamento do MS (art. 103-A, §3º, da CF) e, segundo
o STJ, até mesmo Habeas Corpus, já que existe risco indireto à liberdade. Esse HC é denominado de HC profilático.
ATENÇÃO! Se o objeto da investigação tiver pena de multa como a única cominada (art. 51 do CP) ou for pessoa
jurídica, por exemplo, não caberá HC. Súmula 693 do STF. Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a
pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.
Obs.: Foco na vítima. (Movimento de tutela e resgate do ofendido- Ada Pellegrini). Pode o Juiz, de ofício ou por
provocação, decretar segredo de Justiça da persecução de forma que informações não mais poderão ser
partilhadas com a imprensa, preservando-se a vítima. Art. 201, §6º, do CPP O juiz tomará as providências
necessárias à preservação da intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive,
determinar o segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras informações constantes dos autos a
seu respeito para evitar sua exposição aos meios de comunicação.
3.5. Unidirecionalidade
Segundo Paulo Rangel, não deve o delegado emitir opinião quanto à culpa ou não do suspeito ao relatar o
inquérito, já que o juízo crítico opinativo é do titular da ação. O inquérito é direcionado ao titular da ação e não
possui caráter sancionatório, o que ratifica a inquisitoriedade. “O inquérito é descritivo, e não valorativo.”
3.6. Temporário
Existem prazos no CPP e na legislação extravagante, sendo a regra geral consolidada no art. 10 do CPP - O
inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso
preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no
prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. O delegado pode pedir ao juiz a extensão
desse prazo quando o caso for de difícil elucidação e o indiciado estiver solto. Aplica-se ao inquérito a duração
razoável do “processo” (Aury Lopes Jr.)
3.7. Indisponível
3.8. Oficioso
Obrigatoriedade de instauração do inquérito quando a autoridade policial toma conhecimento de crime de ação
penal pública incondicionada. A discricionariedade está relacionada apenas à forma de gerenciamento das
investigações.
3.9. Oficial
Incumbe ao Delegado a presidência do inquérito. O procedimento fica a cargo de órgão oficial do Estado.
3.10. Dispensável
Para que o processo comece não é necessária a prévia elaboração de inquérito policial e o titular da ação poderá
prospectar lastro indiciário de outras fontes autônomas.
Obs.: Inquéritos não policiais. São aqueles presididos por autoridades distintas da polícia judiciária. Hipóteses:
a) Inquérito Parlamentar: presidido pelos membros da CPI. Votado o relatório pela casa parlamentar, havendo
indícios da ocorrência de crime, haverá a remessa ao MP que deverá analisar o inquérito parlamentar em caráter
de urgência. (lei 10.001/00)
b) Inquérito Militar: tem por objeto as infrações militares e será conduzido por um oficial da respectiva
instituição militar.
c) Inquérito judicial da lei de falências: ele tinha por objetivo a apuração das infrações falimentares e
comportava, por disposição normativa, contraditório e ampla defesa. O instituto se encontra revogado, pois a
nova Lei de Falência não disciplina a matéria. ATENÇÃO! Havendo desejo político, o legislador poderá autorizar a
aplicação de contraditório e ampla defesa em procedimento investigativo.
Obs.: Inquéritos não policiais. Havendo indícios de que um magistrado contribuiu para o delito, os autos da
investigação ou a notícia do fato serão remetidos ao tribunal a que o magistrado está vinculado (art. 33, parágrafo
único, da Lei Complementar 35/79). As autoridades que usufruem de foro por prerrogativa funcional podem ser
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indiciadas pelo delegado? Não! O indiciamento pressupõe autorização do tribunal – RELATOR – a que a
autoridade está vinculada. Havendo prévia autorização, quem deverá realizar a investigação? Segundo o STF, no
inquérito 2411 o indiciamento da autoridade pressupõe autorização do tribunal em que ela usufrui da
prerrogativa funcional. Uma vez promovida a autorização de indiciamento, subsistem três posições quanto à
condução da investigação:
A condução caberia ao próprio delegado de polícia: o delegado só provocaria o tribunal nas hipóteses
submetidas à cláusula de reserva jurisdicional;
A condução caberia ao próprio tribunal onde a autoridade usufrui o foro por prerrogativa de função
(gestão intelectual do procedimento): a investigação seria conferida a um desembargador ou ministro e a polícia
judiciária seria provocada para implementar eventuais diligências. Há precedentes jurisprudenciais. Essa posição
poderia violar o sistema acusatório;
Para Paulo Rangel, em homenagem ao sistema acusatório, deve o tribunal encaminhar a condução da
investigação para cúpula do Ministério Público Estadual ou Federal, conforme o caso.
Havendo indícios da prática de crime por parte de Magistrado, desloca-se a competência para o Tribunal
competente para julgar a causa, prosseguindo-se na investigação. Trata-se, pois, pois, de regra de competência.
No tribunal, o inquérito é distribuído ao relator, a quem cabe determinar as diligências que entender cabíveis
para a apuração, inclusive medidas cautelares, como interceptação telefônica. Vale ressaltar que o Relator poderá
delegar à Polícia a realização veados de investigação. O próprio relator é quem iniciará o inquérito judicial
destinado a apurar os fatos contra o Magistrado, não sendo necessário que haja prévia autorização do órgão
especial do tribunal para isso. (STJ. 6ª Turma. HC 208.657 – MG. Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado
em 22/04/2014).
(...) o inquérito instaurado para apurar eventual prática de delito por magistrado fica sujeito à presidência do
relator, mostrando-se desnecessário que o Tribunal competente para processar o feito autorize. Nos inquéritos
instaurados com o fim de apurar a prática de delitos por autoridades com foro privilegiado perante os TJ's, TRF's,
STJ e STF, o Desembargador relator é o Ministro relator, respectivamente, acumulam as funções tanto de
presidente do inquérito, quanto de relator do processo que será iniciado com eventual recebimento de denúncia
oferecida pelo Ministério Público. Nesse papel de presidente do inquérito, o Relator poderá delegar funções aos
Delegados de Polícia que atuem nos autos do inquérito, outorgando-lhes atribuição de agir como seu longa
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
Em regra, a autoridade com foro por prerrogativa de função pode ser indiciada. Existem duas exceções previstas
em lei de autoridades que não podem ser indiciadas: a) Magistrados (art. 33, parágrafo único, da LC 35/79); b)
Membros do Ministério Público (art. 18, parágrafo único, da LC 75/93 e art. 40, parágrafo único, da Lei nº
8.625/93). Excetuadas as hipóteses legais, é plenamente possível o indiciamento de autoridades com foro por
prerrogativa de função. No entanto, para isso, é indispensável que a autoridade policial obtenha uma autorização
do Tribunal competente para julgar esta autoridade. Ex: em um inquérito criminal que tramita no STJ para apurar
crime praticado por Governador de Estado, o Delegado de Polícia constata que já existem elementos suficientes
para realizar o indiciamento do investigado. Diante disso, a autoridade policial deverá requerer ao Ministro
Relator do inquérito no STJ autorização para realizar o indiciamento do referido Governador. Chamo atenção para
o fato de que não é o Ministro Relator quem irá fazer o indiciamento. Este ato é privativo da autoridade policial. O
Ministro Relator irá apenas autorizar que o Delegado realize o indiciamento. STF. Decisão monocrática. HC
133835 MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 18/04/2016 (Info 825).
Os dados bancários entregues à autoridade fiscal pela sociedade empresária fiscalizada, após regular intimação e
independentemente de prévia autorização judicial, podem ser utilizados para subsidiar a instauração de inquérito
policial para apurar suposta prática de crime contra a ordem tributária. STJ. 5ª Turma. RHC 66.520-RJ, Rel. Min.
Jorge Mussi, julgado em 2/2/2016 (Info 577).
*#DEOLHONAJURIS #STF: Restrição ao foro por prerrogativa de função As normas da Constituição de 1988 que
estabelecem as hipóteses de foro por prerrogativa de função devem ser interpretadas restritivamente,
aplicando-se apenas aos crimes que tenham sido praticados durante o exercício do cargo e em razão dele.
Assim, por exemplo, se o crime foi praticado antes de o indivíduo ser diplomado como Deputado Federal, não se
justifica a competência do STF, devendo ele ser julgado pela 1ª instância mesmo ocupando o cargo de
parlamentar federal.
Além disso, mesmo que o crime tenha sido cometido após a investidura no mandato, se o delito não apresentar
relação direta com as funções exercidas, também não haverá foro privilegiado. Foi fixada, portanto, a seguinte
tese: O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e
relacionados às funções desempenhadas.
Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações
finais, a competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente público
vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo. STF. Plenário. AP 937
QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018 (Info 900).
Segundo o STF, o STJ e a doutrina amplamente majoritária, o Ministério Público poderá conduzir
investigação criminal que conviverá harmonicamente com o inquérito policial, sem que exista usurpação de
função. Promotor que investiga não é suspeito ou impedido de atuar na fase processual (Súmula 234 STJ - A
participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou
suspeição para o oferecimento da denúncia.). O embasamento normativo desse entendimento: a Ministra Ellen
Gracie utilizou a teoria dos poderes implícitos, pois a Constituição Federal atribui ao Ministério Público
expressamente o poder-dever de processar (art. 129, I, da CF), e quem pode o mais, implicitamente poderá o
menos, que é investigar. Isto é, o Ministério Público pode se aparelhar de todos os meios para exercer o
macropoder (HC 91.661). ATENÇÃO! A teoria dos poderes implícitos tem origem na Corte Americana no caso do
Mc Culloch x Maryland de 1819.
Posição contrária - Luiz Flávio Borges D’urso: O Ministério não pode presidir investigação criminal no
Brasil, porquanto ofenderia o sistema acusatório (acúmulo ou aglutinação de funções não tolerada); não há lei
federal disciplinando a matéria e o membro do Ministério Público estaria comprometido subjetivamente para
atuar no processo, não sendo razoável a sua atuação. Essa posição é minoritária.
*O Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria, e por prazo razoável,
investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e garantias que assistem a qualquer indiciado
ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado. A controvérsia sobre a legitimidade constitucional do poder de
investigação do Ministério Público foi pacificada pelo STF com o julgamento do RE 593.727/MG (Info 785). STF. 1ª
Turma. HC 85011/RS, red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki, julgado em 26/5/2015 (Info 787).
Tecnicamente, o inquérito policial não produz provas, e sim elementos indiciários ou de informação.
Segundo Fernando Tourinho Filho, o inquérito tem valor probatório relativo, pois serve de base para oferta da
inicial acusatória, mas não se presta sozinho a sustentar uma condenação, já que seus elementos foram colhidos
de maneira inquisitiva. Essa é a ideologia extraída do art. 155, CPP - O juiz formará sua convicção pela livre
apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente
nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas.
Elementos migratórios: são extraídos do inquérito e levados ao processo, podendo ser validamente valorado em
eventual sentença condenatória.
Provas irrepetíveis: são aquelas provas de iminente perecimento que não tem como ser refeitas na fase
processual (a evidência do fato desaparece depois), Exemplo: constatação de embriaguez ao volante; ATENÇÃO!
