Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2023
ROTEIRO DIRIGIDO
DE
GESTÃO DE PESSOAS
WWW.HERONLEMOS.COM.BR
MENTORIA UFC
Evolução dos Modelos de Gestão de Pessoas
Definição de Recursos Humanos
Para Chiavenato (1999), o termo RH ou Gestão de Pessoas pode ter três significados diferentes:
✓ RH como profissão: RH se refere aos profissionais que trabalham em tempo integral em pa-
péis diretamente relacionados com recursos humanos, a saber: selecionadores, treinadores,
administradores de salários e benefícios, engenheiros de segurança, médicos do trabalho, etc.
Segundo Toledo (1986), Recursos Humanos seriam o ramo de especialização da ciência da Adminis-
tração que desenvolve todas as ações que têm como objetivo a integração do trabalhador no con-
texto da organização e o aumento de sua produtividade.
Pode-se dizer que o DRH é uma área multidisciplinar com ação em todas as esferas de todas as
áreas de negócios. No passado, sua principal função era apenas intermediar a relação de empresários
e funcionários, sendo um órgão relativamente isolado da direção da empresa. Atualmente é conside-
rado um grande diferencial e sinônimo de modernização para as empresas.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 1
MENTORIA UFC
Era da Industrialização Clássica
A era da industrialização clássica ocorreu entre o período de 1900 a 1950, representando assim a in-
tensificação da industrialização que começou com a revolução industrial. Foi nesse período que a es-
trutura organizacional foi caracterizada por um formato piramidal e centralizador, com departamenta-
lização funcional, modelo burocrático, centralização das decisões no topo, estabelecimento de regras e
regulamentos internos para disciplinar e padronizar o comportamento dos participantes (CHIAVENA-
TO, 2006).
Nessa época existia a figura do capataz, o qual era responsável pelas funções do atual departamento
de recursos humanos hoje, como contratação e demissão de funcionários em uma fábrica. E, a partir
de 1910, iniciou-se o taylorismo, ideia que revolucionou o mundo dos negócios com seus experi-
mentos, os quais tiveram sua principal ênfase nas tarefas, no modo como os funcionários realizavam
os seus deveres.
Castro et al. (2002) afirmam: a partir dos anos 1910 tem início o taylorismo, forma prescritiva de gestão
em que o controle burocrático assumiu o mundo dos negócios. O modelo de organização racional do
trabalho de Frederick Taylor (1987) consolidou-se no início do século como o primeiro estruturado
sobre gestão de recursos humanos que, embora não idealizado como tal, era derivado na teoria e na
prática das suas noções de gestão em torno de pressupostos de um “homem econômico” e daquilo
que seus críticos mais tarde chamaram de “hipótese de populacho”.
Percebe-se, nessa época, que a maior preocupação dos gestores era com a produção da organização,
com a posição que cada trabalhador ocupava, com sua função dentro do organograma, havendo uma
ênfase nos processos mecânicos, e não havia uma visão ou preocupação com o homem em si, pois,
como foi declarado, existiam os pressupostos de um homem econômico, ou seja, que o ser humano é
motivado exclusivamente pelas recompensas financeiras e materiais, só pensa em dinheiro.
Em se tratando da gestão de pessoas, o mais marcante dessa época era o modo de como as pessoas
eram visualizadas e consideradas pelas organizações, pois elas eram enxergadas como parte dos
recursos da empresa e não como seres com capacidades cognitivas intelectuais; tinha-se uma vi-
são muito restritiva e bitolada, a qual desconsiderava os fatores humanos, principalmente as emoções
e necessidades básicas.
Chiavenato (2006, p.24) afirma: As pessoas eram consideradas recursos de produção, juntamente
com outros recursos organizacionais, como máquinas, equipamentos e o capital dentro da con-
cepção dos três fatores tradicionais de produção: natureza, capital e trabalho. E por essa concep-
ção, a administração das pessoas era tradicionalmente denominada Relações Industriais. Tudo para
servir à tecnologia. O homem era ainda considerado um apêndice da máquina.
É possível verificar um grande contraste com a atual Gestão de Pessoas. Pois, nas organizações mo-
dernas e mais bem-sucedidas, o capital humano é o seu maior bem e é considerado como tal, de-
monstrando o motivo da verdadeira existência das organizações: as pessoas.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 2
MENTORIA UFC
Nesse contexto, a cultura organizacional predominante era voltada para o passado e para a conserva-
ção das tradições e valores tradicionais. As pessoas eram consideradas recursos de produção, junta-
mente a outros recursos organizacionais, como máquinas, equipamentos e capital, na conjunção típica
dos três fatores tradicionais de produção: natureza, capital e trabalho.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 3
MENTORIA UFC
Era da Industrialização Neoclássica
Compreendendo o período de 1950 a 1990, tendo início no final da Segunda Guerra Mundial, a in-
dustrialização neoclássica trouxe grandes mudanças no mundo das organizações. Segundo Chiavenato
(2006, p.24), “as mudanças passaram a serem mais rápidas, mais intensas e pouco previsíveis”.
Dessa forma, com todo esse avanço, os modelos funcional e burocrático, centralizador e piramidal
não conseguiam acompanhar na mesma velocidade, com isso “as organizações tentaram novos
modelos de estruturas que pudessem proporcionar-lhes mais inovação e melhor ajustamento às novas
condições”.
Foi nessa época que surgiram os novos modelos de estrutura organizacional, com os quais se
buscaram estratégias que pudessem proporcionar inovação e acompanhar os avanços do mundo
industrial. E através dessa busca e tentativa de melhoramento, os recursos humanos começaram a ser
valorizados, pois se perceberam os seus importantes papéis, deixando-se agora para trás a antiga
visão das Relações Industriais do homem – o qual era visto como um mero componente indus-
trial – em nome de um conceito mais evoluído da Administração de Recursos Humanos.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 4
MENTORIA UFC
Era da Informação
A era da informação teve seu início por volta de 1990 e se estende até a época atual. O seu principal
fator característico é a mudança, pois, como se vê, o mundo está em constante evolução e avanço. A
informação encontra-se em constante velocidade, permitindo, assim, que haja uma maior competiti-
vidade entre as organizações.
Um grande fator de destaque é a tecnologia, que surge com grande avanço; o computador ganha
espaço na vida diária dos executivos e nos processos nas fábricas, facilitando assim a produção e tra-
zendo economia às atividades desenvolvidas. Assim houve também a exigência de habilidades especí-
ficas para manipular os novos equipamentos que surgiram.
Fidelis e Banov (2007, p.23) afirmam: Aceleram-se as mudanças tecnológicas alterando a forma de ge-
renciar pessoas. Tecnologia de produção exige habilidades específicas. Nos escritórios, muitas funções
passam a ser desenvolvidas por máquinas, com maior eficiência e economia. O microcomputador co-
meça a fazer parte da vida do executivo e aparecer nas fábricas.
Assim, ainda na visão de Chiavenato (2006, p.25): Os órgãos (sejam departamentos ou divisões) tor-
nam-se provisórios e não definitivos, os cargos e funções passaram a serem constantemente rede-
finidos em razão das mudanças no ambiente e na tecnologia, os produtos e serviços passaram a
ser continuamente ajustados às demandas e necessidades do cliente, agora dotado de hábitos
mutáveis e exigentes.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 5
MENTORIA UFC
As estruturas com órgãos estáveis passam a não ser mais predominantes, pois o novo ambiente ne-
cessita de equipes multifuncionais de trabalho. Dessa forma, as empresas começam a funcionar sem
limites de tempo, espaço ou distância (CHIAVENATO, 2006).
Outro ponto relevante é que o mercado de trabalho industrial perdeu sua procura em virtude do mer-
cado de serviços, pois “o trabalho manual passou a ser substituído pelo trabalho mental” (CHIAVENA-
TO, 2006, p.25).
Nesse contexto, as pessoas passaram a ser enxergadas como seres inteligentes, com capacidades
singulares, conhecimento e habilidades. Dessa forma, o significado da Gestão de Pessoas teve uma
grande conversão, do ponto em que um indivíduo era visto como uma máquina para o maior bem
intangível das organizações.
