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Paulo Pardo
ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL
III
UNIDADE
- DIAGNÓSTICO E
PROPOSIÇÕES
Objetivos de Aprendizagem
■■ Demonstrar quais são os públicos interessados na organização.
■■ Discutir a missão, visão e valores organizacionais.
■■ Compreender como se estabelecem os objetivos organizacionais.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Os públicos interessados nas organizações
■■ Definindo a missão estratégica da organização
■■ Definindo a visão estratégica e os valores da organização
■■ Propondo objetivos organizacionais
81
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), você já deve ter visto dezenas de empresas abrirem suas portas
e, depois de algum tempo, fecharem o negócio. São muitos sonhos que se desfi-
zeram em situações assim, não é verdade? Eu já tive a oportunidade de trabalhar
em um grande conglomerado financeiro que, entre outros produtos, financiava
negócios iniciantes. Nas palestras que mantinha com futuros empreendedores,
dava para ver em seus olhos todos os sonhos que carregavam. Eu bem sabia que
aquele brilho nos olhos, pelo menos de boa parte daquelas pessoas, em pouco
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Introdução
82 UNIDADE III
Já entendemos que uma organização não surge por acaso, por geração espon-
tânea. O surgimento de uma organização é marcado pela identificação de uma
necessidade não satisfeita pelos agentes que estão no mercado e que, portanto,
abre um leque de possibilidades para os empreendedores atuarem.
E como as pessoas têm necessidades, não é verdade? O próprio fato de exis-
tirem organizações é um atestado de que temos necessidades não satisfeitas ou
que não conseguimos satisfazer isoladamente. O ser humano, frágil como é, se
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comparado a outras criaturas do planeta, precisa de certas ferramentas e dis-
positivos para tornar sua vida possível e confortável. Além disso, temos outras
necessidades de natureza mais intimista, como necessidades de realização, de
status, de poder, enfim, o ser humano é complexo em sua natureza e muitas de
suas aspirações são atendidas por meio das organizações.
Quando um empreendedor decide atuar para atender necessidades não satis-
feitas, talvez até de forma inconsciente, está identificando um público interessado
em suas atividades empresariais. Esse público não ficará restrito somente aos
compradores e usuários de seus produtos e serviços. Há muito mais pessoas e
entidades que, igualmente, se interessarão pelas ações e resultados da organiza-
ção que ganhará vida. A esses públicos interessados, denominamos stakeholders,
palavra que, basicamente, significa partes interessadas.
Um empreendedor não age isoladamente e não consegue sobreviver em sua
atividade, se não tiver inúmeros laços de relacionamento com diversos públicos.
Quando a empresa ganha corpo e se torna uma grande corporação, esses laços
tornam-se ainda mais diversificados.
Basicamente, podemos dizer que há stakeholders – ou partes interessadas
– internos e externos.
Stakeholders Stakeholders
externos internos
• Consumidores Incentivos Contribuições • Acionistas
• Fornecedores A empresa • Funcionários
• Credores Contribuições Incentivos • Gestores
• Governos • Executivos sêniores
• Sindicatos • Membros do
• Comunidades locais conselho
• Público em geral
Conforme Hill e Jones (2012) pontuam, todos os stakeholders têm algum tipo
de relação de troca com a organização. “Cada grupo de stakeholders fornece
importantes recursos (ou contribuições) para a empresa e, em troca, cada um
espera que seus interesses sejam satisfeitos (por meio de recompensas)” (HILL;
JONES, 2012, p. 43).
Pense, por exemplo, nos acionistas que estão no grupo dos stakeholders
internos. Quais seriam seus interesses? Sem dúvida, por terem colocado capital
de risco na empresa, esperam um retorno sobre seus investimentos, ao máximo
possível. Quando esse grupo de interesse colocou à disposição da empresa, esse
capital, sem dúvida, sabia que esse recurso estaria sob risco, mas, conscientemente,
não espera perder o valor investido ou sofrer prejuízos. Portanto, deposita nos
gestores, que são seus representantes, um nível de confiança muito alto, certo de
que esses gestores tomarão as melhores decisões possíveis, não só para preservar
esse capital investido, mas também para multiplicá-lo. Mesmo que a empresa seja
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de poucos sócios ou apenas um empreendedor, esses também requerem que o
capital investido retorne e alguns até têm expectativa de prazo para esse retorno,
o famoso payback, ou prazo de retorno do capital investido.
