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PSICOFARMACOLOGIA

Aula 1

Origem do sistema nervoso:

• 3 semana de desenvolvimento embrionário


• Gastrulação: ectoderme, mesoderme, endoderme
• Placa Neuronal
• Suco e Goteira Neural
• Crista Neural
• Fusão dos Lábios da Goteira Neural
• Tubo Neural: Sistema Nervoso Central
• Crista Neural: Sistema Nervoso Periférico

Tubo Neural:

Dilatações do Tubo Neural:

• Cranial – Arquencéfalo
• Caudal – Medula

Flexões do Tubo Neural:

• Flexão Cefálica
• Flexão Cervical
• Flexão Pôntica

Cavidades do Tubo Neural:

• Telencéfalo – Ventrículos Laterais


• Diencéfalo – III Ventrículo
• Mesencéfalo – Aqueduto de Sylvius
• Rombencéfalo – IV Ventrículo
• Medula Espinhal – Canal Central da Medula

Organização do Sistema Nervoso Central:


Telencéfalo:

Lobo Frontal

Área Motora – Lobo Frontal

• Hemiplegia
• Hemiparesia contralateral

Área de Broca – Lobo Frontal


• Afasia motora de Broca
• Uma pergunta de cada vez
• Dar tempo para encontrar as palavras
• Ter paciência e encorajar

Córtex Pré Frontal – Lobo Frontal

• Funções executivas
• Construção da personalidade
• Capacidade de projeção de ações futuras
• Formulação de juízos de valor
• Atenção, Iniciativa e Inibição

Síndrome fronto-orbitário: desinibição, moria (euforia superficial), anosmia, atrofia


óptica homolateral

Síndrome da convexidade: alteração da personalidade, alteração da capacidade de


julgamento, distractilidade, preserveração, abulia, paratonia, reflexos primitivos.

Síndrome para-sagital: diminuição iniciativa motora e verbal (mutismo acinético),


parésia crural, apraxia da marcha/paraparésia, incontinência urinária e fecal)

Área oculo motora frontal- Lobo Frontal

Movimento voluntário de pesquisa ocular


Lobo Parietal

Área Somatostésica:

• É responsável pela sensibilidade geral do corpo. Recebe impulsos nervosos


provenientes do tálamo relacionados com dor, temperatura, tato, pressão e
propriocepção consciente da metade oposta do corpo

Homúnculos:

• É a representação motora e sensorial tátil do corpo, que se distribui ao longo das


áreas centrais do córtex cerebral. O homúnculo (homem pequeno) é uma
representação distorcida do corpo, onde determinadas áreas recebem mais
inervação (como é o caso da face e da mão nos humanos) de acordo com a sua
importância e necessidade de previsão de movimentos e sensações.
• Comparamos a parte da circuição frontal ascende (esquerda) que é mais anterior
pertence ao lobo frontal e a circuição parietal ascendente que é posterior e
pertence ao lobo parietal.
• Apesar de serem semelhantes tem algumas diferenças, um refere-se à marte
motora outra à parte sensorial.
• No motor existem estruturas que necessitam de um espaço cortical superior,
portanto representam a necessidade de termos mais corpos celulares que gerem
essa parte do movimento. Enquanto na parte sensorial temos algo semelhante
mas que remete para a concentração de corpos celulares que recebem a
informação sensitiva (os lábios são uma parte muito sensível) Na parte do tronco
já não somos tão sensíveis
• As regiões do corpo mais sensíveis ao toque requerem um número
desproporcional de células nervosas no centro de sensações do cérebro para
processar o estímulo.
• Imaginemos que temos um AVC que apanha ambas as áreas, a pessoa vai ficar
afetada a nível motor e sensorial

Lobo temporal

Área auditiva- lobo temporal: localiza-se de lado e se desviarmos este sulco (roxo)
lá dentro vermos o córtex auditivo tanto primário como secundário

Área de Wernicke (outra área da linguahem): hemisfério


dominante

Está relacionada com a perceção da linguagem, que perante


um AVC condiciona uma Afasia diferente das motoras ou
de Broca.

A parte auditivo comunica com a área de Wernicke para eu compreender o que essa
linguagem significa e não são só sons, depois permite-me elaborar uma resposta (córtex
pré-frontal) mas depois há uma comunicação entre a área de Wernicke e a de Broca,
sendo que é a de Broca que me vai permitir exprimir e articular. Depois a área de Broca
comunica com a zona primária da parte ligada á produção de motricidade.

