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Higiene Laboral /

Higiene Laboral - Ambiente Hospitalar I


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Introdução:

Nesta aula você irá entender a respeito dos aspectos importantes sobre a Biossegurança no contexto do hospital. 

Aprenderá as questões referentes as Normatizações existentes, a utilização do uso correto de EPI/ EPC, e a relação dos
Direitos Humanos como forma de Biossegurança. 

Com esses princípios norteadores você será capaz de atingir os seguintes objetivos traçados:

1. Compreender os riscos e suas consequências, e manejos em relação à saúde;

2. Entender as medidas de segurança, na proteção à saúde

Resumo:

Normatizações

Todos os profissionais da área da saúde estão suscetíveis a acidentes e doenças ocupacionais ao realizarem as suas ativi-
dades, ainda que possuam conhecimento e treinamento necessários, visto que podemos ser expostos a agentes nocivos,
frequentemente desconhecidos ou desconsiderados. 

Para que se tenha segurança ao realizar as atividades laborais, diminuindo a exposição foram definidas algumas normatiza-
ções, sendo algumas relacionadas aos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Equipamentos de Proteção Coletivo
(EPC), definindo diretrizes para implementação de medidas de proteção que visem a segurança e saúde do trabalhador e
paciente. 

NR – 32

Tem por objetivo definir normas/medidas para preservar a segurança dos trabalhadores nos serviços de saúde, compreen-
dendo todos os profissionais que trabalham nesses locais, independente da área de atuação. (Riscos Biológicos Guia
Técnico, 2010)

Os profissionais de saúde estão sujeitos a exposição a agente biológicos de duas maneiras diferentes: uma de maneira in-
tencionada, onde é necessária a manipulação do agente biológico intencionalmente (Ex: atividades de pesquisa, laboratórios
microbiológicos, biotecnologia) e outra de maneira não intencional, onde a exposição é decorrente das atividades em saúde
(Ex: atendimentos em saúde, consultórios, limpeza de materiais, atendimento a população em tratamento). 

A NR 32 também define a implantação de um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), que tem por finalidade
a diminuição da exposição dos trabalhadores amparados por essa NR, aos riscos biológicos. Para isto, além de outras medi-
das, viabiliza o direito para o trabalhador de EPIs, devendo este estar sempre disponível na quantidade necessária no local
de trabalho. Também define que deve haver ambientes onde se possa realizar a descontaminação nos casos de exposição,
assim como o treinamento para utilizar o os equipamentos e para ter o conhecimento das formas de proteção.

NR – 6

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 A NR – 6 trata sobre o Equipamento de Proteção Individual, definindo os EPIs como todo dispositivo ou produto de uso indi-
vidual com a finalidade de proteger a saúde e a segurança do trabalhador de ameaças e riscos no seu local de trabalho.  O
trabalhador poderá fazer uso de mais de um EPI ao mesmo tempo e com a mesma destinação. (Brasil, 1978)

Através desta norma são definidas as obrigações do empregador e do empregado, a respeito do uso, manuseio e conserva-
ção dos EPIs. 

De acordo com a Portaria GM nº 3.214, de 08 de junho de 1978, sobre NR 6: Equipamentos de Proteção Individual – EPI: 

6.6.1) Cabe ao empregado quanto ao EPI:

a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;

b) exigir o uso;

c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no
trabalho;

d) orientar e treinar o trabalhador

e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;

f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,

g) comunicar ao TEM qualquer irregularidade observada.

6.7.1) Cabe ao empregado quanto ao EPI:

a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;

b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;

c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e,

d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

A NR – 6 dispõe ainda sobre condições necessárias para a comercialização, importação e fiscalização dos EPIs, com o ob-
jetivo de assegurar totalmente a segurança durante o uso e venda. 

