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1 - A ÁRVORE DE HULUPU
Nos primeiros dias, quando tudo o que era necessário foi trazido à
existência
Nos primeiros dias, quando tudo o que era necessário foi alimentado
como devia
Quando o pão foi cozido nos templos desta terra
Quando o pão foi provado [por todos] nos lares desta terra
Quando o Firmamento se separou da Terra
E a Terra foi separada do Firmamento
E o nome do homem foi fixado
Quando o deus do Firmamento, Anu, carregou consigo os céus
E o deus do Ar, Enlil, carregou consigo a Terra,
Quando à Rainha das Grandes Profundezas,
Ereshkigal, foi dado o Mundo Subterrâneo
para seu reino
Então uma serpente, que não podia ser enganada por encantamentos ou
artes,
Fez seu ninho nas raízes da árvore de Hulupu.
O pássaro Anzu fez para si e seus filhotes um ninho nos galhos da
árvore sagrada,
E Lilith, a donzela rebelde e morena, fez do tronco da árvore de
Hulupu o seu lar.
Vendo todos eles tomarem conta da minha árvore,
Eu chorei, ah, como eu chorei!
Mas mesmo assim nenhum deles deixou a minha árvore.
(14 vezes Enki questionou seu servo Isimud. 14 vezes Isimud respondeu
dizendo:
- Meu rei deu-os todos para vossa filha, meu rei deu-os todos para
Inana).
Então Enki. Chamou seu servo Isimud uma segunda, uma terceira,
uma quarta, uma quinta e uma sexta vez, dizendo:
- Meu ministro {sukkal] Isimud....
- Meu rei Enki, estou aqui para servi-vos...
- Onde está a Nau dos Céus neste momento?
De cada vez, Isimud dá seis diferentes localizações para a
Nau dos Céus ao responder ao seu rei e senhor.
De cada vez, Enki dá a mesma resposta a Isimud:
- Então vá e mande monstros para capturar a Nau dos Céus!
Então Enki chamou seu servo Isimud pela última vez, dizendo:
- Meu ministro {sukkal] Isimud....
- Meu rei Enki, estou aqui para servi-vos...
- Onde se encontra agora a Nau dos Céus?
- A Nau dos Céus está no Branco Cais.
- Vamos! A senhora está fazendo maravilhas lá!
A Rainha está fazendo maravilhas no Branco Cais
Inana está fazendo maravilhas no Branco Cais
Pois a Nau dos Céus está em Uruk!
Dumuzi cantou:
- Ah, senhora, teu seio é o teu campo
Inana, teu seio é teu campo
Teu campo amplo derrama plantas
Teu campo amplo derrama cereais
As águas circulam altas para teu servo
Derrama-a para mim, Inana,
Eu beberei tudo o que me ofereceres!
Inana cantou:
- Faz teu leite doce e espesso, meu noivo.
Meu pastor, eu beberei teu leite fresco.
Touro selvage, Dumuzi, faz teu leite doce e espesso
E eu beberei teu leite fresco.
Que o leite de cabra corra nos meus rebanhos
Encha meus baldes com queijo doce
Senhor Dumuzi, eu beberei teu leite fresco.
Dumuzi falou:
- Minha irmã, eu gostaria de ir contigo ao meu jardim
Inana, eu gostaria de ir contigo ao meu jardim
Eu gostaria de ir contigo ao meu pomar
Ei gpstaroa de or contigo até a minha macieira
E lá eu gostaria de plantar a doce semente coberta de mel.
Inana falou:
- Ele me levou ao seu jardim
Meu irmão, Dumuzi, me levou para seu jardim
Eu passeei com ele entre as árvores viçosas
Eu fiquei ao seu lado entre as árvores caídas
Junto à macieira, eu me ajoelhei, como de costume
Inana cantou:
- Ontem à noite, quando eu, a rainha estava radiante
Ontem à noite, quando eu, a Rainha dos Céus, estava radiante,
Quando eu estava radiante e dançando
Cantando à chegada da noite...
Ela chamou pelo leito, ela chamou pelo leito, ela chamou pelo leito!
Ela chamou pelo leito que alegra o coração
Ela chamou pelo leito que adoça os quadris
Ela chamou pelo leito que faz reis
Ela chamou pelo leito que faz rainhas
Ela chamou pelo leito:
- Que o leito que alegra o coração seja preparado!
Que o leito que adoça os quadris seja preparado
Que o leito que faz reis seja preparado
Que o leito que faz rainhas seja preparado!
Que o leito real seja preparado!
Inana estendeu o lençol de noivado por sobre o leito
Ela chamou pelo rei:
- O leito está pronto!
Ela chamou por seu noivo:
- Meu noivo, o leito está esperando!
Ele pôz a sua mão na mão dela
Ele pôz a sua mão no coração de Inana
Doce é o adormecer de mãos dadas
Mais doce ainda é o adormecer de corações se tocando.