Afasias: anatomia na linguagem

• A afasia é uma perturbação da comunicação decorrente do


comprometimento adquirido das modalidades de linguagem. As pessoas que
sofrem desta doença podem ter dificuldades em se expressar, ou em
compreender o que os outros dizem ou até mesmo a ler e a escrever, pode
ainda dificultar a compreensão e ou usar gestos.

Existem 2 Tipos de Afasia: sempre no hemisfério dominante (áreas da linguagem)

• Wernicke (receptiva): tem haver com a comunicação as pessoas têm


dificuldade em compreender a linguagem e a escrita (salada de palavras).
Costumam falar fluentemente e com um ritmo natural, mas as frases saem
formuladas com palavras confusas. Podem não se aperceber que estão
falando sem sentido, consequentemente escrevem como falam, de forma
fluente, mas incompreensível. É um AVC que ocorre no hemisfério
dominante.
• Broca (expressiva): as pessoas conseguem geralmente entender o
significado das palavras e saber como é que elas desejam que se responda.
No entanto, irão sentir dificuldades em encontrar as palavras ao falarem.
Articulam as palavras lentamente e com grande esforço, às vezes
interrompidas por imperfeições. Sentem dificuldade em repetir frases.
Podem sentir dificuldade em escrever palavras.
Hipocampo- Lobo temporal

Influência da parte olfativa, esta parte é infra lobo


frontal mas tem povoações com a parte do
hipocampo é por isso que as memórias olfativas
são áreas muito primárias, despertam logo
memórias, porque se correlacionam com os
caminhos olfativos.

Junção Temporo-Parietal:

• É uma área que tem como funções a perceção espacial, a relação entre os
objetos, a proximidade, o espaço extra pessoal.
• Vamos ter aqui a área visual no córtex occipital e temos aqui a parte mais
sensitiva e sensorial no parietal

Lesões nesta área:

• Desorientações espacial generalizada


• Síndrome de negligência: é a negligência para a metade do campo visual ou
campo de funcionamento, a pessoa ignora metade do seu campo, até nos seus
autocuidados. (a pessoa só penteia metade do cabelo, só veste metade da roupa,
só pinta metade de um desenho) isto acontece quando existe uma lesão nesta
área no hemisfério não dominante (não tem perceção da outra metade)

Lobo Occipital

Contém a área visual e o campo ocular occipital (movimento involuntário quando


ocorre algo no nosso campo visual e nos reagimos de forma involuntária) faz contrate
com o campo ocular frontal (movimento de perseguição voluntária)

Lobo da insula

É ainda muito desconhecido, e que tem funções por descobrir, pensa-se que tenha
influência na área vegetativa e que pode contribuir para outras áreas.
Lobo do corpo caloso

É constituído por uma única circundução, é pequeno e


apenas tem uma estrutura e vai fazer parte do sistema
límbico

Dominância Cerebral: o que define o hemisfério


dominante é a presença das áreas da linguagem.

• É um processo progressivo de dominância cerebral que só está concluído por


volta dos 10 anos de idade.
• Na grande maioria da população existe uma dominância esquerda
• As pessoas que não são destras, que tem uma dominância motora do EMI corpo
esquerdo tem na mesma uma maior proporção de ter dominância esquerda no
hemisfério cerebral mas esta proporção é menor se formos esquerdinos, ou seja,
na população em geral cerca de 90% utilizar a mão direita como preferencial
esta proporção é maior, se formos esquerdinos esta proporção continua a ser a
maioria mas é mais pequena.
• Hemisfério dominante: é o mais analítico, aqui falamos da escrita, da fala, da
perceção da linguagem e do cálculo
• Hemisfério não dominante: é o mais integrador, aqui falamos da música, da
pintura, do reconhecimento facial e perceção espacial.

Substância Branca:

• A substância branca é responsável por transmitir a informação por todo o


sistema nervoso central. O nome que recebe deriva da cor que as bainhas de
mielina, de cor branca, conferem a essa substância. A mielina faz a informação
elétrica viajar rapidamente de um neurônio a outro, revestindo seus axônios.