Assim, para Chiavenato (2006) a Administração de Recursos Humanos representa a maneira como
as organizações procuram lidar com as pessoas que trabalham em conjunto em plena era da in-
formação. Não mais como recursos organizacionais que precisam ser passivamente administrados,
mas como seres inteligentes e proativos, capazes de responsabilidades e iniciativa, dotados de habili-
dade e conhecimentos que ajudam a administrar os demais recursos organizacionais inertes e sem
vida própria.
Assim, a Gestão de Pessoas tem se tornado cada vez mais importante nas organizações, fazendo-se
então a necessidade de estudar esse tão importante papel das mesmas, e salientar sua relevância para
as mudanças que ocorrem no universo empresarial.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 6
MENTORIA UFC
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 7
MENTORIA UFC
As três etapas das organizações no decorrer do século XX.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 8
MENTORIA UFC
As três etapas da gestão de pessoas
GESTÃO DE PESSOAS
Através desse novo olhar as organizações passarão a ver as pessoas como seres dotados de inteligên-
cia, conhecimento e habilidades para serem novos parceiros da organização. Assim a organização pas-
sou a adquirir uma vantagem competitiva (VILAS et all, 2009).
É bem mais barato administrar inteligência, do que tocar a empresa exclusivamente com a força de
capital financeiro, que depende da força humana (CHIAVENATO, 2000).
O capital somente será bem aplicado quando for inteligente bem investido e administrado. Para tanto,
administrar pessoas vem antes, durante e depois da administração do capital ou da administração de
qualquer outro recurso empresarial, como máquinas, equipamentos, instalações, cliente etc. As empre-
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 9
MENTORIA UFC
sas bem-sucedidas deram-se conta disso e voltaram-se para seus funcionários como os elementos
alavancadores de resultados dentro da organização. (CHIAVENATO, 2000, p.2)
A partir disso, o setor de Gestão de Pessoas passou a ser olhado com mais atenção. Ribeiro (2005)
destaca que hoje o profissional de Recursos Humanos precisa saber diferenciar as pessoas com quem
trabalha, pois elas possuem personalidades e histórias de vida próprias e diferentes entre si, além de
possuírem conhecimentos, habilidades e capacidades adequadas a gestão dos recursos organizacio-
nais. É essencial que este profissional entenda que as pessoas não são apenas recursos.
Para Fisher e Fleury (1998), Gestão de Pessoas é o conjunto de políticas e práticas definidas de
uma organização para orientar o comportamento humano e as relações interpessoais no ambi-
ente de trabalho. Conforme Gil (2001, p. 17), "Gestão de Pessoas é a função gerencial que visa à
cooperação das pessoas que atuam nas organizações para o alcance dos objetivos tanto organi-
zacionais quanto individuais".
De acordo com Coutinho (2006), a Gestão de Pessoas baseia-se no fato de que o desempenho de
uma organização depende fortemente da contribuição das pessoas que a compõem e da forma
como elas estão organizadas, são estimuladas e capacitadas, e como são mantidas num ambien-
te de trabalho e num clima organizacional adequados.
O atual modelo de GP visa em primeiro lugar o ser humano, buscando incentivá-lo, inová-lo e me-
lhorá-lo, a fim de que ele possa atingir níveis mais elevados de competência, criatividade e reali-
zação profissional e individual. Isso fará com que, consequentemente, a empresa consiga atingir
seus resultados. O setor modernamente tem sido responsável pelo recrutamento, seleção, planeja-
mento de RH, orientação, motivação, treinamento, desenvolvimento, remuneração, relações
sindicais, segurança e bem-estar de seus colaboradores, sempre se mantendo vinculado ao objeti-
vo de encontrar, atrair e manter as pessoas de que precisa a organização.
Velho papel dos Recursos Humanos versus novo papel dos Recursos Humanos
Com todas essas transformações ocorridas globalmente, a área de RH vem sofrendo fortes mudanças.
As diferenças entre o velho e o novo papel dos recursos humanos nos últimos tempos são capazes de
demonstrar a evolução dessa área.
De acordo com Claro e Nickel (2002, p. 17), o RH apresenta um novo formato, apresentando mudan-
ças que vem acontecendo de forma gradual. Para os autores, “já faz algum tempo que a área de Re-
cursos Humanos passou de um simples departamento de pessoal para um agente de transformação
na organização, provocando mudanças e oferecendo sustentação na implantação das mesmas”. A
comparação entre os velhos e os novos papeis do setor de Recursos Humanos podem ser vistas no
quadro a seguir:
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 10
MENTORIA UFC
VELHO PAPEL DO RH NOVO PAPEL DO RH
✓ Controlar rigidamente a carreira dos funci- ✓ Propor, definir e garantir um conjunto de
onários; normas e procedimentos alinhados com os
princípios empresariais e de acordo com a
legislação trabalhista;
✓ Manter as escalas salariais em segredo;
✓ Manter tudo que dizia respeito a recursos ✓ Dar suporte às demais unidades da empre-
humanos em segredo e conservar a ima- sa e agir como facilitador nos processos de
gem de recursos humanos com um depar-
administração de pessoas;
tamento fechado e a parte da organização;
✓ Oferecer treinamento para todos, de ma- ✓ Ver as pessoas e a organização como seres
neira indiscriminada; espirituais e ajudá-las a dar o próximo pas-
so em seu processo de desenvolvimento;
✓ Fazer com que os custos de pessoal não
digam respeito apenas à área de recursos ✓ Ter no treinamento uma ferramenta para
humanos, mas também a cada setor, res- retenção do capital humano, desenvolven-
pectivamente. do novas competências para a atual era
empresarial, além de dignificar o trabalho
e o ser humano.
Para Chiavenato (2011), empresas bem-sucedidas se organizaram e passaram a investir nos Recursos
Humanos, visto que esses recursos são visualizados como peças chaves, responsáveis pelo sucesso ou
não da empresa.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 11
MENTORIA UFC
Equilíbrio organizacional
✓ Incentivos ou alicientes: são os "pagamentos" que a organização faz aos seus participantes (p.
ex: salários, benefícios, prêmios de produção, elogios, promoções, reconhecimento, etc.)
✓ Utilidade dos incentivos: cada incentivo possui determinado valor de utilidade que varia de
um indivíduo para outro.
✓ Contribuições: são os "pagamentos" que cada participante efetua à organização (p. ex: traba-
lho, dedicação, esforço, assiduidade, pontualidade, lealdade, reconhecimento, etc.)
✓ Utilidade das contribuições: é o valor que o esforço de cada indivíduo tem para a organiza-
ção, a fim de que esta alcance seus objetivos.
✓ Todo o participante manterá sua participação na organização enquanto os incentivos que lhe
são oferecidos forem iguais ou maiores do que as contribuições que lhe são exigidos;
O termo sistema é definido como o conjunto de elementos unidos por alguma forma de intera-
ção ou interdependência. Nos subsistemas, tem-se um conjunto menor de partes que, no caso espe-
cífico. Os cinco subsistemas têm assuntos distintos e interligados, cujo resultado global aumenta
desde que estes (subsistemas) estejam articulados e sintonizados entre si (CHIAVENATO, 2006).
Os cinco subsistemas formam um processo global. Esse dinamismo atrai as pessoas, mantendo-as
aplicadas em suas tarefas dentro da organização e por ela (organização) monitorada. Na prática, al-
guns ou um subsistema pode se desenvolver mais do que o outro. Isso ocorre quando a organização
(os gestores) privilegia mais um subsistema do que o outro, provocando desníveis entre eles.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 12
MENTORIA UFC
Subsistema Atividades
Pesquisa de mercado de recursos humanos
Provisão de Recursos Hu- Recrutamento
manos Seleção
Integração
Análise e descrição de cargos
Aplicação de Recursos Hu- Planejamento e alocação de recursos humanos
manos Plano de carreiras
Avaliação de desempenho
Administração de salários
Manutenção de Recursos Benefícios sociais
Humanos Higiene e segurança do trabalho
Relações trabalhistas
Treinamento
Desenvolvimento de Re- Desenvolvimento de recursos humanos
cursos Humanos Desenvolvimento organizacional
Banco de dados
Monitoração de Recursos Sistema de informação
Humanos Auditoria de Recursos Humanos
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 13
MENTORIA UFC
Subsistemas de Gestão de Pessoas em Seis Políticas ou Processos
Política de São os processos utilizados para incluir novas pessoas na empresa. Podem ser de-
agregar pes- nominados processos de provisão ou de suprimento de pessoas. Incluem planeja-
soas: mento de RH, pesquisa de mercado, recrutamento e seleção de pessoas, bem como
estar relacionada à adaptação dos novos participantes ao ambiente organizacional.
