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O sangue venoso que drena para o fígado provém da veia porta, formada pelas veias
mesentérica e esplênica e o sangue arterial provém da artéria hepática. A drenagem do
sangue é realizada pelas veias hepáticas, direita e esquerda, que drenam para a veia cava
inferior.
A partir da confluência dos ductos hepáticos direito e esquerdo que emergem do fígado,
forma-se o ducto hepático comum. Este ducto se une ao ducto cístico vindo da vesícula,
formando o colédoco ou ducto biliar comum. O encontro do colédoco com o ducto
pancreático origina a ampola de Vater, que se projeta ao duodeno como papila
duodenal.
A bilirrubina conjugada (solúvel) é excretada na bile, que drena para o duodeno, e não é
captada pela mucosa intestinal. Quando atinge a parte distal do íleo e o cólon, é
hidrolisada em bilirrubina não conjugada pelas enzimas betaglicuronidases bacterianas.
Essa bilirrubina não conjugada é reduzida pela flora bacteriana intestinal normal para
formar os urobilinogênios.
• SEMIOTÉCNICA
A maior parte do fígado se localiza dentro da caixa torácica, dificultando sua avaliação.
Porém, pode-se tentar estimar o tamanho e a forma do fígado a partir da percussão e da
palpação. Para realização do exame físico, o paciente deve estar em decúbito dorsal e
com o abdome relaxado.
Alguns cuidados que se deve ter são relativos à macicez do derrame pleural direito ou
da condensação pulmonar, que podem induzir uma superestimação do tamanho do
fígado, e ao gás presente no colo intestinal, que pode gerar timpanismo no quadrante
superior direito, sobrepondo à macicez hepática e reduzindo falsamente o tamanho do
fígado.
As informações clínicas sobre o fígado são obtidas a partir da palpação de sua borda,
superfície, sensibilidade e consistência. Referente à borda, esta pode ser examinada de
duas formas. Na primeira, a mão direita, aberta e espalmada, é colocada no ponto onde a
percussão identificou o limite inferior e o examinador irá palpar o órgão de modo
ascendente em direção ao rebordo costal.
A palpação junto ao rebordo costal deve ser realizada no mesmo ritmo dos movimentos
respiratórios, ou seja, durante a expiração, a mão do examinador deve se ajustar à
parede abdominal sem fazer compressão e sem se movimentar, e durante a inspiração, a
mão do examinador deve comprimir a parede de forma a buscar a borda hepática.
Para facilitar a palpação, o examinador pode colocar a mão esquerda sob a região
lombar, na topografia da loja renal direita, em uma área limitada pela margem externa
da musculatura paravertebral e o arco costal, de modo que os dedos empurrem as
estruturas para cima. Essa manobra tem o objetivo de empurrar o fígado para que este se
aproxime da mão direita do examinador.
Se não for possível realizar a manobra ou se o examinador tiver dúvida, a palpação pode
começar a partir do quadrante inferior direito. Assim como na primeira manobra, a mão
do examinador deve estar suave e totalmente apoiada na parede abdominal, com sua
borda interna paralela à linha média do abdome, com exceção do polegar.
Nessa posição, solicita-se ao paciente que inspire de forma profunda e lenta novamente,
causando a descida da borda hepática, para que os dedos possam avaliá-la. Referente à
mensuração da superfície localizada entre a borda costal e a borda hepática, esta é mais
precisamente realizada com fita métrica, pois a medida em “dedos transversos” pode
variar de acordo com o tamanho dos dedos dos examinadores.
Outro ponto a ser avaliado ao tocar a borda é a superfície hepática. Esse aspecto é
avaliado através do deslizamento da palma dos dedos do examinador pela superfície
hepática em toda sua extensão. Dessa forma, pode-se perceber pequenas irregularidades,
como nódulos, até grandes massas.
Ainda, em pacientes com cardiopatia aguda (como ICC), deve-se realizar a pesquisa do
refluxo hepatojugular. Essa manobra é realizada a partir da realização de uma
compressão firme e contínua da superfície hepática. Após esse movimento, o
examinador deve observar se há enchimento e turgência da veia jugular externa direita.
Em caso positivo, há refluxo hepatojugular, um dos sinais de insuficiência ventricular
direita.
Por fim, a ausculta da área de projeção hepática pode ser útil, pois em algumas doenças
podem ser ouvidos sopros suaves, como no câncer primitivo e na hepatite alcoólica. As
neoplasias hepáticas também podem produzir um pequeno atrito que pode ser
auscultado.
Sem afrouxar a pressão realizada pela mão que está palpando, pede-se ao paciente que
respire profundamente. Em caso de dor, ele irá interromper o movimento respiratório e
indicar a sensação dolorosa.
autoimunes e neoplasias. Além disso, algumas sorologias podem ser solicitadas, como
para hepatite viral.
Dessa forma, um dos achados que poderiam ser encontrados no exame físico abdominal
através da percussão e palpação do quadrante superior direito é a hepatomegalia
congestiva por insuficiência ventricular direita. Além disso, pode-se também pesquisar a
presença de refluxo hepatojugular através da visualização da turgência da veia jugular
externa direita à compressão do fígado.
Caso haja dificuldade ao exame físico abdominal, pode-se recorrer aos exames de
imagem para confirmar a presença hepatomegalia e outras suspeitas. Se forem
necessários exames complementares referentes ao sistema cardiovascular para o
diagnóstico da ICC, pode-se solicitar também, caso necessário, exames de função
hepática, pois a congestão maciça do fígado por ICC indica doença grave. Nesse caso, o
tratamento deve ser focado na doença base, a ICC.