Substância Cinzenta:

• É um importante componente do sistema nervoso central, consistindo de corpos


de células nervosas, células da glia, capilares, axônios e dendritos. A substância
cinzenta contém o corpo celular do neurônio, em contraste com a substância
branca, a qual não contém e, em sua maioria, contém tratos de axônios
mielíticos.
Hemibalismo:

• É uma perturbação caracterizada por a ocorrência de movimentos


involuntários e bruscos dos membros de um hemicorpo
• Podem resultar de um AVC que afete os núcleos da base
• Risco de vida por exaustão, nomeadamente os idosos

Ateose:

• Movimentos de contorção lentos e sinuosos nas extremidades (segmentos distais


dos membros)
• Devido à degenerescência ou lesão do Globus Pallidus

Sistema Límbico: Funções

• Integração de informações sensitivo-sensoriais com o estado psíquico interno


• Comportamento emocional (medo, raiva)
• Respostas viscerais
• Conversão de memória recente a memória a longo prazo
• Integração e efetividade das respostas homeostáticas

O sistema límbico é constituído por:

• Circunvolução do corpo caloso


• Circunvolução para hipocâmpica

Cortex Límbico: circunvolução do cíngulo + circunvolução para- hipocâmpica

• Perceção de sentimentos e emoções

Amígdala:

• Coordena a atividade do hipotálamo com estas áreas corticais


• Controlo emocional, relacionada com o centro do medo e impulso sexual

Hipotálamo:

• Controlo vegetativo tradução física dos estados emocionais


Hipocampo:

• Memória de longa duração


• Armazenamento de novas memórias
• Reconhecimento de objetos
• Representação espacial

Tronco cerebral:

• São estruturas filogenéticas responsáveis por funções


muito vitais como a formação reticular que atravessa
praticamente todo o ponto cerebral, que é responsável
pelo centro respiratório, portanto mantêm a
frequência respiratória. O centro vasomotor que é o que controla a frequência
cardíaca. O centro de vómito, quando alguns fármacos causam vomitam é
porque há uma estimulação do tronco cerebral e também a formação reticular
ascendente, SARA também controla parcialmente o sono e a vigília.
• Lesões numa área posterior do tronco cerebral metrem a pessoa em risco de
vida, um AVC nesta área pode ser fatal

Meninges e líquido cefalorraquidiano:

Nós temos líquido cefalorraquidiano em redor da estrutura do nosso cérebro. As


meninges é como se fosse uns folhetos, temos três camadas dura máter (mais espessa)
aracnoide e pia máter (muita junta ao sistema nervoso) sobre o nosso sistema nervoso

Cerebelo:

• é uma estrutura antiga, mas que dentro dela também se consegue ver estruturas
mais recentes. A zona do paleocerebelo é a que está mais perto do tronco
cerebral, depois a zona mais volumosa o neocerebelo e depois uma zona uma
antiga que é o arqueocerebelo (muito primitivo, tem haver com a manutenção do
equilíbrio).
• Lesões no cerebelo causam alterações em muita coisa (bebedeira):
sintomatologia homolateral, síndrome do vérmis (afeta a corrdenação muscular e
o equilíbrio) e a síndrome dos hemisférios.
Neurotransmissores:

Aula 2

Unidade funcional do Sistema Nervoso:

• Temos a componente mais somática do


corpo, o núcleo, e depois a direção do
impulso é do corpo para os axónios.
Portanto quando temos dois neurónios é
este o sentido. Temos neurónios compridos e os axónios são muito extensos
• Se fizermos um zoom na zona onde os neurónios quase se tocam (eles estão
muito próximos mas nunca chegam ao contacto físico direto), existe sempre uma
fenda e é nesse espaço que vamos ter a libertação dos neurotransmissores e estes
neurotransmissores são extremamente importantes porque são eles que fazem a
transmissão de informação neuronal.

Sinapse:

Vamos ter vesículas sinápticas, onde são armazenados os neurotransmissores antes de


serem libertados, vamos ter transportadores de neurotransmissores que podem estar a
recatar ou a transmitir neurotransmissores, vamos ter vesiculas sinápticas que se fundem
com a membrana celular do axónio e ao fundirem-se libertam os neurotransmissores
para a fenda sináptica, vamos ter recetores pré sinápticos (estamos a falar do neurónio
que vem antes do que vem a passar a msg). Temos também canais dependentes de
voltagem, onde vai ser a troca de ions, que faça com que existe uma componente mais
elétrica
Esta imagem tem a síntese de todos os neurotransmissores e que curiosamente alguns
neurotransmissores também são hormonas ao mesmo tempo, na verdade a principal
distinção do que é um neurotransmissor e uma hormona vai ser a forma como eles são
utilizados, se estivermos a falar de transmitir informação de um neurónio para outro,
estamos a falar de neurotransmissores, se estiver em circulação, a ser produzido por
uma glândula e entra em circulação sanguínea e vai ter efeito num local mais
distante vai ter a função de hormona, pode ser a mesma molécula, mas varia o nome
conforme a função que desempenha

Exemplos de hormonas e neurotransmissores:


• Adrenalina
• Sindrofinas
• Estamina

Importante: A hormona tem um impacto mais demorado, mas também mais durador
no tempo.

