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1 Introdução
A teoria moderna da gravitação surgiu no ano de 1916 proposta por Albert
Einstein e é conhecida como Relatividade Geral (RG), pois amplia a teoria de
1905, a Relatividade Restrita (RR). A RR é uma teoria de espaço-tempo desen-
volvida para acomodar a Teoria Eletromagnética, representada pelas Equações
de Maxwell, e a cinemática newtoniana representada pela Lei de Composição
de Velocidades de Galileu. A RR é fundamentada sobre os seguintes postulados
[1]:
921, 1905.
1
colorários mais importantes da RR: a dilatação do tempo, a contração do espaço
e a equivalência massa-energia.
2
estrelas fixas é esse referencial privilegiado. A formulação desse princı́pio é
estritamente filosófica não havendo portanto uma matematização. Por outro
lado, uma aplicação simplista do Princı́pio de Mach eleva todos os referenciais ao
mesmo patamar então as leis fı́sicas devem ser escritas de maneira que qualquer
um deles seja capaz de detectá-las na natureza. Aqui nos aproximamos do
Princı́pio Geral de Covariância o que nos leva naturalmente a trabalhar no
formalismo tensorial para escrever as leis fı́sica como descrito na próxima seção.
O outro pilar da RG é chamado Princı́pio da Equilavência. A representação
usual desse princı́pio é o “Gedankenexperiment”3 onde um indivı́duo dentro
de um elevador não consegue ver o que se passa no seu exterior e realiza ex-
perimentos fı́sicos. Se o elevador está parado sobre a superfı́cie da Terra ou
se está muito distante de qualquer campo gravitacional, porém acelerado, não
há como distinguir com experimentos de mecânica as duas situações (Princı́pio
da Equivalência Fraco). Podemos impor o Princı́pio de Equivalência também
á experimentos ópticos. Se um feixe de luz é emitido perpendicularmente à
direção da aceleração do elevador então ele se curva uma vez que não atinge a
parede oposta no ponto colinear com o emissor. Se isso ocorre num elevador
acelerado, então isso deve ocorrer num campo gravitacional (Princı́pio Forte de
equivalência, pois é estendido à toda as leis fı́sicas). Pelo Princı́pio de Fermat4
então a menor distância entre dois pontos num campo gravitacional não é uma
linha reta, mas sim uma curva. Através dessa argumentação heurı́stica massa e
geometria se associam para criar a Relatividade Geral5 .
porém foge do objetivo desse resumo. Uma ótima referência é: Introducing Einsten´s Rela-
tivity, Ray D’Inverno, Capı́tulo 9.
3
sobre o que chamamos de variedade diferenciável que no nosso caso é o espaço-
tempo. Uma variedade diferenciável m-dimensional é um conjunto que pode ser
mapeado em Rm utilizando uma carta ou várias cartas (Atlas). Basicamente
o raciocı́nio é o seguinte: defino sobre a variedade conceitos matemáticos para
escrever as leis fı́sicas e quando for preciso calcular com essas leis faço uma co-
ordenatização no espaço dos números reais onde sei integrar, derivar, etc. Para
iniciar essa tarefa definimos:
V = V µ ∂µ
Onde V µ são as componentes e ∂µ é a base do espaço tangente T definida
localmente e não depende da coordenatização escolhida. Como a base não de-
pende do sistema de coordenadas sua transformação e consequentemente a das
componentes do vetor ficam:
∂xν
∂µ0 = ∂ν (3)
∂x0µ
0µ
0 ∂x
Vµ = Vν (4)
∂xν
1-Formas (Vetor Contravariante), Espaço Dual e n-formas:
dxµ ∂ν = δ µ ν (5)
Em termos da base temos a 1-forma escrita como:
w = wµ dxµ (6)
E as transformações entre bases e consequentemente das componentes são:
0 ∂x0µ ν
dxµ = dx (7)
∂xν
∂xν
wµ0 = wν 0µ (8)
∂x
Utilizando as 1-formas somos capazes de definir o produto escalar entre dois
vetores, um escrito como elemento do espaço tangente e outro do espaço cotan-
gente da seguinte forma:
V.w = V µ wν δ µ ν = V µ wµ
4
Para reescrevermos as leis fı́sicas num formalismo covariante é necessário a
definição de uma outra classe de formas, as p-formas, onde p é um número inteiro
positivo. As p-formas são usadas para construir o conceito de integrais de linhas,
área e volume no formalismo da Geometria Diferencial e assim generalizar as
→
espressões para Teorema de Stokes e Gauss. Seja wp uma p-forma então:
→
wp = w1,2,...,p dx1 ∧ dx2 ∧ ...dxp (9)
Onde o sı́mbolo ∧ designa o produto totalmente anti-simétrico entre as p
bases do espaço cotangente, por exemplo, dx1 ∧ dx2 = dx1 ⊗ dx2 − dx2 ⊗
dx1 .Observa-se da última expressão que portanto não é possı́vel construir for-
mas de grau maior do que a dimensão do espaço cotangente.