Outros grupos têm outros interesses, como é o caso dos credores, que que-
rem que seus empréstimos sejam quitados no prazo e aos juros combinados. Os
funcionários têm interesse de serem remunerados de forma justa, com estabili-
dade em seus empregos, bom ambiente de trabalho, em troca de seus talentos,
habilidades e comprometimento.
Os fornecedores abastecem a empresa de tudo aquilo que a empresa não
consegue produzir internamente. Podem ser matérias-primas, produtos semia-
cabados, insumos e serviços. Eles querem, em troca, receber os pagamentos por
esse fornecimento e fidelização nas compras.
Os governos estabelecem regras e ambiente de negócios para as empresas,
mantendo a competição em níveis justos e aceitáveis. Fornecem alguma espécie
de segurança contra fraudes e insegurança. Como contrapartida, os governos
esperam receber tributos e que as regras estabelecidas sejam obedecidas. As
comunidades onde as empresas se instalam ou pretendem se instalar fornecem
a infraestrutura necessária, mas também têm expectativas em relação ao com-
portamento socioambiental correto da organização.
E quanto aos consumidores ou clientes? Esse público, do ponto de vista da
empresa, tem expectativas em relação à qualidade dos produtos e serviços for-
necidos, que esses tenham uma relação de valor que lhes pareça compensadora.
Evidentemente, os gestores precisam levar em consideração os interesses
de todos esses públicos. Não é simples e, muitas vezes, nem é possível atender
Hill e Jones (2012, p. 44) esclarecem que a análise de impacto sobre os stake-
holders segue as seguintes etapas:
1. Identificação dos stakeholders.
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uma definição clara da missão é razão de existir da organização e torna possí-
veis, claros e realistas os objetivos da empresa”.
O nível de importância que uma missão bem formulada pode adquirir é expresso
muito bem por outro nome de referência, dessa vez no campo do Marketing, Philip
Kotler (2005 apud LUCCA, 2013, p. 3), para quem:
Uma missão bem difundida desenvolve nos funcionários um senso co-
mum de oportunidade, direção, significância e realização. Uma missão
bem explícita atua como uma mão invisível que guia os funcionários
para um trabalho independente, mas coletivo, na direção da realização
dos potenciais da empresa.
Torna-se claro que a declaração da missão empresarial não deve ser um exercício
de marketing interno ou mesmo externo, em que uma bela frase é colocada no site
da organização ou emoldurada nas salas dos diversos departamentos. Deve, sim,
ter um significado profundo, sendo um direcionador dos esforços da organização
em atender os seus stakeholders.
Oliveira (2013, p. 50, grifo nosso), falando sobre missão da empresa, pontua que:
Missão é a determinação do motivo central da existência da empresa, ou
seja, a determinação de “quem a empresa atende” com seus produtos e
serviços. Corresponde a um horizonte dentro do qual a empresa atua ou
poderá atuar. Portanto, a missão representa a razão de ser da empresa.
SIGLA QUESTÃO
WHAT O que a empresa faz?
WHO Para quem a empresa faz?
WHY Por que a empresa deve fazer?
WHERE Para onde a empresa faz?
WHEN Há quanto tempo se faz?
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HOW Como a empresa faz?
HOW MUCH Quanto custa?
Fonte: Lucca (2013, p. 3).
Se você analisar com cuidado, perceberá que responder essas perguntas vai reque-
rer uma profunda análise dos processos empresariais em vigência ou aqueles que
se pretende implantar. Muitos gestores se surpreendem quando descobrem que
muitas coisas que se realizam na empresa contribuem muito pouco ou quase
nada para a realização da missão da organização.
Hill e Jones (2012, p. 45) pontuam que, na declaração de missão, deveria ser
possível responder às seguintes perguntas: “qual é o nosso negócio? Qual será o
nosso negócio? Qual deveria ser o nosso negócio?”.
Assim, para esses autores,
[...] a empresa deveria definir seu negócio em três dimensões: quem
está sendo satisfeito (que grupos de consumidores), o que está sendo
satisfeito (que necessidades dos consumidores) e como os consumido-
res estão sendo satisfeitos (por meio de que habilidades, conhecimen-
tos ou competências). (HILL; JONES, 2012, p. 45).