O delegado, em regra, autorizará a confecção da prova irrepetível.
Provas cautelares: a cautelaridade é justificada pela necessidade e urgência e, normalmente, contam com
a intervenção judicial. Exemplo: interceptação telefônica. Detalhe: quem conduz toda a prova é a polícia e de
forma inquisitiva.
As provas cautelares e irrepetíveis são colhidas de maneira inquisitiva e, quando levadas ao processo, se
submetem ao contraditório e a ampla defesa de forma diferida ou postergada.
5. VÍCIOS NA INVESTIGAÇÃO
São irregularidades existentes na ação penal ocasionados no inquérito pelo desrespeito da legislação processual
ou principiologia penal. Existe nulidade na fase do inquérito policial? A doutrina se divide quanto à existência ou
não de nulidades na fase do inquérito policial, subsistindo as seguintes posições:
Para Ada Pellegrini Grinover, o sistema de nulidade é idealizado para a fase processual (é uma sanção), e
no inquérito teríamos meras irregularidades ou vícios.
Para Paulo Rangel, o sistema de nulidade é também aplicável ao inquérito, já que os requisitos do ato
jurídico perfeito são também aplicáveis na fase investigativa (é comum o uso da expressão “nulidades” nas
decisões do STF e do STJ – consolidação jurisprudencial).
6. INCOMUNICABILIDADE
Era a possibilidade do preso, durante o inquérito, não ter contato com terceiros, por decisão judicial motivada,
pelo prazo máximo de três dias e sem prejuízo do acesso do advogado.
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- Filtro Constitucional: Como o art. 136, §3º, IV, da CF - § 3º - Na vigência do estado de defesa: IV - é vedada a
incomunicabilidade do preso- não tolera incomunicabilidade, nem mesmo no Estado de Defesa, resta concluir que
o art. 21, CPP, não foi recepcionado (a exegese constitucional leva à conclusão de que a incomunicabilidade foi
revogada tacitamente). Contudo, há posição minoritária capitaneada por Vicente Greco que sustenta que o art.
21, CPP continuaria em vigor. Assim, para o doutrinador, a incomunicabilidade ainda persiste, já que a
Constituição no art. 136 está restrita à lógica do Estado de Defesa.
- Legislação Especial: A lei nº 10.792/2003 inseriu o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) nos arts. 52 e ss, LEP e,
mesmo nele, NÃO há previsão de incomunicabilidade, subsistindo apenas a necessidade do agendamento de
visitas.
É a quantidade de poder prefixada em lei e que vai delimitar a margem de atividade de determinada autoridade.
Territorial: a circunscrição em que o crime se consumou figura como linha mestra na definição da
atribuição. Observação: nas comarcas com mais de uma circunscrição estão dispensadas as precatórias entre
delegados. Apenas nas circunscrições localizadas em outras comarcas é preciso usar precatórias;
Material: permite especializar a atuação da polícia para determinado conjunto de infrações penais.
Teremos delegados especializados no combate a um determinado tipo de delito. Exemplo: Delegacia de
Homicídios.
Obs.: Pelo critério material teremos a bifurcação da polícia judiciária em estadual e federal, já que materialmente
esta última, de regra, investiga os crimes federais. Disciplinando o art. 144, da CF, a Lei nº 10.446/2002, autoriza
que a Polícia Federal investigue, excepcionalmente, crimes estaduais que exigem retaliação uniforme por sua
repercussão no plano interestadual ou internacional. Nesse caso, porém, a intervenção da policia federal não
afasta a atuação da polícia dos Estados, determinando a remessa do procedimento para o Ministério Público
Estadual e não federal;
No entanto, a Polícia Federal investiga também outros delitos que não são de competência da Justiça Federal.
Se você observar a redação do inciso I do § 1º do art. 144, acima transcrita, verá que ela é bem ampla,
especialmente na sua parte final. Veja novamente:
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da
União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha
repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
LEI 10.446/2002
A Lei n. 10.446/2002, em seu art. 1º, traz uma lista de crimes que foram escolhidos pelo legislador e que podem
ser investigados pela Polícia Federal.
No caso dos delitos previstos neste artigo 1º, não importa se eles serão ou não julgados pela Justiça Federal. A
atribuição para investigá-los será da Polícia Federal.
Assim, quando houver repercussão interestadual ou internacional que exija repressão uniforme, a Polícia Federal
poderá investigar as seguintes infrações penais:
I – sequestro e cárcere privado (art. 148 do CP) e extorsão mediante sequestro (art. 159), se o crime foi praticado
por motivação política ou quando praticado em razão da função pública exercida pela vítima;
II – formação de cartel (incisos I, a, II, III e VII do art. 4º da Lei nº 8.137/90);
III – crimes em que haja violação a direitos humanos que o Brasil se comprometeu a reprimir em tratados
internacionais; e
IV – furto, roubo ou receptação de cargas, inclusive bens e valores, transportadas em operação interestadual ou
internacional, quando houver indícios da atuação de quadrilha ou bando em mais de um Estado da Federação;
V – falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais e
venda, inclusive pela internet, depósito ou distribuição do produto falsificado, corrompido, adulterado ou
alterado (art. 273 do CP);
*VI – furto, roubo ou dano contra instituições financeiras, incluindo agências bancárias ou caixas eletrônicos,
quando houver indícios da atuação de associação criminosa em mais de um Estado da Federação.
**VII – quaisquer crimes praticados por meio da rede mundial de computadores que difundam conteúdo
misógino, definidos como aqueles que propagam o ódio ou a aversão às mulheres.
Obs.: a Polícia Federal irá investigá-los sem prejuízo da responsabilidade das Polícias Militares e Civis dos Estados,
ou seja, tais órgãos de segurança pública também poderão contribuir com as investigações.
Essa autorização mais genérica está prevista no parágrafo único do art. 1º da Lei n. 10.446/2002.
Art. 1º Na forma do inciso I do § 1º do art. 144 da Constituição, quando houver repercussão interestadual ou
internacional que exija repressão uniforme, poderá o Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça,
sem prejuízo da responsabilidade dos órgãos de segurança pública arrolados no art. 144 da Constituição Federal,
em especial das Polícias Militares e Civis dos Estados, proceder à investigação, dentre outras, das seguintes
infrações penais: (...) VI – furto, roubo ou dano contra instituições financeiras, incluindo agências bancárias ou
caixas eletrônicos, quando houver indícios da atuação de associação criminosa em mais de um Estado da
Federação.
Desse modo, a partir de agora existe previsão expressa de que a Polícia Federal poderá investigar:
• Furto, roubo ou dano
• contra instituições financeiras (incluindo agências ou caixas eletrônicos)
• quando houver indícios de que se trata de uma associação criminosa que atua em mais de um Estado da
Federação.
Obs.: tais crimes acima listados continuam sendo, em regra, de competência da Justiça Estadual. Apenas a
INVESTIGAÇÃO de tais delitos é que passou para a esfera federal. Assim, a Polícia Federal realiza o inquérito
policial e depois o remete para o juiz de Direito e o Promotor de Justiça que irão dar início e prosseguimento no
processo penal.
**#NOVIDADELEGISLATIVA #DIZERODIREITO:
O que fez a Lei nº 13.642/2018?
Acrescentou mais um inciso ao art. 1º da Lei nº 10.446/2002 prevendo novas hipóteses de crimes que poderão
ser investigados pela Polícia Federal. Confira:
Art. 1º Na forma do inciso I do § 1º do art. 144 da Constituição, quando houver repercussão interestadual ou
internacional que exija repressão uniforme, poderá o Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça,
sem prejuízo da responsabilidade dos órgãos de segurança pública arrolados no art. 144 da Constituição Federal,
em especial das Polícias Militares e Civis dos Estados, proceder à investigação, dentre outras, das seguintes
infrações penais:
(...)
CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO
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VII – quaisquer crimes praticados por meio da rede mundial de computadores que difundam conteúdo
misógino, definidos como aqueles que propagam o ódio ou a aversão às mulheres.
Desse modo, a partir de agora existe previsão expressa de que a Polícia Federal poderá investigar os crimes
praticados pela internet que envolvam a divulgação de mensagens, imagens, sons, vídeos ou quaisquer outros
conteúdos misóginos.
Obs.: esses crimes do art. 1º, VII acima referidos continuam sendo, em regra, de competência da Justiça
ESTADUAL. Apenas a INVESTIGAÇÃO de tais delitos é que passou para a esfera federal. Assim, a Polícia Federal
realiza o inquérito policial e depois o remete para o Promotor de Justiça e Juiz de Direito que irão dar início e
prosseguimento no processo penal.
*#OUSESABER: É verdade que, em razão de o Banco do Brasil ser uma sociedade de economia mista, a Justiça
Federal, como regra, não tem competência para julgar os crimes ocorridos contra a Instituição financeira (art.
109, IV, da CF). Por consequência, a Polícia Federal não investiga, também como regra, tais crimes. Porém, a Lei
10.446/02 autoriza a investigação pela PF de crimes que não são tipicamente da competência da Justiça Federal
(vale a pena a leitura do texto legal), inclusive "furto, roubo ou dano contra instituições financeiras, incluindo
agências bancárias ou caixas eletrônicos, quando houver indícios da atuação de associação criminosa em mais de
um Estado da Federação", situação na qual se pode incluir o Banco do Brasil. Assim, cuidado com alguma questão
que afirme que em nenhum caso poderá a PF investigar crimes contra sociedade de economia mista.
Pessoal: defendido por Luiz Flávio Gomes, define que a figura da vítima poderá ser usada como
exponencial para delimitação da atribuição da polícia. Contudo, esse critério é ocioso, pois integra o critério
material. Exemplo: Delegacia da Mulher.
- E se o cumprimento de quaisquer desses critérios for desrespeitado? Não é relevante, pois os vícios do
inquérito, em regra, não contaminam o processo.
Obs.: – Avocatória: O chefe de polícia poderá avocar o inquérito e redistribuir a outro delegado por despacho
fundamentado desde que exista interesse público ou quando as regras procedimentais na condução da
investigação sejam violadas (§4º e §5º, do art. 2º, da Lei nº 12.830/2013).
8. PRAZO
b) Delegado Federal: Se o suspeito estiver preso, o inquérito deve ser concluído em 15 dias (prorrogáveis,
uma vez, por 15 dias). Se o suspeito estiver solto, o inquérito deve ser concluído em 30 dias (prorrogáveis por
deliberação do juiz, pelo tempo e pelas vezes que ele autorizar, desde que exista provocação. A doutrina
prevalente recomenda que o Ministério Público seja ouvido, mas o CPP não faz essa previsão);
c) Inquérito Policial no âmbito dos crimes contra economia popular: o prazo é de 10 dias, pouco importa se
o indiciado está preso ou solto. Como não há previsão legal, presume-se que o prazo é improrrogável.
d) Inquérito no tráfico de drogas e condutas comparadas: prazo de 30 dias, se o indiciado estiver preso
(prorrogáveis, uma vez por mais 30 dias – duplicáveis). Se o indiciado estiver solto, o prazo é de 90 dias
(prorrogáveis, uma vez por mais 90 dias – duplicáveis).
