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LUIZ GONZAGA DE ALVARENGA

CURSO RÁPIDO

DE

ASTROLOGIA
INTRODUÇÃO À ASTRONOMIA

A Terra é um dos nove planetas conhecidos do nosso sistema, que possui o Sol como estrela
principal; por isso, nosso sistema é chamado Sistema Solar. Quando olhamos para o céu, à
noite, nós enxergamos as estrelas de nossa galáxia, que é chamada Via Láctea.
Se considerarmos cada posição do Sol contra as estrelas (na abóboda celeste), visto da Terra,
ao longo de um ano, ele descreve um círculo chamado eclíptica. E se considerarmos o círculo
do equador, na superfície da Terra, igualmente projetado contra a abóboda, ele será chamado
equador celeste. Estes dois círculos máximos se cortam, com um ângulo aproximado de 23o.

Os movimentos dos outros planetas do sistema se dão sobre a eclíptica, em uma faixa de
aproximadamente 16o a 18o de largura. Todos os planetas se movem no mesmo sentido;
entretanto, devido à diferença de movimentos, alguns deles, em certa época, parecem voltar
para trás: este movimento é denominado movimento retrógrado, e tem grande importância
para a astrologia.

Nas posições A e B, o planeta deixa seu movimento direto, e move-se para trás (a razão do
movimento retrógrado aparente é em virtude da relação entre a órbita e a velocidade de
movimento da Terra, em relação à órbita e velocidade do planeta observado).

Quando se considera a faixa circular em torno da eclíptica, com cerca de 9o para cada lado da
mesma, em seus 360o à volta da Terra, esta zona é denominada Zodíaco, ou Círculo Zodiacal.
Sobre ela encontram-se doze signos ou constelações, cada uma ocupando um arco de 30o .
O deslocamento aparente do Sol em relação às constelações zodiacais dura um ano, o que faz
com que ele permaneça aproximadamente um mês em cada signo ou constelação.
Por motivos astronômicos, considera-se que o movimento do Sol no círculo zodiacal tem início
em 21 de março. Nesta data, se o Sol for observado contra as estrelas, ele será visto bem
próximo à constelação de Aquário; entretanto, vários motivos levam a fixar o início (21/03) no
grau zero do signo de Áries (esta data é também chamada de Equinócio da Primavera, no
hemisfério norte).

O astrólogo consciente deve ter sempre em mente esta tabela; muitos astrólogos famosos não
sabem que as datas de transição entre signos são variáveis, o que muitas vezes situa
erroneamente um nascimento. Um calendário exato do ano do nascimento dará os períodos
exatos de cada signo.

A figura anterior mostra o círculo zodiacal, com os doze signos.

MEDIDAS DE ESPAÇO E DE TEMPO

Duas unidades principais são usadas para medida do tempo: o dia e o ano. Dia é o tempo
necessário para que a Terra efetue uma rotação completa à volta do seu eixo; ano, é o período
de tempo que a Terra leva para efetuar uma volta completa à volta do Sol (astrologicamente,
considera-se a Terra fixa, e o Sol girando à sua volta; aliás, este procedimento é também
utilizado pela astronomia náutica, nas cartas marítimas).

Ano civil é o intervalo de tempo que decorre do dia 1º de janeiro, às 00:00 hs, até 31 de
dezembro, às 24:00 hs. Denomina-se ano comum, ao que tem 365 dias, e bissexto, quando tem
366 dias, o que ocorre a cada quatro anos.
Devido aos movimentos irregulares do Sol e da Terra, é impossível aferir o tempo apenas pelo
movimento desta em torno do Sol. Por esta razão, os astrônomos criaram um método pelo
qual considera-se que o Sol (e não a Terra) tem um movimento regular e constante, que leva
exatamente 24 horas para girar à volta da Terra (em um movimento fictício, e por isto é
considerado um astro fictício: o Sol médio).
Dia médio é o intervalo de tempo que decorre entre duas passagens sucessivas do centro do
Sol médio pelo meridiano inferior de um mesmo lugar. É o dia medido com o relógio, e tem
uma duração constante (24 horas), porque é a média das durações de todos os dias solares.

Hora Média Local (HML) ou Hora Civil Local (HCL) é o ângulo horário civil do Sol médio;
entretanto, se o meridiano de referência for o meridiano de Greenwich, a hora média passa a
ser denominada Hora Média de Greenwich (HMG), Tempo Universal (TU) ou Hora
Universal (HU).