Sistema Nervoso Autónomo

Simpático VS Parassimpático

• A resposta parassimpática associada à


acetylcholine e o simpático associado
à adrenalina e neurodrenalina.
• O sistema nervoso simpático ao ser
estimulado consegue estimular a si
próprio (dai as respostas de
ansiedadeserem muito complicadas)
• A resposta do SN simpático está associada à dilatação das pupilas, este sistema
tem o efeito de “lutar ou fugir” e todas as funções que sejam uteis numa situação
de fuga ou de luta, ou seja ele redige o sangue para todas as áreas que são
importantes, vamos parar a digestão, vamos retirar o sangue da função
periférico, o sangue é readicionado para órgãos vitais, existe inibição de
salivação, ganhamos energia para conseguir dar resposta, ficamos mais alerta,
vemos melhor em ambientes escuros.
• O sistema nervoso parassimpático é pensar no oposto, está ligado a funções de
descansar. Portanto o parassimpático acalma o simpático

Funções Acetilcolina: associamos ao parassimpático (ACh)


• Autónomo (SN Parassimpático)
• Contração muscular – na placa motora
• Hipocampo (memória) – sistema nervoso central
A acetilcolina não é só um neurotransmissor periférico, não
é só do sistema nervoso parassimpático temos vias
colinérgicas também no sistema nervoso central.

Adrenalina / Epinefrina Noradrenalina / Norepinefrina está associado ao sistema


nervoso simpático. Em relação ao sistema nervoso central existem também vias muito
importantes da SARA

Não existe apenas noradrenalina em circulação e no sistema


nervoso simpático, também existem circuitos no sistema
nervoso central.

Dopamina:

• Prazer, recompensa e motivação, dependências


• Psicose
• Parkisonismo
• Sintomas (extra) piramidais
• Promove movimento
• Prolactina- a dopamina inibe a produção de prolactina (quando temos pouca
dopamina aumenta-se a dose e prolactina, aumento das glândulas mamárias,
produção de leite)

Serotonina (5-HTP)

• Felicidade
• Funções límbicas
• Food, tem haver com a parte da digestão
• Funções sexuais (quando se tomam fármacos que tem influência na redução de
serotonina irá ter impacto nas funções sexuais)
• Influência do sono
• Principal neurotransmissor ligado às obsessões

GABA (ác.gama amino butírico)

• É inibitório
• Frequentemente encontrado em interneurónios como regulador, imaginemos que
temos uma via e outra, e há uma comunicação entre os dois, uma via é inibitória
e vai inibir a segunda, quando está a meio de um ciclo inibe o outro que se segue
• Sedação e relaxamento
• Inversamente relacionado com ansiedade
• Controlo motor

Glutamato:

• Excitatório
• Neurotransmissor mais comum no cérebro
• Envolvido na criação de novas sinapses
• Aprendizagem e memória

Endorfinas e opióides:

• Excitação
• Exercício
• Euforia
• Atividade sexual
• Analgésico

Histamina:

• Inflamação
• Comichão (prurido)
• Vasodilatação (vermelhão)
• Secreção de ácido clorídrico
• Contração das vias respiratórias
• Ativação (a sua inibição pode dar sono)
• Nociceção (dor)
• Regulação da temperatura

Hormonas

Glândula pituitária (hipófise) vai ser a partir dela que são libertadas para a corrente
sanguínea que vão depois influenciar outras glândulas no sistema endócrino. Existem
mecanismos de feedbacks negativos quando há a libertação de hormonas finais há uma
comunicação final para as mandar parar de produzir, quando há excesso o próprio
sistema dá ordem para parar de produzir (hormona estimulante de tiroidea por exemplo)

Oxitocina:

• Parto: dilação cervical, contração uterina


• Lactação
• Reposta sexual humana
• Vinculação: comportamentos maternos e vínculos sociais e românticos
• Medula de medo e ansiedade (a presença de oxitocina reduz esses sentimentos)
• Efeito antidepressivo

Ciclo sono vigília:

• Comina na glândula venial, é importante porque a influencia da luz manda uma


mensagem ao supras mático e faz inibir a produção de melatonina (a luz
artificial não consegue ser distinguida pelo nosso cérebro)

Supra renal / Adrenal:

• Mineralocorticóides (cortisol)
• Glicocorticóides (aldosterona)
• Androgénios
• Espinefria/Adrenalina e Norepinefrina/Noradren