#ATENÇÃO – no âmbito da lei de tóxicos a deliberação do juiz pressupõe, por imposição normativa, a prévia oitiva
do MP. O CPP, no entanto, não traz essa previsão, mas a doutrina recomenda que se faça em homenagem ao
sistema acusatório.
e) Inquérito Policial Militar: se preso, 20 dias (improrrogáveis). Se solto, 40 dias (prorrogáveis, por mais 20
dias). Art. 20, caput e §1º CPPM.
#FOCONATABELA:
PRAZOS para conclusão do INQUÉRITO POLICIAL (em dias)
PRESO SOLTO
Regra Geral
10 30
(art. 10 do CPP)
Inquérito Policial
15 + 15 30
FEDERAL
Inquérito Policial
20 40 + 20
MILITAR
Lei de Drogas 30 + 30 90 + 90
Crimes contra a
10 10
Economia Popular
Todavia, o TSE prevê o prazo de 10 dias (e não 15) para acusado preso e de 30 dias para acusado solto, sem
previsão de prorrogação (o que, na prática, é inviável e inoperante, configurando prazo impróprio). Entendemos
que essa previsão não se encontra nos termos da Lei n. 5.010/60 e causa embaraços, pois se trata de crime de
competência da Justiça Eleitoral (que é federal), e não crime de competência da Justiça Estadual (cuja aplicação
do CPP levaria ao prazo de 10 dias em indiciado preso) Entretanto, a Resolução n. 23.396/2013 do TSE, que dispõe
sobre a apuração de crimes eleitorais, em seu art. 9º, confirmou esse entendimento, ou seja, prazo para término
do inquérito policial Eleitoral de 10 dias.
Obs.: Compensação de prazos: possível. Entende-se atualmente que se o delegado exceder o prazo para
conclusão do inquérito com o suspeito preso, nada impede que o promotor, ao denunciar, promova o equilíbrio,
antecipando o oferecimento da denúncia e evitando assim eventual alegação de ilegalidade prisional por excesso
de prazo. Delegado 12 dias + promotor 3 dias = 15 dias. Obedeceu ao prazo legal de 10 +5. Pode haver, por
exemplo, excesso de prazo na instrução, compensado por um processo mais célere. Nestor Távora é totalmente
contra. Compensação de prazo é forma de burlar a lei.
Obs.: Preso: excesso abusivo – relaxamento. Excesso brando – nada, pois pode haver a compensação.
Obs.: Prisão temporária: uma vez decretada a prisão temporária, o seu prazo passa a reger o tempo de conclusão
do inquérito. Ex: crime hediondo – 30 + 30. O prazo para conclusão do inquérito passa a ser esse.
Obs: a regra do art. 798, §3º - O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o
dia útil imediato - não é aplicada para concluir inquérito, pois as polícias funcionam de domingo a domingo.
9. INDICIAMENTO
O CPP não define o indiciamento, mas a recente lei 12.830/13 regula a matéria.
- Conceito: O Aury Lopes Jr. tem a melhor obra sobre a matéria. Ele diz que indiciar significa direcionar o
inquérito, as investigações, à determinada pessoa. Agora não é mais possível que ela seja a responsável, mas sim
INDICIAMENTO É ATRIBUIÇÃO EXCLUSIVA DA AUTORIDADE POLICIAL, NÃO PODENDO SER DETERMINADO POR
MAGISTRADO
O magistrado não pode requisitar o indiciamento em investigação criminal. Isso porque o indiciamento constitui
atribuição exclusiva da autoridade policial. É por meio do indiciamento que a autoridade policial aponta
determinada pessoa como autora do ilícito em apuração. Por se tratar de medida ínsita à fase investigatória, por
meio da qual o delegado de polícia externa o seu convencimento sobre a autoria dos fatos apurados, não se
admite que seja requerida ou determinada pelo magistrado, já que tal procedimento obrigaria o presidente do
inquérito à conclusão de que determinado indivíduo seria o responsável pela prática criminosa, em nítida violação
ao sistema acusatório adotado pelo ordenamento jurídico pátrio. Nesse mesmo sentido é a inteligência do art. 2º,
§ 6º, da Lei 12.830/2013, que afirma que o indiciamento é ato inserto na esfera de atribuições da polícia
judiciária. STJ. 5ª Turma, RHC 47.984-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 4/11/2014 (Info 552).
- Pressupostos:
(1) adequada fundamentação: essa fundamentação é exigida no §6º do art. 2º da Lei 12.830/13 - O indiciamento,
privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que
deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias. - e na instrução normativa nº11/2011 da Polícia
Federal.
Obs.: havendo prisão cautelar na fase investigativa, presume-se que o indivíduo esteja indiciado.
Obs.: MP/SP: durante o processo, justifica-se o indiciamento daquele que já é réu? Assim como o inquérito
policial, o indiciamento é dispensável. Havendo a deflagração do processo, não há razão para que se realize o
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indiciamento retroativo do fato objeto da denúncia, afinal, assim como o inquérito, o indiciamento é dispensável.
Todavia, se durante o processo é descoberto um novo fato criminoso, nada impede a instauração incidental de
inquérito, com o respectivo indiciamento.
Obs.: “menor”. O CPP considerava os suspeitos entre 18 e 21 anos como relativamente capazes, exigindo-se a
nomeação de curador. Atualmente, resta concluir que o art. 15 do CPP está tacitamente revogado pelo artigo 5º
do CC/2002, afinal ou os maiores de 18 anos são absolutamente capazes. O CPP foi moldado na égide do CC 16,
que considerava as pessoas entre 18 e 21 anos como menores. E essas pessoas quando indiciadas deveriam ter
um curador. ATENÇÃO! A figura do curador acabou? NÃO! Continua existindo para os doentes mentais, se num
processo incidental de insanidade mental se chegar a essa conclusão, e para os índios não adaptados ao convívio
social. O representante legal do enfermo ou retardado mental é o curador civil (representante legal), mas se ele
não tiver ou os interesses forem conflitantes, o juiz criminal lhe nomeará um. Permanecem as normas de direito
material que lhes são favoráveis. Art. 115 CP - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o
criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta)
anos
*Súmula 605-STJ: A SUPERVENIÊNCIA DA MAIORIDADE penal NÃO INTERFERE na apuração de ato infracional
nem na aplicabilidade de MEDIDA SOCIOEDUCATIVA em curso, inclusive na liberdade assistida, ENQUANTO NÃO
atingida a idade de 21 ANOS.
Obs.: Desindiciamento.
(1) Conceito: é a retirada do status de indiciado atribuído ao agente, o que não caracteriza desistência do
inquérito.
(2) Modalidades: I. Voluntário – é aquele realizado por iniciativa do próprio delegado. II. Coacto – é aquele
designado pela procedência do HC impetrado (ou MS caso não haja pena privativa de liberdade) para trancar o
inquérito, em virtude de patente ilegalidade. Hipóteses de trancamento.
*ATENÇÃO: Essa decisão do STJ não foi divulgada em informativo. O acórdão se refere a desnecessidade de
autorização judicial para a instauração de inquérito policial de autoridades com foro por prerrogativa de função.
Não se pode afirmar que houve mudança de entendimento. Basta saber a posição mais atualizada da Quinta
Turma do STJ, especialmente em provas discursivas e orais:
PENALE PROCESSO PENAL. RECURSO ESPECIAL. 1. VIOLAÇÃO AO ART. 5º, II, DO CPP.
PROCEDIMENTOINVESTIGATÓRIO CRIMINAL. PODERESDE INVESTIGAÇÃO DO MP. RE 593.727/MG. 2.
INVESTIGADO COM FORO POR PRERROGATIVADE FUNÇÃO. PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO JUDICIÁRIO. AUSÊNCIA
DENORMA CONSTITUCIONAL OU INFRACONSTITUCIONAL. PRECEDENTES. 3. CONTROLEPRÉVIO DAS
INVESTIGAÇÕES. VIOLAÇÃO AO SISTEMA ACUSATÓRIO. PRECEDENTEDO STF. 4. PREVISÃO DE CONTROLE
JUDICIAL DE PRAZOS. ART. 10,§ 3º, DO CPP. JUÍZOCOMPETENTE PARA O PROCESSO. 5. RECURSO ESPECIAL
PROVIDO. 1. O Pleno do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário n. 593.727/MG,
assentou que "os artigos 5º, incisos LIV e LV, 129, incisos III e VIII, e 144, inciso IV, § 4º, da Constituição
Federal, não tornam a investigação criminal exclusividade da polícia, nem afastam os poderes de
investigação do Ministério Público". Dessarte, não há dúvidas sobre a constitucionalidade do procedimento
investigatório criminal, que tem previsão no art. 8º da Lei Complementar n. 75/1993 e no art. 26 da Lei n.
8.625/1993, sendo disciplinado pela Resolução n. 13/2006 do Conselho Nacional do Ministério Público. 2. No que
concerne às investigações relativas a pessoas com foro por prerrogativa de função, tem-se que, embora possuam
a prerrogativa de serem processados perante o Tribunal, a lei não excepciona a forma como se procederá à
investigação, devendo ser aplicada, assim, a regra geral trazida no art. 5º, inciso II, do Código de Processo Penal,
a qual não requer prévia autorização do Judiciário. "A prerrogativa de foro do autor do fato delituoso é critério
atinente, de modo exclusivo, à determinação da competência jurisdicional originária do tribunal respectivo,
quando do oferecimento da denúncia ou, eventualmente, antes dela, se se fizer necessária diligência sujeita
à prévia autorização judicial". (Pet 3825 QO, Relator p/ Acórdão: Min. Gilmar Mendes, Pleno, julgado em
10/10/2007). Precedentes do STF e do STJ. 3. A ausência de norma condicionando a instauração de inquérito
policial à prévia autorização do Judiciário revela a observância ao sistema acusatório, adotado pelo Brasil, o qual
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prima pela distribuição das funções de acusar, defender e julgar a órgãos distintos. Conforme orientação do
Supremo Tribunal Federal no julgamento de MC na ADI n. 5.104/DF, condicionar a instauração de inquérito
policial a uma autorização do Poder Judiciário, "institui modalidade de controle judicial prévio sobre a
condução das investigações, em aparente violação ao núcleo essencial do princípio acusatório". 4. Não há razão
jurídica para condicionara investigação de autoridade com foro por prerrogativa de função a prévia autorização
judicial. Note-se que a remessa dos autos ao órgão competente para o julgamento do processo não tem relação
com a necessidade de prévia autorização para investigar, mas antes diz respeito ao controle judicial exercido
nos termos do art. 10, § 3º, do Código de Processo Penal. De fato, o Código de Ritos prevê prazos para que a
investigação se encerre, sendo possível sua prorrogação pelo Magistrado. Contudo, não se pode confundir
referida formalidade com a autorização para se investigar, ainda que se cuide de pessoa com foro por
prerrogativa de função. Com efeito, na hipótese, a única particularidade se deve ao fato de que o controle dos
prazos do inquérito será exercido pelo foro por prerrogativa de função e não pelo Magistrado a quo. 5. Recurso
especial provido, para reconhecer violação ao art. 5º, inciso II, do Código de Processo Penal, haja vista a
desnecessidade de prévia autorização do Judiciário para investigar autoridade com foro por prerrogativa de
função. (REsp 1563962/RN, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em
08/11/2016, DJe 16/11/2016)
Obs.: consolidando o entendimento doutrinário prevalente, o §6º, do art. 2º, da Lei 12.830/13, assevera que o
ato de indiciar é privativo do delegado, não se submetendo a requisições do MP ou do Juiz ou CPI.
