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Histriaeculturadospovosindgenasnobrasil 140324112820 Phpapp01
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1. As Sociedades Indígenas
→ Um novo olhar e antigos preconceitos.
− Estamos habituados a julgar o outro, a partir do nosso ponto de vista, que muitas vezes acaba sendo preconceituoso. Sendo
assim, a história pode ser contada de uma maneira que não venha a expressar a veracidade dos fatos ocorridos.
• Isso fez com que a história dos povos indígenas só começasse a partir de 1500, ou seja, a partir do contato com os europeus e
a partir da visão dos mesmos.
└ Por isso durante anos aprendemos a parti de uma visão distorcida, onde as culturas diferentes eram vistas como um estágio
infantil e imperfeito da humanidade – algo “rudimentar” que precisava ser aperfeiçoado.
3. O mundo do trabalho
→ Terra, um bem coletivo.
− A terra jamais pode ser propriedade de um indivíduo – isso faz com que não existam desigualdades sociais importantes.
− A terra tem um significado especial – ali estão acumuladas suas vivências, esta escrita sua história.
− Em nossa sociedade costuma existir uma divisão rígida entre trabalho e lazer.
• Para o índio não existe a noção de “fim de semana”, ou seja, um período de tempo só reservado ao lazer – cada um decide o
seu próprio tempo de descanso.
− Não há uma especialização das pessoas em torno de determinados trabalhos.
• Existe uma divisão sexual do trabalho.
6. Descoberta ou invasão
→ Os povos que os portugueses encontraram
− O primeiro encontro
• De acordo com a primeira menção da famosa carta de Pero Vaz de Caminha, os habitantes da costa pertenciam, em sua
maioria, ao grupo indígena Tupinambá.
• No primeiro encontro os dois povos trocaram presentes - um gesto inocente na qual estava embutida uma herança sombria
para os indígenas - além da exploração e escravidão, os novos habitantes traziam com eles doenças infectocontagiosas.
└ Nos dois primeiros séculos de ocupação pelos europeus, males como a varíola, sarampo, tuberculose, tifo e gripes, passaram a
ser uma das grandes causas da diminuição da população indígena.
− Nas primeiras impressões dos europeus a respeito daqueles povos, ao espanto somava-se certa inveja, já que aos olhos dos
visitantes, eles pareciam viver apenas “segundo as leis da natureza”.
• A ausência de propriedade privada e de marcantes desigualdades sociais entre os indígenas provocava admiração.
− Duas culturas
• Nos relatos dos primeiros colonizadores, era comum as referências ao ócio e a preguiça – essa visão vinha da ignorância
quanto ao modo de vida dos nativos – ao tentar aplicar aqueles povos os critérios e parâmetros a respeito do trabalho que
vigoravam na Europa – criou-se um estereótipo de “índio indolente”.
└ Este preconceito permanece ainda hoje, pois ainda sustenta-se um raciocínio de muitos que insistem em ver essas populações
como “preguiçosas” e “atrasadas”. (Leitura de texto – páginas 50 e 51).
7. Os Tupinambá e o canibalismo
→ Um ritual de guerra
− A antropofagia entre os Tupinambá era um ritual regido por regras rígidas:
• Normalmente um prisioneiro era mantido como escravo durante meses na aldeia, onde uma esposa lhe era atribuída e ele
esperava pelo dia em que seria morto e comido.
− Visão etnocêntrica
• O canibalismo acabou fornecendo aos europeus um motivo para ostentar uma superioridade moral que na realidade não
possuíam.
└ O frâncês Nicholas de Villegaignon, escrevendo ao teólogo protestante Calvino em Genebra, assim condenou os nativos e os
seus costumes:
“É um povo selvagem e feroz, que não nutre nenhuma noção de cortesia e humanidade. As vezes me pergunto se não caímos no
meio de feras disfarçadas de aspecto humano”.
• A prática do canibalismo virou um pretexto com o qual os europeus justificaram a invasão das terras indígenas, sua
exploração, sua escravidão e até seu extermínio. (Leitura de texto página 58 e 59)
“Pois eles não acreditam em nada. São como uma folha em branco na qual podemos escrever o que quisermos”.
└Com o passar do tempo essa falsa impressão foi desmentida pela experiência.
→ Concentração e catequese
− Os indígenas possuíam seus próprios interesses para procurar a proximidade dos jesuítas – motivos que, muitas vezes, pouco
tinha a ver com a religião.
• O mais forte deles era a proteção que os religiosos ofereciam contra a violência de colonos e soldados.