São os processos utilizados para a integração dos novos participantes ao ambiente
Política de organizacional (programas de integração), desenhar as atividades que as pessoas
aplicar pes- realizarão na empresa, orientar e acompanhar seu desempenho. Incluem desenho
soas organizacional e desenho de cargos, análise e descrição de cargos, movimentação
interna (transferências, remoções, alocações) e avaliação de desempenho.
Política de São os processos utilizados para incentivar as pessoas e satisfazer suas necessida-
recompensar des individuais mais elevadas. Incluem recompensas, remuneração e benefícios.
pessoas
Política de São os serviços sociais, como criar condições ambientais e psicológicas satisfatórias
manter pes- para as atividades das pessoas. Incluem programas de higiene e segurança, quali-
soas dade de vida (QVT) e manutenção de relações sindicais.
Política de São os processos utilizados para capacitar e incrementar o desenvolvimento profis-
desenvolver sional e pessoal. Incluem treinamento e desenvolvimento das pessoas, desenvolvi-
pessoas mento organizacional e planejamento de carreiras.
Política de São os processos utilizados para acompanhar e controlar as atividades das pessoas
monitorar e verificar resultados. Incluem banco de dados, sistemas de informações gerenciais
pessoas e auditoria.
Todas essas políticas estão intimamente relacionadas entre si, de tal maneira que se interpene-
tram e se influenciam reciprocamente. Cada política tende a favorecer ou prejudicar as demais,
quando bem ou mal utilizadas. Um processo malfeito de agregar pessoas passa a exigir um pro-
cesso de desenvolver pessoas mais intenso para compensar as suas falhas. Além do mais, todas
essas políticas são desenhadas de acordo com as exigências das influências ambientais externas
e das influências organizacionais internas para obter a melhor compatibilização entre si. Trata-
se, pois, de um modelo de diagnóstico de gestão de pessoas.
A abordagem estratégica de recursos humanos delineou-se a partir da década de 1980 diante da ne-
cessidade de aferição e gestão do impacto do capital humano na consecução de estratégias organiza-
cionais, tornando-o uma vantagem competitiva (Fischer, 2001).
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 14
MENTORIA UFC
Wrigt e McMahan (1992), em estudo realizado para delinear a teoria da gestão estratégica de pessoas,
identificaram as diferenças básicas destas com relação à gestão tradicional de pessoas. Segundo os
autores, o que diferencia a gestão estratégica de pessoas são dois integradores que a torna macroor-
ganizacional e consistente do ponto de vista de uma política: a integração vertical e a integração hori-
zontal.
• Integração vertical: busca o alinhamento das práticas de gestão de pessoas com os obje-
tivos e as estratégias organizacionais.
Estratégia organizacional
✓ É definida pelo nível institucional da organização: pela ampla participação de todos os de-
mais níveis e negociação quanto aos interesses e objetivos envolvidos.
✓ É projetada no longo prazo: e define o futuro e o destino da organização. Nesse sentido, ela
atende à missão, focaliza a visão organizacional e enfatiza os objetivos organizacionais de longo
prazo.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 15
MENTORIA UFC
Em resumo, problemas globais requerem soluções globais. A estratégia é a saída para isso. A estraté-
gia parte dos objetivos planejados da missão e da visão que se pretende realizar e é balizada por dois
tipos de análise.
De um lado, a análise ambiental para verificar e analisar as oportunidades que devem ser aproveitadas
e as ameaças que devem ser neutralizadas ou evitadas. Trata-se de um mapeamento ambiental para
saber o que há no entorno. De outro lado, a análise organizacional para verificar e analisar os pontos
fortes e fracos da empresa. Trata-se de um levantamento das habilidades e capacidades da empresa
que precisam ser plenamente aplicadas e de seus pontos nevrálgicos que precisam ser corrigidos ou
melhorados. Trata-se de um levantamento interno para saber qual é a vocação da empresa e no que
ela pode ser mais bem-sucedida. As pessoas podem constituir o ponto forte – a principal vantagem
competitiva da empresa – ou o ponto fraco – a principal desvantagem competitiva –, dependendo da
maneira como elas são administradas.
A estratégia organizacional representa a maneira pela qual a empresa se comporta diante do ambi-
ente que a circunda, procurando aproveitar as oportunidades possíveis do ambiente e neutralizar as
ameaças potenciais que rondam os negócios. É puro jogo de cintura. Além disso, a estratégia organi-
zacional tem os seus desdobramentos: ela reflete a maneira pela qual a empresa procura maximizar as
forças reais e potenciais da melhor maneira e minimizar as fraquezas reais e potenciais.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 16
MENTORIA UFC
A estratégia organizacional é um conjunto de manobras que se desenvolve em um ambiente compe-
titivo: deve aproveitar as oportunidades externas e esquivar-se das ameaças ambientais, ao mesmo
tempo em que busca aplicar mais intensamente as forças internas e corrigir as fraquezas internas. A
estratégia representa o caminho escolhido pela empresa para enfrentar as turbulências externas e
aproveitar os recursos e competências da melhor maneira possível. Quanto maior a mudança ambien-
tal, mais necessária será a ação estratégica, desde que ágil e flexível para aglutinar e permitir a adoção
rápida de novos rumos e novas saídas. Essa é a razão de sucesso das empresas que sabem tirar provei-
to das situações e das circunstâncias. Jogo de cintura e arrancadas rápidas e velozes são necessárias.
A estratégia organizacional mexe com toda a organização. A partir da missão e da visão de futu-
ro, a estratégia deve alinhar a estrutura e a cultura organizacionais. Ou seja, tanto a estrutura
quanto a cultura precisam se ajustar à estratégia para que possa ser executada com sucesso. Além dis-
so, os processos organizacionais precisam também estar alinhados à estratégia a fim de que os objeti-
vos organizacionais sejam alcançados com êxito pela sinergia provocada pelo conjunto.
A estratégia precisa funcionar como um programa global para a consecução de objetivos organizacio-
nais e deve receber o consenso geral e ser capaz de motivar e envolver todos os colaboradores da or-
ganização. Deve ser difundida e comunicada para servir como o fio condutor de toda a ação organiza-
cional.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 17
MENTORIA UFC
DICA DO HERON
O planejamento estratégico de uma empresa depende da missão, da visão, dos objetivos organi-
zacionais e da própria estratégia organizacional. A definição desses elementos-chave é de suma
relevância para definir para onde a organização vai direcionar as pessoas no sentido de se com-
prometerem com os resultados esperados. Nesse aspecto, reside o papel mais relevante da ges-
tão de pessoas, que é fazer com que os colaboradores saibam o real sentido do esforço conjunto
para atingir os objetivos organizacionais e, assim, serem beneficiados. O planejamento estratégico
de gestão de pessoas deve ser parte integrante do planejamento estratégico da organização.
Desdobramentos da estratégia
A estratégia precisa ser planejada com antecipação e deve ser estendida no longo prazo. Ela requer
um planejamento estratégico para ser colocada em ação.
• Planejamento estratégico: refere-se à organização como uma totalidade e indica como a estraté-
gia global deverá ser formulada e executada. Suas principais características são:
• Planejamento tático: refere-se ao meio de campo da organização para cada unidade organizacio-
nal ou departamento da empresa. Suas características são:
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 18
MENTORIA UFC
✓ Indica a participação de cada unidade no planejamento global. Refere-se a cada área ou depar-
tamento da empresa.
✓ Indica como cada tarefa, operação ou atividade deverá contribuir para o planejamento tático da
unidade.
Todo planejamento se subordina a uma filosofia de ação. Ackoff aponta três tipos de filosofia do pla-
nejamento estratégico:
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 19
MENTORIA UFC
é a aderência ao futuro no sentido de se ajustar às novas demandas ambientais e se preparar para as
futuras contingências, quando eventualmente ocorrerem.