Obs.: Funcionário público. Por previsão do inciso VI, do art. 319 do CPP São medidas cautelares diversas da prisão:
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando
houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais., o afastamento do servidor pressupõe
deliberação do juiz, sendo necessário pertinência temática. Leia-se vínculo funcional na atividade delituosa. (art.
17-D da Lei 9613/98 – Lavagem – com redação da Lei 12.683/2012). – Em caso de indiciamento de servidor
público, este será afastado, sem prejuízo de remuneração e demais direitos previstos em lei, até que o juiz
competente autorize, em decisão fundamentada, o seu retorno. Alguns doutrinadores – Badaró, Brasileiro –
entendem que é inconstitucional por viola a presunção de inocência e o princípio da jurisdicionalidade, por uma
autoridade policial tomar a decisão.
- Início:
CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO
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(1) Portaria: é a peça escrita que demarca o início da investigação policial. A Portaria contém o fato a ser
investigado, os eventuais envolvidos, possíveis testemunhas, diligências imediatamente cumpridas e o desfecho
onde o delegado determina que o escrivão a reduza a termo, instaurando-se assim o inquérito
Obs: A portaria pode ser substituída por outras peças. Eventualmente o auto de prisão em flagrante ou até
mesmo a requisição emanada do juiz ou do MP funcionam como portaria, dispensando que o Delegado baixe uma
nova.
#ATENÇÃO! Eventualmente, na esfera militar, o auto de flagrante pode se constituir no próprio inquérito, desde
que não sejam necessárias outras diligências para evidenciar a autoria e a materialidade. Art. 27 do CPPM.
Brasileiro entende ser possível aplicar essa previsão subsidiariamente ao direito processual penal comum.
(2) Notícia crime: é a comunicação da ocorrência do delito à autoridade que possui atribuição para agir. Não falar
em queixa.
2.1. Legitimidade passiva da notícia crime. Quem são os destinatários da notícia crime? Observa-se a tríade da
persecução penal: o Delegado, o MP e o Juiz.
MP: O promotor pode requisitar ao Delegado a instauração do inquérito ou, desde que já haja lastro
probatório, oferecer a denúncia. Em que prazo? 15 dias para oferecer a denúncia, contados da provocação do
MP. Se ele não o fizer caberá ação peal subsidiária da pública. Se o promotor chega à conclusão, a partir da
noticia crime, que não há crime a apurar, requer ao juiz que a arquive.
Juiz: pode requisitar a instauração do inquérito policial. Para Paulo Rangel e Renato Brasileiro, em
homenagem ao sistema acusatório, é mais adequado que o juiz remeta a notícia ao MP, para que o Promotor
delibere quanto a que deve ser feito.
Notícia crime direta ou de cognição imediata: é aquela atribuída às forças policiais ou papel
desempenhado pela imprensa.
#ATENÇÃO! : nos crimes de ação privada e de ação pública condicionada, a instauração do inquérito pressupõe
manifestação de vontade do legítimo interessado. Delatio criminis postularória
- MP ou Juiz, através de requisição. E o delegado, segundo entendimento doutrinário prevalente (Levy Magno),
estará obrigado a instaurar o inquérito, mesmo não havendo vínculo hierárquico, em razão do princípio da
obrigatoriedade. Art. 5º, II, do CPP. De maneira minoritária, entende-se que o delegado não está obrigado a
cumprir a requisição, já que não existe vínculo hierárquico. Art. 144, CF. (CESPE- Delegado/BA 2013).
- Qualquer do povo: é denominado de delação. Só é possível nos crimes de ação pública incondicionada. Art. 5º,
§3º, CPP. Tem o dever de informar a existência de crime: (1) aquele que estiver no exercício de função pública e
(2) no exercício da medicina ou outra profissão sanitária, salvo nos casos em que exponha o seu paciente a
processo criminal.
(3) autoridades públicas, sob pena de responder por prevaricação. Para Brasileiro a delatio pode ser tanto noticia
criminis direta como indireta.
#ATENÇÃO! : Notícia crime apócrifa ou inqualificada é a conhecida denúncia anônima. Scarance Fernandes diz
que, diante dessa notícia, deve o delegado aferir plausibilidade e verossimilhança por meio da Verificação de
Existência Prévia (VEP), para só então instaurar o inquérito. Não é outro o entendimento do STF, que entende que
a notícia crime apócrifa, por si só, não autoriza a instauração de inquérito policial, afastando a notícia anônima
como elemento único para deflagrar a investigação. STF HC 95244 4.5
#OLHAOGANCHO: “Denúncia anônima” e quebra de sigilo Segundo a jurisprudência do STJ e do STF, não há
ilegalidade em iniciar investigações preliminares com base em "denúncia anônima" a fim de se verificar a
4
#FICADEOLHO: CAIU NA 2ª FASE DA DPE ALAGOAS (2017) #CESPE.
5
#FICADEOLHO: CAIU NA 2ª FASE DA DPE/AC (2017) #CESPE.
CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO
31
plausibilidade das alegações contidas no documento apócrifo. A Polícia, com base em diligências preliminares
para atestar a veracidade dessas “denúncias” e também lastreada em informações recebidas pelo Ministério da
Justiça e pela CGU, requereu ao juízo a decretação da interceptação telefônica do investigado. O STF entendeu
que a decisão do magistrado foi correta considerando que a decretação da interceptação telefônica não foi feita
com base unicamente na "denúncia anônima" e sim após a realização de diligências investigativas e também com
base nas informações recebidas dos órgãos públicos de fiscalização. Renovação das interceptações A Lei nº
9.296/96 prevê que a interceptação telefônica "não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual
tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova." (art. 5º). A interceptação telefônica não
pode exceder 15 dias. Contudo, pode ser renovada por igual período, não havendo restrição legal ao número de
vezes para tal renovação, se comprovada a sua necessidade. STF. 2ª Turma. RHC 132115/PR, Rel. Min. Dias Tóffoli,
julgado em 6/2/2018 (Info 890).
Obs.: notícia crime com força coercitiva. É aquela da prisão em flagrante, podendo ser direta ou indireta, nesta
última quando o flagrante for determinado por qualquer do povo. Art. 301 CPP.
Obs.: delatio criminis com força postulatória: é a representação típica dos crimes de ação penal pública
condicionada. São expressões sinônimas.
- Evolução da investigação
O inquérito ganha densidade com o cumprimento de diligências que podem ou devem ser cumpridas pela
autoridade policial para melhor aparelhar o inquérito. Cumpre ao Delegado na evolução do inquérito realizar as
diligências que entender pertinentes, tendo por parâmetro discricionário os artigos 6º e 7º do CPP. Os citados
artigos não exauriram a matéria, pois funcionam como mínimo contingencial, afinal são meramente
exemplificativos.
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada
dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) (Vide Lei nº 5.970, de 1973)
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; (Redação dada
pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro,
devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade
policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem
pública.
*#NOVIDADELEGISLATIVA: Lei 13.344/2016: Em 06 de outubro de 2016, foi editada a Lei 13.344/2016, que
dispõe sobre prevenção e repressão ao tráfico interno e internacional de pessoas e sobre medidas de atenção
às vítimas; altera a Lei no 6.815, de 19 de agosto de 1980 (Estatuto do Estrangeiro), o Decreto-Lei n o 3.689, de 3
de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e o Decreto-Lei n o 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal); e revoga art. 231 e art. 231-A do Decreto-Lei n o 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).
“Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de
quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima
ou de suspeitos.
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá:
I - o nome da autoridade requisitante;
II - o número do inquérito policial; e
III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação.”
“Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do
Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas
prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos
adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito
em curso.
§ 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura, setorização e
intensidade de radiofrequência.
CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO
33
o
§ 2 Na hipótese de que trata o caput, o sinal:
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de autorização
judicial, conforme disposto em lei;
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior a 30 (trinta) dias,
renovável por uma única vez, por igual período;
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de ordem judicial.
§ 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72 (setenta
e duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência policial.
§ 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente requisitará às
empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os
meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos
suspeitos do delito em curso, com imediata comunicação ao juiz.”
Obs.: não há a restituição de coisas quando: Art. 118. Antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas
apreendidas não poderão ser restituídas enquanto interessarem ao processo. Art. 119. As coisas a que se
referem os arts. 74 e 100 (instrumentos e produtos do crime) do Código Penal não poderão ser restituídas,
mesmo depois de transitar em julgado a sentença final, salvo se pertencerem ao lesado ou a terceiro de boa-
fé.Art. 120. A restituição, quando cabível, poderá ser ordenada pela autoridade policial ou juiz, mediante termo
nos autos, desde que não exista dúvida quanto ao direito do reclamante.
Obs.: apreensão de coisas através de busca pessoal: Art. 244 A busca pessoal independerá de mandado, no caso
de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou
papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar.
Principais diligências
a) Identificação criminal: ela se caracteriza pela colheita de elementos que nos permitem diferenciar o indivíduo
das demais pessoas, como fotografia, impressão digital- datiloscópica- e colheita material biológico para
realização de DNA. (Art. 5º-A da lei nº 12.654/12 (que alterou a lei nº 12037/09): Os dados relacionados à coleta
do perfil genético deverão ser armazenados em banco de dados de perfis genéticos, gerenciado por unidade
oficial de perícia criminal. § 1o As informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis genéticos não
poderão revelar traços somáticos ou comportamentais das pessoas, exceto determinação genética de gênero,
consoante as normas constitucionais e internacionais sobre direitos humanos, genoma humano e dados
genéticos. § 2o Os dados constantes dos bancos de dados de perfis genéticos terão caráter sigiloso, respondendo
civil, penal e administrativamente aquele que permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos previstos
nesta Lei ou em decisão judicial. § 3o As informações obtidas a partir da coincidência de perfis genéticos deverão
Obs.: destaca-se como inovação o inciso IV, autorizando a identificação criminal por despacho do juiz, se for
essencial à investigação. Caberá MS para a acusação e HC para a defesa.
Obs.: Brasileiro – cabe condução coercitiva.
Obs.: perfil genético – a coleta de amostras de sangue, urina no local do crime não viola o princípio da
nemotenetur se detegere.
Obs.: não se faz necessária a intimação do investigado ou de seu advogado para participar da reconstituição, por
ser procedimento inquisitorial. Fica a cargo da autoridade policial.
