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pena de multa (13º CRP) – condena em pena de multa e, a seguir, suspende a execução da

pena de prisão com fundamento do artigo em causa.


CAPÍTULO VI
MEDIDAS DE SEGURANÇA
1. Evolução e justificação político-criminal
Em Portugal, esta matéria não nos consome muito tempo – temos um sistema
sancionatório tendencialmente monista: só temos uma medida de segurança privativa da
liberdade, que vamos estudar: o internamento de inimputável por anomalia psíquica
(art. 91º CP).
Temos medidas de segurança não privativa da liberdade, mas elas não contam para a
classificação de monista/dualista – podem, elas, ser aplicadas a imputáveis e inimputáveis
(arts. 100º ss. CP).
Em primeiro lugar, as medidas de segurança são sanções relativamente recentes (sec.
XVIII/XIX) para o DP – as penas existem desde que o Homem existe.
Surgem quando fez furor a escola positivista italiana – momento em que se puseram
em crise as penas; um movimento mostrou que as penas eram, às vezes, inadequadas e, às
vezes, insuficientes.
Como sabemos, as penas têm como pressuposto de aplicação a culpa. Começou a
emergir a defesa do pressuposto da perigosidade criminal. O primeiro a prever penas e
medidas de segurança foi o CP de 1902 (sistema dualista). Em determinada altura,
chegaram a ser vistas como sanções administrativas.
Quais as insuficiências das penas?
O DP que se afirma no século das luzes (iluminista), que vê na pena de prisão a pena
por excelência (liberdade, igualdade, fraternidade), foi construído como direito penal para
homens livres. Portanto, a prática de um crime correspondia a um exercício de liberdade,
que deveria arcar com as suas consequências. Só nesta altura, excluímos do âmbito do
direito penal os “loucos” e “alienados” (como se dizia no antigo CP), com o surgimento da
psiquiatria como ramo médico.
Então, surge o problema da punição daqueles que eram considerados “doentes mentais”.
Começa a defender-se que o direito penal não era adequado para punir certo tipo de
delinquentes (os atuais inimputáveis por anomalia psíquica). A pena, como pressupõe a
culpa, não era sanção adequada para eles. Abre-se espaço para a medida de segurança, que
colmata esta insuficiência.
Por outro lado, dizia-se que a pena era também insuficiente para os delinquentes de
imputabilidade diminuída por anomalia psíquica – têm menos culpa, mas são mais
perigosos. Sendo mais perigosos, vamos, em nome da culpa, aplicar uma menor pena.
Mostrou-se que a pena era, novamente, insuficiente – surgem medidas de segurança.
Finalmente, era também insuficiente para os delinquentes por tendência – veio a
verificar-se que a pena, com pressuposto e limite de culpa, não era suficiente.

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