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CARACTERIZAÇÃO DA SEVERIDADE DO TREMOR DE PUNHO EM INDIVÍDUOS

COM A DOENÇA DE PARKINSON POR MEIO DE SENSORES INERCIAIS

Conference Paper · January 2018

DOI: 10.29327/cobecseb.78997

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4 authors, including:

Marcus Fraga Vieira Adriano O Andrade

Universidade Federal de Goiás Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
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CARACTERIZAÇÃO DA SEVERIDADE DO TREMOR DE PUNHO EM
INDIVÍDUOS COM A DOENÇA DE PARKINSON POR MEIO DE
SENSORES INERCIAIS
A.P.S. Paixão*, L.B. Peres*, M.F.Vieira* e A.O. Andrade*
*Núcleo de Inovação e Avaliação Tecnológica em Saúde (NIATS), Faculdade de Engenharia
Elétrica, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, Brasil
E-mail: lucianolulu2@hotmail.com
Resumo: Estudos são realizados a fim de avaliar a
severidade de doenças neurodegenerativas que
apresentam como sintoma o tremor patológico. Estes
utilizam escalas qualitativas para a análise do estado do
indivíduo. De forma a tornar a avaliação mais objetiva,
esta pesquisa apresenta resultados quantitativos,
estimados por meio do valor médio quadrático (rms, do
inglês, root mean square) de sinais registrados por
acelerômetros, para quantificar o grau da severidade do
tremor em indivíduos com a doença de Parkinson (DP).
27 indivíduos participaram do estudo, sendo, 15 com DP
e 12 hígidos, e agrupados da seguinte forma: GI –DP sem
carga e com carga; GII – hígidos sem carga e com carga.
Os acelerômetros foram posicionado sobre o dorso da
mão e antebraço dos participantes. Os sinais captados
foram digitalizados e anotados. A atividade analisada foi,
punho mantido em repouso durante 15 segundos, sem e
com carga de 92 g no dorso da mão. Foram realizadas três
coletas com intervalo de 60 segundos. A partir do valor
rms foi definido um índice que demonstrou ser sensível à
variação da amplitude do tremor. O índice mostrou
quantitativamente que o tremor da DP é maior que o dos
hígidos, e que a adição de carga diminui
significativamente o tremor na DP. Embora sejam
conclusões esperadas e conhecidas, o que torna essa
pesquisa relevante é o fato de se quantificar o tremor por
meio de um índice que leva em consideração tanto
padrões de normalidade quanto de severidade do tremor.
Palavras-chave: Tremor, Parkinson, Acelerometria.
Abstract: Studies have been conducted in order to assess
the severity of neurodegenerative diseases presenting
tremor as a pathological symptom. Typically, these use
qualitative scales for analysis of the state of the
individual. In order to make this evaluation more
objective, this study presents quantitative results,
estimated by using the root mean square (rms) of signals
recorded by accelerometers, to quantify the degree of
severity of tremor in individuals with Parkinson's disease
(PD). In total, 27 individuals participated in the study, 15
with PD and 12 healthy, and they were grouped as
follows: GI-DP without load; GII-With DP, with load;
GIII-healthy without load and GIV-healthy. The
accelerometers were positioned on the back of the hand
and forearm of the participants. The signals were
recorded and annotated. The analyzed activity was the
maintenance of the wrist at rest for 15 seconds without
and with a 92 g load on the back of the hand. Three data
samples were collected. A resting period of 60 seconds
was given between each data collection. From the rms
value was defined an index that has been shown to be
sensitive to the variation of the amplitude of tremor. The
evaluation of this index showed quantitatively the tremor
of individuals with PD is larger than that of healthy
individuals, and that the addition of load decreases
significantly the tremor in patients with PD. Although
these are expected and known conclusions, what makes
this research relevant is the quantification of tremor
through an index that takes into account both standards
of normality and tremor severity.
Keywords: Tremor, Parkinson, Accelerometry.
Introdução
O tremor humano é caracterizado por movimento
involuntário de caráter oscilatório e rítmico, de qualquer
parte do corpo [1]. O tremor pode ser uma função motora
humana normal (fisiológico) presente em todos seres
humanos ou anormal (patológico) em consequência de
distúrbios da saúde ou envelhecimento [2]. Estudos e
estatísticas governamentais mostram que a população
senil é a mais afetada pelo tremor [3]. Essa manifestação
pode causar incapacidade funcional considerável e leva o
indivíduo ao afastamento social pela interferência nas
atividades de vida diária (AVDs) [3].