A hora local (ou hora verdadeira local) é medida pelo ângulo local do centro do Sol, mais
doze horas; é também o ângulo horário civil do Sol. Tudo isto significa que a hora local é
diferente da hora oficial, como veremos em seguida.

Hora de verão é a hora adotada em quase todos os países com o objetivo de aproveitar
melhor a luz do Sol (quando os dias são mais longos que a noite). Neste caso, os relógios são
adiantados em uma ou duas horas.

A Terra, sendo uma esfera, considera-se que ela possua 360 círculos (virtuais, não reais) que
cortam o equador e passam pelos pólos: são os meridianos. Quando projetados sobre a
abóboda celeste, eles são chamados meridianos celestes.
A rotação da Terra à volta do Sol médio em 24 horas (tempo médio) implica que, sendo os
dias médios rigorosamente iguais, e sendo a Terra dividida (esquematicamente) em 360
meridianos (360o), eqüivale a que passam a que passam 15 graus por hora sob o Sol médio
culminante, ou, o que é o mesmo, 15 meridianos (360o/24 = 15). Com isso, qualquer mudança
de longitude (sentido Leste-Oeste) implicaria em mudança de horário local, porque, apenas
um grau (correspondente no equador, a, aproximadamente, 110 km) já dá o correspondente a
quatro minutos de diferença, na hora local. Em 1884, em um congresso Internacional
realizado na cidade de Washington, convencionou-se dividir a Terra em 24 zonas de tempo,
ou 24 faixas de 15o de longitude, denominadas fusos horários, sendo que cada fuso define a
hora legal a ser seguida por toda a região abrangida por ele, tanto no hemisfério Norte
quanto no hemisfério Sul.
Como a Terra gira de Oeste para Leste, a hora aumenta na direção para Leste, e diminui
para Oeste. Com isto, os fusos recebem números e sinais, que vão de +1 a +12 nas longitudes
Oeste, e de –1 a –12 nas longitudes Leste. O fuso de Greenwich foi designado pelo número 0
(zero), como fuso de origem; seu meridiano central divide-o em duas faixas, 7o 30’ Leste e 7o
30’ Oeste. Devido às divisões políticas dos países, os fusos não obedecem exatamente o
traçado geográfico em linha reta. A hora dada pelo fuso de Greenwich, pelo seu meridiano
central, é denominada Hora Média de Greenwich (HMG ou GMT – Greenwich Meridian
Time).
O plano que contém o meridiano e Greenwich (meridiano central do fuso de Greenwich)
divide a Terra em dois hemisférios, hemisfério oriental e hemisfério ocidental. O movimento
aparente do Sol é na direção do hemisfério Oeste, vindo do hemisfério Leste. A hora civil
provém do Sol civil (astro fictício, considerado apenas astronomicamente), cujo ângulo
horário é então, por definição, o tempo civil local, o dia civil decorrendo de duas culminações
superiores sucessivas do Sol civil.
Quando um dia tem início em Greenwich (00:00 hs), este dia (data) está presente em todo o
hemisfério Leste, enquanto o hemisfério Oeste ainda está no dia ou data anterior.
Viajando para Leste, contra o movimento aparente do Sol, “ganha-se” uma hora a cada 15o
de longitude. Ao se atingir o meridiano antípoda de Greenwich (situado 180o em oposição, do
outro lado da Terra), cruza-se a denominada Linha Internacional de Data (que não é
exatamente reta, pois segue fronteiras políticas dos arquipélagos). Ao se atravessar na direção
Leste, a hora permanece a mesma, mas a data deve ser atrasada em 24 horas, para um dia
mais cedo; se na direção Oeste, a hora também permanece a mesma, mas a data deve ser
adiantada em 24 horas, para um dia mais tarde (sempre em referência ao controle de data do
viajante, que, hoje em dia, pode ser feito no próprio relógio de pulso).