Nota: os neurotransmissores são mais rápidos mas as hormonas são mais duradoras no
tempo

Tiroide: Glândula que produz as hormonas tiroideas

• Pró metabolismo, promove o metabolismo


• Crescimento, maturação
• Regulação de temperatura

Quando há excesso de atividade ou uma diminuição de atividade

Excesso de hormonas tiroideias: hipertireoidismo (ansiedade)

• Pessoas ficam mais atividades e ansiosas


• Aumenta a frequência cardíaca
• Aumenta a taxa metabólica
• As pessoas perdem peso
• Podem ter tremores
• Podem ter diarreia
• Intolerantes ao calor
• Cabelo fino e seco

Diminuição de hormonas tiroideas: Hipotiroidismo (depressão)

• Apatia
• Estado mais parado
• Perda de apetite
• Obstipação
• Intolerância ao frio

Hormonas sexuais: Á semelhança de os outros este também tem uma relação entre a
parte neurológica e a parte endócrina. No caso do masculino para a produção de
testosterona e no caso feminino para a estrogénio.

Aula 3

História e Base da Psicofarmacologia

Psicofármaco: considerando que a psicofarmacologia é um estudo nestes pontos, seja


recente, mas as substâncias psicoativas já são relatadas à muito tempo atrás. (3000/4000
a.c)

• Estudo do efeito de fármacos na cognição, memória, humor, afetos e


comportamento.
• Substâncias psicoativas na história
Ópio: já é bastante antigo, ópio fumado e já foram travadas guerras devido a fármacos

• Inicial “medicação” inofensiva


• Tornada ilegal
• Século XIX
• Guerras de ópio
• Oriente vs ocidente

Psicofarmacologia antes da era da psicofarmacologia:

• A partir do século XIX “asilos” com restrição física


• Fármacos como contenção (não considerados terapêuticos)

Psicofarmacologia moderna:

• A partir dos anos 50do século XX


• Mas já no final do século XIX, a procura de tintas/ corantes tinha levado à
identificação de precursores de futuros fármacos
• Síntese do primeiro antipsicótico CLORPROMAZINA: terapêutico, foco no
tratamento, não apenas em mascarar os sintomas
• Comercializado a partir de 1954 nos EUA

CLORPROMAZINA: ansiedade, tensão, agitação, confusão, delírio, ou hostilidade,


ocorrendo em esquizofrênico, maníaco-depressivo, tóxico, ou estados funcionais

RESERPINA: efeitos tranquilizantes da molécula isolada nos anos 50

Outros fármacos: Em 1955 numa tentativa de replicar o sucesso da clorpromazina, surge


uma nova molécula: antidepressivos tricíclicos. Ajudaram a definir a entidade
nosológica: Depressão

Sedativos:

• 1950 estudos em animais de moléculas que se percebeu que causavam sedação –


meprobramato
• Estudos em humanos: diminuição de ansiedade e relaxe muscular
• Tranquilizante minor, indicado para ansiedade, tensão e stress mental
• Começaram a surgir relatos de potencial auditivo- dependências
• Surge uma nova classe: benzodiazepinas (diazepam): no fundo o que acontece é
que vamos ter sintomas na ausência da sua toma os sinais intensificados para os
quais este fármaco está destinado. Esta dependência dá dependência dos
sintomas que queremos tratar.
→ ansiedade
→ irritabilidade
→ pânico
→ dores musculares e contração muscular
→ náuseas
→ tremores
→ agitação
→ aumento da tensão arterial
→ alucinações
Entre outros sintomas

Psicofarmacologia em perspetiva: DEBATE

Psicoterapia psicodinâmica: que era o que vigurava nos anos 50, dominava o campo
da saude mental nos anos 50.

Psicofarmacologia: Um novo campo que procura de certa forma de definir clinicos do


patologico e do normal. Ajudou a conceptualizar algumas ideias patologicas como a
depressão, portanto isto levou a que se questionassem se a farmacologia surgiu como
uma alternativa ou como algo concomitante

➔ Antes dos anos 50 o tratamento da saude mental era muito ligado à revisão
psicodinamica, o tratamento estava mais ligado aos estados neuróticos, mais
depressivos, alterações da personalide não tanto aos diagnósticos psicoticos,
esses diagnosticos eram mais para contexto de asilos fora do contexto da cidade.
➔ Nos anos 50 surge o foco nesta evolução farmacologica
➔ 1952 surge o DSM – I
➔ Entre os anos 60-80 já existia a ideia que a farmacologia não era uma alterantiva
mais sim uma porta para novas formas de atuar
➔ Começa a surgir as neurociênciencias
➔ Passamos do modelo elétrico para o modelo eletroquímico
➔ Modelo Biopsicosocial
Nos anos 90-2000:

• 1988 lança-se a SSRI (prozac)


• Antipsicóticos atípicos – são recentes
• Em 2004 a FDA exigiu a presença de um aviso black box em todas as caixas
de antidepressicos por risco de suicídio dos jovens

Farmacogenomica: fazer-se uma avaliação ao código genético. Avalia-se a resposta e


efeitos secundários. Cada pessoa tem o seu metabolismo (é a imagem dos comprimidos,
nem todos precisamos da mesma dosagem)

Nanotecnologia:

• Alvos terapêuticos
• Transportadores
• Libertação controlada

Bases da (Psico) farmacologia

Psico (fármaco venenoso) + Logia (estudo) : químico exógeno que não é necessário ao
normal funcionamento celular, que induz alterações significativas na função de
determinadas células quando administrado em doses relativamente baixas.

Uma hormona mesmo que seja uma molécula igual a que temos internamente pode ser
um fármaco, se estiver a ser administrada por um químico exógeno mesmo que tenha a
mesma composição da nossa molécula exógena está de fora se não estivesse presente as
coisas estariam a funcionar de forma diferente e tem impacto no funcionamento

Psicofarmacologia: a parte mais psico tem haver com o predomínio destas substâncias
nas ações sobre o psiquismo, a nossa mente humana, pensamento, emoções,
comportamento, tudo o que interfira nestes campos são utilizados habitualmente em
psicopatologia, os sintomas ligados à saúde mental. Quando falamos de psicofármacos
podemos estar a falar também de substâncias psico ativas e tem haver com este impacto
no funcionamento.

Farmacocinética (cinética de movimento e farmacodinâmica):.A farmacocinética estuda


o que o organismo faz ao fármaco, estuda toda a influência do nosso corpo na
substância.
• Esta sigla ADME é uma sigla para sabermos por ordem os estudos da
farmacocinética
• Vamos estar atentos à absorção, como o fármaco entra no organismo
• Distribuição, como é que ele se espalha no organismo
• Como é que metabolizado
• E como é excreção, como sai do organismo

A farmacocinética acaba por depois ter correlações muito matemáticas, ou seja, é


possível fazer estudos de farmacocinética avaliando as concentrações dos fármacos na
corrente sanguínea e o impacto que determinada etapa tem nestas curvas (adme)

• Isto é uma única toma de fármaco que é administrado


por via oral (imaginemos), começa a sua absorção a
um certo ponto está a ser distribuído pelo organismo
todo, depois está a ser metabolizado e depois começa
a ser excretado.
• Define-se como fase de absorção antes de atingirmos
a concentração máxima e a fase de eliminação quando o fármaco está a
decrescer, mas na verdade começamos a ter eliminação a partir do momento que
o fármaco chega aos seus locais de eliminação. A absorção também pode ocorrer
nesta fase, mas na realidade está a ser mais eliminado do que absorvido. Não
acontece por etapas, o que interessa é o equilíbrio.

ABSORÇÃO

É influenciada por várias coisas, a partir do momento que é absorvida é influenciada por
aspetos como:

• Tipo de transporte
• Propriedades químicas do fármaco
• Ligação de proteínas
• Vias de administração
• Forma farmacêutica
• Concentração do fármaco
• Superfície de absorção
• Vascularização no local de administração
• Destruição do fármaco no local de administração

Vias de administração:

• Direta (intravenosa, vai diretamente para a corrente sanguínea, intramuscular e


subcutânea) a via intravenosa é a única que tem 100 % de biodisponibilidade
porque no 1º momento a biodisponibilidade tem haver com a percentagem do
fármaco que atinge a corrente sanguínea. Se nós estamos a dar um fármaco pela
intravenosa 100% do fármaco está a atingir a corrente sanguínea. Vai ter o seu
pico na administração, a mesma dose intravenosa não tem a mesma
correspondência se for de forma oral (a dose oral dura mais no tempo porque
tem a fase de absorção primeiro) enquanto a fase de absorção pela via
intravenosa é automática, começa logo a ser distribuído, começamos
imediatamente contabilizando assim que se dá a injeção esse fármaco está em
circulação no sangue.
• Indireta, através da pele, muscosas (oral, passa pelo intestino) e alvéolos. Nestes
casos a absorção não é feita de imediato
• Entérico: tudo o que passa pelo sistema gastro intestinal
• Parentérico: tudo o que ultrapassa o cabo do gastro intestinal (sangue, injeção
intramuscular, tudo o que não passe por este sistema)

Esta divisão é útil porque não fazemos bypass ao sistema gastro intestinal, por exemplo
a maioria das medicações que são de toma oral nós vamos poder ter o efeito de 1º
passagem no fígado que não acontece necessariamente quando o fármaco é feito por
uma via direta ou parentérico, esta passagem no fígado não acontece logo.

