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Disciplina Sociologia e Antropologia Jurídica

1- A QUAL ESCOLA PERTENCE OS AUTORES E QUAL A


POSIÇÃO DESTA ESCOLA QUANTO AO DIREITO?

Tanto Thomas Hobbes e Jean Jacques Rousseau eram contratualistas e naturalistas.


Thomas Hobbes, flertou com o direito positivo no XIX, fez sua breve contribuição,
porém a sua teoria é composta por característica jus naturalista e jus positivista.
Thomas Hobbes, em seus estudos decompõe o Estado, faz-se uma analogia ao relógio,
e cada peça tem a sua função na engrenagem para funcionar este relógio (Estado). Ele estudou
o homem de forma isolada, no seu estado natural, anulando a figura do Estado, interferindo
com a autoridade, idealizava hipoteticamente os homens convivendo sem Estado.
Para Hobbes, "o homem é o lobo do homem", o homem por si próprio é egoísta, estaria
apto a ser cruel e sacrificar o outro em benefício próprio, em seu estado natural, a maldade deste
faria que vivessem se gladiando, causando guerras, ameaças e destruições, subentende-se que
então se faz necessário ter o Estado, para estar conduzindo o homem.
A sua contribuição na esfera do Direito e o mesmo ser considerado o inaugurador da
tradição contratualista, com sua obra que versa o Estado de Natureza, Contrato e Estado
Político.
Jean Jacques Rousseau era naturalista e contratualista como Thomas Hobbes, conforme
citação supracitada, acreditava em um direito natural anterior às leis impostas pelos homens, e
por segundo afirmava a necessidade de pactos entre as partes nas relações, ou seja, para
estabelecer um equilíbrio, é claro que neste pacto, subentende-se deveria existir direito e
deveres como estabelecido hodiernamente.
Para Rousseau, o homem nasce livre e depois tira-se a liberdade deste, em seu conceito,
ao tirar ou o mesmo renunciar à liberdade, está abrindo mão da própria qualidade que o define
como humano, ou seja, estaria anulando a sua própria felicidade.
Rousseau afirma que o homem é bom por natureza, mas a sociedade o corrompe, e a
maior falha da civilização na objetiva de atingir o bem comum, se destaca a desigualdade, que
se apresenta com dois tipos, uma devido às características individuais de cada ser humano e a
outra tendo como causa as circunstâncias sociais.

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Nesta mesma vertente, ou seja, para Rousseau não tendo a igualdade, não há liberdade,
então tem-se as desigualdades humanas e toda sorte de mazelas, causadas por injustiças, muitas
vezes provocadas por um diminuto grupo de pessoas da classe dominantes, que usurpava do
direito dos menos favorecidos.
Roseau, tinha a premissa que a participação popular era de suma importância nas
questões decisivas do poder legislativo.
Jean Jacques Rousseau contribuiu de forma significativa para o Direito, a questão pela
valorização da criança desde a mais tenra idade, tem-se um peso positivo, ao que tange na
construção da sociedade, que recai sim no posicionamento e direção do Direito, nesta sociedade,
e a contribuição de Roseau, foi importantíssima.
Pois, através da educação, é possível ser inserido na sociedade, o conhecimento dos seus
direitos e deveres, o respeito ao próximo, para que haja este convívio em sociedade.
Tanto Hobbes e Rousseau, ao vermos no prisma que pende ao direito, o que realmente
ele fazia em relação aos contratos sociais, era uma busca incessante de quais
situações/condições havia a interferência do Estado Civil, na questão desta trajetória gradativa,
que a mesma ia regulamentando a vida do homem em sociedade.

2- COMO OS AUTORES THOMAS HOBBES E JEAN JACQUES


ROUSSEAU DEFINIRAM O ESTADO DE NATUREZA?

Ambos, como mencionado anteriormente na primeira pergunta, são contratualistas, ou


seja, tem-se a compreensão definida que a sociedade é fruto da criação do homem (ela é
racional), isto explícita que antes de formar a sociedade, havia um espaço sem este formato,
um ponto posterior criada, denominada o estado de natureza, o homem em seu estado natural,
sem a existência de tudo o que conhecemos, para conduzir/reger esta sociedade, o estado de
natureza é a anterior a formação da sociedade civil e a sociedade civil anterior a criação do
Estado (ente político), houve um processo de mudança na vida do homem, e o mesmo antes
vivia na plenitude de sua existência.
Em referência a natureza da humana, entre os dois teóricos do contratualismo (Hobbes e
Rousseau), elas se diferem, Thomas Hobbes, apresenta a teoria contratualista na sua obra “O
Leviatã”, em defesa do absolutismo, no seu conceito a natureza humana é caótica. Ele
mencionava que todos os homens nasceram iguais e no seu estado de natureza, tinha a plenitude
da liberdade, ou seja, livres, não haviam regras, eram guiados por suas vontades, e alguma