#ATENÇÃO: se esta for realizada na fase judicial do processo, após o oferecimento da denúncia, deverá contar
com o contraditório Neste caso (fase judicial), a notificação do réu e a intimação do defensor seriam obrigatórias.
- Encerramento
a) Relatório. O relatório não é uma peça opinativa, e sim essencialmente descritiva, que aponta as diligências
realizadas e eventualmente justifica as que não foram feitas, por algum motivo relevante, ratificando a
unidirecionalidade do inquérito (Art. 1º, §1º, CPP: A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado
e enviará autos ao juiz competente). Não confundir descritividade com neutralidade, pois esta última se
caracteriza pela absoluta ausência de axiologia, valor, o que não ocorre no relatório, tanto que Delegado pode
apontar artigos de lei pelos quais indiciou o sujeito, o que não vincula o MP.
b) Remessa dos autos do inquérito. Os autos são remetidos ao Juiz. Nada impede que a remessa do inquérito
seja feita diretamente ao MP, através das Centrais de Inquérito (órgão do MP), criadas em alguns estados da
federação, homenageando-se assim o sistema acusatório e retirando do Juiz esse papel de interlocutor.
*#ATENÇÃO:
STF STJ
É INCONSTITUCIONAL lei estadual que preveja a
tramitação direta do inquérito policial entre a polícia e Não é ilegal a portaria editada por Juiz Federal que,
o Ministério Público. É CONSTITUCIONAL lei estadual fundada na Res. CJF n. 63/2009, estabelece a
que preveja a possibilidade de o MP requisitar tramitação direta de inquérito policial entre a Polícia
informações quando o inquérito policial não for Federal e o Ministério Público Federal. STJ. 5ª Turma.
encerrado em 30 dias, tratando-se de indiciado solto. RMS 46.165-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em
STF. Plenário. ADI 2886/RJ, red. p/ o acórdão Min. 19/11/2015 (Info 574).
Joaquim Barbosa, julgado em 3/4/2014 (Info 741).
#ATENÇÃO! Na esfera federal, o inquérito é encaminhado pelo Delegado Federal à Vara Federal Criminal, que
alimenta o sistema, seguindo para o MPF sem a necessidade de qualquer despacho do Juiz, ressalvadas as
hipóteses em que a intervenção judicial se faz necessária. Ex. quando o Delegado faz a representação por alguma
medida cautelar. Resolução 63, artigos 1º, 2º e 5º do Conselho da JF. Brasileiro: sistema acusatório, celeridade,
imparcialidade – direto pro MP. Não foi recepcionado pela CF.
Art. 1º Os autos de inquérito policial somente serão admitidos para registro, inserção no sistema processual
informatizado e distribuição às Varas Federais com competência criminal quando houver: a) comunicação de
prisão em flagrante efetuada ou qualquer outra forma de constrangimento aos direitos fundamentais previstos
na Constituição da República; b) representação ou requerimento da autoridade policial ou do Ministério Público
Federal para a decretação de prisões de natureza cautelar; c) requerimento da autoridade policial ou do
Ministério Público Federal de medidas constritivas ou de natureza acautelatória; d) oferta de denúncia pelo
Ministério Público Federal ou apresentação de queixa crime pelo ofendido ou seu representante legal; e) pedido
Obs.: deve o Delegado oficiar o órgão de identificação e estatística, não só para que se promova o
acompanhamento dos índices de criminalidade, como também para alimentar o boletim individual, que nada mais
é do que o registro de acesso restrito que aglutina o histórico de investigações do agente. O NUCCI chega a dizer
que não existe mais o boletim individual, pois hoje se concentra tudo num sistema único de certidão.
Dependendo do estado ainda tem.
Se o crime é de ação privada, o Promotor vai se manifestar pela permanência do inquérito na vara
criminal. A expectativa é que o advogado da vítima fotocopie o processo e, se a vítima desejar, ajuíza a ação.
Nada impede que o advogado da vítima já tenha obtido traslado do inquérito com o próprio delegado, art. 19 do
CPP - Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente,
onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o
pedir, mediante traslado.
(1) Há indícios de autoria e indícios de materialidade: oferta da denúncia para iniciar o processo.
(2) Não existem até o momento indícios da autoria ou da materialidade: há esperança de que eles sejam
imediatamente colhidos. Deve, então, requisitar novas diligências que sejam imprescindíveis ao início do processo
art. 16 CPP - O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para
novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.
(3) Não há viabilidade para o início do processo: requisição do arquivamento ao Juiz 6. A) Se o juiz concordar
ele homologa. O arquivamento é ato complexo, resultante de um somatório de vontade (juiz não pode de ofício).
Percebe-se que o arquivamento é feito por ato do juiz, pressupondo requerimento do MP, o que o caracteriza
como ato complexo. B) Se o Juiz discordar do MP, ele deve invocar o art. 28 do CPP, remetendo os autos ao
Procurador Geral. Não pode simplesmente determinar a realização de diligências, cabendo correição parcial.
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do
inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões
invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia,
designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só
então estará o juiz obrigado a atender. Aqui o juiz desempenha uma função anômala, atuando como fiscal do
princípio da obrigatoriedade do exercício da ação pública, que deve ser observado pelo MP, quando presentes os
requisitos legais de autoria e materialidade. A aplicação do art. 28 do CPP caracteriza o princípio da devolução,
afinal a controvérsia é devolvida para solução dentro do próprio MP (também é utilizado quando o Promotor
deixa de oferecer transação penal, suspensão condicional do processo ou não promove o aditamento da
mutatiolibelli).
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: O STF pode, de ofício, arquivar inquérito quando verificar que,
mesmo após terem sido feitas diligências de investigação e terem sido descumpridos os prazos para a instrução
do inquérito, não foram reunidos indícios mínimos de autoria ou materialidade (art. 231, § 4º, “e”, do RISTF). A
pendência de investigação, por prazo irrazoável, sem amparo em suspeita contundente, ofende o direito à
razoável duração do processo (art. 5º, LXXVIII, da CF/88) e a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF/88).
Caso concreto: tramitava, no STF, um inquérito para apurar suposto delito praticado por Deputado Federal. O
Ministro Relator já havia autorizado a realização de diversas diligências investigatórias, além de ter aceitado a
prorrogação do prazo de conclusão das investigações. Apesar disso, não foram reunidos indícios mínimos de
6
A respeito do arquivamento do Inquérito Policial, a prova do TRF4/2016 considerou corretas as seguintes assertivas: I. Se o
pedido de arquivamento do inquérito formulado pelo Ministério Público se funda na extinção da punibilidade, o juiz há de
proferir decisão a respeito, para declará-la ou para denegá-la, caso em que o julgado vinculará a acusação: há, então,
julgamento definitivo. II. Se o pedido de arquivamento traduz, na verdade, recusa de promover a ação penal, por entender
que o fato, embora apurado, não constitui crime, o juiz há de decidir a respeito e, se acolher o fundamento do pedido, a
decisão terá a mesma eficácia de coisa julgada darejeição da denúncia por motivo idêntico, impedindo denúncia
posterior com base na imputação que se reputou não criminosa. III. Se o arquivamentoé requerido por falta de base
empírica para o oferecimento da denúncia, de cuja suficiência é o Ministério Público árbitro exclusivo, o juiz, conforme o
art. 28 do Código de Processo Penal, pode submeter o caso ao chefe da instituição, o procurador-geral, que, no entanto, se
insistir nele, fará o arquivamento irrecusável. IV. Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do
promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada sem novas provas.”.
CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO
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autoria e materialidade. Com o fim do foro por prerrogativa de função para este Deputado, a PGR requereu a
remessa dos autos à 1ª instância. O STF, contudo, negou o pedido e arquivou o inquérito, de ofício, alegando que
já foram tentadas diversas diligências investigatórias e, mesmo assim, sem êxito. Logo, a declinação de
competência para a 1ª instância a fim de que lá sejam continuadas as investigações seria uma medida fadada ao
insucesso e representaria apenas protelar o inevitável. STF. 2ª Turma. Inq 4420/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 21/8/2018 (Info 912). No mesmo sentido: STF. Decisão monocrática. INQ 4.442, Rel. Min. Roberto
Barroso, Dje 12/06/2018.
*#DEOLHONAJUSTIÇAMILITAR #DPU: É ilegal Portaria expedida por Juiz-Auditor Militar na qual ele afirma que os
pedidos de arquivamento de procedimento investigatório criminal instaurados pela Procuradoria de Justiça
Militar não devem ser recebidos ou distribuídos pela Justiça Militar. A referida Portaria é ilegal porque existe um
procedimento previsto expressamente no art. 397 do CPPM para os casos de pedido de arquivamento do
inquérito policial ou procedimento investigatório criminal. Diante de um pedido de arquivamento, compete ao
Juiz-Auditor a adoção de duas possíveis condutas: a) anuir (concordar) com o arquivamento proposto; ou b)
discordando da fundamentação apresentada, remeter o processo ao Procurador-Geral. A recusa em dar
andamento ao pleito de trancamento configura inaceitável abandono do controle jurisdicional a ser exercido no
tocante ao princípio da obrigatoriedade da ação penal. TRATA-SE DE UMA FUNÇÃO ATÍPICA DO JUIZ DE “FISCAL
DA OBRIGATORIEDADE DA AÇÃO PENAL”! STF. 1ª Turma. RMS 28428/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em
8/9/2015 (Info 798).
Oferecer a denúncia
Designar outro membro do MP para oferecer a denúncia. De acordo com a posição majoritária
encampada por Tourinho Filho, o membro designado está obrigado a denunciar, pois atua por delegação, como
longa manus do Procurador Geral. No transcorrer do processo, no entanto, ele poderia pedir a absolvição
(Polastri Lima). Para Rômulo Moreira – examinador MP/BA (minoritária), o membro designado pode se negar a
denunciar, em respeito à independência funcional.
Requisitar diligências
(4) O promotor chega à conclusão que não possui atribuição para agir: declina do feito, requerendo a
remessa à outra esfera jurisdicional. Esse requerimento será apresentado ao juiz, que terá duas alternativas: a)
juiz concorda – vai deferir a remessa.
CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO
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Obs.: se o juiz para onde os autos foram remetidos não concordar com a remissão, deverá suscitar um conflito
negativo de competência, que se for estabelecido ente um juiz estadual e um federal será resolvido pelo STJ; b)
juiz não concorda – por analogia, deverá invocar o art. 28 do CPP, remetendo os autos ao Procurador Geral em
fenômeno jurídico apelidado pelo STF de arquivamento indireto.
Obs.: Esfera federal: a JF, a Justiça comum do DF e Justiça Militar da União: na esfera federal, teremos a Câmara
de Coordenação e Revisão do MPF, art. 62, IV da Lei Complementar 75/93, e, neste caso, a Câmara poderá atuar
de maneira opinativa ou imprimir a solução final nas diretrizes do art. 28 do CPP, conforme a delegação do PGR.
Só tem a palavra final se assim for delegado pelo PGR. Do contrário, é meramente opinativo.