Planejamento estratégico de GP
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 20
MENTORIA UFC
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 21
MENTORIA UFC
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 22
MENTORIA UFC
Planejamento estratégico de gestão de pessoas com base em competências
Trata-se de um modelo mais global de atuação em que a GP está plugada nas necessidades organiza-
cionais mais amplas envolvendo competências essenciais e apoio ativo e proativo aos negócios da
empresa. Tudo isso para construir constantemente vantagens competitivas.
1. Definição da visão de futuro e dos objetivos organizacionais a serem alcançados em função de de-
terminado período.
4. Estimativa da lacuna (gap) entre as competências requeridas e as competências possuídas pela or-
ganização.
10. Programas de recrutamento e seleção para agregar talentos na obtenção externa das competên-
cias requeridas.
Nas etapas 5 a 8, os desdobramentos são classificados entre as competências que devem ser
construídas ou desenvolvidas internamente (por meio de processos de T&D e DO) e as que de-
vem ser adquiridas por aporte de novos talentos na organização (por processos de agregação de
talentos). Sem dúvida, o planejamento de GP, quando feito por competências, permite uma vi-
são mais integrada das necessidades próximas e futuras da organização em relação ao negócio e
ao futuro.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 23
MENTORIA UFC
Assim, o planejamento estratégico de GP deve começar com o esclarecimento de quatro questões bá-
sicas:
1. Pode-se construir e desenvolver as competências requeridas que a organização ainda não dispõe?
Então se trata de uma questão de criar e desenvolver competências internamente, ou seja, buscar den-
tro da organização os talentos para neles criar e desenvolver tais competências.
2. Pode-se adquirir externamente as competências requeridas que a organização ainda não dispõe?
Então se trata de uma questão de agregar competências, isto é, buscar fora da empresa e agregar os
talentos que disponham de tais competências.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 24
MENTORIA UFC
No primeiro caso, os processos de desenvolver pessoas são fundamentais para o sucesso organizacio-
nal e se tornam estratégicos para a organização. No segundo caso, os processos de agregar pessoas
ocupam o pódio e passam a ser estratégicos para a organização. Isso mostra o caráter contingencial
da GP. As competências dependem sempre da criação e desenvolvimento de talentos.
O desafio está em diagnosticar as competências necessárias a cada organização para então identificar
e avaliar sua presença.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 25
MENTORIA UFC
Elas envolvem um extenso portfólio de talentos e mais o envoltório que os cerca e dinamiza, como a
arquitetura organizacional, a cultura corporativa, o estilo de gestão e a modelagem do trabalho. Sem
esses elementos, que constituem o seu ambiente de trabalho, o talento se torna impotente para reali-
zar qualquer coisa que acrescente valor à organização. Não basta buscar e reter talentos, é preciso
proporcionar a eles o contexto básico para que possam se desenvolver, crescer e produzir resultados
que agreguem valor ao negócio da organização.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 26
MENTORIA UFC
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 27
MENTORIA UFC
Modelos de planejamento tático de gestão de pessoas
Modelos de planejamento tático podem tanto focar o nível intermediário (gerencial) da organização –
envolvendo todos os executivos como gestores de pessoas –, como atuar especificamente em cada
departamento ou unidade organizacional para garantir o alcance de metas e objetivos táticos. Quase
sempre são modelos em que a GP atua no nível gerencial quando se pretende que os executivos se-
jam os gestores de pessoas. Nesse caso, envolve mudanças na cultura organizacional para que haja
aceitação dessa delegação e descentralização. Os executivos precisam aceitar suas novas incumbências
de aprender a lidar com pessoas e com práticas de GP. Além do aprendizado dessas práticas – como
selecionar pessoas, entrevistar, treinar, tomar decisões sobre pessoas –, torna-se também necessário
mudar o estilo de gestão dos executivos. Estes precisam deixar de ser comandantes e mandantes para
se tornarem líderes de sua equipe de colaboradores. Aspectos como liderança, comunicação, trabalho
em equipe, motivação e aspectos comportamentais são fundamentais no planejamento tático de GP.
Outrossim, também os funcionários precisam mudar em termos de atitudes e comportamentos. Preci-
sam aprender a aprender, assumir riscos, inovar, criar novas habilidades e competências, trabalhar em
equipe e se envolver em um papel cada vez mais criativo e proativo na organização. Assim, os mode-
los táticos de planejamento de GP são menos quantitativos e mais qualitativos.
Ocorre que, apesar de sua importância, o planejamento referente a pessoas nem sempre é da respon-
sabilidade do órgão de RH da organização.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 28
MENTORIA UFC
Quase sempre as organizações utilizam modelos operacionais para o planejamento de GP. São mode-
los quantitativos e simples baseados na experiência anterior, ou seja, com base em dados estatísticos
ou na história passada. São geralmente restritos ao nível operacional da organização.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 29
MENTORIA UFC
Existem vários modelos operacionais de planejamento de GP. Alguns são genéricos e abrangem toda a
organização, enquanto outros são específicos para determinados níveis ou unidades organizacionais.
Baseia-se no conceito de que as necessidades de pessoal são uma variável dependente da procura
estimada do produto (quando indústria) ou do serviço (quando organização não industrial). A relação
entre as duas variáveis – número de funcionários e procura do produto/serviço – é influenciada
por variações na produtividade, tecnologia, disponibilidade interna e externa de recursos finan-
ceiros e disponibilidade de pessoas na organização. Qualquer acréscimo de produtividade decor-
rente de mudança na tecnologia poderá trazer redução das necessidades de pessoal por unidade adi-
cional de produto/serviço ou redução do preço do produto/serviço, de tal maneira que resulte em
aumento de vendas e, consequentemente, aumento das necessidades de pessoal. Este modelo utiliza
previsões ou extrapolações de dados históricos e está voltado predominantemente para o nível opera-
cional da organização.
Não considera possíveis fatos imprevistos, como estratégias dos concorrentes, situação do mercado
de clientes, greves, falta de matéria-prima, etc. É extremamente limitado porque se reduz a aspectos
quantitativos: quantas pessoas serão necessárias nos vários postos de trabalho para produzir determi-
nada quantidade de produto ou serviço oferecido pela organização.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 30
MENTORIA UFC
Modelo baseado em segmentos de cargos
• Escolher um fator estratégico: como nível de vendas ou produção, plano de expansão, cujas varia-
ções afetem as necessidades de pessoal.
• Projetar os níveis futuros de força de trabalho: para cada unidade, pela correlação com a projeção
dos níveis (históricos e futuros) do fator estratégico correspondente.
Algumas empresas, como a IBM, preferem calcular suas necessidades totais de pessoal operacional
com base em projeções relacionadas apenas com certos segmentos (ou famílias) de cargos de sua for-
ça de trabalho que apresentam variações maiores. Suas limitações são similares ao modelo baseado na
procura estimada do produto/serviço.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 31
MENTORIA UFC
A Figura abaixo considera a informação mínima para uma tomada de decisão a respeito das futuras
substituições na organização em função do status dos vários candidatos internos. Esse status depende
de duas variáveis: o desempenho atual e a promovabilidade. O desempenho atual é obtido por meio
de avaliações de desempenho, opiniões dos gerentes, pares e subordinados. A promovabilidade é ba-
seada no desempenho e nas estimativas de sucesso futuro nas novas oportunidades. Existem sistemas
sofisticados de tecnologia da informação (TI) com inventários e registros que oferecem amplas infor-
mações, como formação escolar, experiência profissional anterior, cargos ocupados, desempenho, as-
pirações e objetivos pessoais. Na verdade, este modelo funciona como um plano de carreiras.
É um modelo que mapeia o fluxo das pessoas para dentro, através e para fora da organização. A
análise histórica do movimento de entradas, saídas, promoções e transferências internas de funcioná-
rios permite a predição de curto prazo das necessidades de pessoal na organização, se não houver
mudanças no contexto. Trata-se de um modelo vegetativo e conservador, de natureza contábil e
quantitativa, adequado a organizações estáveis e sem planos de expansão, nas quais a preocupação é
apenas preencher as vagas existentes e dar continuidade ao cotidiano.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 32
MENTORIA UFC
É um modelo mais amplo e abrangente que os anteriores. Do ponto de vista de provisão de insumos
humanos, o planejamento operacional integrado leva em conta quatro fatores ou variáveis interveni-
entes:
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 33
MENTORIA UFC
Do ponto de vista do fluxo interno, o planejamento operacional integrado leva em conta a composi-
ção mutável da força de trabalho da organização, acompanhando as entradas e saídas, bem como a
movimentação interna.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 34
MENTORIA UFC
Na prática, o modelo integrado é um modelo sistêmico e um pouco mais abrangente de plane-
jamento operacional, que permite um diagnóstico razoável para a tomada de decisões sobre a
força de trabalho.
