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Lídia Júlia dos Santos Farias APG Sistemas Orgânicos Integrados III

S1P1- “O melhor amigo do homem” S1P2- “Rotina de pressão”

Objetivos:
1. Relembrar a anatomofisiologia do sistema cardiovascular.
2. Compreender o controle neuro-hormonal sob a pressão arterial
3. Revisar as manifestações adrenérgicas do sistema nervoso
4. Explicar a fisiopatologia da HAS e quais os fatores de risco que influenciam.
5. Investigar quais exames são realizados para diagnosticar HAS e o motivo pelo qual foi realizado.

pericárd io seroso i nterno, que é


Anatomofisiologia composto por uma lâmina parietal e uma
lâmina visceral.
CORAÇÃO EPI C Á RD I O , M I O C Á RD I O E
LOCALIZAÇÃO: O coração está localizado ENDOCÁRDIO: a Três camadas formam
no mediastino;Tem a forma de um cone a parede do coração: o epicárdio, o
deitado de lado. Seu ápice é a parte miocárdio e o endocárdio. O epicárdio
inferior pontiaguda; sua base é a ampla consiste em mesotél io e tecido
parte superior. conjuntivo, o miocárdio é formado pelo
PERICÁRDIO: é a membrana que envolve tecido muscular cardíaco, e o endocárdio
e protege o coração; é constituída por consiste em endotél io e tecido
uma camada fibrosa externa e um conjuntivo.

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CÂMARAS: (figura 1) As câmaras do VALVAS ATRIOVENTRICULARES: As valvas


coração i ncl uem d uas câ ma ras que se encontram entre os átrios e
superiores, os átrios direito e esquerdo, ventrículos, são a valva atrioventricular
e duas câmaras inferiores, os ventrículos direita ou tricúspide no lado direito do
direito e esquerdo. coração e a valva atrioventricular esquerda
ou bicúspide ou mitral no lado esquerdo.
CON DUÇÃO DO SA NGU E N AS
CÂMARAS: O átrio direito recebe sangue VALVAS SEM ILUNARES: As válvulas
da veia cava superior, veia cava inferior semilunares são a valva aórtica na entrada
e se i o co ro n á ri o . É se pa ra d o da aorta, e a valva pulmonar na entrada do
internamente do átrio esquerdo pelo tronco pulmonar.
septo interatrial, que contém a fossa oval.
O sangue sai do átrio direito através da CIRCULAÇÃO SISTÊMICA: O lado esquerdo
valva atrioventricular direita, a tricúspide. do coração é a bomba para a circulação
O ventrículo direito recebe sangue do sistêmica, a circulação do sangue ao longo
átrio direito. Separado internamente do do corpo, exceto para os alvéolos dos
ventrícu lo esq uerdo pelo septo pulmões. O ventrículo esquerdo ejeta sangue
interventricular, bombeia o sangue para a aorta e, em seguida, o sangue flui
desoxigenado através da valva semilunar para as artérias sistêmicas, arteríolas,
pulmonar para a artéria pulmonar e capi lares, vênu las e veias, q ue o
pulmão. O sangue oxigenado retorna transportam de volta ao átrio direito.
pelas veias pulmonares e entra no átrio
esquerdo e sai pela valva atrioventricular CIRCULAÇÃO PULMONAR: O lado direito do
esquerda ou bicúspide. O ventrículo coração é a bomba para a circulação
esquerdo bombeia o sangue oxigenado pulmonar, o fluxo do sangue através dos
através da valva semilunar aórtica até a pulmões. O O ventrículo esquerdo ejeta
artéria aorta. sangue para a aorta e, em seguida, o
sangue flui para as artérias sistêmicas,
arteríolas, capilares, vênulas e veias, que o
transportam de volta ao átrio direito.

CIRCULAÇÃO CORONARIANA: A circulação


coronariana fornece o fluxo sanguíneo para
o miocárdio. Suas principais artérias são as
artérias coronárias direita e esquerda; suas
principais veias são as veias cardíacas e o
seio coronário.