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circunstância ou situação, irá emergir um conflito, e Hobbes era radical em relação a isto, isto
não seria em algum momento, para ele seria constante um perigo iminente.
Para ele, o surgimento do Estado nasce a partir de um contrato, que parte do homem em
renunciar a sua liberdade, abandonando o seu estado de natureza, não fazendo mais questão da
sua liberdade, e subordinar ao reger do estado, um ente absoluto, formatado num sistema
hierárquico, com o objetivo de trazer segurança, paz, ordem, combatendo a violência.
Esta liberdade que homem natural tinha, sendo assim seria uma pseudoliberdade, na
verdade ele era um perigo para ele e para o grupo (sociedade, se é que poderia ser denominado),
não oferecia o bem comum, e seria um caos contínuo, e o papel do Estado, era administrar isto,
oferecer o bem comum a todos, de forma justa.
Jean-Jacques Rousseau, ele postulava de igual modo com Hobbes ao que tange ao estado
anterior a sociedade civil, tipifica assim a sua visão contratualista, comum a todos contratualista
que parte deste princípio.
O que difere na visão de Rousseau em relação a Hobbes, para Hobbes o homem tem de
estar submisso ao Estado, o Estado é soberano, e para Rousseau o soberano é o próprio homem.
E outra questão que os difere, é que para Hobbes o homem é lobo do homem, e na visão
de Rousseau, o homem natural não é o lobo e sim a ovelha, ou seja, tem a natureza mansa, calma,
boa de vivência tranquila, sendo assim, seria o bom selvagem, conforme argumenta em sua obra.
Entretanto, a sociedade o corrompeu, tirou isto do homem, ao perder o seu estado natural,
o qual ele tinha a liberdade e igualdade.
Para Rousseau, o homem ao deixar o estado de natureza, deixaria de ser bom ao
aceitar/ter o contrato com o conhecimento, isto de forma sutil, não deixa de ser uma analogia
adâmica, Adão vivia num estágio de consciência natural e livre e total desconhecimento entre o
bem e o mal, e tudo muda como experimenta o fruto do conhecimento do bem e do mal, e
coincide na sua queda o conhecimento da morte.
E como o Estado corrompe o homem e inibe a natureza do homem? Isto, seria através do
meio das artes, das ciências e o conhecimento em geral.
Para Rousseau, os fundamentos da desigualdade, corrompe o homem natural através do
conhecimento, devido ser a pertença de um diminuto grupo, que poderia manipular os que não
tinham, ou poderia se dizer os detentores da verdade, nós (Estado), sabemos o que é melhor para
todos.
A modo grosso, poderíamos dizer que claramente Rousseau está dizendo que o Estado
através do seu governo e com a criação de leis, estariam oferecendo a segurança, o bem-estar

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aos homens de forma coletiva, ou seja, a toda sociedade, e de contra partida na verdade seriam
sendo conduzidos a escravidão do Estado e passam a ser policiados por este, porque na verdade
perderam sua liberdade ao deixar o seu estado natural de ser.
E essa correção só veria mais tarde, pela perda da sua liberdade, criando o conceito do
povo como soberano da democracia moderna, ou seja, de forma até suave de reconquista da sua
liberdade.
Os conceitos de Rousseau, foram provocativos, para moldar a Revolução Francesa e foi
provocativa posteriormente ao longo da trajetória da história ao que tange em diversos
movimentos e até na esfera do Direito, propriamente dito.

3- O QUE LEGITIMA O PACTO? (A RELAÇÃO ENTRE OS


PARTICIPANTES DOS MOVIMENTOS E O ESTADO)

Tinham como o pacto a questão da “vontade geral”, que vincula os diferentes interesses,
constituindo o vínculo social, e assim a sociedade poderá ser governada, ao desperta os interesses
privados para a coletividade.
Rousseau, menciona que a soberania, não sendo mais que o exercício da vontade geral,
e que jamais poderia alienar-se, e que o soberano, é somente um ser coletivo, não poder ser
representado senão por si mesmo, ou seja, o poder pode ser transmitido, porém não a vontade.
O que isso quer dizer que, esse pacto social prima em conduzir os indivíduos a outorgar
as suas liberdades individuais, para um corpo social, para o bem comum nessa organização civil.
O que legitima o pacto é quando há obediência às leis que eles mesmos estabeleceram
entre si.
E para Hobbes o contrato é uma espécie de pacto de submissão onde os indivíduos se
submetem, e passam a seguir, porque se torna um dever, uma obrigatoriedade.
E dos primeiros pactos, segundo Rousseau, foi quando houve um pacto entre ricos e
pobres, sobre registrar uma parte da terra, configurando que é dono desta propriedade, e ambas
partes aceitaram, e os pobres na premissa que um dia poderia ter terras e realizar a compra e
seu registro, e por vontade geral foi criado uma lei e todos aceitaram, fica claro que a vontade
geral não é meramente uma opinião para um bem comum, torna-se um dever a seguir.

4. DESTAQUE E COMENTE TRECHOS DO TEXTO QUE REFORÇAM A TESE DO


PACTO SOCIAL EM HOBBES E ROUSSEAU.