Contudo, a maioria dos modelos operacionais apresentados constitui esquemas quantitativos e numé-
ricos tratando as pessoas como ativos tangíveis, deixando de lado aspectos intangíveis importantes,
como habilidades, conhecimentos, competências, etc. Tratam as pessoas como quantidades que de-
vem ser preservadas na organização sem se importar como elas deveriam ser caracterizadas em ter-
mos de talentos, capital humano ou capital intelectual.
O processo de gestão estratégica de pessoas tem como objetivo principal produzir decisões e
ações que sustentem o caminho das organizações na direção da sua visão, missão, objetivos estratégi-
cos e valores organizacionais. Uma vez atrelada às estratégias da empresa, a área de gestão de pesso-
as passa a ter uma visibilidade cada vez maior nas organizações. No entanto, para uma estratégia or-
ganizacional dar certo, é necessário levar em consideração os recursos humanos disponíveis nessa or-
ganização e a sua utilização otimizada dentro da empresa, cabendo à área de gestão de pessoas viabi-
lizar o alcance dos objetivos traçados estrategicamente pela organização, influenciando o comporta-
mento organizacional (BARDUCHI; MIGLINSKI, 2006).
Nesse sentido, segundo Mascarenhas (2008), para alinhar o comportamento organizacional às deman-
das e às estratégias da organização, é necessário que a área de recursos humanos extrapole os limites
das práticas tradicionais de gestão de pessoas, tornando-se, uma área menos operacional por meio da
adoção de práticas e atividades focadas nos objetivos e na estratégia da organização.
A estratégia de recursos humanos para Albuquerque (2002) deve seguir as etapas de formulação e
implementação da estratégia organizacional, conforme o quadro abaixo:
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 35
MENTORIA UFC
O autor também destaca a importância do feedback contínuo de informações entre as diversas etapas
do processo de formulação por meio de avaliações de resultados ao longo do desenvolvimento da
estratégia.
Friedman et al (2000) fornecem exemplos com relação ao alinhamento que deve existir entre o plane-
jamento estratégico da organização e a área de recursos humanos. Seja na remuneração, ou na área
de treinamento, as decisões estratégicas da cúpula podem estar indo em uma direção, enquanto as
decisões do diretor de RH se chocam com a visão da empresa.
Ulrich (2002) afirma que ter os profissionais de RH como parceiros estratégicos, adquirindo respeito e
credibilidade e alcançando excelência organizacional por meio do diagnóstico facilita o processo de
converter as estratégias em ações. Para isso, a administração de RH deve realizar determinadas ativi-
dades:
a) definir uma arquitetura organizacional e ser capaz de utilizá-la para traduzir a estratégia em ação;
b) aprender a realizar um diagnóstico organizacional eficaz fazendo boas perguntas e gerando práticas
alternativas criativas e oportunas;
c) ser capaz de fixar prioridades para as iniciativas e, em seguida, cumprilas até o fim.
Marras (2002) complementa e destaca que a administração estratégica de RH tem como foco a otimi-
zação dos resultados da empresa e o desenvolvimento das pessoas que nela atuam. Para o autor, é
necessário então considerar a real função da administração de recursos humanos, a qual consiste em:
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 36
MENTORIA UFC
perfil dos resultados e, portanto, dos lucros da empresa, agregando valor por meio do capi-
tal humano” (MARRAS, 2002).
Diante disso, é possível perceber a relevância de uma reestruturação de valores na área de gestão de
pessoas. No entanto, esse processo de aprendizado requer um grande envolvimento do empresariado
com o RH, iniciando com alteração não só nos valores, mas das convicções e práticas que envolvem as
atividades de recursos humanos. A fórmula para as organizações de sucesso se resume à “compatibili-
zação e integração das políticas de Recursos Humanos às suas culturas e no forte envolvimento dos
seus donos com as questões de RH” (AQUINO apud GIRARDI, 2008, p.34).
Gerir pessoas é uma responsabilidade de cada gerente, que por sua vez deve receber orientação do
staff a respeito das políticas e procedimentos adotados pela organização.
O monopólio do ARH esta desaparecendo, e também o seu antigo isolamento e distanciamento das
principais decisões e ações da empresa. Nunca o ARH foi tão necessário como neste momento de
mudança e transição só que seu papel está se tornando diferente e inovador
Gradativamente a área de ARH esta deixando de ser a prestadora de serviços especializados de recur-
sos humanos, abandonando paulatinamente suas operações burocráticas e se transformando cada vez
mais em uma área de consultoria interna para preparar e orientar os gerentes de nível médio para a no-
va realidade. Esses passam a ser nos novos gestores de pessoal dentro das empresas, o que significa
decisões em relação as pessoas passam a ser da alçada dos gerentes e não mais exclusivamente da
área de ARH
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 37
MENTORIA UFC
ESQUEMATIZANDO OS ESTUDOS!!!!!
A descentralização da área de gestão de pessoas trouxe consigo um dos principais paradigmas da
atuação da área de gestão de pessoas, responsabilidade de linha e função de staff (estafe).
Na área de ARH, sempre predominou uma forte tendência para a centralização e a concentração
de serviços para as demais áreas empresariais, a tal ponto que recrutamento e seleção, admissão,
integração, treinamento e desenvolvimento, administração de salários e remuneração, administra-
ção de benefícios, higiene e segurança do trabalho e avaliação de desempenho eram estritamente
concentrados na área de gestão de pessoas, com pouca participação gerencial das demais áreas.
No entanto, para atuar de forma estratégica, tais atividades operacionais deveriam deixar de ser
executadas pela área de gestão de pessoas, cabendo à área as atividades estratégias. Tornou-se
necessária, portanto, a divisão das atividades de gestão de pessoas, sendo cada gestor responsá-
vel pelos recursos humanos alocados em seu departamento (responsabilidade de linha) e, para
que essa atividade seja executada da melhor forma possível, a área de gestão de pessoas passa a
atuar como órgão de assessoria e consultoria, para proporcionar aos gestores a devida orientação
(regulamentos, normas e procedimentos) sobre como administrar seus profissionais (função de
staff). O quadro a seguir resume essas principais diferenças.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 38
MENTORIA UFC
Fatores que intervêm no planejamento operacional de GP
Além dos elementos levados em conta nos vários modelos de planejamento de RH, existem inúmeros
outros fatores intervenientes, como o absenteísmo, a rotatividade e a mudança nos requisitos da força
de trabalho. Estes fatores intervenientes provocam fortes alterações no planejamento operacional de
GP.
Absenteísmo
Ter funcionários nem sempre significa tê-los trabalhando durante todos os momentos do horário de
trabalho. As ausências dos empregados ao trabalho provocam certas distorções quando se referem ao
volume e à disponibilidade da força de trabalho. Ausências são faltas ou atrasos ao trabalho. O absen-
teísmo, na sua concepção mais ampla, é sua principal consequência. O oposto do absenteísmo é a
presença. Esta se refere a quanto tempo o funcionário está disponível para o trabalho.
A fórmula BNA reflete o número de dias de ausências dos funcionários, mas não inclui as ausências
por atrasos de minutos ou horas. Algumas empresas preferem transformar os dias em horas para in-
cluir faltas e também os atrasos:
Para capturar o custo total das ausências é preciso incluir todos os dias de trabalho perdidos por qual-
quer motivo (como dias de afastamento por férias, doença, maternidade, acidentes de trabalho e li-
cenças de toda espécie). Ou então calcular as chamadas presenças pobres, que incluem apenas aque-
las ausências que os empregados podem controlar pessoalmente (como faltas ou atrasos por motivos
particulares, perfeitamente evitáveis). O índice de absenteísmo pode ser mensal ou anual. Se o índice
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 39
MENTORIA UFC
mensal for de 2%, por exemplo, a organização conta na realidade com 98% de sua força de trabalho
no período. É a indisponibilidade dos funcionários para o trabalho.