FIBRA CARDÍACA E A CONDUÇÃO


VALVAS: As valvas cardíacas evitam o
As fibras musculares cardíacas geralmente
refluxo do sangue de volta para o coração.
contêm u m ú nico núcleo local izado
centralmente. Em comparação às fibras do
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músculo esquelético, as fibras do músculo POTENCIAL DE AÇÃO DO MARCAPASSO:
ca rd ía co co ntê m ma i s e ma io re s não possuem potenciais de repouso
mitocôndrias. Os desmossomos dos discos verdadeiros. Ocorre na ordem:
fornecem a força, e as j u nções
comunicantes possibilitam que os potenciais 1. Abertura dos canais funny: pequeno
de ação musculares sejam conduzidos de influxo de sódio, fazendo com que a
uma fibra muscular às suas vizinhas. célula saia do repouso, sofram uma
pequena despolarização e atinjam o limiar
POTENCIAL DE AÇÃO CARDIOMIÓCITOS: As excitatório ou o potencial de marcapasso,
fi b ra s m u sc u l a re s ca rd í a ca s q u e
despolarizam espontaneamente e produzem 2. Despolarização: Abertura dos canais de
potenciais de ação. Na sequência ocorre: cálcio (entra Ca)

1. Despolarização: Abertura dos canais 3. Repolarização: Abertura dos canais de


rápidos de sódio (entra Na) potássio e fechamentos dos canais de
potássio.
2. Abertura dos canais de cálcio (entra Ca)
SISTEMA DE CONDUÇÃO: na ordem →
3. Repolarização precoce: Abertura dos nodo sinoatrial (sa)→feixe de bachmann→
canais lentos de potássio e fechamentos fibras internoidais→nodo atrioventricular
dos canais (av) →feixe de his: direito/esquerdo→fibras
rápidos de sódio. de Purkinje.
4. Plateau: (equilíbrio) influxo de cálcio e
efluxo
de potássio, reduzem a velocidade da
repolarização. Isso é o mecanismo que
permite que a contração da musculatura
cardíaca seja prolongada.
5. Repolarização: fechamento dos canais de
cálcio
6. Retorno ao repouso.