Como as
necessidades
dos consumidores
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são atendidas?
Competência
distintivas
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p. 5) informa que, “diferentemente da missão, que objetiva expressar a razão de
existir da organização somada aos seus valores e diferenciais competitivos, a visão
é um macro objetivo estratégico a ser alcançado pela organização no futuro”.
A visão declara para onde a organização deseja ir, para qual rumo ela dire-
cionará a empresa. Oliveira (2013, p. 65) estabelece que visão
[...] é conceituada como os limites que os proprietários e principais exe-
cutivos da empresa conseguem enxergar dentro de um período de tem-
po mais longo e uma abordagem mais ampla. Nesse contexto, a visão
proporciona o grande delineamento do planejamento estratégico a ser
desenvolvido e implementado pela empresa. A visão representa o que a
empresa quer ser no futuro próximo ou distante, de acordo com o ho-
rizonte de tempo que os executivos da empresa conseguem visualizar,
com adequada competência estratégica.
Talvez você já tenha ouvido ou lido uma frase famosa na gestão da qualidade
total: “quem não sabe para onde vai, qualquer lugar serve”. A autoria dessa frase
é contestada, mas, de qualquer forma, ela guarda uma verdade fundamental:
é preciso ter um direcionamento, um rumo a seguir, de modo que os esforços
sejam realmente envidados para chegar nesse norte estabelecido.
Vamos apresentar algumas declarações de visão de empresas, presentes no
Relatório anual da Petroleum Intelligence Weekly – PIW, que você provavelmente
conhece.
CEMIG: consolidar-se, nesta década, como o maior grupo do setor elétrico
nacional em valor de mercado, com presença em gás, líder mundial em sus-
tentabilidade, admirado pelo cliente e reconhecido pela solidez e performance.
ORGANIZAÇÕES GLOBO: queremos ser o ambiente onde todos se encontram.
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respeito, ética, entre outros. No entanto nem todas as pessoas têm o mesmo sis-
tema de valores, justamente porque as pessoas são diferentes.
Como as organizações são construtos sociais, levam para dentro de si um
contingente de pessoas que possuem valores individuais, mas que, uma vez tra-
balhando em um mesmo ambiente, terão que cooperar para que os objetivos
da organização sejam atendidos. É razoável concluir que seria impossível que a
organização deixasse totalmente livre a expressão dos valores de cada indivíduo.
Na verdade, a organização estabelecerá um conjunto de valores corporativos,
segundo os quais ela espera que os indivíduos se adequem e respeitem. Como
Nogueira (2014, p. 43) bem pontua,
[...] ao restringir uma lista de valores desejados a serem praticados pe-
los seus membros, a organização determina um padrão esperado de
conduta. Esse padrão possui um forte poder de normatizar e padroni-
zar a maneira como as pessoas agem em uma organização. É como mis-
turar cores diferentes e analisar qual pigmento se sobressai na mistura.
Assim, ao analisar essa questão, encontramos valores que são cultivados e pra-
ticados pela organização de forma corporativa, que se sobrepõem aos valores
individuais de seus membros.
Oliveira (2013, p. 68) afirma que esses valores “representam o conjunto dos
princípios, crenças e questões éticas fundamentais de uma empresa, bem como
fornecem sustentação para todas as suas principais decisões”.
Você pode concluir que os valores se constituem na base do que se conven-
ciona chamar de cultura organizacional, que expressa esse conjunto de valores
adotado pela organização, bem como suas normas e padrões que irão controlar
como os funcionários trabalharão para cumprir a missão estabelecida, bem como
atingir os objetivos traçados para essa mesma organização. Como afirmam Hill
e Jones (2012, p. 48), os valores de uma empresa “declaram como seus funcio-
nários e gestores devem se comportar, como devem fazer negócios e, ainda, que
tipo de organização deve construir para ajudá-la a cumprir sua missão”.
Reforçando essa ligação entre os valores adotados pela empresa com a mis-
são corporativa, Lucca (2013, p. 6) afirma que
Os valores são um conjunto de crenças e sentimentos que constroem
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Assim, podemos encontrar nos valores uma aplicação prática para atender a mis-
são da organização. Como Sertek, Guindani e Martins (2012, p. 57) confirmam,
[..] os valores são critérios de ação que direcionam as decisões das pesso-
as entre várias alternativas que possam atender a missão, condicionando
ou orientando o seu modo de realização. A empresa, por exemplo, pode
definir sua missão como “prover alimentos saudáveis e diferenciados
aos seus clientes”, e o modo de realização define como valor a integrida-
de e o cumprimento dos requisitos da legislação alimentar pertinente.