Tipos de EPI:

Luvas

Capote/Avental

Toucas ou Gorros

Óculos/Protetores Faciais


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Equipamentos de Proteção Respiratória (EPR)

Máscaras Cirúrgicas

PFF2 (Peça Semipermeável Filtrante)

Tipos de EPC:

Autoclave

Estufas (Forno de Pasteur)

Lavadora Termodesinfectadora 

Caixa para Descarte de Artigos Perfurocortantes

Sinalização

Capela ou Cabine de Fluxo Laminar de Ar

Cabine de Segurança Biológica (CSB)

Chuveiro de Emergência 

Lava-Olhos

Biossegurança X Direitos Humanos

   Os estudos ou manipulação relacionados a Biossegurança se baseiam em critérios e leis específicas, que são essencial-
mente duas, a Lei da Biossegurança 11.105, que dispõe a respeito da manipulação com os agentes químicos, biológicos, er-
gonômicos e psicossociais, em relação à saúde ocupacional, e também a Lei de Crimes Ambientais 9.605/1998. É impor-
tante mencionar as Normas Regulamentadoras 3.214/1978, a Lei Orgânica da Saúde 8.080/1990, que fundamentam e orien-
tam a Biossegurança no Brasil, assim como a Lei de Crimes Ambientais 9.605/1998. (PEREIRA, COSTA e COSTA, 2009)

A Biossegurança compreende a segurança a respeito de tudo envolve a manipulação da vida. Por isso, todas as práticas e
ações técnicas dos trabalhadores, suas repercussões ambientais, reflexos, controles dos riscos e prevenção relacionados
com essas práticas. De acordo com aparecimento de novas patologias e epidemias, ocorre o impulsionamento para encon-
trar ou estudar novas maneiras de prevenção (Ex: AIDS, hepatites, tuberculoses, entre outras). A Biossegurança tende a ser
o resultado das ações do trabalhador, sendo este o sujeito das ações que realiza, tendo em vista que enquanto exerce suas
atividades de trabalho, elas impactam em sua rotina e em suas práticas sociais e culturais. 
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A educação continuada e coletiva, bem como as questões do biodireito, é compreendida com singularidade, representando
uma ferramenta de grande importância para os profissionais. O trabalhador tem o direito a informação a respeito dos riscos
que ficará exposto ao realizar suas atividades, para que desta forma ele trabalhe com cuidado, executando ações de preven-
ção, como a utilização do EPI, e tenha consciência para prevenir agravos à sua saúde e de outros. 

É de grande importância que a Biossegurança esteja associada aos direitos humanos, visto que ainda não há uma política
de biossegurança consolidada, sendo de essencial importância para o desenvolvimento sustentável da biotecnologia mo-
derna. (Barreto, 2001)

Por isto, é fundamental que seja discutido urgentemente, gerando com isto trajetórias melhores a serem percorridas pelas
ciências biológicas, impedindo que aflijam a dignidade humana ou transformem o mundo de maneira irresponsável, assim
como e impedir que o Direito atrase o desenvolvimento das ciências, de forma injustificável, sendo responsabilizado pela
morte ou sobrevida de muitas pessoas. (SILVA, 2007).

A Biossegurança e seus fundamentos básicos implicam na concepção de uma esfera interposta, com base nos direitos hu-
manos. (BARRETO, 1999)

Desta forma, gerando um novo conceito de direitos humanos, relacionado aos direitos do ser humano na área da biologia e
genética. (BARRETTO, 1999)

Por fim, pode-se constatar que não basta apenas que as instituições de saúde alcancem o desenvolvimento e progresso téc-
nico científico, mas que elas têm também o compromisso prevenir contaminações aos seus profissionais e usuários, e nesse
contexto é imprescindível se respaldar no Biodireito. 

Riscos

É imprescindível a preocupação legal e a delimitação dos riscos presentes no ambiente hospitalar, sendo necessário realizar
um levantamento deles de maneira racional e objetiva. Para isso, é necessário evidenciar a definição de risco, para discorrer
sobre os riscos no ambiente hospitalar. 

Segundo Cicco e Fantazzini, risco é uma ou mais situações de uma variável que possui capacidade para gerar danos. Como
lesões a pessoas, danos em equipamento e instalações, danos ao meio ambiente, perda de material em processo, ou dimi-
nuição do potencial de produção. 

Riscos Físicos no Ambiente Hospitalar

Os riscos físicos podem ser definidos como aqueles causados por um tipo de energia. Eles podem ser destacados de acordo
com os equipamentos manuseados pelo operador ou do ambiente. Os agentes físicos mais evidenciados no ambiente hospi-
talar são: 

Calor;

Ruído;

Vibrações;

Radiações Ionizantes;

Radiações Não Ionizantes; e,


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Pressões Anormais. 