Regulação neuro-hormonal da PA

A pressão arterial (PA) é proveniente da


contração dos ventrículos e consiste na
pressão hidrostática exercida pelo sangue nas
paredes de um vaso sanguíneo. PA pode ser
controlada essencial mente por dois
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mecanismos: regulação neural, realizada nervosos dos barorreceptores aórticos
primariamente pelo SNA associado aos chegam ao centro cardiovascular via axônios
barorreceptores e quimiorreceptores e a sensitivos do nervo vago (X).
regulação humoral, que é feita por uma
variedade de substâncias liberadas por DIMINUIÇÃO DA PRESSÃO: (figura 7) Em
diferentes tipos celulares, como as células caso da pressão cair, o barorreceptores
endoteliais e as células justaglomerulares e detectam, enviam informações para o CV,
diferentes alças hormonais acionados por que envia uma resposta simpática via nervos
informações codificadas pelos diferentes aceleradores cardíacos ao coração e via
receptores periféricos. nervos vasomotores para os vasos, assim a
REGULAÇÃO NEURAL FC e a força de contratilidade do coração
aumenta (débito cardíaco aumenta). Assim,
O sistema nervoso regula a pressão como consequência da esti mu lação
sanguínea por meio de feedback negativo simpática, há aumento da secreção de
que ocorrem como dois tipos de reflexos: epinefrina e norepinefrina, que provocam a
barorreceptores e quimiorreceptores. vasoconstrição e aumentam a resistência
vascular periférica também. Assim, a PA se
-> REFLEXOS BARORRECEPTORES eleva e retorna aos níveis normais.
Os barorreceptores (figura 6) localizam-se AUMENTO DA PRESSÃO: Barorreceptores
na aorta, nas artérias carótidas internas detectam, enviam informações para o CV,
(artérias do pescoço que fornecem sangue que responde aumentando a estimulação
ao encéfalo) e outras grandes artérias do parassimpática e diminuindo a estimulação
pescoço e do tórax, sendo responsáveis por simpática. As reduções resultantes da
enviar impulsos para o CV e regular, assim a frequência cardíaca e força de contração
PA. Os dois reflexos barorreceptores mais diminuem o débito cardíaco. O centro
importantes são o reflexo do seio carótico e cardiovascular também diminui a frequência
o reflexo da aorta. com que envia impulsos simpáticos aos
neurônios vasomotores que normalmente
REFLEXO DO SEIO CARÓTICO: (Regulação causam vasoconstrição. A vasodilatação
da pressão do encéfalo) são pequenas resultante diminui a resistência vascular
ampliações das artérias carótidas internas sistêmica. A diminuição do débito cardíaco e
direita e esquerda. Quando há distensão, os a redução da resistência vascular sistêmica
impulsos nervosos se propagam dos reduzem a pressão arterial sistêmica ao nível
barorreceptores do seio carótico para os normal.
axô n i o s se n s i ti vo s n o s n e rvo s
glossofarí ngeos (IX) para o centro REFLEXOS QUIMIORRECEPTORES
cardiovascular no bulbo.
Os quimiorreceptores, receptores sensitivos
REFLEXO DA AORTA: (Regulação da PA que monitoram a composição química do
sistêmica ou periférica) são pequenas sangue, estão local izados perto dos
ampliações da parede da parte ascendente barorreceptores do seio carótico e do arco
da aorta e arco da aorta. Os impulsos da aorta em pequenas estruturas chamadas
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glomos caróticos e glomos para-aórticos, norepinefrina. Esses hormônios aumentam o
respectivamente. Detectam mudanças nos débito cardíaco ao elevarem a velocidade e
níveis sanguíneos de O2, CO2 e H+, tanto força das contrações cardíacas. Também
por meio de mudanças na resistência causam constrição das arteríolas e veias na
vascular (nervos vasomotores) como por pele e órgãos abdominais e dilatação das
mudança na frequência respiratória. arteríolas no músculo cardíaco e esquelético,
o que ajuda a aumentar o fluxo sanguíneo
➔ Hipoxia (baixa disponibilidade de O2), para o músculo durante o exercício.
acidose (aumento na concentração de H+)
ou h i percapn ia (excesso de CO2): ANTIDIURÉTICO (HDA): É produzido pelo
quimiorreceptores mandam estímulos para o hipotálamo e liberado pela neuro-hipófise em
CV que responde por via simpática, resposta à desid ratação. Promove a
provocando vasoconstrição e aumento da vasoconstrição e o aumento da PA, por isso
pressão sanguínea. Além de fornecem também é chamado de vasopressina. Além
informações ao centro respiratório no tronco disso, também promove o deslocamento de
encefálico para ajustar a frequência água do lúmen dos túbulos renais para a
respiratória. corrente sanguínea, diminuindo a produção
de urina.
REGULAÇÃO HORMONAL
PEPTÍDIO NATRIDIURÉTICO ATRIAL (PNA):
Vários hormônios ajudam a regular a pressão
arterial e o fluxo sanguíneo (tabela 1) por Liberado pelas células do átrio do coração, o
meio da alteração no débito cardíaco, PNA reduz a pressão arterial ao causar
alteração da resistência vascular sistêmica vasodilatação e promover a perda de sal e
ou ajuste do volume total de sangue: água na urina, o que reduz o volume
sanguíneo.
S I ST . R E N I N A - A N G I OTE N S I N A -
ALDOSTERONA: A nível celular, a ação desses sistemas é

quando o fluxo sanguíneo para os rins cai,


as células justaglomerulares secretam renina
Manifestação Adrenérgica pelo SNA
na corrente sanguínea, convertida pela
enzima conversora de angiotensina (ECA) no efetuada de maneiras diferentes, por
hormônio ativo angiotensina II, que aumenta diferentes neurotransmissores. O SNA
a pressão arterial de duas maneiras: a simpático pode atuar de duas formas:
angiotensina II é um potente vasoconstritor
e ainda promove a reabsorção dos íons sódio -> Pela liberação de catecolaminas pelas
(Na+) e água pelos rins. O que aumenta adrenais. As adrenais, quando estimuladas
ainda mais a pressão arterial. pela acetilcolina através de neurônios
simpáticos, l ibera adrenal ina e
EPINEFRINA E NOREPINEFRINA: Em resposta noradrenalina.
à estimulação simpática, a medula da
glândula suprarrenal libera epinefrina e
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-> Pela atuação direta da noradrenalina negativos). Já a descarga simpática, com


