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1 – INTRODUÇÃO
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2- BASES EPISTÊMICAS EM “A ÁRVORE DO CONHECIMENTO”
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ideia absoluta assumiu a imperfeição (a instabilidade) da matéria,
desdobrou-se em uma série de movimentos que explicavam e realizavam,
para afinal, com a tragetória ascensional do ser humano, iniciar, enriquecida
– o seu retorno a si mesma” (KONDER, 1990, pg. 51)
3 – AUTOPOIESE
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que se caracteriza por uma mudança estrutural contínua, e ao mesmo tempo pela
conservação dessa recíproca relação de transformação entre o organismo e o
meio.” (MATURANA &¨VARELA, 2001). Diante de tal conceito pode-se afirmar que a
interação entre o ser humano e o meio é circular e modificativa de ambos, pois o ser
humano se modifica e o meio se modifica, ambos modificando-se fruto dessa
interação, a isso os autores denominaram autopoiese. Assim, tanto o ser humano e
seus conhecimentos internos, quanto os estímulos do meio são necessários para
que se ocorra o conhecimento e a modificação estrutural do mesmo. Melhor
explicando usa-se o entendimento de Maturana e Varela:
“Nenhum desses dois domínios possíveis de descrição é problemático em
si, e ambos são necessários para um entendimento completo da unidade. É
o observador que os correlaciona a partir de sua perspectiva externa. É ele
quem reconhece que a estrutura do sistema determina suas interações ao
especificar quais configurações do meio podem desencadear mudanças
estruturais no sistema. É ele quem reconhece que o meio não especifica
nem informa as mudanças estruturais no sistema.” (MATURANA &
VARELA, 2001, pg. 165)
Mais qual é o elemento fundamental para que ocorra a interação entre os sistemas
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sociais? Conforme Lumhann, é a comunicação, que age de forma contingente, as
vezes modificando o sistema, as vezes não, dependendo de como ocorre a
informação, isto é, o sistema se comunica, a informação é passada, poderá ser
assimilada ou não, se assimilada, poderá alterar o sistema receptor ou não, se
alterar o sistema receptor, ocorrerá a modificação, e o retorno ao grande sistema
ocorrerá, perpetuando-se, assim, esse ciclo de comunicação.
No direito o que ocorre é a mesma coisa, então não há que se falar em direito
como um sistema fechado, livre da influência da sociedade, pois este necessita se
comunicar para se transformar, e assim interagir e ser eficaz.
Por isso, mesmo ao tentar retomar à história dos conceitos jurídicos, não
nos deixemos iludir pela tentadora ideia de que as identidades são produtos
da descoberta da coisa em si, posta e acabada no mundo. Não olvidemos
que as identidades têm apenas a função de ordenar as recursões de tal
maneira, que em todo processamento de sentido possa recuperar-se e
antecipar-se o que é utilizado reiteradamente. Isto exige a condensação
seletiva e a generalização que corrobora com a ideia de que aquilo que se
distingue do outro pode designar-se como o mesmo (LUHMANN, 2007, p.
29).
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Os rumos do direito nos conceitos de autopoiese no processo eletrônico
vão de encontro a compreensão de que o direito precisa, a partir de um jogo de
forças e uma dialética que intercambia informações com múltiplos sistemas, ser
compreendido para permitir que se pense em um único direito com múltiplas formas.
Com isso, estando às teorias tradicionais do direito afetadas pela relação entre o
processo e as novas tecnologias, suspende-se tais teorias e fareja-se uma possível
resposta teórica no modelo sistêmico e nos conceitos de autopoiese.
Considerando que a interferência do sistema “novas tecnologias” ao
direito e a inversão da hierarquia das normas poderia afetar a autopoiese e a
integridade do sistema, concluem que há necessidade de uma adaptação das
práticas jurídicas no que diz respeito a uma nova noção de simultaneidade que
paulatinamente passará a ser experimentada através do meio eletrônico, afetando o
sistema direito, tornando-se necessárias novas reflexões e aprofundamentos.
6 - CONCLUSÃO
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BIBLIOGRAFIA:
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
MELO NETO, J.F., HERÁCLITO: um diálogo com o movimento. João Pessoa, Ed.
Universitária, 1996
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TEUBNER, G., O Direito como sistema autopoiético, Tradução de José Engrácia
Antunes, Ed. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1989;
TRINDADE, A., Para entender Luhmann e o direito como sistema autopoiético, Ed.
Livraria do Advogado, Porto Alegre, 2007.