Tensores:
∂x0α ∂xκ
T 0α...β λ...µ (x) = ... ...T ρ...σ κ...ν (11)
∂xρ ∂x0λ
Um dos princı́pio da RG, como dito anteriormente, prevê as leis fı́sicas pos-
sam ser escritas de maneira equivalente para todos os referenciais e esse é o
triunfo da Geometria Diferencial. Quando escrevemos as leis no formalismo
tensorial elas são inedpendes do sistema de coordenadas e exatamente por isso
nos revelam estruturas da teoria que são mascaradas quando adotamos um sis-
tema em particular.
5
→
limite local deve ser Minkowsky. Seja um vetor v , podendo ser entendido como
um vetor do espaço cartesiano, por exemplo, então:
→ →
v . v = v2
em,i = Γkmi ek
Então,
∇V = V;ik ek ⊗ θi (15)
∇U V = 0 (16)
6
Ou seja,
V;kλ U k eλ = 0 (17)
Em geral o vetor quando sofre um transporte paralelo não se assemelha
ao original. Porém dentre os espaços tangentes associados à uma variedade é
possı́vel identificar uma classe de vetores tangentes auto-paralelos. Em analogia
com o caso cartesiano dada uma linha reta a tangente à essa curva num ponto é
paralela a tangente em todos os pontos da reta. Então dado um vetor do espaço
tangente se ele é auto-paralelo quando transportado sobre uma determinada
curva parametrizada C(γ) então essa curva é uma Geodésica, ou seja, assim
como a linha reta no espaço euclidiano, C é o caminho mais próximo dois pontos.
A curva C deve satisfazer a equação da geodésica, onde a derivação é feita em
relação a parametrização da curva:
d2 xν ν dxλ dxγ
Γ =0
dτ 2 λγ dτ dτ
(19)
7
Rαβµν = −Rαβνµ = −Rβαµν (22)
Rαβµν = Rµναβ (23)
Rαβµν + Rανβµ + Rαµνβ = 0 (24)
α
Rµν = Rµαν (25)
R= Rµµ (= g µν
Rµν ) (26)
8
encontrar uma equação para a métrica tal que envolva a distribuı́ção de matéria.
Em analogia com as equações de campo são as de Laplace e Poisson, devemos
obter equações que envolvam a segunda derivada da métrica (considerando a
expressão anterior e recordando que a equação de Poisson contém ∇2 φ), nesse
caso o tensor de Riemman e suas contrações podem ser usadas. A parte que
envolve a matéria é o tensor momento-energia, Tµν que pode ser construı́do para
cada sistema de interesse e que no caso do vácuo é identicamente nulo em todas
as suas componente. A primeira hipótese de Einstein era a seguinte expressão:
Rµν = αTµν
Da Lei de Conservação de Energia de antes da RG temos que Tµν,ν = 0 para
ser válido covariantemente devemos impor a derivação absoluta tal que Tµν;ν =
µν
0, mas, manipulando das identidades de Bianchi, sabemos que R;ν 6= 0. Então
a expressão acima não contempla os requesitos necessarios. Ainda manipulando
as identidades de Biachi chegamos a seguinte expressã:
1
Rρλ − g ρλ R =0
2 ;ρ
Gµν
;ν = 0
Rµν = 0
para o vácuo. A Equação de Einstein é não-linear uma vez que ela se retroali-
menta: curvatura gera energia e energia gera curvatura. Não há solução geral,
mas para o caso do vácuo na vizinhança de uma distribuı́ção de massa esférica
e estática temos a conhecida solução de Schwarzschild, essas hipóteses se aprox-
imam muito para o caso do nossos Sistema Solar para uma região exterior ao
Sol. Por ser estático então gµν não depende de x0 e como ds2 deve ser invariante
inversão temporal então os termos gi0 = g01 = 0, portanto temos uma métrica
diagonal. Por impomos simetria esféricas esperamos que a métrica seja tal que:
9
Como r é apenas um parâmetro e não uma medida de distãncia radial, então
podemos esperar que a métrica tenha qualquer dependência com r e com funções
de r. Mudando de coordenadas temos:
2ν 0
00 02 0 0
ν +ν −ν λ + e2ν−2λ = 0 (32)
r
2λ0 2
−ν 00 + ν 0 λ0 + − ν0 = 0 (33)
r
(−1 − rν 0 + rλ0 ) e−2λ + 1 = 0 (34)
2
R33 = R22 sin θ (35)
Rµν = 0 (µ 6= ν) (36)
−1
2m 2 2 2m
2
ds = − 1 − c dt + 1 − dr2 + r2 (dθ2 + sin2 θdφ) (37)
r r
4 Teoria Linear
É possı́vel construir uma linearização de maneira a simplificar as Equações de
Einstein. Para campos gravitacionais fracos como dito anteriormente gµν é
10
aproximadamente Minkowsky, podendo se escrito:
λ λ λκ 16πG
fµ,νλ + fν,µλ − Dfµν − ηµν f,λκ =− Tµν
c2
Até então nenhuma vantagem sobre a forma anterior. Porém com a mudança
de coordenadas:
xµ → x0µ = xµ + bµ (x)
Com bµ << 1 e satisfazendo
Dbµ = f,ν
µν
11
5 Cosmologia
Referências
[1] Roberto de Andrade Martins. Teoria da Relatvidade Especial. Grupo de
História e Teoria da Ciência, Campinas, SP, Brasil, 2008.
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