como neurotransmissor, via neurônio a liberação de noradrenalina sobre os
pós- ganglionar do SNA simpático. receptores adrenérgicos, ativa a adenilato
ciclase que aumenta o AMPc intracelular,
que por sua vez ativa a PKA. O resultado
Basicamente, o SNA parassimpático libera d e s sa ati va çã o s i m páti ca é a
acetilcolina pelo neurônio pós-ganglionar despolarização do nodo sinoatrial e
no órgão efetor. aumento da frequência cardíaca (efeito
Os componentes do sistema circulatório c ro notró p i co po s i tivo ) . A a ção
possuem receptores para ação simpática adrenérgica também leva a um aumento
como parassimpática. Os receptores que da permeabilidade ao íon cálcio, resulta
respondem a noradrenalina são ditos no aumento da força de contração
adrenérgico e são eles: alfa-1, alfa-2, (efeito inotrópico positivo). Frente a ação
beta-1 e beta-2. Já os receptores simpática, a recaptação de cálcio pelo
colinérgicos que respondem ao sistema retículo sarcoplasmático também está
nervoso pa rassi m pático são os aumentada, o que promove maior
receptores muscarínicos (M). relaxamento da fibra miocárdica (efeito
lusinotrópico - capacidade de modular o
Os SNA simpático e parassimpático são relaxamento miocárdico - positivo).
capazes de mod u lar os efeitos
cronotrópicos (capacidade de modular a Nos vasos sanguíneos, a ação simpática
atividade elétrica quanto a frequência de fornece uma frequência de potenciais
disparos) e dromotrópicos (capacidade que mantém o tônus vascular (como
de modular a atividade elétrica quando a uma leve vasoconstrição). Quando ocorre
velocidade de condução), sendo o uma redução da frequência de potenciais
simpático com efeito positivo (aumenta) de ação, se reduz o tônus simpático e,
e o parassimpático negativo (diminui). A conseq uentemente, o tônus da
contrati l idade card iaca mod u lada muscu latu ra vascu lar, permiti ndo
principalmente pelo SNA simpático, dilatação do vaso. Caso haja um aumento
enquanto o SNA parassimpático leva da frequência de disparos pelo sistema
redução da contratilidade. Em repouso, autônomo, aumenta-se o tônus vascular
predomina o tônus parassimpático, com e, consequentemente, ocorre uma
um efeito “desacelerador”. A ação da vasoconstrição. Assim, a descarga
aceti lcol i na sobre os receptores simpática é fundamental para o controle
muscarinicos M2 aumenta a condutância da resistência vascular periférica e
do íon potássio, levando a hiperpolarização também do fluxo pelo sistema vascular.
da membrana celular, o que prolonga o Uma vez que o fluxo depende da
te m p o d e c o n d u ç ã o a o n od o variação de pressão do sistema e da
atrioventricular e desacelera o coração resistência vascular periférica.
(efeito cronotrópico e dromotrópico
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Nem todos os leitos vascu lares aldosteronismo primário, síndrome de


respondem da mesma maneira a ação Cushing ou feocromocitoma), estenose da
das catecolaminas. O aumento do tônus artéria renal ou outra causa identificável.
simpático por consequência do trauma
Exemplos de causas:
vai levar a um direcionamento maior de
sangue para aquelas regiões em que há RENAIS: Tumores produtores de renina,
menor resistência vascular, ou seja, Glomerulonefrite aguda, Doença crônica
haverá uma priorização da circulação renal, Doença policística, Estenose da artéria
cerebral e coronariana. renal e Vasculite renal.
ENDÓCRINAS: Hiperfunção adrenocortical,
Hormônios exógenos, Feocromocitoma,
Acromegalia, Hipotireoidismo (mixedema),
Hipertiroidismo (tireotoxicose), Induzida pela
gravidez (pré-eclâmpsia)
CARDIOVASCULARES: Coarctação da aorta,
Poliarterite nodosa, Aumento do volume
intravascular, Aumento do débito cardíaco,
Hipertensão Arterial Sistêmica Rigidez da aorta
NEUROLÓGICOS: Psicogênico, Aumento da
Hipertensão é uma doença multifatorial, que
pressão intracraniana, Apneia do sono,
resulta do acúmulo de efeitos de vários
Estresse agudo, incluindo cirurgia
polimorfismos genéticos e a interação de
fatores ambientais. Além disso, a HÁ é
classificada em dois tipos: Mesmo sem conhecer a causa específica da
HA, é razoável supor que múltiplas pequenas
-> HIPERTENSÃO ESSENCIAL OU PRIMÁRIA
alterações na homeostase do sódio renal e/
É chamada também de idiopática. Não possui ou no tônus ou estrutura das paredes
uma causa específica, pois pode acontecer vasculares agem em combinação, causando
porinúmeros fatores fisiológicos. A grande a hipertensão essencial.
maioria (90% a 95%) da hipertensão é
➔Na HA essencial ou primária, os processos
idiopática.
envolvidos no desenvolvimento da doença
-> HIPERTENSÃO SECUNDÁRIA podem ser:

É provocada secundariamente por uma FATO RES GEN ÉTI COS: q uestões
causa identificável, como por exemplo hereditárias influenciam na HA.
doenças renais, obesidade e diabetes. Um
p e q u e n o n ú m e r o d e p a c i e nt e s REDUÇÃO DA EXCREÇÃO DE SÓDIO:
(aproximadamente 5%) tem hipertensão esse fator, na presença de pressão arterial
secundária resultante de uma doença renal normal, pode ser um evento-chave iniciante
o u s u p ra r re n a l s u b j a c e nte ( e x .
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na hipertensão essencial e, na verdade, uma RINS POLICÍSTICOS: a expansão dos
via final comum para a patogenia da cistos gera um aumento da liberação de um
hipertensão. A diminuição da excreção de hormônio chamado renina, que causa maior
sódio pode levar sequencialmente a um absorção de sódio nos túbulos renais,
aumento no volume de líquido, aumento do aumentando assim o risco de HAS.
débito cardíaco e à vasoconstrição periférica,
elevando assim a pressão arterial SÍ NDROME DE CUSH I NG: doença
causada por excesso de corticoides no
INFLUÊNCIAS VASOCONSTRITORAS: organismo, ou por produção exagerada da
como fatores que induzem vasoconstrição glândula suprarrenal, ou por ingestão
ou estímulos que causam alterações excessiva de corticoides sintéticos para
estruturais na parede do vaso, podem levar a tratamento de algumas doenças. Os
um aumento da resistência periférica e glicocorticóides aumentam a sensibilidade da
também podem desempenhar um papel na musculatura lisa vascular a substâncias
hipertensão primária como as catecolaminas e a angiotensina II;
há também diminuição da dilatação endotelial
FATORES AMBIENTAIS: como estresse, mediada pelo óxido nítrico.
obesidade, tabagismo, inatividade física e alto
consumo de sal, estão implicados na DIABETES: O diabetes pode causar
hipertensão. instalação de um quadro de hipertensão, já
➔ Alguns mecanismos podem provocar a HA que a resistência à insulina dificulta o
secundária: acesso das células à glicose circulante. Isso
deixa o sangue com níveis maiores de
HIPERTENSÃO RENOVASCULAR: é um açúcar, o que contribui para o enrijecimento
tipo de HÁ definida pela presença de das artérias e o aumento da pressão.
hipertensão e estenose significativa da
artéria renal. A estenose da artéria renal
DOENÇA DA TI REOI DE: tanto o
causa diminuição do fluxo glomerular e da hipotireoidismo quanto o hipertireoidismo
pressão na arteríola aferente. Isso induz a podem causar HAS. No hipertireoidismo o
secreção de renina, que, como discutido, resultado direto do hormônio tireoidiano no
aumenta o tônus vascular e o volume miocárd io e a resposta elevada às
sanguíneo através da via angiotensina- catecolaminas tendem para aumento do
aldosterona. débito cardíaco e da velocidade do fluxo
sanguíneo. Em contraste, o hormônio tinio
INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA; é uma tireoidiano reduz a resistência vascular
das principais causas de hipertensão sistêmica. No hipotireoidismo, os efeitos
secundária, pois quando os rins começam a m eta bó l i co s sã o o s i nve rso s d o
falhar, há dificuldades em excretar o hipertireoidismo. O déficit cardíaco é
excesso de sal e de líquidos consumidos, diminuído e ocorre acréscimo da resistência
levando a um aumento da PA. vascular sistêmica.