O presente estudo avaliou o tremor advindo da
Doença de Parkinson (DP). A DP pode causar tremor
patológico, sendo uma desordem crônica, progressiva e
neurodegenerativa do sistema nervoso central (SNC),
com implicações profundas para o indivíduo, como
déficits em funções motoras, diminuição da amplitude de
movimento (ADM) e força muscular [5]. O diagnóstico
da DP ainda é primariamente clínico e a experiência do
avaliador é um dos principais fatores para o diagnóstico
correto. A avaliação da severidade da DP é feita por meio
de uma escala denominada Unified Parkinson's Disease
Rating Scale (UPDRS). Mesmo com os avanços em
tecnologias aplicadas a saúde, a UPDRS avalia o tremor
de forma qualitativa. Como os sintomas dos pacientes
flutuam ao longo do dia, o momento em que o
diagnóstico é dado, pode não representar o grau da
severidade do tremor daquele paciente. Estudos que
comparam diferentes métodos de tratamento da DP
também usam a escala UPDRS para avaliar os resultados
dos diferentes tratamentos, sejam circúrgicos ou
farmacológicos [6].
Diversas maneiras de tratamento são indicadas para a
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DP dentre elas, incluem: (i) o farmacológico, (ii)
cirúrgicos e (iii) fisioterapêutico [7]. Para a avaliação do
tremor, estudos têm sugerido métodos objetivos para
caracterizar quantitativamente a disfunção advinda da DP.
A literatura sugere o uso de dispositivos que podem
ser vestidos (luvas) com sensores inerciais embutidos
para se medir o tremor da DP. Estes estudos [8] utilizam
dados extraídos do acelerômetro, giroscópio e
magnetômetro para determinar o grau de severidade do
tremor do indivíduo. O que muitos pesquisadores [8], não
propõem, é um método que mostre como o tremor da DP
se compara com o tremor de indivíduos saudáveis. O
presente estudo propõe a estimativa de um índice que
compara o tremor de um índivíduo com a DP com o
tremor de um indivíduo saudável.
Existem estudos na literatura que demonstram como
a presença de um peso sobre a mão do paciente com DP
pode atenuar o tremor [10]. No entanto, há conflito com
outros resultados [11] que mostram que apesar do peso
diminuir a amplitude do tremor de pacientes com tremor
cerebelar, o mesmo benefício não foi observado por
pacientes com a DP. Algo que autores [10, 11] concordam
é que a variação no tremor tanto em amplitude como em
frequência é proporcional ao peso colocado sobre a mão
do participante. Estudos encontrados na literatura variam
o peso da carga entre 10 g a 960 g, sendo que os
resultados conflitantes encontrados [6, 10, 11] podem ser
explicados devido a diferença na metodologia utilizada
no pré-processamento dos dados coletados ou ainda no
peso utilizado para a carga.
Apesar do menor peso utilizado em pacientes com DP
ter sido de 10 g, uma análise clínica feita exclusivamente
em indivíduos com a DP mostrou que o peso de 240 g é
grande o suficiente para esta população. Indivíduos com
a DP relataram dificultade para realizar movimentos ao
utilizarem esta carga. No presente estudo, para a
realização dos testes, propomos então a utilização de uma
carga de peso de 92 g, pois acredita-se que os resultados
encontrados por [11] podem estar relacionados a uma
sobrecarga para indivíduos com DP. Por esta razão este
estudo propõe a avaliação de como o tremor de pacientes
com a DP se comporta ao adicionarmos um peso de 92g.
Esta avaliação é uma contribuição adicional ao presente
trabalho, e é uma demonstração do índice de avaliação
aqui proposto.
Materiais e métodos
Este estudo está amparado por dois pareceres: o do
Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos (CEP –
nº 270.782) da Universidade Federal de Uberlândia, e o
da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP –
nº 361.526) do Conselho Nacional de Saúde. No total,
27 indivíduos de ambos os sexos foram recrutados,
Tabela 1, na faixa etária igual ou superior a 50 anos,
destes, 12 indivíduos hígidos e 15 com tremor de punho
devido à DP, diagnosticada por um médico especialista e
avaliado por meio da escala UPDRS (Tabela 2). Dentre
os participantes, 2 grupos de estudo foram criados: grupo
I – GI (15 indivíduos com diagnóstico de doença de
Parkinson, sem uso de carga e com uso de carga); grupo
II – GII (12 indivíduos hígidos sem uso de carga e com
uso de carga).