Obs.: Esfera eleitoral. Prevalece o entendimento de que o §1º do art. 357 do Código Eleitoral está revogado pela
Lei Complementar 75/93, de forma que os autos também devem ser remetidos para a Câmara de Coordenação e
Revisão.
Obs.: Súmula 524 STF - Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do Promotor de
Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas. X art. 18 do CPP - Depois de ordenado o
arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial
poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. Segundo entendimento sumulado pelo STF,
o arquivamento não é apto a gerar a coisa julgada material, tanto é verdade eu se surgirem novas provas
enquanto o crime não estiver prescrito, o Promotor poderá oferecer denúncia. CONCLUSÕES: (1) o arquivamento
é decisão administrativa judicial. (2) o arquivamento segue a cláusula rebus sic stantibus (como as coisas estão).
- Novas provas
1. Conceito
As novas provas surgiriam de que maneira? O Promotor conta com a ajuda da polícia que está autorizada a
realizar diligências para colher novas provas. Se o Promotor estiver convencido que se trata de prova nova, ele
oferecerá denúncia. Segundo Paulo Rangel, o desarquivamento compete ao Ministério Público por ato simples
(ato unilateral), concentrado no titular da ação, quando tem notícia do surgimento de provas novas. A partir daí a
polícia pode realizar diligências na esperança de prospectar eventual prova nova que viabilize a futura deflagração
do processo. A figura do Ministério Público que vai deliberar sobre o desarquivamento está previsto na lei de
organização do Ministério Público. Em alguns Estados, a competência é do membro que originariamente atuava
no inquérito policial, em outros Estados é o Procurador Geral de Justiça.
2. Classificação
Prova substancialmente nova: é a prova inédita que até então não se tinha conhecimento.
Prova formalmente nova: é aquela já conhecida, mas que ganhou uma nova versão dentro de um
contexto lógico (exemplo: alteração do teor do depoimento da testemunha).
Conclusão: As duas modalidades probatórias poderão eventualmente lastrear a denúncia para a deflagração do
processo após o arquivamento do inquérito.
O surgimento de prova nova consubstancia uma condição de procedibilidade para deflagração do processo.
Por ausência de condição da ação ou de pressuposto processual : esse arquivamento não faz coisa
julgada material, e sim mera coisa julgada formal (exemplo: um crime de ação penal condicionada que não conta
com a representação da vítima);
Por ausência de lastro probatório mínimo (justa causa) : esse arquivamento não faz coisa julgada
material, pois se surgirem novas provas, poderá ser oferecida denúncia. Nesse caso, tem-se apenas coisa julgada
formal;
Atipicidade do fato: a atipicidade pode ser formal ou material. Quando a conduta não corresponde a um
tipo penal. Para o STF, a homologação do juiz para o arquivamento é apta a gerar coisa julgada material, não
sendo possível denunciar mesmo diante do surgimento de novas provas (o investigado tem status de absolvido -
O STF chama de sentença fora do processo). Da mesma forma acontece para o caso de atipicidade material
pautada no princípio da insignificância. Em resumo, segundo o STF, se o Promotor pede o arquivamento em razão
da certeza da atipicidade formal, eventual homologação faz coisa julgada material, de forma que não cabe
denúncia nem mesmo pelo surgimento de novas provas. O mesmo se diga se o arquivamento é pautado no
princípio da insignificância, o que revela uma atipicidade material da conduta (STF HC 84156);
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
INQUÉRITO POLICIAL - ARQUIVAMENTO ORDENADO POR MAGISTRADO COMPETENTE, A PEDIDO DO MINISTÉRIO
PÚBLICO, POR AUSÊNCIA DE TIPICIDADE PENAL DO FATO SOB APURAÇÃO - REABERTURA DA INVESTIGAÇÃO
POLICIAL - IMPOSSIBILIDADE EM TAL HIPÓTESE - EFICÁCIA PRECLUSIVA DA DECISÃO JUDICIAL QUE DETERMINA O
ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL, POR ATIPICIDADE DO FATO - PEDIDO DE "HABEAS CORPUS"
DEFERIDO. - Não se revela cabível a reabertura das investigações penais, quando o arquivamento do respectivo
inquérito policial tenha sido determinado por magistrado competente, a pedido do Ministério Público, em virtude
da atipicidade penal do fato sob apuração, hipótese em que a decisão judicial - porque definitiva - revestir-se-á de
eficácia preclusiva e obstativa de ulterior instauração da "persecutio criminis", mesmo que a peça acusatória
busque apoiar-se em novos elementos probatórios. Inaplicabilidade, em tal situação, do art. 18 do CPP e da
7
Enquadramento jurídico – a coisa julgada formal é a imutabilidade da decisão dentro do procedimento em que foi proferida (não tem
repercussão extraprocedimental). Já na coisa julgada material, a imutabilidade da decisão projeta-se para fora do processo e o seu objeto
não poderá ser rediscutido em um novo procedimento. Para ocorrência da coisa julgada material, pressupomos a existência de coisa
julgada formal.
Causa extintiva da punibilidade (art. 107 do CP) : o arquivamento faz coisa julgada material, ressalvando-
se apenas, segundo o STF, o pedido embasado em certidão de óbito falsa, considerando que a decisão com esse
lastro é inexistente (STF HC 84525).
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
PENAL. PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE AMPARADA EM CERTIDÃO DE ÓBITO
FALSA. DECRETO QUE DETERMINA O DESARQUIVAMENTO DA AÇÃO PENAL. INOCORRÊNCIA DE REVISÃO PRO
SOCIETATE E DE OFENSA À COISA JULGADA. FUNDAMENTAÇÃO. ART. 93, IX, DA CF. I. - A decisão que, com base
em certidão de óbito falsa, julga extinta a punibilidade do réu pode ser revogada, dado que não gera coisa julgada
em sentido estrito. II. - Nos colegiados, os votos que acompanham o posicionamento do relator, sem tecer novas
considerações, entendem-se terem adotado a mesma fundamentação. III. - Acórdão devidamente fundamentado.
IV. - H.C. indeferido. (STF - HC: 84525 MG , Relator: CARLOS VELLOSO, Data de Julgamento: 15/11/2004, Segunda
Turma, Data de Publicação: DJ 03-12-2004 PP-00050 EMENT VOL-02175-02 PP-00285 LEXSTF v. 27, n. 315, 2005,
p. 405-409)
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: Se o inquérito policial foi arquivado por ter sido reconhecido que o investigado
agiu em legítima defesa, essa decisão de arquivamento faz coisa julgada material. Assim, não é possível a
rediscussão do caso penal (desarquivamento), mesmo que, em tese, surjam novas provas. A permissão legal
contida no art. 18 do CPP, e pertinente Súmula 524/STF, de desarquivamento do inquérito pelo surgimento de
STF: SIM. Para o STF, o arquivamento de inquérito policial em razão do reconhecimento de excludente de
ilicitude não faz coisa julgada material. (Info 796).
OBS.: Para a doutrina majoritária, a coisa julgada material não se altera mesmo que o arquivamento se efetive
por decisão de juiz absolutamente incompetente.
*#TEXTOCOMPLEMENTAR #MUDANÇADEENTENDIMENTODOSTF 8:
8
Mais informações em: https://blog.ebeji.com.br/arquivamento-de-inquerito-policial-com-fundamento-na-excludente-de-
ilicitude-ha-formacao-de-coisa-julgada-material-ou-nao-2/
CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO
45
Tradicionalmente, a maior parte da doutrina processual penal (não é unanimidade) afirma que há casos em que
devemos reconhecer que a decisão homologatória do arquivamento do inquérito policial tona-se imutável e
impede, definitivamente, tanto o desarquivamento do inquérito, quanto à propositura de ação penal.
Existe, em casos tais, a coisa julgada material, ou seja, um grau de imutabilidade da decisão de arquivamento que
impede nova persecução penal pelo mesmo fato. Isso se verifica, conforme ensina o professor da USP Gustavo
Henrique Badaró, nas hipóteses em que o arquivamento se opera não em razão de uma mera constatação de
insuficiência de elementos de informação sobre a existência material do fato ou de sua autoria, já que nesses
casos há apenas a coisa julgada formal (rebus sic stantibus). A coisa julgada material seria formada quando, a
partir de reconstrução fática segura, houver o reconhecimento de (i) atipicidade dos fatos investigados, (ii)
extinção da punibilidade ou ainda (iii) EXCLUDENTE DA ILICITUDE.
Nesses casos apontados como exceção, há indubitavelmente uma manifestação do juízo acerca de matéria
meritória, razão pela qual se estaria diante de juízo de convencimento quanto à inexistência de conduta
criminosa, ao contrário de um mero juízo de insuficiência probatória. Apesar de ser essa a minha opinião,
compartilhada (repita-se) por grande parte da doutrina especializada, em relação especificamente à formação da
coisa julgada material quando o arquivamento do inquérito policial se pautar em CAUSA EXCLUDENTE DA
ILICITUDE, há intensa e severa divergência jurisprudencial.
No Superior Tribunal de Justiça, essa matéria é mais tranquila e, acompanhando a doutrina, a Corte recentemente
ratificou o entendimento de que “promovido o arquivamento do inquérito policial pelo reconhecimento de
legítima defesa (leia-se qualquer causa excludente da ilicitude), a coisa julgada material impede rediscussão do
caso penal em qualquer novo feito criminal, descabendo perquirir a existência de novas provas” (vide REsp
791.471/RJ) .
Já na Suprema Corte (STF), o tema sempre foi objeto de intensa controvérsia. Em nossas aulas de processo penal
na EBEJI mencionávamos um julgado (até então) ISOLADO da 1ª Turma, no HC 95.211/ES, em que se concluiu que
“decisão que determina o arquivamento de inquérito policial, a pedido do Ministério Público e determinada por
juiz competente, que reconhece que o fato apurado está coberto por excludente de ilicitude, não afasta a
ocorrência de crime quando surgirem novas provas, suficientes para justificar o desarquivamento do inquérito,
como autoriza a Súmula 524 deste Supremo Tribunal Federal”.
Como salientado, inicialmente tal posicionamento parecia aplicado apenas em relação a um caso concreto,
isolado! Todavia, no ano de 2015, houve um “novo capítulo” dessa polêmica, publicada no Informativo 796,
indicando que o “arquivamento de inquérito, a pedido do Ministério Público, em virtude da prática de conduta
acobertada pela excludente de ilicitude do estrito cumprimento do dever legal (CPM, art. 42, inciso III), NÃO
OBSTA SEU DESARQUIVAMENTO NO SURGIMENTO DE NOVAS PROVAS (Súmula nº 5241/STF)”. (HC 125101,
Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Relator(a) p/ Acórdão: Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em
25/08/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-180 DIVULG 10-09-2015 PUBLIC 11-09-2015).