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DISTÚRBIOS MONOGENÉTICOS: Defeitos ETNIA: A prevalência e a vulnerabilidade para


genéticos afetando enzimas envolvidas no as complicações da hipertensão são maiores
metabol ismo da aldosterona (p. ex., entre os afro-americanos.
aldosterona sintase, 11beta — hidroxilase,
17alfa- hidroxilase): Eles levam a um
OBESIDADE: esta d i reta, contí nua e
aumento na secreção de aldosterona,
linearmente relacionado com a HA. A medida
aumento da reabsorção de sal e água,
da circunferência da cintura pode ser
expansão do vol u me plasmático e,
utilizada para verificar a obesidade. A
fi n a l m e nt e , h i p e rt e n s ã o . O
obesidade aumenta as taxas de colesterol,
hiperaldosteronismo primário é uma das
que em níveis altos aumenta a deposição de
causas mais comuns de hipertensão
gordura nas artérias causando um processo
secundária.
chamado de aterosclerose. INGESTÃO DE NA
M uta çõ e s afeta nd o p roteí na s q u e
influenciam a reabsorção de sódio. Por E K: o consumo excessivo de sódio é um
exemplo, a forma moderadamente grave de dos principais fatores de risco modificáveis.
hipertensão sensível ao sal, chamada De maneira inversa, o aumento na ingestão
síndrome de Liddle, é causada por mutações de potássio reduz os níveis pressóricos. Deve
tipo “ganho de função” numa proteína do s e r s a l i e nta d o q u e o efe i to d a
canal epitelial de Na+ que aumenta a suplementação de potássio parece ser maior
reabsorção tubular distal de sódio induzida naqueles com ingestão elevada de sódio e
pela aldosterona. entre os indivíduos da raça negra.

FATORES DE RISCO SEDENTARISMO há uma relação direta. : A


prática regular de exercícios diminui os níveis
Os fatores de risco para o desenvolvimento circulantes de adrenalina, que causa
da HA são: constrição das artérias, e aumenta a
GENÉTICA: Os fatores genéticos podem liberação de endorfinas e óxido nítrico, que
influenciar os níveis de PA entre 30-50% causam vasodilatação. Além disso, o
sedentarismo contribui para o sobrepeso e
IDADE: Com o envelhecimento, a PAS torna- aumento do colesterol.
se um problema mais significante, resultante
do enrijecimento progressivo e da perda de ÁLCOOL: Há maior prevalência de HA ou
complacência das grandes artérias. elevação dos níveis pressóricos naqueles que
ingeriam seis ou mais doses ao dia.
SEXO: Em faixas etárias mais jovens, a PA é
mais elevada entre homens, mas a elevação
pressórica por década se apresenta maior TABAGISMO: A nicotina é nociva ao
nas mulheres. Isso acontece devido a relação organismo promovendo a liberação de
dos hormônios ovarianos com a redução da catecolaminas as quais aumentam a
PA na faixa estaria das mulheres jovens. frequência cardíaca, a PA e a resistência
Assim, na sexta década de vida, a PA entre periférica. A capacidade orgânica em formar
as mulheres costuma ser mais elevada e a coágulos é aumentada e a função de
prevalência de HA, maior. destruí-los diminuída havendo redução de
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oxigênio nos glóbulos vermelhos devido ao GLICEMIA DE JEJUM (SANGUE); O
monóxido de carbono, que lesa a parede exame de glicemia em jejum serve para
interna dos vasos, propiciando a deposição medir o nível da glicose na circulação
de gorduras. sanguínea do paciente podendo identificar
casos de diabetes e pré diabetes, além de
Exames laboratoriais ser importante para o controle das pessoas
que já possuem esses diagnósticos.