Tabela 1: Informações dos participantes do estudo
Para a coleta de dados, todos os participantes
assinaram o termo de consentimento livre esclarecido.
Todos os grupos passaram pelo mesmo protocolo de
atividade realizados em um dia, com duração média de
10 minutos. Para a realização da atividade os mesmos
apoiaram o antebraço em um suporte específico e
deixaram a mão pendente (palma da mão para baixo),
sem carga e depois com carga. A atividade realizada foi
com o punho mantido em repouso durante 15 segundos,
sem e com carga de 92 g no dorso da mão. No GI o
membro mais acometido com o tremor foi submetido a
atividade, já no GII o membro avaliado foi o dominante,
sendo que, a atividade constava de 3 repetições válidas,
com intervalo de 60 segundos entre as repetições. Todos
os dados coletados foram analisados offline.
A coleta de dados foi realizada por meio do
dispositivo TREMSEN (Precise Tremor Sensing
Technology, INPI: BR 10 2014 023282 6) desenvolvido
por pesquisadores do Núcleo de Inovação e Avaliação
Tecnológica em Saúde (NIATS) da Universidade Federal
de Uberlândia. O TREMSEN disponibiliza dois
conjuntos de sensores inerciais (L3GD20H e LSM303D,
STMicroelectronics, Switzerland) que foram
posicionados sobre o dorso da mão do participante
(sensor 1) e sobre o antebraço (sensor 2). Cada sensor
inercial é composto pôr acelerômetros que medem
aceleração com sensibilidade de ± 2g, nos 3 eixos. Os
sinais foram digitalizados a uma frequência de 50Hz
utilizando um microcontrolador (Atmel SAM3X8E
ARM Cortex-M3) com resolução de 12 bits. Os dados
foram enviados para um computador por meio de
comunicação serial. A visualização dos dados coletados
foi feita em tempo real por meio do software de coleta e
visualização de dados do TREMSEN que foi
desenvolvido em C# (Microsoft). Os dados foram salvos
em formato texto para análise e processamento no Matlab
(MathWorks, USA). As etapas de análise de dados são
mostradas no digrama de blocos (Figura 1).
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Figura 1: Diagrama de fluxo de processamento de normal ou não. O teste aplicado foi o teste Shapiro, onde
informações, mostrando todos os passos da análise dos os valores de p para o GI e GII são respectivamente:
dados. 𝑝𝐺𝐼 = 0,4879 e 𝑝𝐺𝐼𝐼 = 4,32 𝑒 −06. Os grupos GI e GII
A componente resultante foi calculada utilizando (1): não apresentaram uma distribuição normal, sendo assim,
𝑅 = √𝑋 2 + 𝑌 2 + 𝑍 2 (1) o teste estatístico para se determinar se há diferenças
A resultante foi filtrada por meio de um filtro estatísticas entre os grupos foi o teste de Wilcoxon. O
Butterworth de ordem 4 com frequências passa alta de 1 Wilcoxon pareado foi utilizado para detectar diferenças
Hz e passa baixa de 50 Hz. O trecho do sinal de interesse entre os grupos GI sem carga e com carga e diferenças
foi janelado por meio de inspeção visual, em que o início entre GII sem carga e com carga. O teste não pareado foi
e fim de cada atividade foram anotados. O tamanho da realizado para se detectar se houve diferenças entre os
janela estimada por meio do valor rms é de 5 segundos grupos GI e GII sem carga e entre os grupos GI e GII com
com 50 amostras a cada segundo, totalizando 250 carga, utilizando um valor de significância de 95% para
amostras. Muitos pesquisadores têm adotado o cálculo os dois testes.
do rms como forma de se medir a amplitude do sinal
[12],[13] . O rms do trecho foi calculado utilizando-se (2). Resultados
1
𝑟𝑚𝑠 = √ ∑𝑛𝑖=1 𝑥𝑖2 (2) A escala UPDRS é composta por 42 itens, divididos
𝑛
Após o cálculo do rms, os dados foram normalizados em: atividade mental, comportamento e humor;
por meio da média e desvio padrão calculados pela atividades de vida diária (AVDs); exploração motora e
técnica Bootstrap [14] da população de indivíduos complicações da terapia medicamentosa. No presente
hígidos. Os dados dos grupos GI sem carga e GII sem estudo utilizaremos apenas as categorias denominadas de
carga foram normalizados com a média e desvio padrão AVDs, que representa o item 2 (perguntas – 8 e 16) e
dos dados do GII sem carga. Similarmente, os dados dos exame moto, o item 3 (perguntas - 20 ao 25), com
grupos GI com carga e GII com carga foram pontuações totais de 8 e 24, respectivamente, a fim de
normalizados utilizando os dados do GII com carga. Ao qualificar as dificuldades motoras apresentadas pelos
normalizar os dados do GI e GII foi possível verificar o sujeitos, referente ao membros superior que é o foco do
quanto o tremor de cada indivíduo com DP é maior que a no nosso estudo. Os escores da escala quantitativa,
média da população hígida. Esta etapa foi desenvolvida UPDRS, são apresentavas na Tabela 2.
