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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

IFNMG

Instituto Federal Do Norte De Minas Gerais

Bacharelado Em Agronomia

Receituário Agronômico e Deontologia

Ana Luíza Pimenta

Januária – MG
fevereiro - 2022
Quais são os principais modelos de pontas de pulverização para bicos hidráulicos.

A pulverização é a principal forma de aplicação de produtos fitossanitários nas lavouras,


para controle de plantas daninhas, doenças e pragas que afetam a produtividade das culturas.
Existem diversos modelos de pulverizadores, desde os mais simples, a exemplo do costal
manual, até modernos autopropelidos.
As pontas de pulverização estão associadas com a precisão e a segurança na aplicação dos
produtos fitossanitários. O uso da ponta de pulverização adequada e em correto funcionamento,
deverá resultar na manutenção da eficiência do tratamento, interferindo para menos na
necessidade de reaplicação.
Com características distintas de distribuição volumétrica, as pontas de pulverização têm
especificidades para determinadas condições de aplicação. Desta forma, a escolha da ponta de
pulverização mais adequada vai depender das diferentes situações de trabalho.
Para a seleção mais correta da ponta, deve-se considerar o produto a ser aplicado e o seu modo
de ação (sistêmico ou de contato), se a aplicação será em pré ou em pós-emergência, em área
total ou em faixas. As condições meteorológicas (de vento, temperatura e umidade relativa) e a
sensibilidade da cultura tratada ou nas adjacências, também devem ser consideradas durante as
aplicações.
Os modelos de pontas de pulverização apresentam distintos padrões do jato. Os mais
comuns são: jato plano (ou “leque”), cone vazio e cone cheio.
Os modelos de pontas de pulverização de jato cônico apresentam duas variações básicas: o
cone vazio e o cone cheio. A ponta de pulverização de cone vazio em geral fragmenta o líquido
em gotas menores e opera em pressões mais altas. Essas características fazem com que os
modelos de cone vazio sejam indicados para aplicações sobre plantas mais enfolhadas, como
culturas em pleno desenvolvimento vegetativo. Esta aplicação merece cuidado especial devido
às gotas de tamanho menor serem mais suscetíveis à deriva. Os modelos de pontas de
pulverização de jato cônico vazio, são geralmente escolhidos pelos produtores por resultarem
em maior cobertura dos alvos. Porém, como gotas menores são mais sujeitas à evaporação e à
deriva, estas comumente implicam em menor uniformidade de distribuição da calda sobre as
plantas, em relação aos modelos de jato plano.
Em relação a pulverização com modelos de jato plano, há diversas opções, como os de
plano estendido e defletor para aplicação em área total e plano contínuo para aplicação dirigida.
Os modelos de jato de plano defletor apresentam um padrão de jato plano de ângulo amplo,
com efeito importante das alterações de pressão na largura do padrão de pulverização.
Há também os modelos de ponta de pulverização de indução de ar que produzem gotas na
classe de extremamente grossa à ultra grossas e podem reduzir a deriva de pulverização em
mais 70%.
Uma vez definido o modelo é preciso atentar-se à pressão no circuito hidráulico do
pulverizador, que altera o tamanho das gotas, a vazão e o ângulo do jato.
Em certos limites, aumento da pressão significa diminuição no tamanho das gotas, aumento na
vazão e no ângulo do jato de pulverização. A variação do fluxo de calda respeita uma relação
quadrática. Ou seja, para se dobrar a vazão é necessário quadruplicar a pressão. Entretanto, o
aumento na pressão de trabalho nestas proporções implica em gotas muito menores
modificando toda a característica de transporte e deposição das gotas, com maior risco de
deriva. Além disso, as pressões maiores podem resultar em maior desgaste das pontas de
pulverização. Por isto recomenda-se respeitar os limites indicados nos catálogos de cada
fabricante, com os dados de desempenho normalmente fornecidos nos catálogos das pontas de
pulverização.
Os pulverizadores costais manuais normalmente trabalham com pressões que variam entre
15 e 60 psi. Devido à proximidade do operador à ao jato pulverizado esta variação pode
significar exposições bastante diferentes durante a aplicação.
Neste contexto, para se reduzir a deriva nas pulverizações, pontas que produzem gotas maiores,
operando com pressões menores, podem garantir maior segurança aos operadores.
Em relação aos preços, quando considerados os aspectos qualitativos e operacionais, as
diferenças encontram justificativas para o uso dos modelos com melhor desempenho.
Entretanto, ajustes no equipamento podem ser avaliados, como a modificação no sistema de
bombeamento utilizando êmbolos mais largos para aumentar a capacidade de deslocamento de
líquido, ou mesmo o bombeamento com motores elétricos. Além disso, são disponíveis
válvulas de controle da pressão e sistemas de agitação da calda que podem colaborar para a
manutenção da qualidade desejada para a aplicação.
Tudo isto auxiliará no resultado da aplicação, visando manter a eficiência dos produtos e a
segurança dos aplicadores e do ambiente em seu entorno. As boas práticas agronômicas
certamente colaborarão para a sustentabilidade da atividade.

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