└ Mas ao decidirem que para serem convertidos, os nativos deveriam ser concentrados e isolodos em missões, os jesuítas
convenceram-se de que a violência era um recurso legítimo para conseguir esse objetivo - devido as campanhas violentas
empreendidas pelo governador Men de Sá, novos contingentes foram para as aldeias e missões sob controle dos jesuítas.
“Talvez eles sejam convertidos mais rapidamente pelo medo do que o pelo amor”
(Padre Manoel da Nóbrega)
“Pensamos agora que os portões estão abertos para a convenção dos gentios dessa terra, se o Senhor Deus providenciasse para
que fossem postos sob o jugo. Pois para essa gente não existe melhor pregação do que a espada e o açoite. Aqui mais do que
qualquer outro lugar é preciso forçá-los a vir até nós”.
(Padre José de Anchieta)
− As missões implicavam numa profunda transformação de seu modo de vida – processo conhecido pelo nome de reduções.
• Até então caçadores e agricultores seminômades – passaram a trabalhar em fazendas onde deveriam dedicar-se à agricultura
e à criação de gado.
• A amplidão da floresta era trocada pelos limites estreitos das missões, cercados por propriedades de colonos nem sempre
amistosos.
• Deixava de existir a noção de terra como um bem coletivo.
• Sobre a tutela dos religiosos deveriam deixar os ritos e cerimônias praticados a gerações.
“Homens sem terra para terra sem homens” - General Emílio Garrastazu Médici.
• Estimava-se que terras de 29 grupos indígenas seriam atingidas pelo traçado da estrada.
└O Ministro do Interior, o também general Costa Cavalcânti, declarou:
“Tomaremos todo o cuidado com os índios, mas não deixaremos que eles travem o progresso”.
• As consequências trazidas por essas estradas se revelaram fatais para muitos povos indígenas.
└ Povos que viviam até então em isolamento que desse contato resultaram em graves problemas sociais e sanitários até
episódios de violência, com o extermínio de aldeias inteiras.
└ Os indígenas passaram a ser vistos como um estorvo, um obstáculo por esses invasores – Entre o final dos anos 1950 e início
dos anos 1960, expedições a serviço desses empreendimentos econômicos foram organizadas para “limpar” esses territórios, ou
seja, assassinar ou expulsar os indígenas.
L A maioria desses atos ficaram impunes – mas pelo menos um deles foi denunciado – o Massacre do Paralelo 11. (Leitura
página 90).
• A situação agravou-se quando satélites detectara a existência ali de importantes jazidas de minerais – uma invasão de
garimpeiros na região transformou-se em uma verdadeira corrida do ouro no fim dos anos 1980.
└ O número de garimpeiros chegou a 49 mil, o quíntuplo da população indígena - Esses contatos acarretaram em surtos de
doenças letais entre os Yanomami, como a epidemia de sarampo registrada em 1978, que matou aproximadamente metade da
população de certas aldeias.
→ Grupos isolados
− Alguns povos indígenas optaram pelo não contato com outras culturas não indígenas – devido a violências sofridas por eles.
• No passado, os sertanistas da Funai procuravam sistematicamente fazer contato com esses grupos – contudo, a experiência
demonstrou que o isolamento é a mais prudente para povos que desejavam conservar sua identidade, seu modo de ser e até
mesmo suas vidas. (Leitura de texto – página 91)
“Saímos do lugar de ‘atraso’ para o lugar do ‘moderno’ – tudo em apenas uma década!”
líder indígena Ailton Krenak.
− Recentemente muitos passaram a observar os conhecimentos tradicionais indígenas – longe de serem o símbolo do maior
“atraso” – revelam-se como uma referência, uma ponte, para o que pode haver de mais “moderno”.
• Atividades econômicas que não tenham uma atitude predatória em relação ao meio ambiente.
• Estudos mostram que as terras indígenas demarcadas funcionam como um importante anteparo frente ao avanço do
desmatamento e da ocorrência de queimadas.
└ A maior parte dessas terras indígenas se concentra na Amazônia Legal ( Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Amapá,
Tocantins, Mato Grosso e parte do Maranhão) – onde vivem 170 povos indígenas, abrangendo cerca de 260 mil pessoas.
└Essas terras abrange cerca de 21% dessa região e tem um papel fundamental na conservação da biodiversidade da Amazônia.
− Apesar de uma prática sustentável, os índios ainda sofrem com o cerco de práticas predatórias como de empresas madereiras
que vem avançando de forma agressiva sobre suas terras.