para quantificar o tremor advindo da DP, e detectar o Tabela 2: Valores da escala UPDRS dos participantes
quanto o tremor da DP é maior que o da população hígida. com Parkinson totalizando um Escore de 32 pontos para
Para que se tivesse um dado objetivo do quanto o tremor as atividades de AVDs e exame motor. Quanto mais
dos indivíduos com a DP é maior que os de indivíduos próximo de 32 mais severa se encontra a DP.
sem a DP, um índice foi criado. O cálculo do índice de
tremor é o resultado do processo de normalização citado
anteriormente e é dado pela expressão (3):
𝑟𝑚𝑠𝑗 −𝑀𝑃𝑆
𝐼𝑛𝑗 = (3)
𝑆𝑇𝐷𝑃𝑆
onde:
𝐼𝑛𝑗 é o índice de tremor normalizado do indivíduo j;
𝑟𝑚𝑠𝑗 é o rms calculado utilizando (2) do indivíduo j;
𝑀𝑃𝑆 é a média do valor rms calculado somente da
população de indivíduos saudáveis; 𝑆𝑇𝐷𝑃𝑆 é o desvio
padrão calculado somente da população de indivíduos
saudáveis.
O índice de indivíduos dos grupos GII sem e com
carga tende a variar entre 0 e 1, em que se o índice de um Os 𝐼𝑛𝑗 estimados a partir de (3) são apresentados nos
indivíduo com DP for igual a 20, significa que o nível de gráficos mostrados nas Figuras 2 e 3. A Figura 2 mostra
tremor deste indivíduo é 20 vezes maior que o tremor da os 𝐼𝑛𝑗 dos grupos GI sem carga e GII sem carga enquanto
população hígida. Isto nos dá uma ideia de quão intenso que a Figura 3 mostra os 𝐼𝑛𝑗 dos grupos GI com carga e
é o tremor daquele indivíduo. A visualização dos dados
GII com carga.
foi feita por meio de um gráfico que apresenta os valores
dos índices 𝐼𝑛𝑗 em um plano cartesiano, onde o eixo das
abcissas representa o indivíduo j e o eixo das
coordenadas representa o índice. Esta etapa pode ser
visualizada nas Figura 2 e 3.
Para se verificar se houve diferenças significativas
entre os grupos, testes estatísticos foram aplicados. Para
a determinação de qual teste estatístico seria ideal, foi
realizado um teste estatístico para se determinar se a
distribuição dos dados apresentava uma distribuição
Figura 2: Representação visual do índice de normalidade
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calculado utilizado (3) com a população dos grupos GI e
GII sem carga.
Figura 3: Representação visual do índice de normalidade
calculado utilizado (3) com a população dos grupos GI e
GII com carga.
O teste de Wilcoxon mostrou que há diferenças
significativas no In entre os grupos GI sem carga e GII
sem carga, e entre GI sem carga e GI com carga. As
diferenças entre os grupos GII sem carga e GII com carga
não apresentaram diferenças estatisticamente
significantes. Observado na Tabela 3.
Foram estimados valores do In por meio da
característica rms da amplitude do sinal, em relação os
grupos com Parkinson e Hígidos na ausência de carga,
Parkinson e Hígidos na presença de carga. Essas
comparações mostraram o In dos participantes do estudo,
observado, em cada grupo. Os valores de p para carga e
sem carga são respectivamente:
𝑝𝐺𝐼,𝐺𝐼𝐼 = 0,0000002 e 𝑝𝐺𝐼,𝐺𝐼𝐼 = 0,0000017
Tabela 3: Medidas por grupo, p-valor e teste aplicado
para comparação de dois grupos.
