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SOP

PEDIATRIA
Pediatria
SOP

SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS

GERAL

Distúrbio endócrino mais comum da mulher na menacme


Tem como principais características o hiperandrogenismo e o estado de
anovulação crônica
Doença com implicações no sistema reprodutor e cardiovascular
Vários fatores estão associados
FISIOPATOGENIA

Etiopatogenia ainda não está totalmente clara, mas envolve predisposição


genética, metabólitos pré e pós-natais e fatores comportamentais (estilo
de vida sedentário e dieta) parecem estar envolvidos.
Aumento da secreção de LH: por alteração dos pulsos de GnRH, RISCOS DA SOP

favorecendo a liberação de LH
Hiperandrogenismo: resultante principalmente da produção ovariana Obesidade
Aumento da relação LH/FSH>2: Síndrome metabólica
↓ da SHBG pelo hiperandrogenismo, pela hiperinsulinemia e pela Risco cardiovascular
Sangramento disfuncional
obesidade
Hiperplasia e câncer de endométrio
Aumento da relação estrona/estradiol pela ausência de desenvolvimento
Apneia do sono
folicular adequado, com menor produção de estradiol em relação à Infertilidade
estrona à é normoestrogênica Complicações obstétricas: aborto, síndrome hipertensiva, diabetes gestacional e parto
Resistência insulínica e hiperinsulinemia prematuro
OBS: a SOP pode ter um estado de hiperestrogenismo leve a moderado
devido ao aumento da conversão periférica. Segundo o Williams, paciente QUADRO CLÍNICO

que tem SOP + sobrepeso/obesidade pode ter um estado leve de


hiperestrogenismo. Assim, se na sua prova vier que a SOP é um estado de Oligomenorreia ou Amenorreia
Infertilidade
hiperandrogenismo + normoestrogenismo ou hiperestrogenismo, está certo!
Sinais de hiperandrogenismo: hirsutismo, seborreia em couro cabeludo, pele oleosa,
acne e alopecia
Acantose nigricans: principal sinal clínico de resistência insulínica
O HIPERANDROGENISMO AUMENTA A INSULINA E A
INSULINA MIMETIZA O LH, AUMENTANDO O
HIPERANDROGENISMO!

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DIAGNÓSTICO
HIRSUTISMO
1) Rotterdam: necessita da presença de dois critérios presentes para fazer diagnóstico:
Queixa mais frequente associada ao hiperandrogenismo
Mais importantes
Diagnóstico é feito através da escala de Ferrimane Gallwey, que
Hiperandrogenismo (clinico ou laboratorial);
quantifica a presença de pelos terminais grossos e pigmentados em áreas Disfunção Ovulatória (oligomenorreia ou amenorreia);
androgênio-dependentes, com 9 áreas avaliadas e com cada localização ≥
Policistose Ovariana ( 12 folículos de 2-9mm ou 1 ovário >10cm3).
podendo somar de 0 (ausência de pelos) à 4 (crescimento acentuado) 2) NIH: é uma extensão do Rotterdam, usando os mesmos critérios, mas também dividindo
≥ ≥
Define-se hirsutismo se o escore for 4 em orientais e 6 para outras a SOP em fenótipos.
etnias São 4 fenótipos da SOP, sendo A e B as formas clássicas e mais relacionadas à
OBS: Escore de hirsutismo não se relaciona com os valores de androgênios hiperinsulinemia e ao risco de síndrome
circulantes metabólica.

ALOPÉCIA

Para avaliação, usa-se a escala de Ludwig onde classificamos a alopecia em


3 tipos:
1) leve: pequena quantidade de perda ou afinamento

2) moderada: alargamento da linha mediana + do volume 3) AES-PCOS-2018: também usa os critérios de Rotterdam, mas modifica o critério
3) excessiva: aparência fina e transparente na extremidade da cabeça + ultrassonográfico:
alargamento significante da linha do cabelo Hiperandrogenismo (clínico ou laboratorial);
Disfunção Ovulatória (oligomenorreia ou amenorreia);

Policistose Ovariana (>20 folículos, de 2-9 mm cada, ou 1 ovário 10cm3, com
ausência de corpo lúteo ou folículo dominante).

NA PROVA, O QUE MAIS CAI É ROTTERDAM!

OBS: o diagnóstico de SOP em adolescentes deve ser feito com cautela, não sendo
considerado o critério morfologia ovariana até 8 anos da menarca, pois alterações
ovarianas são normais nessa fase. Além disso, o hiperandrogenismo implica
necessariamente a presença de hirsutismo, acne severa ou hiperandrogenemia (aumento
de androgênios séricos). Ainda assim, mesmo que a adolescente preencha os critérios
para SOP, esse diagnóstico deve ser revisto 8 anos após a menarca.

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EXAMES SOLICITADOS

2ª linha: drogas antiandrogênicas


Testosterona total e livre
Acetato de ciproterona: age bloqueando o receptor de androgênio e a enzima
Adrostenediona
envolvida na síntese de androgênios. Feita de maneira isolada por 10 dias no ciclo e,
DHEA e S-DHEA mais comumente, associada a um anticoncepcional combinado.
SHBG Espironolactona: é um antagonista da aldosterona que inibe a síntese de androgênios
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
no ovário e na suprarrenal, compete com os receptores androgênicos de maneira

periférica e a ação da 5-alfa-redutase
Para diagnosticar SOP, é preciso excluir todas as outras causas que cursam Finasterida: age inibindo a 5-alfa-redutase
com um estado de hiperandrogenismo e anovulação crônica. Medidas locais: fotodepilação, depilação mecânica, clareamento dos pelos
Hiperplasia suprarrenal congênita de início tardio à 17-OHP 3) Infertilidade:
Síndrome de Cushing à cortisol 1ª linha: citrato de clomifeno (inibe a ligação do estrogênio aos receptores centrais) ou
Tumor produtor de androgênio de ovários ou suprarrenal à androgênios letrozol (inibe a enzima aromatase à de escolha)
Hiperprolactinemia à prolactina 2ª linha: nos casos de resistência à 1ª linha
Hipotireoidismo à TSH gonadotrofinas ou drilling ovariano laparoscópico
3ª linha: fertilização in vitro
TRATAMENTO

1) Recomendações gerais:
Mudanças no estilo de vida (exercício, dieta)
Perder peso: a perda de 5% já pode melhorar a disfunção ovulatória, reduzir a RI
e melhorar as manifestações cutâneas do hiperandrogenismo
Cessar tabagismo
↓ consumo de álcool
Regularizar a menstruação para proteção endometrial pelos riscos futuros de
estímulo estrogênio continuado, como hiperplasia e câncer de endométrio.
Podem ser usados anticoncepcionais combinados ou só de progesterona
Metformina: biguanida; sensibilizador à insulina; pode ser associada nos casos
de resistência insulínica e disfunção ovulatória, principalmente em pacientes com
sobrepeso e obesidade. Promove a ovulação em 96% das pacientes
2) Hirsutismo:
1ª linha: anticoncepcional combinado com progesterona anti-androgênica (p.ex.
ciproterona, drospirenona, desogestrel)
Faz o tratamento por no mínimo 6 meses, se não houver resposta pode-se iniciar
drogas antiandrogênicas
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