As causas e as consequências das ausências foram intensamente estudadas por pesquisas que mos-
tram que o absenteísmo é afetado pela capacidade profissional das pessoas e pela sua motivação para
o trabalho, além de fatores internos e externos ao trabalho.
A capacidade de assiduidade ao trabalho pode ser reduzida por barreiras à presença, como doenças,
acidentes, responsabilidades familiares e particulares e problemas de transporte para o local de traba-
lho. A motivação para a assiduidade é afetada pelas práticas organizacionais (como recompensas à
assiduidade e punições ao absenteísmo), pela cultura de ausência (quando faltas ou atrasos são consi-
derados aceitáveis ou inaceitáveis) e atitudes, valores e objetivos dos funcionários.
Rotatividade de pessoal
Cada desligamento quase sempre corresponde à admissão de um substituto como reposição. Isso sig-
nifica que o fluxo de saídas (desligamentos, demissões e aposentadorias) deve ser compensado pelo
fluxo equivalente de entradas (admissões) de pessoas.
O desligamento ocorre quando uma pessoa deixa de ser membro de uma organização. Existem dois
tipos de desligamento: o desligamento por iniciativa do funcionário e o desligamento por iniciativa da
organização.
1. Desligamento por iniciativa do funcionário: ocorre quando o funcionário decide, por razões pes-
soais ou profissionais, encerrar a relação de trabalho com o empregador. A decisão de desligar-se de-
pende de duas percepções. A primeira é o nível de insatisfação do funcionário com o trabalho. A se-
gunda é o número de alternativas atrativas que ele visualiza fora da organização, isto é, no mercado
de trabalho. O funcionário pode estar insatisfeito com o trabalho em si, com o ambiente de trabalho
ou com ambos. Mas quando as organizações pretendem reduzir o tamanho de sua força de trabalho
sem se enredar nos aspectos negativos de um corte unilateral, elas oferecem incentivos financeiros
para tornar o desligamento mais atrativo para o funcionário, como os planos de demissão espontânea
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 40
MENTORIA UFC
(PDE). Esses planos envolvem o pagamento de alguns meses de salário, dependendo do tempo de
casa, e a extensão da assistência médico-hospitalar por alguns meses.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 41
MENTORIA UFC
A rotatividade não é uma causa, mas o efeito de algumas variáveis externas e internas. Entre as variá-
veis externas estão a situação de oferta e procura do mercado de RH, a conjuntura econômica, as
oportunidades de empregos, etc. Entre as variáveis internas estão a política salarial e de benefícios que
a organização oferece, o estilo de gestão, as oportunidades de crescimento interno, o desenho dos
cargos, o relacionamento humano, as condições físicas e psicológicas de trabalho. A estrutura e a cul-
tura organizacional são responsáveis por boa parte dessas variáveis internas.
As informações a respeito dessas variáveis externas e internas são obtidas na entrevista de desliga-
mento feita com os colaboradores que se desligam da organização e após a efetivação do desliga-
mento para evitar qualquer compromisso pessoal. A entrevista de desligamento é realizada por um
especialista em GP ou gerente de linha e abrange os seguintes aspectos:
Em função do exposto, a GP pode atuar em três níveis distintos. Em cada um desses níveis, a GP assu-
me diferentes responsabilidades e papéis:
1. No nível operacional: ela se torna burocrática, rotineira e executora de práticas e atividades espe-
cializadas ao lidar direta e exclusivamente com pessoas.
2. No nível tático ou intermediário: ela se transforma em consultoria interna para apoiar e ajudar
executivos e gerentes como gestores de pessoas.
3. No nível institucional ou estratégico: ela se torna facilitadora e apoiadora dos negócios da orga-
nização.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 42
MENTORIA UFC
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 43
MENTORIA UFC
O caminho pela frente é transformar a GP em uma futura parceira do negócio da organização por
meio de consultoria à área de negócios. Na verdade, esse caminho poderia ser um quarto nível mais
abrangente de atuação da área: a GP como facilitadora dos negócios da organização com foco em
resultados.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 44
MENTORIA UFC
Análise e Descrição de Cargos
Conceito de Cargo
Segundo Chiavenato (1999), o cargo é uma composição de atividades desempenhadas por uma
pessoa – o ocupante – que podem ser englobadas em um todo unificado e que figura em certa
posição formal do organograma da empresa. A posição do cargo no organograma define o seu
nível hierárquico, a subordinação (a quem presta responsabilidade), os subordinados (sobre quem
exerce autoridade) e o departamento ou divisão onde está localizado.
A maneira como as pessoas trabalham nas organizações depende, basicamente, de como seu trabalho
foi planejado, modelado e organizado; em suma, como foi feita a distribuição das tarefas. Dentro des-
sa definição é necessário identificar a diferença entre cargo, função e tarefa.
✓ Tarefa: refere-se à menor unidade componente do trabalho e pode ser definida como as ativi-
dades executadas por determinado profissional.
✓ Função: é formada pelo conjunto de tarefas desempenhadas por uma ou mais pessoas.
✓ Cargo: indica a posição hierárquica que uma pessoa ocupa na empresa e o conjunto de atribui-
ções a ela conferido.
DESENHO DE CARGOS
O desenho de cargos (job design) envolve a especificação do conteúdo de cada cargo, dos méto-
dos de trabalho e das relações com os demais cargos. Constitui a maneira como cada cargo é es-
truturado e dimensionado. Desenhar um cargo significa definir quatro condições básicas:
✓ como as tarefas ou as atribuições deverão ser desempenhadas (quais são os métodos e os pro-
cessos de trabalho);
✓ a quem o ocupante do cargo deverá se reportar (responsabilidade), isto é, quem é o seu supe-
rior imediato;
✓ quem o ocupante do cargo deverá supervisionar ou dirigir (autoridade), isto é, quem são os
seus subordinados ou as pessoas que dele dependem para trabalhar.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 45
MENTORIA UFC
Modelos de desenho de cargos, segundo Chiavenato (1999)
No modelo clássico, as pessoas eram vistas como apêndices da máquina; demonstrava a frag-
mentação do trabalho, dividido na linha de produção. O modelo clássico apresenta ênfase na efici-
ência e no conservadorismo dos cargos, sendo projetado para alcançar a redução de custos, a padro-
nização das atividades e o apoio à tecnologia.
Este modelo, no entanto, traz como desvantagem o fato de descrever cargos simples e repetitivos e de
propiciar a desmotivação por causa do trabalho individualizado, monótono e monopolizado pela che-
fia.
Modelo humanístico
O modelo humanístico é também denominado modelo de relações humanas, pelo fato de ter surgido
com a experiência de Hawthorne. Foi a partir dela que surgiu a Escola de Relações Humanas, na déca-
da de 1930. O movimento humanista foi uma reação pendular ao mecanicismo da administração tradi-
cional da época e tentou substituir a engenharia industrial pelas ciências sociais, a organização
formal pela organização informal, a chefia pela liderança, o incentivo salarial pelas recompensas
sociais e simbólicas, o comportamento individual pelo comportamento em grupo e o organo-
grama pelo sociograma.
Modelo contingencial
O modelo contingencial representa a abordagem mais ampla e complexa, pelo fato de considerar
três variáveis simultaneamente: as pessoas, a tarefa e a estrutura da organização. O nome con-
tingencial decorre da adequação do desenho do cargo e dessas três variáveis. Como estas assu-
mem características diferentes, o resultado é relativo, contingente e não fixo, ou padronizável.
Descrever um cargo significa relacionar o que o ocupante faz, como faz, sob quais condições faz e por
que faz. A descrição de cargo é um retrato simplificado do conteúdo e das principais responsabi-
lidades do cargo. Ela define o que o ocupante faz, quando faz, como faz, onde faz e por que faz.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 46
MENTORIA UFC
A descrição do cargo relaciona de maneira breve as tarefas, os deveres e as responsabilidades do car-
go.
Analisar um cargo significa detalhar o que o cargo exige de seu ocupante em termos de conheci-
mentos, habilidades e capacidades, para que possa desempenhá-lo adequadamente. A análise é
feita a partir da descrição do cargo. Embora sejam intimamente relacionadas, a diferença é que, en-
quanto a descrição de cargos focaliza o conteúdo do cargo (o que o ocupante faz, quando faz, como
faz e por que faz), a análise de cargos procura determinar os requisitos físicos e mentais que o
ocupante deve possuir, as responsabilidades que o cargo lhe impõe e as condições em que o
trabalho deve ser feito.
