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SÉRGIO VAZ
http://leandromeost.blogspot.com.br/2013/11/
analise-critica-da-obra-oracao-dos.html
com adaptações
“GREGÓRIO DE MATOS – POEMAS
SELECIONADOS”
No final do século XVII, Portugal estava em
decadência, sendo que o sistema escravocrata
não conseguia mais sustentar a economia da
Metrópole. Assim, Portugal impunha ao Brasil
uma série de restrições comerciais a fim de
conseguir vantagens. Por conta disso, os senhores
do engenho e proprietários rurais brasileiros
passaram a enfrentar uma forte crise econômica.
Em contrapartida à crise do mercado de escravos
e do engenho de açúcar, surge uma rica burguesia
composta por imigrantes vindos de Portugal e
que comandavam o comércio na colônia. Essa rica
burguesia dominou também o mercado de crédito
e outros contratos reais. Por conta do monopólio
gerado pelos imigrantes, agravou-se a crise dos
proprietários rurais brasileiros e a hostilidade
entre esses dois grupos foi crescendo ao longo
dos anos.
Gregório de Matos, filho de senhor de engenho
e bacharel em Direito, encontra-se em uma posição
central neste cenário, tendo condições de pensar
e analisar seu momento histórico sob diversas
perspectivas. Gregório de Matos, apesar de ter
tido diversos cargos de poder, resolve desligar-
se de tudo e viver à margem da sociedade como
um poeta itinerante, percorrendo o recôncavo
baiano e frequentando festas e rodas boemias.
Porém, mesmo distanciado da sociedade hipócrita
a qual ele condena, ele também se insere nela,
pois Gregório ainda depende da nobreza e vive
à custa de favores deles. Ao mesmo tempo, ele
encara o papel do portador de uma “voz crítica”
sobre essa mesma sociedade na qual ele se insere.
Conforme explica José Wisnik, o poema
satírico de Gregório de Matos é marcado por essa
“briga” entre uma sociedade “normal” – que é a do
homem bem nascido” – e outra “absurda” – que é
composta por pessoas oportunistas, mas que estão
instaurados no poder. Porém, no caso de Gregório
de Matos a “sociedade absurda” é real, pois é a
Bahia onde ele vive; e a sociedade considerada
“normal”, que é a dos homens bem nascidos e
cultos, é absurda perante a realidade baiana. Assim,
ambas são consideradas absurdas uma perante
a outra. Esse impasse é o da realidade histórica
desse momento, coexistindo em um mesmo locas
duas Bahia: uma “normal”, que é vista com ar
nostálgico, e outra “absurda” e amaldiçoada.
POEMAS RELIGIOSOS
Ao braço do menino Jesus
Ao dia do Juízo
O poeta na última hora da sua vida
Inquietação salvacionista
A Jesus Cristo
Atos de arrependimento e suspiros de amor
A inconstância dos bens do mundo
A Maria Santíssima
POEMAS LÍRICOS
Formosura de D. Ângela
Expressão do silêncio do poeta
Labirinto de suas desconfianças
Impaciência do poeta
Envolver-se na confusão dos néscios para
passar melhor a vida
O poeta muda o soneto pela terceira vez
Expressão de amor, mandando perguntar como
passava
Desenganos da vida humana metaforicamente
Declara-se temendo perder por ousado
Chora o poeta por perdidas esperanças de
conseguir Ângela como esposa
Incentivo para recordar os males no fluxo e
refluxo da maré
A uma saudade
Pintura admirável de uma beleza
Resposta a um amigo em matéria amorosa
POEMAS SATÍRICOS
O poeta descreve a Bahia
Conselho para quem quiser viver na Bahia
estimado e procurado por todos
Queixa da plebe ignorante e perseguidora das
virtudes
Conselhos a qualquer tolo para parecer fidalgo,
rico e discreto
Benze-se o poeta de várias ações que observa na
sua pátria
À Bahia
Sátira a um desembargador que prendeu um
inocente e soltou um ladrão
Respostas a um amigo com novidades de Lisboa
em 1658
POESIA LÍRICA
DESENGANOS DA VIDA HUMANA,
METAFORICAMENTE
POESIA RELIGIOSA
“A JESUS CRISTO NOSSO SENHOR”
ANÁLISE
POESIA SATÍRICA
A CIDADE DA BAHIA
ANÁLISE
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com adaptações
GIL VICENTE
Pouco se sabe sobre Gil Vicente: nasceu por volta
de 1465; encenou sua primeira peça, O Monólogo
do Vaqueiro ou, Auto de Visitação, em 1502. Suas
encenações alcançaram largo sucesso na corte
e são referidas por vários contemporâneos do
dramaturgo. Sua última peça, Floresta de Enganos,
foi encenada em 1536 e, posteriormente, a essa
data, nada mais se sabe de se autor. Supõe-se
que tenha morrido em 1537, mas não há provas
documentais.
