Instituição / Curso / Turno: UNIFACISA / Psicologia / Matutino

Disciplina: Interpretação e Produção Textual

Professora: Fabrícia Silva Dantas
Alunos / R.A.: Maryslane Santos / 2121010035 e Nicole Montero / 2121020031
Atividade: Produção de resenha do capítulo 4 do livro Construindo a Psicologia
Brasileira: Desafios da Ciência, de Oswaldo Yamamoto e Valdiney Veloso.

PSICOLOGIA NO ÂMBITO EDUCACIONAL:

Necessidade de Todos, Privilégio para Poucos

Maryslane Santos e Nicole Monteiro

UNIFACISA Centro Universitário

MALUF, Maria Regina. Psicologia Escolar: reafirmando uma nova formação e atuação profissional. In:
YAMAMOTO, Oswaldo H. e VELOSO, Valdiney. Construindo a Psicologia Brasileira: Desafios da
Ciência. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2013. p. 121 a 135.
Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1pASbFoHBexMBwYgCLvCU-7imTEkq7_VI/view
Acesso em: 05 de novembro de 2021.

O contexto histórico do Brasil, em que a Psicologia inicia o seu desenvolvimento, distorce

sua essência e a transforma em objeto de manipulação do capitalismo. Diante desse
cenário, Yamamoto e Veloso escreveram a obra “Construindo a Psicologia Brasileira:
Desafios da Ciência”, relatando a dificuldade do reconhecimento da Psicologia como
ciência.
Dessa forma, o capítulo 4 é dedicado ao processo evolutivo da Psicologia Escolar, que
dentro do contexto político Brasileiro na década de 70, sofreu com o processo de
redemocratização e o crescimento das indústrias. Com um aspecto analitico, com base
histórica, os autores constituem um paralelo entre o contexto em que os Psicólogos foram
inseridos nas instituições educacionais, e a grande deficiência dessa atuação no âmbito
educacional.
 Inicialmente, para que seja possível uma análise correta do cenário da Psicologia nas
escolas atualmente, o texto enfatiza a desigualdade vivida em nossa sociedade. Explicam,
portanto, o contexto em que surgiu essa pluralidade no ensino Brasileiro, e são incisivos em
afirmar que esse contraste foi manipulado para o aumento da mão de obra barata, e
consequentemente o crescimento dos lucros da burguesia.
Ademais, criticam de forma acentuada os profissionais dessa época, pois estes, utilizaram
de técnicas sem fundamento e baseados nos conhecimentos do senso comum, para
analisar os alunos de forma excludente e preconceituosa. Nesse aspecto, a principal função
dos Psicólogos empregados nas instituições, era a recuperação dos estudantes
denominados como “fracassados”. Para esses, não é relevante os motivos que ocasionaram
as dificuldades na aprendizagem, somente era importante solucionar os problemas daquele
jovem, sem levar em consideração as reais raízes de suas dificuldades.
Portanto, desaprovam de maneira assertiva, a conjuntura desses Psicólogos, e introduzem
objetivamente, um dos reais motivos dessa área ser desvalorizada e como os primeiros
profissionais introduzidos nas escolas, geram uma imagem negativa até os dias atuais.
As instituições educacionais, assim como todas as instituições de nossa sociedade, sofrem
com a desigualdade econômica vivida. Yamamoto e Veloso destacam esse aspecto nas
escolas e citam a importância do Psicólogo nesse cenário plural. Como exemplo, citam a
evasão escolar por trabalho infantil. Nas escolas públicas, infelizmente, é natural que o
jovem escolha permanecer no trabalho e abra mão de seus estudos.
Posto isso, é possível compreendermos que existe uma enorme disparidade entre
instituições de ensino público e de ensino particular. A falta de recursos governamentais
para a população, reflete em diversos aspectos na sociedade, dentre esses, a área
educacional - que sofre com a ausência de infraestrutura. Assim, não é possível acolher
devidamente os jovens e adolescentes da classe média e pobre.
Entretanto, ainda que os autores tenham feito um ótimo paralelo entre as raízes
introdutórias da psico escolar no brasil e os aspectos dessa área nos dias atuais, é notável
que foram incisivos em expor as desigualdades econômicas. Porém, no contexto
educacional, esse capítulo carece de outros exemplos de obstáculos vividos por esses
profissionais. Tendo em vista que, vários jovens convivem diariamente com suas diferenças,
não só o aspecto financeiro destaca-se na abordagem do psicólogo escolar, como também -
a diversidade cultural, os problemas familiares e a violência virtual, dentre tantos outros
problemas da vida de um estudante, que pode refletir diretamente em seu desempenho
escolar.
 Por fim, nesse capítulo, os autores relacionam de maneira clara, que o processo ditatorial
vivido em nosso país, e o desenvolvimento do modo de produção capitalista, reflete
diretamente na educação - principalmente no crescimento do trabalho infantil. Criticam
ainda, a forma como o método de Psicologia científica moderna, e a sua metodologia de
querer enquadrar todos os pacientes em somente um diagnóstico.
Em síntese, no processo evolutivo dessa área Psíquica, os autores destacam a
importância em compartilhar os conhecimentos obtidos nas experiências, para que esse
desenvolvimento seja contínuo e capaz de acompanhar a evolução humana, suprimindo
assim as demandas em consequência desse processo progresso.
Nessa perspectiva, recomendo essa leitura para os estudantes de Psicologia, pois é
necessário compreender como todo o nosso contexto histórico influencia em nossa
sociedade, e principalmente no cenário da Psicologia.