Poderíamos dizer que a posição do Supremo ESTAVA consolidada? Não! Isso porque a formação da Corte sofreu
uma série de modificações e não tínhamos uma posição do Plenário! Restava pendente no Pleno o julgamento da
tese no HC 87.395/PR, cujo andamento FICOU SUSPENSO ATÉ O FINAL DO MÊS DE MARÇO DE 2017! Havia 3 votos
favoráveis à tese de que a partir do momento em que uma excludente de ilicitude é invocada para justificar o
arquivamento, há produção da coisa julgada formal e também material!!!
O entendimento do STF, AGORA PACIFICADO, após os votos favoráveis dos Ministros Lewandowiski, Rosa
Weber, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Celso de Mello, Carmen Lúcia e Barroso foi no sentido de apontar que a
jurisprudência do STF é no sentido de que O ARQUIVAMENTO PRODUZ COISA JULGADA MATERIAL NO CASO DE
PRESCRIÇÃO OU ATIPICIDADE DA CONDUTA, MAS NÃO EM CASOS DE EXCLUDENTE DA ILICITUDE!
Conforme noticiado no Informativo dessa semana do STF (858), a conclusão do Plenário foi no sentido de que “o
arquivamento de inquérito policial por excludente de ilicitude realizado com base em provas fraudadas não faz
coisa julgada material. (...) Asseverou que o arquivamento do inquérito não faz coisa julgada, desde que não
tenha sido por atipicidade do fato ou por prescrição”.
Conclusão 1: O STJ entende, de maneira tranquila, que há nessas situações a formação da coisa julgada formal e
também material, razão pela qual a rediscussão dos mesmos fatos é impossível. Da mesma forma, assim se
posiciona a doutrina especializada majoritariamente.
Conclusão 2: O STF, através do recentíssimo posicionamento de seu órgão Plenário, entende em sentido diverso
ao STJ, apontando que, ao contrário da atipicidade e extinção da punibilidade, o arquivamento com base em
excludente de ilicitude somente faria coisa julgada formal e, com o surgimento de novas provas, seria possível o
desarquivamento das investigações.
Conclusão 3: Teremos que aguardar como se comportará a jurisprudência do STJ, pois é possível que venha a
aderir ao entendimento do Supremo Tribunal Federal, que por sua vez (por ora) não é vinculante!
*O arquivamento de inquérito policial por excludente de ilicitude realizado com base em provas fraudadas não
faz coisa julgada material. STF. Plenário. HC 87395/PR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 23/3/2017
(Info 858). Obs1: o STF entende que o inquérito policial arquivado por excludente de ilicitude pode ser reaberto
mesmo que não tenha sido baseado em provas fraudadas. Se for com provas fraudadas, como no caso acima,
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com maior razão pode ser feito o desarquivamento. Obs2: ao contrário do STF, o STJ entende que o arquivamento
do inquérito policial baseado em excludente de ilicitude produz coisa julgada material e, portanto, não pode ser
reaberto. Nesse sentido: STJ. 6ª Turma. RHC 46.666/MS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 05/02/2015.
- Arquivamento originário: é aquele que vai ser proposto pelo próprio Procurador Geral do Ministério Público nas
hipóteses de sua atribuição originária. Nesse caso, para o TJ não há possibilidade de aplicação do artigo 28, do
CPP, restando para o caso a seguinte solução procedimental. Segundo Rômulo Moreira, deve o Procurador Geral
realizar o arquivamento na própria Procuradoria Geral (interna corporis). Alguns entendem que não há
necessidade de pedir o arquivamento para o Tribunal, salvo nas hipóteses em que se admite coisa julgada
material, quando então o arquivamento deve ser submetido à análise do Tribunal Renato B. (STF Inq. 1443 e
2431). Diante do arquivamento do Procurado Geral, o legítimo interessado que se sentir prejudicado, pode
provocar o Colégio de Procuradores no âmbito estadual para que ele analise a pertinência do arquivamento
proposto (Art. 12, XI, da Lei nº 8.625/93).
Art. 12. O Colégio de Procuradores de Justiça é composto por todos os Procuradores de Justiça, competindo-lhe:
XI - rever, mediante requerimento de legítimo interessado, nos termos da Lei Orgânica, decisão de arquivamento
de inquérito policial ou peças de informações determinada pelo Procurador-Geral de Justiça, nos casos de sua
atribuição originária;
- Arquivamento implícito: Surgiu na discussão doutrinária dentro do MP/RJ (Hélio Bastos Tornaghi e Afrânio Silva
Jardim). Ele se caracteriza pela omissão do Promotor em se manifestar expressamente sobre todos os crimes
*Existe alguma providência processual que a vítima possa adotar para evitar o arquivamento do IP? Ela pode, por
exemplo, impetrar um mandado de segurança com o objetivo de impedir que isso ocorra? NÃO. A vítima de
crime de ação penal pública não tem direito líquido e certo de impedir o arquivamento do inquérito ou das
peças de informação. Considerando que o processo penal rege-se pelo princípio da obrigatoriedade, a
propositura da ação penal pública constitui um dever, e não uma faculdade, não sendo reservado ao Parquet um
juízo discricionário sobre a conveniência e oportunidade de seu ajuizamento. Por outro lado, não verificando o
Ministério Público que haja justa causa para a propositura da ação penal, ele deverá requerer o arquivamento do
IP. Esse pedido de arquivamento passará pelo controle do Poder Judiciário, que poderá discordar, remetendo o
caso para o PGJ (no caso do MPE) ou para a CCR (se for MPF). Existe, desse modo, um sistema de controle de
legalidade muito técnico e rigoroso em relação ao arquivamento de inquérito policial, inerente ao próprio sistema
acusatório. Nesse sistema, contudo, a vítima não tem o poder de, por si só, impedir o arquivamento. Cumpre
salientar, por oportuno, que, se a vítima ou qualquer outra pessoa trouxer novas informações que justifiquem a
reabertura do inquérito, pode a autoridade policial proceder a novas investigações, nos termos do citado art. 18
do CPP. STJ. Corte Especial. MS 21.081-DF, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 17/6/2015 (Info 565).
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. COMETIMENTO DE DOIS CRIMES DE ROUBO
SEQUENCIAIS. CONEXÃO RECONHECIDA RELATIVAMENTE AOS RESPECTIVOS INQUÉRITOS POLICIAIS PELO MP.
DENÚNCIA OFERECIDA APENAS QUANTO A UM DELES. ALEGAÇÃO DE ARQUIVAMENTE IMPLÍCITO QUANTO AO
OUTRO. INOCORRÊNCIA. PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE. INEXISTÊNCIA. AÇÃO PENAL PÚBLICA. PRINCÍPIO DA
INDISPONIBILIDADE. RECURSO DESPROVIDO. I - Praticados dois roubos em sequência e oferecida a denúncia
apenas quanto a um deles, nada impede que o MP ajuíze nova ação penal quanto delito remanescente. II -
Incidência do postulado da indisponibilidade da ação penal pública que decorre do elevado valor dos bens
jurídicos que ela tutela. III - Inexiste dispositivo legal que preveja o arquivamento implícito do inquérito
policial, devendo ser o pedido formulado expressamente, a teor do disposto no art. 28 do Código Processual
Penal. IV - Inaplicabilidade do princípio da indivisibilidade à ação penal pública. Precedentes. V - Recurso
desprovido. (STF - RHC: 95141 RJ, Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, Data de Publicação:
DJe-200 DIVULG 22-10-2009 PUBLIC 23-10-2009 EMENT VOL-02379-05 PP-00915)
Art. 9º O Ministério Público da União exercerá o controle externo da atividade policial por meio de medidas
judiciais e extrajudiciais podendo:
I - ter livre ingresso em estabelecimentos policiais ou prisionais;
II - ter acesso a quaisquer documentos relativos à atividade-fim policial;
III - representar à autoridade competente pela adoção de providências para sanar a omissão indevida, ou para
prevenir ou corrigir ilegalidade ou abuso de poder;
IV - requisitar à autoridade competente para instauração de inquérito policial sobre a omissão ou fato ilícito
ocorrido no exercício da atividade policial;
V - promover a ação penal por abuso de poder.
Art. 10. A prisão de qualquer pessoa, por parte de autoridade federal ou do Distrito Federal e Territórios, deverá
ser comunicada imediatamente ao Ministério Público competente, com indicação do lugar onde se encontra o
preso e cópia dos documentos comprobatórios da legalidade da prisão.
Formas de controle:
DIFUSO CONCENTRADO
É aquele exercido pelos membros do Ministério
É aquele exercido por Promotores com atuação
Público com atuação específica para o controle
criminal;
externo;
Controle das ocorrências policiais, verificação do Propositura de ações de improbidade
respeito aos prazos do inquérito, verificação da administrativa, propositura de ação civil pública
qualidade da investigação, verificação de bens na proteção de interesses difusos,
apreendidos, propositura de medidas cautelares procedimentos investigatórios criminais (PIC –
(contemplando a suspensão das funções com finalidade de investigar membros da
públicas da autoridade policial). polícia), requisições ou recomendações, termo
de ajustamento de conduta, visita as unidades
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prisionais, comunicação do flagrante.
*#INFORMATIVO #IMPORTANTE #MP #STJ: O controle externo da atividade policial exercido pelo Ministério
Público Federal não lhe garante o acesso irrestrito a todos os relatórios de inteligência produzidos pela
Diretoria de Inteligência do Departamento de Polícia Federal, mas somente aos de natureza persecutório-
penal. O controle externo da atividade policial exercido pelo Parquet deve circunscrever-se à atividade de polícia
judiciária, conforme a dicção do art. 9º da LC n. 75/93, cabendo-lhe, por essa razão, o acesso aos relatórios de
inteligência policial de natureza persecutório-penal, ou seja, relacionados com a atividade de investigação
criminal. O poder fiscalizador atribuído ao Ministério Público não lhe confere o acesso irrestrito a "todos os
relatórios de inteligência" produzidos pelo Departamento de Polícia Federal, incluindo aqueles não destinados a
aparelhar procedimentos investigatórios criminais formalizados. STJ. 1ª Turma. REsp 1.439.193-RJ, Rel. Min.
Gurgel de Faria, julgado em 14/6/2016 (Info 587).
Termo circunstanciado de ocorrência: Caracteriza-se pelo primo na celeridade dos atos e pela investigação
simplificada na apuração das infrações de menor potencial ofensivo, quais sejam: os crimes com pena de até dois
anos e as contravenções penais (art. 69, da Lei nº 9.099/95). Vedações: O TCO não será aplicado na esfera militar
e nas hipóteses de violência doméstica.
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o
encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos
exames periciais necessários.
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou
assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso
de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou
local de convivência com a vítima.
Legitimidade: Se o TCO faz as vestes do inquérito policial, é instintivo dizer que caberia ao próprio Delegado a
confecção do TCO. Contudo, por resolução do TJSP e TJAL e, por reconhecimento de Tourinho Filho, o TCO poderá
ser confeccionado pela autoridade policial militar e pela própria secretaria do Juizado Especial Criminal. Doutrina
majoritária entende que só o Delegado.
O inquérito policial e as investigações criminais são sigilosas, qualidade necessária quando houver risco de
comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências.