Um de seus filhos, Luís Vicente, Copilaçam de
Todalas Obras de Gil Vicente, com muitas falhas
e omissões.
AS FARSAS
Retratam os tipos humanos e sociais, por meio
da exploração de efeitos cômicos, da caricatura e
do exagero. A farsa gilvicentina é uma poderosa
arma de combate a serviço dos valores morais que
defende. Por meio do riso, desnudam-se as mazelas
da sociedade pré-renascentista. Aproximam-se do
lema das comédias latinas de Plauto e Terêncio:
“Ridendo castigat mores” (Rindo, corrigem-se os
costumes).
O VELHO DA HORTA
Os protagonistas desta farsa são: um velho
muito rico e galanteador; uma moça bela, de
origem humilde, mas dotada de realismo sábio
das pessoas simples; a alcoviteira Branca Gil,
oportunista e inescrupulosa. O tema central é o amor
serôdio (tardio, extemporâneo), as consequências
desastrosas desse amor e o patético e ridículo do
assédio de um velho, que se julga irresistível, a
uma jovem esperta e prudente.
A ação inicia-se quando a Moça vai à horta
do Velho buscar hortaliças, e esse apaixona-se
perdidamente por ela. No diálogo entre ambos, no
início, estabelecem-se dois planos de linguagem:
A linguagem galanteadora do Velho,
estereotipada, repleta dos lugares comuns da poesia
palaciana do Cancioneiro Geral, cujo artificialismo
Gil Vicente parodia ironicamente, e a linguagem
zombeteira e às vezes mordaz da Moça, que não
se deixa enganar pelas palavras encantadoras do
pretendente e não se sente atraída nem por ele,
nem por sua fortuna, nem por sua lábia cortesã.
Suas duas visões opostas da realidade: a visão
idealizadora do Velho apaixonado e a visão realista
da Moça.
Uma alcoviteira, Branca Gil, promete ao
Velho a posse da jovem amada e, com isso, vai
extorquindo todo o seu dinheiro. Na cena final, o
Velho desenganado, só, e reduzido à pobreza, pois
gastara tudo o que tinha, deixando ao desamparo
as suas quatro filhas, reconhece o seu engano e
se arrepende. A Alcoviteira é açoitada, e a Moça
casa-se honestamente com um belo rapaz.
Estrutura da obra
Quatro versos em redondilhas maiores e um
quinto verso com três sílabas métricas. Os conceitos
formulados pelo Velho acerca da natureza do amor
são do formulário lírico dos poetas quinhentistas
(Petrarca). A interlocução do Velho apaixonado,
contagiado pelo gosto das antíteses e pelo conceito
do conflito entre a razão e o sentimento amoroso:
“que morrer é acabar
e amor não tem saída”
Temática
O tema central é o amor tardio, extemporâneo,
as consequências desastrosas desse amor e o
patético e ridículo do assédio de um velho, que se
julga irresistível, a uma jovem esperta e prudente.
Personagens
Parvo – criado do Velho com pouca cultura,
limitando-se a chamar-lhe às realidades primárias
da vida (o comer) incapaz de compreender grandes
dramas.
Alcoviteira – figura pitoresca da baixa sociedade
peninsular astuciosa e mistificadora, cuja moral
independe de todas as leis da sensibilidade.
Alcaide – antigo oficial de Justiça.
Beleguins – agentes de polícia.
Mocinha – personagem que vai até a horta
comprar.
Mulher – espera do Velho.
Velho – idoso, proprietário de uma horta,
apaixona-se subitamente por uma jovem
compradora.
Moça – rapariga com certa experiência, já
balzaquiana, com resposta ao pé da letra, confiante
em si mesmo, disposta a zombar de um velho
inofensivo, sem quebra da sua dignidade pessoal.