ANÁLISE DE URINA; Este exame serve HEMOGLOBINA GLICADA (SANGUE); O


para analisar de forma microscópica as exame de Hemoglobina Glicada, conhecido
células, bactérias e cristais que possam pela sigla HbA1c é o primeiro passo para o
estar presentes na urina e causar doenças. diagnóstico do diabetes. Ele reflete a
Além disso são realizadas dosagens de concentração dos níveis de gl icose
glicose, bilirrubinas e outras substâncias que sanguínea dos últimos 2-3 meses.
auxi l iam no d iagnóstico de doenças
sistêmicas. C O LESTERO L TOTA L , H D L E
TRIGLICERÍDEOS (SANGUE); O exame
RITMO DE FILTRADO GLOMERULAR mede os níveis de gorduras no sangue que
ESTIMADA A taxa de filtração glomerular podem ocasionar entupimento dos vasos
te m c o m o o b j et i v o v e r i fi c a r o sanguíneos, causando infarto e AVC
funcionamento dos rins, pois leva em (derrame).
consideração a dosagem de substâncias que
são filtradas nos rins e não são reabsorvidas CREATININA (SANGUE); A creatinina é
para o sangue, sendo essencialmente uma substância presente no sangue que é
eliminadas na urina. No caso da creatinina, produzida pelos músculos e eliminada pelos
por exemplo, essa proteína é filtrada pelos rins. A análise dos níveis de creatinina no
ri ns e u ma pequena quantidade é sangue geralmente é feita para avaliar se
reabsorvida para o sangue, de forma que em ex i ste a l g u m p ro b l e m a n o s ri n s ,
condições normais pode ser verificada e s pec ia l m e nte q u a nd o e stá m u i to
concentrações de creatinina na urina muito aumentada, já que pode significar que os
superior à do sangue. A taxa de filtração rins não estão conseguindo eliminar a
glomerular pode ser calculada tanto levando creatinina e, por isso, está sendo acumulada
em consideração a concentração de no sangue.
creatinina quanto a concentração de
cistatina C. SÓDIO E POTÁSSIO (SANGUE); tanto o
sódio (Na+) como o potássio (K+) estão
ECG EM REPOUSO (CONVENCIONAL); relacionados ao controle da pressão arterial
O exame de eletrocardiograma consiste em (PA) e à hipertensão arterial sistêmica (HAS).
medir a atividade elétrica do coração e O Na+(vasoconstrictor), quando reabsorvido,
serve para diagnosticar a existência de para o sangue causa elevação da PA. Na
problemas cardíacos. mesma proporção que os Na+ é reabsorvido,
o K+ (vasodilatador) é eliminado pela urina.
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ÁCIDO ÚRICO PLASMÁTICO (SANGUE); HIPERTENSÃO ARTERIAL SUSTENTADA


Os cristais de ácido úrico podem se (HS):
acumular nas articulações e nos rins
causando gota, cálculos renais e até A HA sustentada (HS) ocorre quando as
insuficiência renal. A elevação das dosagens medidas da PA no consultório e fora do
de ácido úrico é frequentemente associada a consultório são anormais.
h i p e rte n sã o a rte ri a l e p ro b l e m a s
cardiovasculares. HA DO AVENTAL BRANCO (HAB): a HAB
ocorre quando a PA é elevada no consultório,
CLASSIFICAÇÃO: Como já visto, a HA é mas é normal fora dele.
caracterizada por PA sistólica (PAS) maior ou
igual a 140 mmHg e/ou PA diastólica (PAD) HÁ MASCARADA: a HM é quando a PA é
maior ou igual a 90 mmHg. É aconselhável, normal no consultório, mas é elevada fora
quando possível, a validação de tais medidas dele.
por meio de avaliação da PA fora do
consultório por meio da Monitorização
Referências:
Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA), da
Monitorização Residencial da Pressão Arterial
(MRPA) ou da Automedida da Pressão Arterial Di retrizes. Di retrizes Brasi lei ras de
(AMPA). Com base nessas medidas, os Hipertensão Arterial – 2020.
pacientes passam por um processo de Robbins patologia básica. 9a Edição. Rio de
triagem, no qual é classificado em graus de Janeiro: Elsevier, 2013. 5) ROBBINS, S. L.;
prioridade de acordo com a PA que COTRAN R.S.; KUMAR, V.
possuírem, tal qual é visto na tabela 2 e
SOUZA, Seila de Oliveira. Hipertensão arterial
figura 4
na mulher. 2017.
OHISHI, Mitsuru. Hypertension with diabetes
No diagnóstico da HA, são possíveis vários mel l itus: physiolog y and pat holog y.
fenótipos. Hypertension research, v. 41, n. 6, p.
389-393, 2018.

TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de


anatomia e fisiologia. 12a. edição. Guanabara
Koogan. Rio de Janeiro, 2010
Skonieczny, P.; Heleniak, Z.; Karowiec, M.;
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NORMOTENSÃO VERDADEIRA: Define-se A.; Rutkowski, P. Blood Pressure Control and
a normotensão verdadeira (NV) como as A nti hy pertensive Treatment a mong
medidas da PA no consultório e fora do Hemodialysis Patients—Retrospective Single
consultório normais. Center Experience. Medicina 2021.

Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos S1P1 e S1P2






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