Discussão
A presente pesquisa propõe uma forma de se
quantificar o tremor de Parkinson por meio da estimativa
de um índice que leva em consideração a severidade do
tremor bem como a comparação relativa a indíviduos
saudáveis e com a doença. Tipicamente o tremor de
Parkinson é medido por meio de uma escala puramente
qualitativa (UPDRS). Este trabalho é inovador no âmbito
em que apresenta uma alternativa ao método qualitativo
já em uso. O método quantitativo dá ao pesquisador a
possibidade de observar a severidade do tremor de um
indivíduo de uma forma que não depende da experiência
pessoal de quem faz a análise, como acontece na
avaliação por meio da escala UPDRS, sendo uma
importante ferramenta para diagnósticos e assim poderá
ser validada futuramente. A partir do valor rms da
amplitude do sinal do tremor, pode ser calculado o índice
de normalidade (In) do tremor para o acelerômetro
utilizados em cada grupo avaliado, tendo como referência
os grupos Hígidos, GII. O In mostra que o tremor de um
indivíduo saudável terá valores que irão variar entre 0 e
1. Desta forma, uma pessoa com um tremor de Parkinson
muito intenso terá valores de In maiores do que 1. Ao
observvar a Figura 2, é possível ver que o In do indivíduo
15 está acima de 25. Este valor indica que o tremor do
indivíduo 15 é 25 vezes maior que o tremor de uma
pessoa saudável. O In é extremamente relevante pois não
só dá um uma medida quantitativa para o tremor de
parkinson de um indivíduo, como da uma referência de
como este tremor está acima do tremor considerado
normal.
A carga adicionada nos indivíduos é relevante no que
tange a amplitude do tremor. Pode-se verificar por meio
da Figura 3 que o In dos indivíduos saudáveis ainda está
entre 0 e 1, pois este é o índice considerado normal. Já o
In dos indivíduos com Parkinson diminuiu. Ao avaliar-se
os indivíduos 15 e 26, é notável o quanto a adição da
carga diminui a amplitude do tremor. Este resultado está
de acordo com o resultado encontrado em [6] e [10]. O
fato de alguns indivíduos com Parkinson como o 16 e 17
terem apresentado tremor maior na Figura 3 está
provavelmente relacionado com as oscilações do tremor
de Parkinson ao longo do dia. No momento da coleta dos
dados sem a carga, estes indivíduos apresentavam um
tremor menor do que no momento da coleta com a carga.
Como a coleta dos dados sem a carga foi feita antes da
coleta de dados com a carga, é possível que a Figura 3
reflita a exaustão muscular dos indivíduos, o que levou
ao aumento do tremor. O aumento do In desses
indivíduos na Figura 3, não está relacionado com a carga
e sim os sintomas da doença em si.
Os resultados encontrados neste estudo são relevantes
em diferentes áreas. Para a área da saúde, a capacidade
de mensuração do tremor de Parkinson é um forte aliado
na compressão da evolução da doença. No âmbito da
engenharia biomédica, as técnicas utilizadas neste
trabalho podem ser de grande valor na mensuração de
diferentes tremores em doenças diferentes, como
observado em estudo mostrado [11] para se verificar
quantitativamente como está a progressão do tremor
desses indivíduos. A maior limitação este estudo está
relacionado ao número de participantes da pesquisa. Um
estudo com uma amostra maior pode resolver este
problema.
Conclusão
O índice estimado a partir do valor rms da
acelerometria, nos permitiu caracterizar objetivamente o
tremor de punho dos. O grupo com a doença de Parkinson
apresentou um valor rms maior em relação ao grupo
hígido. A carga de 92g apresentou diminuição
significativa no tremor nos indivíduos com a DP. O
índice de avaliação objetiva proposto nessa pesquisa foi
sensível a essas variações de amplitude do tremor.
Agradecimentos
 V Congresso Brasileiro de Eletromiografia e Cinesiologia | X Simpósio de Engenharia Biomédica

O presente trabalho foi realizado com apoio do Conselho [13]M. F. Oliveira, L. B. Peres, C. M. Queiroz, J. W. Silva,
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico A. O. Andrade, and I. M. B. Goulart, “Avaliação
(CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de eletromiográfica da musculatura suprahióidea
Nível Superior (CAPES) e Fundação de Amparo à durante a deglutição de pacientes com hanseníase
Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). A. O. virchowiana,” p. 1–4, 2016.
Andrade é Bolsista do CNPq, Brasil (305223/2014-3). [14] R.W Johnson, An introduction to the bootstrap.
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