A Hora Legal (HLE) define a hora do fuso; se um país possui mais de um fuso horário, um
dos fusos contém a sua capital política, que não ocupa necessariamente o meridiano central
do fuso. Deste modo, a HLE, ou hora oficial, será a hora do fuso da capital do país, e também
a hora média do fuso.
A Hora Legal do Brasil, baseada em fusos horários, foi adotada a partir de 1º de janeiro de
1914, sendo adotados quatro fusos horários, e consequentemente, quatro horários diferentes.
Até 1960, a hora oficial era a hora local correspondente ao meridiano do Rio de Janeiro,
situado 43o 10’ a Oeste de Greenwich. Com a inauguração de Brasília, em 21 de abril de 1960,
a hora oficial passou a ter por base o meridiano de Brasília, situado 48o 00’ a Oeste de
Greenwich (a inauguração ocorreu às 09:30 hs da manhã).
A adoção dos fusos horários pelos diversos países levou algum tempo; por exemplo, a
Argentina e Uruguai adotaram a partir de 1o de maio de 1920, a Rússia em 1930, e a Nova
Zelândia, somente em 1945.

Os principais fusos horários, ou Horas Padrão, são os seguintes:

1. Hora Média de Greenwich (HMG = 0o L/O): é utilizada em toda a extensão das Ilhas
Britânicas, e também a Algéria, Bélgica, França, Holanda, Luxemburgo, Marrocos, Portugal
e Espanha.

2. Hora a leste de Greenwich:


a) Hora Centro-Européia (HCE = 15o L), que abrange a Dinamarca, Áustria, antiga região da
Tcheco-Eslováquia, Alemanha, Hungria, Itália, Noruega, Polônia, Suécia, Suíça e antiga
Iugoslávia.

b) Hora Leste-Européia (HLE* = 30o L), que abrange, entre os principais países, a Bulgária,
Egito, Grécia, Finlândia, Israel e Romênia. A Rússia abrange onze fusos horários (30o a 180o
L), e a China, cinco fusos (82o 30’ a 127o 30’ L).
* (Não confundir com HLE = Hora Legal).

3. Hora a oeste de Greenwich:

a) Hora Padrão do Atlântico (HPA = 60o O), usada na Nova Escócia, Porto Rico, Chile,
Paraguai, Argentina e partes do Brasil.
b) Hora Padrão Ocidental (HPO = 75o O), usada na costa Leste dos Estados Unidos, Leste do
Canadá, e em algumas partes das Américas Central e do Sul.

c) Hora Padrão Central (HPC = 90o O), utilizada no Meio-Oeste americano, partes da
América Central e Canadá.

d) Hora Padrão da Montanha (HPM = 105o O), usada nas regiões das Montanhas Rochosas
(nos EUA), partes do Canadá e México.

e) Hora Padrão do Pacífico (HPP = 120o O), usada na costa Oeste dos Estado Unidos e
Canadá.

f) Hora Padrão do Alasca (HPP = 150o O), mas que também utiliza os fusos de 120o O, 135o O
e 165o O.

As distâncias geográficas podem ser medidas tanto em função do tempo quanto do espaço: em
tempo, serão medidas em horas, minutos e segundos; em espaço, serão medidas em graus,
minutos e segundos.

Unidades de medida de espaço:

1 grau = 1o = 60 minutos (de espaço)


1 minuto = 1’ = 60 segundos (de espaço)
1 segundo = 1”

Unidades de medida de tempo:

1 hora = 1h = 60 minutos (de tempo)


1 minuto = 1m = 60 segundos (de tempo)
1s = 1s

A relação entre tempo e espaço é a seguinte:


TEMPO ESPAÇO
1 hora = 15 graus (o)
1 minuto = 15 minutos (‘)
1 segundo = 15 segundos (“)
4 minutos = 1 grau (o)
4 segundos = 1 minuto (‘)
0,6 segundos = 1 segundo (“)

Duas cidades separadas por 47o de distância em arco, a diferença horária entre as suas horas
locais será de:

1o -- 4 minutos
47o -- X

X = 47 x 4 = 188 minutos de tempo = 3 x 60 + 8 =

= 3 horas e oito minutos de diferença entre suas horas locais.

Uma cidade encontra-se a 15o 44’ a Oeste de Brasília. Se a hora oficial é 18:00 hs, qual será a
hora local nesta cidade?

Devemos observar que as horas aumentam, no sentido para Leste, e diminuem, no sentido
para Oeste (devido ao movimento aparente do Sol). Sendo assim, a hora local, neste caso,
deverá ser menor do que 18:00 hs.

A cada 15o de espaço corresponde uma hora em tempo, e 44’ correspondem a 44 x 4 = 176
segundos, ou 2 minutos e 56 segundos (de tempo). Assim, a hora local nesta cidade será:

18h - 1h 2m 56s = 16h 57m 4s

A hora local será 16h 56m 4s; mas qual é a hora oficial nesta cidade?