Enriquecimento de Cargo
➢ Métodos quantitativos (comparação por fatores e avaliação por pontos); (Chiavenato, 2003,
p.44).
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 47
MENTORIA UFC
a) Método de avaliação por escalonamento
Para Bohlander, Snell e Sherman (2003, p. 261): O sistema de escalonamento de cargos organiza os
cargos com base em seu valor relativo. Uma técnica usada para classificar os cargos consiste em fazer
os classificadores elaborar lista dos deveres e responsabilidades de cada cargo na ordem de importân-
cia deles.
Utiliza o princípio de avaliação por pontos, baseado no método do escalonamento, respaldado pelos
fatores físicos, mentais, condições de trabalho, habilidades específicas e de responsabilidades para
analisar os cargos.
De acordo com Decenzo e Robbins (2001, p. 193), “o método de comparação por fatores é um méto-
do de ordenação sofisticada e quantitativa. Os avaliadores selecionam os cargos chaves na organiza-
ção para serem os padrões”.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 48
MENTORIA UFC
Gestão de pessoas por competência
CONCEITO
Rabaglio (2001) define competência como “um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes
e comportamentos que permitem ao indivíduo desempenhar com eficácia determinadas tarefas
em qualquer situação”. Para Carbone et al. (2006) a competência não é somente o conjunto de co-
nhecimentos, habilidades e atitudes necessários para exercer determinada atividade, mas também o
desempenho expresso em comportamentos e realizações decorrentes da aplicação desse conjunto.
Para Fleury e Fleury (2001), as competências podem ser definidas como Um saber agir responsável e
reconhecido que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades que agre-
guem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo.
As competências não são estáticas (tendo em vista a necessidade de adquirir e agregar novas com-
petências individuais ou organizacionais visando ao sucesso da organização – vantagem competitiva) –
esforço de relacionar as aptidões do quadro de funcionários a resultados organizacionais.
O sociólogo francês Philippe Zarifian (1996 e 2001) considera que não se pode definir o trabalho como
um conjunto de tarefas ou atividades pré-definidas e estáticas, sendo a competência a capacidade de
assumir responsabilidades frente a situações de trabalho complexas. O autor ainda define a compe-
tência sob três diferentes aspectos, complementares uns aos outros:
• nova atitude dos indivíduos em relação ao trabalho que devem realizar: A competên-
cia é uma atitude de tomada de iniciativa e de responsabilidade pela situação com a qual os
indivíduos se defrontam e que de alguma forma são por ela responsáveis.
Durand (1998), por outro lado, descreve as competências como um conjunto de conhecimentos, habi-
lidades e atitudes (CHA) necessários para a realização de determinada atividade.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 49
MENTORIA UFC
Neste ponto, podemos refletir sobre os pilares ou dimensões da competência, conhecidos como
“CHA‟: conhecimento, habilidade e atitude.
A Atitude é o querer fazer, é o que nos impulsiona a executar todo o nosso conhecimento e aplicar
nossas habilidades.
• Um foco claro para os esforços de desenvolvimento das equipes, tendo como base as necessidades
da organização e o perfil dos seus funcionários;
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 50
MENTORIA UFC
• O gerenciamento do desempenho por meio de critérios mais fáceis de serem observados e mensu-
rados;
Até aqui falamos das competências pessoais, mas outros autores ligaram o conceito de competência
aos grupos ou organizações, como Prahalad e Hamel.
Então, as competências podem ser classificadas em humanas (ligadas a cada indivíduo) e organizacio-
nais (que se relacionariam à capacidade da empresa), sendo que as competências humanas afetam as
organizacionais, e vice-versa.
As competências humanas podem ser classificadas de acordo com o papel que a pessoa ocupa na
organização. As competências humanas seriam então técnicas (relacionadas às posições operacionais
ou de assessoria, que não exerceriam formalmente a liderança) e gerenciais (necessárias em ocupantes
de cargos de chefia e direção).
Outra classificação das competências humanas (ou individuais) é a divisão entre as competências ge-
rais (que todos fazem) e as competências específicas (que são relacionadas às tarefas e cargos das
pessoas dentro da organização).
Outra classificação comum das competências organizacionais é em relação à importância de cada uma
com o passar do tempo. Elas seriam classificadas como emergentes (que tendem a ser mais importan-
tes no futuro), declinantes (que perderão importância com o tempo), estáveis (manteriam sua relevân-
cia atual) e transitórias (que seriam relevantes somente em um período, como em uma crise).
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 51
MENTORIA UFC
Outros conceitos de competências organizacionais são descritos por Mills:
De acordo com Carbone, as empresas têm adotado a gestão por competências como modelo de ges-
tão, visando orientar seus esforços para planejar, captar, desenvolver e avaliar, nos diferentes níveis da
organização (individual, grupal e organizacional), as competências necessárias à consecução de seus
objetivos.
A gestão de competências faz parte de um sistema maior de gestão organizacional, que toma como
referência a estratégia da organização e direciona as suas ações de recrutamento e seleção, treina-
mento, avaliação, remuneração e gestão de carreira para a captação e o desenvolvimento das compe-
tências necessárias para atingir seus objetivos (BRANDÃO; GUIMARÃES, 2001).
Para Brandão e Bahry (2005) a gestão por competências tem sido utilizada como modelo gerencial
alternativo aos instrumentos tradicionalmente utilizados pelas organizações, tendo a capacidade de
ser utilizado de forma estratégica pelas organizações, por meio do gerenciamento dos gaps ou das
lacunas de competências, que se refere à diferença entre as competências necessárias à consecução
dos objetivos organizacionais e às competências já disponíveis na organização. Para identificação e
eliminação das lacunas de competências, é necessário realizar o mapeamento de competências.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 52
MENTORIA UFC
O mapeamento e mensuração por competências é a base de toda a gestão por competências.
Por meio das atividades que o cargo executa no dia a dia, é realizado o mapeamento das competên-
cias técnicas e comportamentais (CHA) para cada uma das atividades. Depois disso, é feita a mensura-
ção do grau ideal para o cargo, isto é, o quanto o cargo precisa de cada uma das competências para
atingir os objetivos da empresa. O resultado do mapeamento e mensuração é a identificação do perfil
comportamental e técnico ideal para cada cargo ou função.
Para a realização do mapeamento de competências, alguns métodos e técnicas podem ser utilizados.
Mapeamento de competências
O mapeamento envolve tanto a identificação das competências necessárias ao alcance dos objetivos
institucionais quanto o levantamento das competências existentes na instituição. A lacuna de compe-
tência compreende, portanto, a diferença entre as competências necessárias e aquelas existentes no
contexto organizacional.
O mapeamento de competências faz parte das estratégias dos Recursos Humanos (RH), e sua
finalidade é a definição das aptidões necessárias para cada cargo dentro da empresa. Quando a
empresa define corretamente todas as competências ela consegue demarcar também o que po-
de esperar de cada colaborador.
O processo de mapeamento viabiliza a identificação das lacunas mais importantes dentro da organiza-
ção. Assim, o gestor terá embasamento para elaborar estratégias e obter os melhores resultados para
o bem geral.
Para Carbone et al, (2009) o Mapeamento de Competências tem a finalidade de identificar o gap
de competências, ou seja, a discrepância existente entre as competências necessárias para con-
cretizar a estratégia corporativa e as competências internas na organização.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 53
MENTORIA UFC
DICA DO NINJA!!!!!
Considerando, então, que o grau de desenvolvimento das competências pode ser medido e
quantificado, é viável realizar uma análise mais objetiva da situação em que a organização se en-
contra. A partir desse diagnóstico, comparando-se então o estado atual com o desejado, é possí-
vel planejar melhor as estratégias e investimentos dos recursos públicos a serem utilizados para
aprimorar os CHAs dos servidores para que esses tenham melhores condições de atuar com mai-
or excelência.
Então, após a identificação das competências necessárias ao desempenho efetivo dos integrantes,
chega o momento de medir as lacunas dessas competências e, posteriormente, traçar estratégias
efetivas para minimizá-las.
A identificação das competências e a avaliação das lacunas devem ser compreendidas como eta-
pas complementares para o diagnóstico de competências. Somente após o mapeamento das la-
cunas será possível sistematizar planos de ação que minimizem os gaps, considerando quais
competências precisam ser desenvolvidas e com que prioridade esse desenvolvimento deve acon-
tecer.