Dessa forma, considerando que a missão deve levar em conta os interesses dos
stakeholders da organização, caso essa organização venha a atuar em locais ou
regiões que possuam uma cultura e um sistema de valores diferentes da empresa,
provavelmente haverá a necessidade de adaptação por parte da organização para
respeitar essas características locais. Isso pode até mesmo impactar na forma
como a organização fabrica seus produtos e nos processos de trabalho.
Por exemplo, em um abatedouro de aves da região onde moro, os gestores
contrataram vários funcionários que são muçulmanos. Para respeitar a prática da
crença religiosa de seus colaboradores, esse abatedouro disponibilizou uma sala
especial, com todos os itens necessários para que esses funcionários pratiquem
suas orações nas horas determinadas pelo Alcorão. Sem dúvida, um exemplo de
respeito a um dos seus principais stakeholders, que são os funcionários.
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• A liderança se faz pelo exemplo.
Algumas empresas fazem questão de publicar seu sistema de valores para todos
• Somos inovadores no que fazemos.
os interessados, por meio de seus portais na Internet.
Humanismo
Essa prática pode ser muito
bem avaliada pelos diversos
Valoriza aopúblicos
máximo asinteressados, denotando
relações e o potencial transparência
humano. Respeita e de
estimula a individualidade que enriquece a diversidade.
comportamento e açõesBusca por partepara
contribuir da organização.
o aperfeiçoamento da sociedade e da qualidade
Veja alguns exemplos:
das relações em cada uma de suas ações.
Criatividade
Figura 3 – Valores de algumas empresas
Ousar, inovar
•Busca
Ter a soluções inovadoras
preferência com alegria, ousadia, determinação e
do CLIENTE.
•paixão.
SEGURANÇA das pessoas acima de tudo.
•Objetiva
PESSOAS o aperfeiçoamento contínuo comeintuição,
respeitadas, comprometidas sensibilidade e
realizadas.
conhecimento.
• EXCELÊNCIA com SIMPLICIDADE. Equilíbrio
•Harmonia,
Foco em RESULTADOS.
interdependência
•Inspira-se
INTEGRIDADE com todos
no equilíbrio os públicos.
e dinâmica da natureza. Percebe o homem
•como
SUSTENTABILIDADE econômica,
parte da natureza, com a qualsocial e ambiental.
deve se harmonizar, e valoriza a
interação com ela.
• Nosso trabalho é importante para a sociedade.
Busca aliar consciência e competência, discurso e prática, saber e
• Temos orgulho de trabalhar na Caixa.
fazer, ética e estética.
• Juntos podemos mais.
Transparência
•Claro,
Nossas atividades
evidente, sãodeixa
que se pautadas pela ética.
conhecer
•Vive
Respeitamos as ideias, as opções e as diferenças
seus processos abertamente. É franca, à vontade.de toda a
sociedade.
É contra ambiguidades, manipulações e discriminação em todas as
•relações.
A liderança
Buscasecom
faz pelo exemplo.a qualidade e reconhece suas
determinação
•imperfeições.
Somos inovadores no que
Compartilha suas fazemos.
dúvidas e a busca de respostas.
Humanismo
• A experiência dos consumidores está no centro de tudo o que
Valoriza
fazemos. ao máximo as relações e o potencial humano. Respeita e
•estimula
Temos um a individualidade
compromissoque comenriquece
as nossasa pessoas.
diversidade.
Busca contribuir para o aperfeiçoamento da sociedade companhia
• Acreditamos no Sistema McDonald's: franquiados, e da qualidade
das relações em cada uma de suas ações.
e fornecedores.
Criatividade
• Gerimos e desenvolvemos o nosso negócio de forma ética.
Ousar, inovar
•Busca
Retribuímos
soluçõesas nossas comunidades.
inovadoras com alegria, ousadia, determinação e
•paixão.
Desenvolvemos o nosso negócio com rentabilidade.
•Objetiva
Procuramos melhorar continuamente.
o aperfeiçoamento contínuo com intuição, sensibilidade e
conhecimento.