Ela não está no mesmo fuso horário de Brasília, pois está a mais de 15o de distância
longitudinal (um fuso = 15o); se o horário em Brasília é 18 horas (hora oficial), a hora oficial
nesta cidade será:

18h - 1h = 17h

que é a hora marcada em todos os seus relógios.

A hora local, como já vimos, é a hora média em relação ao Sol médio, e é com ela que o
astrólogo elabora a carta natal. Um fator importante que não deve ser esquecido: se o
nascimento ocorreu durante a vigência do horário de verão, a hora oficial do nascimento deve
ser diminuída de uma hora (no Brasil).

Antes do cálculo da hora local, o astrólogo deve procurar saber qual é a hora sideral do
nascimento.
O dia sideral tem início quando o Sol está no chamado Ponto Vernal, que é o ponto
correspondente a 0o de Áries. Quando o Sol completa um círculo em torno da eclíptica, ele
terá completado um dia sideral (de 24 horas siderais).
Devido ao movimento de rotação da Terra em sua órbita, o Sol se desvia aproximadamente 1o
por dia para Leste, em relação às estrelas fixas. Ao final de um ano, a Terra realiza 365,2422
rotações em relação ao Sol, o qual terá realizado uma rotação a mais (366,2422), com relação
às estrelas. Assim, o dia sideral é cerca de 3 m 56 s menor do que o dia solar (dia solar médio).

A hora sideral para cada dia do ano pode ser encontrada em publicações especializadas,
destinadas aos astrólogos. São as denominadas Efemérides. A mais conhecida é a efeméride de
Raphael. Hoje em dia, estes cálculos tornaram-se quase que supérfluos, em razão do advento
dos computadores e programas astrológicos, que calculam toda a carta natal em questão de
segundos. Neste curso, será dada ênfase ao cálculo em computadores, pelo que esta
abordagem aqui feita será apenas superficial.
INTRODUÇÃO À ASTROLOGIA

A astrologia tem por elementos básicos os signos, os planetas e as casas. As casas


correspondem a uma divisão do Zodíaco em 12 partes. Domificação, então, é a divisão do
Zodíaco, por processos astronômicos e matemáticos, em 12 partes (domos), que se denominam
casas astrológicas, sendo esta divisão realizada pelo traçado das cúspides (linhas iniciais) das
casas. Enquanto que cada signo tem exatamente 30o de medida longitudinal, as casas não se
dividem em tamanhos iguais (embora possam sê-lo, em alguns sistemas). As casas são fixas no
Zodíaco, ao passo que os signos se movem (movimento aparente) à velocidade de 15o por hora,
dando uma volta completa no Zodíaco em 24 horas.
Vários métodos de divisão em casas (domificação) foram desenvolvidos pelos astrólogos da
Idade Média. Os métodos ou sistemas mais conhecidos são: método de Regiomontanus;
método de Placide ou Placidus; método de Campano, ou Campanus; método de Morinus;
método de Porphiry; Modus Equalis (no qual cada casa tem exatamente 30o).
O método mais aceito atualmente é o método de Placide, baseada em arcos de tempo.
Entretanto, seja qual for o método utilizado, todos utilizam os seguintes pontos de orientação:
a cúspide da primeira casa é chamada de Ascendente (ASC); a cúspide da quarta casa é
chamada de Fundo do Céu (F.C.), ou Imun Coeli (I.C.), que é o ponto oposto ao Meio do Céu
(M.C.), que é marcada pela cúspide da décima casa. A cúspide da sétima casa é chamada
Descendente (DES).

No local do nascimento, se uma pessoa, de pé, olhar diretamente para o Sul, à sua esquerda
estará o Ascendente, e à direita o Descendente. Em uma linha reta que se prolonga acima de
sua cabeça, estará o zênite, ponto correspondente ao Meio do Céu. A 180o de oposição, do
outro lado da Terra, a linha se prolonga até o nadir, ponto correspondente ao Fundo do Céu.
Na domificação, cada planeta fica situado em uma casa específica (de 1 a 12). Como veremos,
esta posição do planeta é fundamental para a interpretação do mapa natal. A figura seguinte
mostra a distribuição possível dos planetas no momento de um nascimento hipotético.
A tabela abaixo dá os símbolos dos planetas, bem como duas posições que todo astrólogo deve
conhecer e saber interpretar: a Cabeça e a Cauda do Dragão. O que eles significam, veremos
posteriormente.