Riscos Químicos no Ambiente Hospitalar

São usados diversos produtos químicos no ambiente hospitalar, possuindo funções variáveis (Exemplos: limpeza, desinfec-
ção e esterilização), além destes outros riscos químicos também estão presentes. Os riscos químicos mais evidenciados no
ambiente hospitalar são:

Quaternários de Amônio; 

Glutaraldeído;

Óxido de Etileno

Medicamentos como drogas quimioterápicas

Álcool Etílico;

Aerossóis;

Entre Outros. 

Riscos Biológicos no Ambiente Hospitalar

O risco biológico é extremamente presente no ambiente hospitalar. Entre os agentes biológicos de maior risco encontram-se
as bactérias, que podem transitar no ambiente de diversas maneiras, como:

Aerossóis;

Poeiras;

Alimentos;

Instrumentos de laboratório e cirúrgicos;

Água;

Cultura;
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Amostras Biológicas 

Urina;

Sangue;

Escarro; e,

Secreções.

Medidas de Segurança

Ações que tem por objetivo a diminuição ou erradicação da exposição dos profissionais, usuários e do meio ambiente, aos
agentes de risco. Nos laboratórios, as medidas de segurança utilizadas para atingir a melhor efetividade, são combinações
de técnicas e práticas laboratoriais, equipamentos de segurança (barreiras de contenção primárias) e instalações físicas ade-
quadas (barreiras de contenção secundárias). (ANVISA, 2013)

Barreiras de Contenção Primária:

 A contenção primária tem o objetivo de impedir a exposição dos trabalhadores a agentes infecciosos, ela ocorre através da
implementação de boas práticas e técnicas microbiológicas, e também pela utilização de equipamentos de segurança ade-
quados. (ANVISA, 2013)

Os profissionais que lidam com agentes infecciosos ou com materiais possivelmente contaminados precisam estar cientes
dos riscos à que estão submetidos e devem receber treinamento para que realizem as técnicas e práticas seguras ao manu-
sear estes materiais. É de competência dos responsáveis técnicos do laboratório a viabilização de programas de treinamento
para os funcionários. (ANVISA, 2013)

São exemplos de Barreiras de Contenção Primária:

Equipamentos de proteção individual/EPI

Equipamentos de proteção coletiva/EPC

Cabine de Segurança Biológica – CSB

Barreiras de Contenção Secundária:

 A contenção secundária tem por objetivo a preservação do meio ambiente externo ao laboratório, contra a exposição aos
agentes infecciosos, é realizada através da associação de um bom projeto das instalações, e sua construção, e também de
práticas operacionais. A equipe do laboratório tem a responsabilidade de manter as instalações e seu funcionamento de
acordo com o nível de Biossegurança recomendado para os agentes manuseados neste ambiente. (ANVISA, 2013)

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As barreiras secundárias são indicadas de acordo com o risco de contaminação dos agentes biológicos específicos. Por
exemplo, quando houver o risco de contaminação através da exposição a aerossóis infecciosos, níveis mais altos de conten-
ção primária e secundária serão necessários para impedir que os agentes infecciosos sejam espalhados para o meio ambi-
ente. (ANVISA, 2013)

Os Níveis de Biossegurança são classificados em NB-1, NB-2, NB-3 e NB-4 e estão associados aos requisitos crescentes de
segurança para o manuseio dos agentes biológicos. (ANVISA, 2013)

 
Atividade Extra: 

Leia o material: SAÚDE E DIREITOS HUMANOS Ano 7 número 7, 2010 Publicação periódica anual, editada pelo
Núcleo de Estudos em Direitos Humanos e Saúde Helena Besserman (NEDH) –– Fundação Oswaldo Cruz – Ministério da
Saúde, destinada aos profissionais e estudantes de graduação/pós-graduação que atuam e/ou têm interesse na temática de
Direitos Humanos e Saúde no Brasil, em Portugal, na América Latina e na África de língua portuguesa.
Assista o vídeo https://www.youtube.com/watch?v=i0SZifKCpqQ – Biossegurança e gerenciamento dos resíduos sóli-
dos de saúde.
 
Referência Bibliográfica: 

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TEIXEIRA, P.; VALLE, S. (Org.). Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. 2ª ed. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2010. 
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