Equilíbrio
Harmonia,
ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL interdependência
- DIAGNÓSTICO E PROPOSIÇÕES
Inspira-se no equilíbrio e dinâmica da natureza. Percebe o homem
como parte da natureza, com a qual deve se harmonizar, e valoriza a
• Nosso trabalho é importante para a sociedade.
• Temos orgulho de trabalhar na Caixa.
• Juntos podemos mais. 95
• Nossas atividades são pautadas pela ética.
• Respeitamos as ideias, as opções e as diferenças de toda a
sociedade.
• A liderança se faz pelo exemplo.
• Somos inovadores no que fazemos.
Humanismo
Valoriza ao máximo as relações e o potencial humano. Respeita e
estimula a individualidade que enriquece a diversidade.
Busca contribuir para o aperfeiçoamento da sociedade e da qualidade
das relações em cada uma de suas ações.
Criatividade
Ousar, inovar
Busca soluções inovadoras com alegria, ousadia, determinação e
paixão.
Objetiva o aperfeiçoamento contínuo com intuição, sensibilidade e
conhecimento.
Equilíbrio
Harmonia, interdependência
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A ideia de ter objetivos é tão comum em nossas vidas, está tão internalizada,
que às vezes nem pensamos muito nesse assunto. Os objetivos corriqueiros são
estabelecidos sem um grande esforço de planejamento. Na verdade, muitos
deles perseguimos “no piloto automático”. Quando pensamos em uma organi-
zação, principalmente no nível estratégico, o “piloto automático” não funciona
muito bem. É necessário um esforço consciente e a utilização de ferramentas
para atingir esses objetivos. Por exemplo, ao projetar um futuro desejado, um
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gestor de uma organização está, de forma natural, estabelecendo objetivos. Mas
o que são objetivos? Oliveira (2013, p. 149) oferece a seguinte descrição para o
termo “objetivo”:
[...] é o alvo ou ponto quantificado, com prazo de realização e respon-
sável estabelecidos, que se pretende alcançar através de um esforço ex-
tra. [...] Os objetivos podem ser conceituados como o estado, situação
ou resultado futuro que o executivo pretende alcançar. Na realidade, o
termo objetivo relaciona-se a tudo que implica na obtenção de um fim
ou resultado final.
Na prática, os gestores usam muito a palavra meta para relacioná-la aos obje-
tivos organizacionais. Particularmente, gosto muito desse uso. Como gestor
em organizações por muitos anos, constatei que os colaboradores entendem
mais rapidamente seu significado e compreendem mais claramente os números
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evidente que atingir a visão da organização é um trabalho que leva muito tempo e
não é atingido de imediato. Por conta disso, as metas intermediárias servem como
“degraus” em uma escalada contínua rumo à meta maior da visão organizacional.
Porém não critico visões que não estabelecem esse ponto no tempo. São
maneiras diferentes de mostrar que a organização possui um objetivo de exce-
lência a ser atingido. Muito provavelmente, no caso de não estar declarado um
marco temporal na declaração da visão, esse marco está em outros documentos
que guiam o planejamento estratégico dos gestores.
As organizações – como já pontuamos diversas vezes – são formadas por
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pessoas e as pessoas têm seus objetivos e valores individuais. Por conta disso,
Oliveira (2013) lembra que os objetivos organizacionais precisam guardar alinha-
mento com os objetivos dos indivíduos. Isso porque dificilmente uma pessoa se
engajará em atingir um objetivo se este não estiver alinhado minimamente com
os seus próprios objetivos individuais. Pense, por um momento, como ficaria o
comprometimento de um colaborador em atingir um objetivo organizacional
que vai resultar na extinção do setor em que esse colaborador trabalha! Seria
muito difícil, não concorda? A possibilidade de “sabotagem” seria bem grande.
Nos apontamentos de Hill e Jones (2012), que vimos anteriormente, das qua-
tro características que os objetivos devem possuir, notamos também a questão
de que os objetivos devam estar relacionados a questões cruciais. Você já deve
ter presenciado ou vivenciado situações em que vários objetivos estabelecidos
pelos gestores não tinham um grau de importância significativo, que, no final,
só resultaram em perda de tempo e dinheiro. Um desperdício inaceitável nes-
ses tempos de racionalização de recursos e alta competitividade, com certeza!