As casas, como podemos ver na figura a seguir, possuem, cada uma, um significado
astrológico.
Para levantar um tema natal, ou seja, para traçar o mapa astral para a hora do nascimento
do interessado, astrólogo necessita de duas informações primordiais, que são: o local do
nascimento (para saber a latitude e a longitude da posição); e a hora exata do nascimento.
Após realizar a domificação, o astrólogo deve colocar no mapa as posições dos planetas nas
casas, de acordo com a hora exata (hora local) do nascimento (se ele está usando um
computador, tudo isto é desnecessário).

Ao serem colocados no mapa, os planetas podem estar em movimento direto (D) ou


retrógrado (R). Algumas minúcias de interpretação, tais como a velocidade dos planetas,
podem ser tomadas das tábuas ou dadas pelo programa de computador (para quê devemos
saber a velocidade, iremos ver oportunamente).

Alguns pontos no Zodíaco também são normalmente fornecidos, seja pelas tábuas, seja pelo
programa de computador. Eles são chamados de Pontos Árabes, mas o único que realmente
interessa é o chamado Ponto da Fortuna, cujo símbolo é:

Ao serem colocados nos mapas, podemos ver que os planetas estarão fazendo ângulos entre si,
cujas distâncias eclípticas podem ser: 0o , 30o , 45o , 60o , 90o , 120o , 135o , 144o , 150o ,
180o , que são os principais. A figura a seguir mostra uma distância eclíptica de 30o , entre os
planetas Netuno e Plutão.

Estes ângulos são denominados aspectos, e eles podem ser favoráveis ou desfavoráveis, para o
destino do nativo (nativo é o nome dado à pessoa para quem se levanta o mapa astral). Os
ângulos não precisam ser exatos; suas aproximações são chamadas de orbes, que são as
distâncias mínimas dentro das quais o aspecto se produz. A tabela abaixo dá a distância
angular, o símbolo, o nome e o orbe prático dos principais aspectos.
Outros pontos normalmente colocados no mapa são os chamados nodos lunares: a Cabeça do
Dragão ( κ ) e a Cauda do Dragão ( λ ). Esta é encontrada a 180o em oposição. Assim, se a
Cabeça do Dragão estiver em 24o 27’ de Libra ( } ), a Cauda do Dragão estará em 24o 27’ de
Áries ( ω ).

O levantamento do tema pelo método tradicional obedece ao seguinte esquema:

I) Domificação:

a) Determinar a longitude (Oeste ou Leste) e a latitude do lugar de nascimento (Norte ou


Sul);

b) Encontrar a HMG:
- somando os fusos horários à hora oficial, para lugares a Oeste de Greenwich;
- diminuindo os fusos horários da hora oficial, para lugares a Leste de Greenwich;

c) Converter a hora oficial em hora local:


- diminuindo uma hora, se a hora for de Verão;
- diminuindo da HMG a diferença horária por longitude Oeste;
- somando à HMG a diferença horária por longitude Leste.

d) Calcular a Hora Sideral (para Tábuas referentes ao hemisfério Norte):


- manter a Hora Sideral calculada, para nascimentos no hemisfério Norte;
- somar 12 horas, para inverter ao hemisfério Sul.

e) Montagem das Casas:


- encontrar na Tábua de Casas a latitude do lugar;
- buscar na Hora Sideral mais próxima as cúspides das casas X, XI, XII, ASC, II, III (as
casas são dadas em algarismos romanos);
- manter os signos para nascimentos no hemisfério Norte ou invertê-los para
nascimentos no hemisfério Sul.

II) Cálculo da Hora Sideral:

a) Tomar a Hora Sideral, na efeméride:


- do dia anterior, se a hora do nascimento (local) ocorreu antes do meio-dia;
- do mesmo dia do nascimento, se a hora do nascimento (local) ocorreu depois do meio-
dia.

b) Efetuar as correções de tempo e espaço:


- somando 10 segundos por 15o de longitude Oeste;
- diminuindo 10 segundos por 15o de longitude;
- somando o intervalo decorrido de 12h HMG à hora local do nascimento (do mesmo
dia, para nascimentos após 12 horas local; de 12h HMG anterior, para nascimento
antes de 12h local);
- somando 10 segundos por cada hora do intervalo anterior.