Como já se afirmou, o sigilo no inquérito policial, necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da
sociedade, tem ação benéfica, profilática e preventiva, tudo em benefício do Estado e do cidadão.[1]
Preconiza o artigo 20, parágrafo único, do Código de Processo Penal, in verbis:
A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da
sociedade.
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade policial não poderá
mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes, salvo no caso de
existir condenação anterior.
O sigilo é relativo porque não se aplica:
a) ao juiz;
b) o sigilo também não se estende ao Ministério Público, que pode acompanhar os atos investigatórios (art. 15, III,
da LOMP – Lei Orgânica do MP).
Insta acentuar que não será qualquer juiz ou promotor que terá acesso aos autos, e sim o juiz e o promotor de
justiça natural, é dizer, aquele que futuramente terá competência e atribuição para o processamento da ação
penal.
c) Ao advogado constituído – Estatuto da Advocacia, lei n. 8.906/1994, art. 7o, XIV, (alterado pela lei 13.245/2016)
in verbis:
São direitos do advogado:
“Examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de
flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade,
podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital”.
Embora o artigo supracitado permita ao advogado “mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações
de qualquer natureza, findos ou em andamento”, é evidente que a norma não pode ser generalizada para todo e
qualquer advogado, portanto, leia-se o “advogado do investigado” pode mesmo, sem procuração, analisar os
autos do inquérito policial.
1.2. O direito de acesso amplo aos elementos de prova como súmula vinculante
A negativa do fornecimento incompleto de autos ou o fornecimento de autos em que houve a retirada de peças já
incluídas no caderno investigativo implicará responsabilização criminal e funcional por abuso de autoridade do
responsável que impedir o acesso do advogado com o intuito de prejudicar o exercício da defesa, sem prejuízo do
direito subjetivo do advogado de requerer acesso aos autos ao juiz competente.
Em caso de negativa de acesso aos autos da investigação criminal, 5 (cinco) situações hipotéticas se abrem a favor
do interessado:
Requerimento do advogado ao juiz competente para que os autos sejam disponibilizados;
Mandado de Segurança: em face do direito líquido e certo à publicidade dos atos (publicidade no tocante às
provas já documentadas);
Reclamação ao STF: já que temos uma súmula de caráter vinculante (acima exposta e transcrita);
Habeas Corpus: em benefício do indiciado preso alegando ilegalidade na produção dos elementos informativos.
É possível apresentação de notitia criminis para apurar o crime de abuso de autoridade, nos termos do art. 3º, j,
da Lei nº 4.898/65:
Art. 3º Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional.
Segundo o § 12 do art. 7º da Lei nº 13.245/2016:
O sigilo da investigação criminal pode ser decretado com o fito de delimitar o acesso do advogado aos elementos
de prova relacionados às diligências em andamento e ainda não documentados nos autos, em três casos:
Pela autoridade presidente da investigação quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia
ou da finalidade das diligências, como é o caso da busca e apreensão e interceptações telefônicas.
Pela autoridade presidente da investigação quando necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da
sociedade.(Vide artigo 20, parágrafo único, do Código de Processo Penal).
Pela autoridade judiciária com escopo de proteger a vítima, é o que dispõe o novo § 6o do art. 201, in verbis:
O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimidade, vida privada, honra e imagem do
ofendido, podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras
informações constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos meios de comunicação.
Nas investigações em que for decretado o sigilo, deve o defensor apresentar procuração para, quando for
possível, ter acesso aos autos, vide art. 7o, § 10, da lei no 8.906, de 4 de julho de 1994 (Estatuto da Ordem dos
Advogados do Brasil, alterado pela Lei 13.245/2016), in verbis:
“Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar procuração para o exercício dos direitos de que trata o
inciso XIV”.
O inquérito policial é expediente administrativo e inquisitorial, nele não existe defesa, pois não há lide, não há
partes, portanto, os princípios do contraditório e da ampla defesa são observados exclusivamente na persecução
penal judicial.
Destaco a lição sempre atual de José Frederico Marques:
“Logo também é desaconselhável uma investigação contraditória processada no inquérito... Sob pena de
fracassarem as investigações policiais, sempre que surja um caso de difícil elucidação”. (Elementos, vol. I, 1997, p.
183)
A lei 13.245/2016 não estabeleceu que o inquérito policial deve ser regido pelo princípio do contraditório e ampla
defesa, mas apenas garantiu assistência de advogados para os investigados.
A Constituição Federal é imperativa ao preconizar que os princípios supracitados somente serão aplicados nos
processos judiciais, administrativos e são direcionados aos acusados em geral, tecnicamente, as investigações
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criminais não são processos judiciais e, por não existir contraditório, não existe também acusados na persecução
penal extrajudicial.
Posição dominante do STF:
“Inexistência do contraditório no inquérito policial – A inaplicabilidade da garantia do contraditório ao
procedimento de investigação policial tem sido reconhecida tanto pela doutrina quanto pela jurisprudência dos
Tribunais, [2] cujo magistério tem acentuado que a garantia da ampla defesa traduz elemento essencial e
exclusivo da persecução penal em juízo”.[3]
Posição dominante do STJ:
“O atentado ao princípio constitucional da plenitude de defesa inexiste na fase investigatória, somente di zendo
respeito à fase judicial. (STJ – RHC 1.223/SP; Sexta Turma; p. 13.498)”.
Afrânio Silva Jardim[4], combatendo os argumentos da doutrina que defende na lei 13.245/2016 inseriu o
contraditório no inquérito policial, afirma:
“Discordo deste entendimento e julgo que ele decorre justamente da falta de visão sistemática de como opera o
nosso processo penal, consoante advertimos no início desta breve reflexão. Inicialmente, como já deixei escrito
em texto anterior, entendo que a nova regra não tenha trazido o contraditório para o inquérito policial, o que o
transformaria em uma primeira fase do processo: juizado de instrução sem juiz! O que a nova lei assegura é a
assistência jurídica do advogado ao seu cliente, quando convocado a participar de algum ato no procedimento
investigatório, com sua presença e aconselhamento, tendo tomado conhecimento do que já foi realizado. Por
outro lado, se há nulidade em algum ato probatório em qualquer procedimento investigatório inquisitivo o que
cabe fazer é reconhecer a sua “eficácia” natural, vale dizer, retirar-lhe o seu valor probatório. Acho até que a
documentação deste ato probatório deveria ser desentranhada do procedimento investigatório, preclusa a
decisão que reconheceu tal nulidade”.
Portanto, podemos afirmar que mesmo com as alterações promovidas pela lei 13.245/2016 as investigações
criminais continuam inquisitivas, pois embora seja possível o indiciado ser assistido por advogados, todas
atividades desenvolvidas na persecução penal extrajudicial, continuam concentradas nas mãos de uma de uma
única autoridade.
Neste sentido o novo inciso XXI do art. 7º, da lei n. 8.906/1994, art. 7o, XIV, (alterado pela lei 13.245/2016) não
tornou obrigatória a presença do advogado durante a investigação criminal, o inciso supracitado estabeleceu uma
nova garantia para os defensores, qual seja, a presença no interrogatório do investigado, se assim o defensor ou o
próprio investigado desejarem.
Neste caso, será necessário para evitar nulidades, que a autoridade que preside a investigação, sempre pergunte
se o interrogado pretende prestar depoimento na presença de um defensor, devendo ser registrado no ato do
interrogatório, além do direito de silêncio, que foi facultado ao investigado ser entrevistado de forma reservada
com seu defensor e, se for o caso, que o mesmo o acompanhe durante o interrogatório.
Impende ainda registrar, que a opção do investigado em prestar seu depoimento na ausência de um defensor,
não pode causar nulidade, aplicando-se o princípio da tipicidade das formas. O código de processo penal prevê
quais os atos que devem ser praticados e como devem ser praticados, devendo esse modelo ser respeitado, mas
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não é razoável declarar uma nulidade que, mesmo preterindo a forma legal, não haja resultado prejuízo para uma
das partes, ademais, uma vez dispensada a presença do defensor, não poderá o indiciado alegar a sua própria
torpeza.
A Lei nº 13.245/2016 previa na alínea b do inciso XXI do art. 7º do Estatuto da OAB que seria direito do advogado,
no interesse do seu cliente, "requisitar diligências". Tal alínea foi vetada, pois segundo a justificativa:
“Da forma como redigido, o dispositivo poderia levar à interpretação equivocada de que a requisição a que faz
referência seria mandatória, resultando em embaraços no âmbito de investigações e consequentes prejuízos à
administração da justiça. Interpretação semelhante já foi afastada pelo Supremo Tribunal Federal - STF, em sede
de Ação Direita de Inconstitucionalidade de dispositivos da própria Lei no 8.906, de 4 de julho de 1994 - Estatuto
da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (ADI 1127/DF). Além disso, resta, de qualquer forma,
assegurado o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder, nos termos da alínea ‘a’, do inciso XXXIV, do art. 5º, da Constituição.”
O artigo 14 do Código de Processo Penal faculta aos interessados fazer requerimentos no curso de uma
investigação criminal. Sendo assim, muito embora o deferimento ou não das providências requeridas fique a
critério da autoridade que preside a investigação, isto “não haverá de constituir empeço a que se garantam
direitos sensíveis do ofendido, do indiciado etc.” (STJ, HC 69.405/SP, 6. A Turma, DJ 25.02.2008), alcançando-se,
então, por meio do Poder Judiciário, a determinação para que o delegado de polícia ou membro do Ministério
Público realize a medida pretendida em face de sua pertinência com a situação investigada. Além disso, é
oportuno referir que, mesmo em termos de legislação processual, a faculdade indeferitória da autoridade não é
absoluta, pois não atinge o requerimento de perícia destinada a comprovar a materialidade do vestígio deixado
pela infração penal, conforme se extrai do art. 184 do CPP.
O novo inciso XXI do art. 7º do Estatuto da OAB prevê que no curso da investigação é possível o defensor
apresentar razões e até quesitos.
As razões é uma peça que tem como principal escopo a apresentação facultativa de um álibi por parte do
investigado. A lei não especifica em qual momento é possível a apresentação das razões, penso que a
apresentação da mesma só será possível após o indiciamento formal do indiciado.
O Código de Processo Penal não define em qual momento o investigado passará para condição de indiciado.
Pensamos que a melhor solução é a prevista no futuro Código de Processo Penal, vide art. 31, § 1o, in verbis:
Art. 2. Reunidos elementos suficientes que apontem para a autoria da infração penal, a autoridade policial
cientificará o investigado, atribuindo-lhe, fundamentadamente, a condição jurídica de “indiciado”, respeitadas
todas as garantias constitucionais e legais.
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§ 1o. A condição de indiciado poderá ser atribuída já no auto de prisão em flagrante ou até o relatório final da
autoridade policial.
DIPLOMA DISPOSITIVOS
Constituição Federal Art. 144
Código de Processo Penal Art. 4º ao 23
Lei 12.830/2013 Integralmente
Lei 13.432/2017 Integralmente
Lei 10.446/2002 Integralmente
Lei 13.245/2016 Integralmente
Anotações de aula