Geralmente, segundo pontua Oliveira (2013), os gestores têm dificuldade
em estabelecer ou diferenciar os objetivos em curto, médio e longo prazo. Não se
tem, segundo esse autor, na mente dos gestores, quais são claramente os objeti-
vos de longo prazo, ou seja, os objetivos estratégicos na organização. No entanto
os objetivos são essenciais, pois servem aos seguintes propósitos:
■■ Fornecer às pessoas um sentimento específico e adequado de seu
papel na empresa;
Se você procurar saber quais objetivos cruciais uma organização deve atingir, a
resposta dependerá em muito do tipo de organização que estivermos conside-
rando. Se o caso for de uma organização empresarial, sem dúvida, o retorno ao
acionista ou proprietários é um objetivo crucial a ser atingido. Se a organiza-
ção for sem fins lucrativos, os objetivos provavelmente não estarão vinculados
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Oliveira (2013) menciona que, nessa fase inicial, ainda não há uma grande
preocupação com mensuração, ou seja, ainda não estão estabelecidas as metas
exatas que se pretende atingir, mas há, sim, um direcionamento em relação
aos setores e recursos que serão envolvidos.
Veja como isso se dá na figura 4, a seguir.
Figura 4 - Hierarquia dos objetivos e desafios da empresa
Missão da empresa
Postura
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Propósito
Estratégica
Objetivos da empresa
Objetivos funcionais
Recursos
Marketing Produção Finanças
Humanos
FORMA OU CRITÉRIO DE
ESTABELECIMENTO DE DETALHAMENTO
OBJETIVOS
Considerado a forma ideal. Para isso, o diagnóstico
Cruzamento de fatores
estratégico da empresa deve ser muito bem realiza-
externos e internos
do.
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A dinâmica desse processo todo pode ser visualizada na figura 5, a seguir.
Figura 5 - Processo de estabelecimento dos objetivos e desafios na organização
Alta administração
• Objetivos da empresa
(1º nível)
AC G H
Percebemos que chegará o momento em que tudo o que foi proposto, os objeti-
vos que foram estabelecidos deverão ganhar o mundo real e ser acompanhados
passo a passo para se garantir sua efetivação, não descuidando, é claro, de even-
tuais ajustes e calibração que certamente ocorrerão ao longo do caminho.
Esse acompanhamento exigirá, então, um sistema de gestão de resultados,
que envolverá ferramentas administrativas, possibilitando ao gestor a tomada
assertiva de decisão.
Veremos mais a respeito desses sistemas de gestão nas próximas unidades.
Até lá!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
104
2. Cada pessoa é um indivíduo único, a ponto de podermos afirmar que não exis-
tem duas pessoas exatamente iguais no mundo, mesmo que fisicamente sejam
idênticas. Também as pessoas possuem valores próprios, exclusivos, porém as
empresas não podem deixar que ocorra a expressão livre dos valores de cada
indivíduo. Explique como os valores corporativos restringem os valores in-
dividuais dos componentes de uma organização.
Também estão incorporados à gestão da JBS a busca pela modernização, qualidade dos
produtos e matérias-primas, construção de mais e melhores relações com parceiros,
clientes, colaboradores e sociedade, a satisfação de seus acionistas e o compromisso
com questões de responsabilidade socioambiental. Será possível manter esses objeti-
vos nos próximos anos?
Fonte: Certo e Peter (2010, p. 71-72).
MATERIAL COMPLEMENTAR
O jogo da imitação
Sinopse: durante a Segunda Guerra Mundial, o governo britânico monta
uma equipe que tem por objetivo quebrar o Enigma, o famoso código
que os alemães usam para enviar mensagens aos submarinos. Um de seus
integrantes é Alan Turing (Benedict Cumberbatch), um matemático de
27 anos estritamente lógico e focado no trabalho, que tem problemas de
relacionamento com praticamente todos à sua volta. Não demora muito
para que Turing, apesar de sua intransigência, lidere a equipe. Seu grande
projeto é construir uma máquina que permita analisar todas as possibilidades
de codificação do Enigma em apenas 18 horas, de forma que os ingleses
conheçam as ordens enviadas antes que elas sejam executadas. Entretanto,
para que o projeto dê certo, Turing terá que aprender a trabalhar em equipe
e tem Joan Clarke (Keira Knightley) como sua grande incentivadora.
Material Complementar
108
REFERÊNCIAS