III) Colocação dos Planetas:

a) Planetas de movimento mais rápido (Sol, Lua, Marte, Vênus e Mercúrio):


- calcular o movimento eclíptico a partir das 12h HMG prévia;
- somar o logaritmo da HMG e do movimento do planeta;
- transformar o resultado em distância eclíptica (o ‘ “);
- somar à longitude eclíptica no instante do nascimento (diminuir, se o planeta é
retrógrado);
- colocar o planeta no astrograma (carta).

b) Demais planetas:
- tomar suas posições diretamente da efeméride, no dia anterior, ou no próprio dia do
nascimento (do intervalo que for menor, para a hora local do nascimento).

Material básico necessário para o levantamento de um tema:

- Tábua de Efemérides;
- Tábua de Casas (hemisfério Norte ou Sul);
- Mapa geográfico com indicação de latitudes e longitudes;
- Tabela de horários de Verão;
- Tabela de logaritmos diurnais proporcionais.

Este esquema é dado mais a título de ilustração; podemos notar que ele é muito extenso e
cansativo, e não se justifica mais fazer assim o levantamento de um tema, se temos o
computador para fazê-lo rapidamente. As única coisas que o astrólogo não pode dispensar
são: mapa (alguns programas não possuem tabelas de latitude e longitude); e a tabela de
horários de Verão.

Vários programas astrológicos para computador estão disponíveis; o exemplo a seguir foi feito
em um programa nacional livre (freeware), o Canopus Astrological Software Júnior (que
pode ser baixado em: http://www.regulus.com.br/port/casatk.htm).
Este tema corresponde a um nascimento na cidade de São Paulo, às 10h (hora oficial) de
13/04/1977. Foi utilizado o sistema de casas de Placidus (o programa permite escolher outros
tipos).

Um outro programa que pode ser utilizado livremente, e que é constantemente encontrado em
revistas de informática (em CD-ROM), é o Visions, ou Winvis. Seu uso é extremamente fácil.
Sua tela de preenchimento de dados é a seguinte (o fuso horário – Time Zone – no caso deste
nascimento, é igual a GMT – 3):
Em seguida, clica-se “Chart” e “Natal Sky Map”, para se conseguir a carta natal, que pode
ser impressa, e clica-se “Chart” e “Natal Data” para conseguir os dados referentes à carta.
A figura a seguir apresenta a carta calculada pelo programa Visions, com os planetas, as casas
e suas cúspides (todas as figuras aqui mostradas estão fora da escala real):

Os dados referentes ao mapa calculado estão mostrados a seguir (parcial):


Na Internet, o estudante pode conseguir vários programas gratuitos de astrologia. A página
http://www.spiritualnetwork.net/astrology_software.htm oferece vários links para outras
páginas, onde se pode fazer o download de programas shareware e freeware. Um programa
realmente interessante é o Astro5.4, que pode ser baixado em
http://www.magitech.com/~cruiser1/astrolog/astfile.htm.

Este arquivo, após baixado e descompactado, cria o executável Astrolog. Após clicá-lo, deve-se
clicar “Info” e “Set Chart Info”, para a entrada de dados: Time Zone: 3:00, Longitude:
46:36W, Longitude: 23:32S, para o exemplo mencionado (não usar acentuação nas letras). A
carta pronta terá a aparência mostrada na figura a seguir.
As posições dos planetas, calculadas para o nascimento dado como exemplo (13/04/1977 às 10h
da manhã, em São Paulo) são as seguintes:

O exemplo de cálculo de nascimento, para um indivíduo (João da Silva) com signo solar Áries
(17/04 – vide tabela), tem o Ascendente (há uma pequena diferença, entre os ângulos
calculados por cada programa) a 11o 20’ de Gêmeos (cúspide da casa 1).

Entre os vários programas aqui mostrados, o Canopus Júnior tem a vantagem de ser em
português. A seguir, veremos o levantamento do tema, neste programa, passo a passo.

Em primeiro lugar, clicar “Arquivo”, “Cliente”, “Insere”.

Esta seqüência conduz ao próximo quadro, onde são fornecidos os dados do cliente. Os dados
referentes à cidade são preenchidos automaticamente, bastando clicar “Busca”.
Para ver o mapa, clique “SEL”, e “Lista”.
Clique de novo “Lista”, marque o nome procurado. Clique “OK” e “OK”. Em seguida, clique
“Opções” e “Sistema de Casas”.

Marque a posição “Placidus”, conforme mostra a figura a seguir, e clique “OK”.

Por fim, basta clicar “NAT”, para ver o mapa pronto.

O autor não se responsabiliza pelos links indicados que não seja mais existentes.

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