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Trecho 1: “[...] para eles, nada é mais importante do que seus próprios interesses...” aqui
é mencionada a vontade geral, estão na busca de um interesse de sua comunidade.
Trecho 2: “[...] para estes, o bem-estar da população brasileira virá sempre em primeiro lugar.”
O bem-estar que o Estado oferece como garantia, o qual muitas vezes não é cumprido, oferecer
a segurança, estaria em falhas ao que tange a política de segurança, poderia ter a crença que ter
melhores salários para estes profissionais lhes dava o direito de encurralar a população? Ou é
uma pseudo ideia em relação a isto? Muitas vezes, apresentam-se solução automáticas para isto
ou aquilo, e sabemos que por de trás da formação/construção de uma sociedade, tem-se todo um
desencadear de ações que culminam numa estação caótica, que priva de tomar medidas
imediatistas.

5- CASO PRÁTICO 2

Três amigos acabaram de ler no jornal que Madalena, 19 anos, separada, mãe de três
filhos, que ganha um salário mínimo trabalhando como empregada doméstica, foi condenada,
pelo Tribunal do Júri, a três anos de prisão por ter cometido aborto. O primeiro amigo afirma
que o Tribunal do Júri aplicou corretamente a lei, visto que a conduta de Madalena constitui
crime contra a vida (art. 240 do Código Penal). O segundo amigo discorda, sustentando que a
condenação foi injustificada, porque a lei sobre o aborto não é quase nunca aplicada. O terceiro
afirma que o problema é de cunho filosófico e sociológico, envolvendo reflexões sobre o
moralmente certo ou errado, e que houve uma injustiça, já que o caso foi resolvido segundo a
letra da lei e não segundo as exigências da justiça. Examine o caso apresentado procurando
aplicar os conhecimentos adquiridos sobre a o objeto de estudo segundo as Escola Racionalista
Positivista e Escola Racionalista Sociológica.
No texto apresentado podemos aplicar as noções da Teoria Tridimensional do Direto ao
dividirmos em três partes fato – valor – norma:
Fato: a prisão devida ter cometido o aborto.
Valor: quando é mencionado que deve ser avaliado a problemática, em questões que visa
esse valor, que tende para a esfera do que moral, na díade entre o certo e o errado.
Norma: tem a existência da Lei, que constitui crime contra a vida (art. 240 do Código
Penal), para ser cumprida e que “nunca” é aplicada.
Aqui podemos verificar, que Madalena fez emprego do Direito Naturalista e em defesa
de seu caso, no texto apresentam-se três argumentos, um assevera que através do dispositivo do

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art. 240 do código penal a mesma deverá ser punida, e o segundo amigo refuta, argumentado o
relaxo da quanto a aplicabilidade da lei, que muitas vezes nem é executa, e o terceiro amigo
argumenta que esta questão paira no campo filosófico e sociológica, que envolve reflexões sobre
o crivo do que é moralmente certo ou errado, o que realmente o terceiro amigo menciona,
quando ir para a esfera da sociedade as opiniões irão se dividir, entre o que é certo e o que é
errado, para o seguimento religioso, não há concordância ao aborto devido aos valores
vinculados aos ensinamentos religiosos, e devido partes da sociedade tem-se o entendimento de
forma empática, que levou a mesma a tal ação devido não ter condições financeiras necessárias
para criar esta criança, sentiu-se, obrigada a tomar a decisão do aborto.
Anulando o parecer/argumento do segundo e terceiro amigo, voltemos para o primeiro
amigo, que menciona o crime cometido, e quanto a aplicabilidade do art. 240 do CP, vale
ressaltar que não são considerados abortos quando não há outro meio para salvar a vida da mãe;
quando a gravidez resulta de estupro, ou quando for fetos anencéfalos poderá ser provocado o
aborto, e o que é considerado aborto, é quando a vida inicia com a fecundação e é interrompida
a morte do ovo até três semanas de gestação, do embrião de até três semanas a três meses e o
feto após três meses de gestação.
Para chegar na conclusão dessa lei, houve o manifesto geral da sociedade, em defesa da
dignidade da pessoa humana, houve a interferência do Estado em relação a isto a proteção a
vida, foi transportado essa vontade para o coletivo, no formato de lei, seus contra pesos sejam
por questões filosóficas e sociológicos foram analisados, e propendeu para a expressão da
maioria, que é crime.
Em relação ao relaxo quanto a sua aplicabilidade, confere a ineficiência e a competência
a na seara jurídica, é a falha do Estado em exigir a sua aplicabilidade, em penalizar quem pratica
tal ato e após a existência da lei, deverá ser aplicada, exigida em tais circunstâncias ou situações.
Sabe-se que para a existência da formulação da lei, foram levados em contas, a
frequência de tal ato na sociedade, debates sociais, ondem abarcam questões de cunho
filosóficos e ou religiosos, não são argumentos para deixar de aplicar a lei, por questões
filosóficas, religiosas ou por uma lei, cair no esquecimento quanto a sua aplicabilidade.
Neste texto, configura, o papel do Estado, cumprindo o pacto social estabelecido em
relação a este tipo de penalidade, pelo crime do aborto.

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