Formas Farmacêuticas também tem impacto na absorção:

Imaginemos a absorção de uma substância que é administrada por via oral pode ser
diferente consoante a composição do comprimido, existem comprimidos de libertação
imediata, comprimidos de libertação prolongada, outros desvezem-se na boca. Se a
forma farmacêutica for sólida ou liquida isto tem impacto na absorção pelas mucosas.
Se tivermos um fármaco que a cápsula é resistente significa que esse fármaco vai passar
pelo estomago, mas só no intestino é que começa a ser libertado (2º exemplo) portante o
seu início de absorção vai ter um atraso em relação a toma não começando a ter efeito
logo que é tomado. Depois podemos ter absorções de libertações prolongadas e formas
muito diferentes, a Ritalina por exemplo tem uma capsula sólida e podem fazer uma
absorção deste ritmo mais prolongado no tempo, mas tem efeito logo que entram no
organismo

DISTRIBUIÇÃO

Tem haver com o facto de o momento que começa a ser absorvido o fármaco também
começa a ser distribuído por vários compartimentos corporais, começa a ser absorvido
vai para a corrente sanguínea e começa a ser distribuído.

A Biodisponibilidade tem haver com a área de baixo da curva contemplando uma ideia
que seria máxima se a curva tocasse no eixo do Y como é o caso da intravenosa. A
biodisponibilidade se viesse de cima seria de 100%, significando que todo o fármaco
tinha chegado à corrente sanguínea.

Se nós tomarmos uma cápsula de 10 mg não


significa que o nosso corpo irá ter 10 mg no
corpo, enquanto se for por uma injeção iremos
ter a totalidade no corpo. O mesmo químico
teria diferentes biodisponibilidades (numa seria
total no caso da injeção, e noutra por exemplo seria de 60%)

• Se o fármaco se agarra ou não a proteínas


plasmáticas, caso se agarre (imagem da direita) a
sua biotransformação, a sua metabolização e
eliminação vai ser menor, vai estar mais agarrado e
vai permanecer mãos tempo em circulação. Se não
se agarrar o fármaco vai estar livre e atua mais nas
células e vai ter uma degradação maior.
• Os fármacos que se agarram as proteínas plasmáticas acabam por ter um efeito
mais prolongado no tempo e não tem o pico de ação tão rápido.
• Componentes também ligados à distribuição que são importantes, para que sítios
a medicação se vai distribuir, e numa fase inicial vai para tecidos que recebem
mais sangue, portanto o fármaco no sangue vai locais que recebem mais sangue,
como o coração, cérebro, rins serão os principais locais que vão no início.
• Depois disso existe uma redistribuição, o nosso corpo tenta manter a
homeostasia e os fármacos que inicialmente tinham uma maior concentração a
nível cerebral depois acabam por transmitir essas concentrações para as regiões
menos irrigadas (musculo esquelético), no caso do fármaco ser muito lipofílico
(consegue facilmente atravessar as barreiras, gostam de gordura), ter muita
afinidade para a parte das gorduras acaba por atravessar as barreiras e ficar
retidos no tecido gordo bastante tempo

A barreira Hemato encefálica impede a passagem de todos os constituintes do sangue de


forma indiferenciada, existe uma espécie de filtro e uma passagem de constituintes
químicos diferentes. Um fármaco lipofílico consegue ultrapassar a barreira, fármacos
hidrofílicos conseguem passar gradualmente, outras substâncias podem precisar de
proteínas transportadores ou recetores que depois são absorvidos e passam ou então
uma absorção de moléculas maiores do género da vesicula.

METABOLIZAÇÃO

• É a conversão de uma molécula ativa (imaginemos se estamos a dar um pró


fármaco tem de se transformar num fármaco) esse processo é através da
metabolização que ocorre, pode ser o causar do fim da ação de um fármaco, ou
seja, a transformação de um fármaco numa substância inativa. Metabolização é
transformar, é converter. Modificar, portanto, não é sinonimo de destruição, mas
é uma etapa que os fármacos necessitam antes da sua excreção.
• As metabolizações podem ser mediadas e potenciadas por enzimas,
principalmente as hepáticas (no fígado é o principal local de metabolização de
fármacos)
• Tem influência genética
• Competição entre fármacos, também com drogas e álcool (o álcool irá alterar a
metabolização dos fármacos)
• Mesmas as coisas naturas, como chás e sumos, podem e frequentemente
interferem com a metabolização dos fármacos porque mexem com as enzimas (o
sumo de toranja diminui as enzimas)
• A metabolização pode acontecer não só no rim

Metabolização por fases:

• Fase 1: está relacionada com o transformar as moléculas em determina forma


(oxidação, redução, hidrólise, metilação) algo tem que mudar
• Fase 2: é a fase que facilita a excreção porque faz com que o fármaco seja
conjugado com uma molécula orgânica (fezes) conjugação com a molécula de
forma que o fármaco seja excretado de uma forma natural (urina)

Efeito de 1º passagem: é algo que acontece nos fármacos que são administrados por via
entérica (via oral) que quando passam pelo sistema digestivo existe um certo ponto ao
qual a absorção que passa pelo fígado, portanto há uma primeira passagem de
metabolização no fígado (passagem hepática). Enquanto se entrasse logo na corrente
sanguínea não fazia esta passagem no fígado antes de entrar na corrente sanguínea. Em
suma, chama-se 1º passagem porque passa primeiro no fígado antes de entrar na
corrente sanguínea, embora passe pela corrente para chegar ao fígado.

Variações no metabolismo:

• Idade
• Sexo
• Fatores ambientais:
→ dieta e outros fármacos
→ tabagismo, alcoolismo
→ exposição ambiental ocupacional
• Doenças
• Fatores genéticos
→ polimorfismos – zonas especificas com determinas características, pequenos
grupos tem haver com o impacto no metabolismo.
→ níveis de expressão de enzimas, recetores (…..)
EXCREÇÃO

Será a parte final, ou seja, quando passa da nossa parte em circulação para o exterior do
nosso organismo. Este esquema representa a circulação dos tecidos, pode ser libertado
pela respiração (pulmões), pela lactação que é o impacto de fármacos que são
transmitidos na amamentação, suor, lágrimas, cabelo (veneno), a saliva (…)

Principais locais ligados à excreção: urina e fezes. Rins e fígado

Ciclo entero (rim)-hepático (fígado):

• Vai fazer com que fármacos que são


lipofílicos passem a ser hidrofílicos e
possam ser libertados pelo rim, ou então
que sejam excretados pela bílis caso não
seja possível esta alteração, ao serem excretados pela bílis voltam para o sistema
gastro intestinal, voltam ou passam caso não tenham estado lá sequer, uma parte
são excretados pelas fezes a outra parte são reabsorvidos novamente pelo fígado.
• Falamos essencialmente da excreção dos fármacos hidrofílicos que acabam por
fazer o resto do percurso, enquanto os lipofílicos são reabsorvidos passivamente
para a corrente sanguínea, atravessam as membranas voltam a entrar e precisam
da metabolização hepática para serem excretados de forma hidrofílica pelo rim
ou então vão para a bílis para serem excretados pelas fezes.

O tempo de semi-vida: é o tempo que demora um fármaco a reduzir a sua concentração


para metade. Quando falamos de um fármaco com tempo de vida longo é porque dura
muito tempo no nosso organismo, um fármaco com vida mais curta dura menos no
nosso organismo. Descontinuar um fármaco com uma semi vida longa tem menos
impacto, porque o fármaco é libertado aos poucos do que descontinuar um fármaco com
semi vida curta que desaparece mais rápido do nosso corpo.

Farmacodinâmica: é o que estuda o que o fármaco faz ao nosso organismo (à pessoa).

• Efeitos biológicos produzidos pelo fármaco


• Locais de ação (alvos) e mecanismos pelos quais o fármaco atua
• Fatores que influenciam a segurança e a eficácia de um fármaco
Atividade enzimática: é a conversão de uma molécula em outra, ou seja, um substrato
num produto. A enzima tem um local ativo no qual o substrato pode ligar-se
especificamente ocorrendo a transformação em produto.

Os inibidores enzimáticos irreversíveis são inibidores que ligam-se à enzima de forma


a que um substrato competidor não o consiga remover. A ligação é permanente e
irreversível.

O inibidor reversível pode ser desafiado por um substrato competidor para a mesma
enzima. A consequência de um substrato competir com sucesso pela reversão da
inibição enzimática é que o substrato desloca o inibidor e afasta-o.

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