Para a escolha dos instrumentos que serão utilizados na mensuração dos gaps, devem ser anali-
sadas as possibilidades que a organização tem de sistematizar ações a partir dos dados coletados.
Deve ser verificada ainda a capacidade operacional da organização em dar respostas que efetiva-
mente aprimorem a atuação da organização e, além disso, que atendam às expectativas geradas
nos integrantes.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 54
MENTORIA UFC
dados apurados na análise documental, visando identificar as competências relevantes à
organização.
• Grupo focal: quando nem o pesquisador nem os profissionais, objetos do estudo, dis-
põem de tempo para entrevistas individuais, alternativa é realizar uma entrevista coletiva,
também denominada grupo focal (o entrevistador atua como moderador, estimulando e
coordenando a discussão dos participantes).
Após a implantação de um modelo de gestão por competências, todos os demais subsistemas de ges-
tão de pessoas passam a ser desenvolvidos baseados nesse modelo.
A gestão por competência serve como modelo para a descrição e a análise de cargo, o recrutamento e
a seleção, a avaliação de desempenho, a remuneração, o treinamento e o desenvolvimento.
Na descrição e na análise de cargos por competências, a vaga ou o cargo (posto de trabalho) é des-
crito de acordo com as competências necessárias na organização, individual ou coletivamente.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 55
MENTORIA UFC
Após o mapeamento de competências, é possível identificar quais são as competências necessárias
para a realização de determinada atividade e, por consequência, os requisitos necessários de cada
ocupante de determinado cargo ou função.
Após um cargo ser descrito e analisado de acordo com as competências, é possível recrutar e selecio-
nar o candidato utilizando técnicas baseadas em competências, que permitirão a análise das compe-
tências de cada candidato e a sua adequação à vaga.
A avaliação inicia-se pelo mapeamento, que permitirá a coleta de dados relativos às competências ne-
cessárias para o bom desempenho das atividades e o perfil do funcionário quanto a essas competên-
cias, categorizando-as em três blocos, que são:
No modelo de gestão por competências, a avaliação é uma ferramenta que auxilia o funcionário a cla-
rear para si mesmo e para a organização as competências que possui e as que terá de desenvolver ou
incrementar. Esse processo deverá sempre estar alinhado às competências essenciais da própria orga-
nização.
Baseado no resultado da avaliação por competências, será criado um plano de desenvolvimento para
os colaboradores, cujo objetivo será aperfeiçoar e potencializar o perfil individual de cada colaborador.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 56
MENTORIA UFC
Remuneração por competências
Segundo França (2010), a construção de um sistema de gestão salarial por competências parte, em
geral, de uma análise da organização, seu conjunto de valores, visão de futuro e orientações estratégi-
cas.
Define-se, então, as competências necessárias aos profissionais, como já mencionado, para que man-
tenham a empresa competitiva em longo prazo. E cada uma das competências é descrita em níveis de
complexidade e de responsabilidade encontrados em seu exercício. Para cada nível de complexidade e
de responsabilidade do conjunto de competências utilizadas pelos profissionais, são associadas faixas
salariais e estabelecidos critérios de evolução ao longo delas. A complexidade de atuação do profissi-
onal no conjunto de competências é que define, portanto, a faixa salarial na qual ele será colocado e é
um dos elementos de decisão sobre seu posicionamento ao longo da faixa (HIPÓLITO, 2002).
Ao contrário do modelo funcional, o sistema de gestão por competências baseia-se na ampla divulga-
ção dos critérios definidos, de forma a servir como orientador das ações individuais.
As competências estão ligadas aos objetivos e às estratégias organizacionais, o que cria um es-
copo em termos de conhecimentos, habilidades e atitudes (inputs) a serem adquiridos. Dessa
forma, não é qualquer novo conhecimento ou nova habilidade obtida que será valorizada e remunera-
da. E, além dos insumos, consideram-se, também, os retornos, as entregas efetivamente realizadas. A
pessoa só é avaliada se tiver determinada competência e conseguir mostrar os resultados esperados
pela organização.
Por se tratar de um processo contínuo, o alinhamento das práticas de Gestão de Pessoas ao modelo
de Gestão por Competências, de acordo com Brandão e Guimarães (2001), observe o seguinte fluxo:
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 57
MENTORIA UFC
• Retribuição: que envolve reconhecer e premiar o bom desempenho e remuneração por
competências, promovendo e remunerando adequadamente os funcionários, de acordo
com o desempenho apresentado.
Segundo Brandão e Guimarães (1999), cabe uma distinção entre gestão por competências e gestão
de competências. A primeira se refere à estruturação das atividades das áreas e das equipes da orga-
nização de acordo com os tipos de competências necessárias para realizá-las. A segunda se refere ao
conjunto de mecanismos utilizados para gerir as competências, incluindo o planejamento, a organiza-
ção, a avaliação e a escolha das formas de desenvolvimento de competências necessárias ao alcance
dos resultados pretendidos. No caso da Administração Pública Federal, o Decreto nº 5.707/2006, que
institui a Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal (PNDP) adota a gestão por competências.
A gestão por competências, apesar de reunir várias qualidades, apresenta dificuldades para sua im-
plementação na totalidade, no setor público. O gestor público atém-se a várias limitações legais que
devem ser respeitadas, como a exigência de concurso público para contratação de novos talentos.
• a implementação da gestão por competência ainda é um grande desafio, uma vez que a
cultura de gestão pública permanece, na maioria dos casos, voltada para cargos, e não para
entregas;
• as instituições públicas têm a captação de novos talentos limitada legalmente por concur-
so público; a exceção são os cargos de confiança comissionados, em número bem menor
que o dos servidores concursados;
• existem restrições legais que também devem ser obedecidas para os desligamentos de
servidores. Apesar de a legislação prever que os servidores podem ser demitidos por avalia-
ção de desempenho insuficiente, essa ainda não é uma prática comum no setor público.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 58
MENTORIA UFC
Contudo, muitas das dificuldades têm sido superadas e não constituem entraves para que se atue, no
setor público, por meio de outras fontes legais, tais como os Decretos nº 5.707/2006 e 7.133/2010,
respectivamente Política e Diretrizes para o Desenvolvimento de Pessoal da Administração Pública Fe-
deral e Avaliação de Desempenho Individual. Atualmente, é possível realizar concursos públicos com
áreas específicas de atuação, avaliação do perfil comportamental dos aprovados para sua melhor alo-
cação, ações de desenvolvimento profissional, promovendo educação contínua, e não apenas treina-
mentos pontuais – a educação ampla das pessoas é fundamental nesse contexto, englobando o de-
senvolvimento delas, com foco em suas carreiras e não apenas no treinamento para as funções do
cargo atual.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 59
MENTORIA UFC
Gestão de Carreiras
O conceito de carreira, palavra etimologicamente associada a “caminho”, pode ser perspectivado de
diferentes formas. Numa interpretação mais tradicional, a carreira é vista como a ocupação e o desen-
volvimento profissional, isto é, a carreira corresponde a uma sequência de promoções que decor-
rem ao longo do tempo, sempre no contexto laboral e organizacional, não sendo necessário que
ocorra somente dentro de uma organização (Sousa et al., 2006).
Segundo Dutra (1996, p. 17), a Carreira são as sequências de posições ocupadas e de trabalhos
realizados durante a vida de uma pessoa. A carreira envolve uma série de estágios e a ocorrência de
transições que refletem necessidades, motivos e aspirações individuais e expectativas e imposições da
organização e da sociedade. Da perspectiva do indivíduo, engloba o entendimento e a avaliação de
sua experiência profissional, enquanto, da perspectiva da organização, engloba políticas, procedimen-
tos e decisões ligadas a espaços ocupacionais, níveis organizacionais, compensação e movimento de
pessoas. Estas perspectivas são conciliadas pela carreira, dentro de um contexto de constante ajuste,
desenvolvimento e mudança.
ADMINISTRAÇÃO DE CARREIRAS
O conceito de administração de carreiras faz relação entre os aspectos organizacionais e aquelas que
são inerentes ao próprio indivíduo no trabalho. Tem por objetivo fazer frutificar os interesses das em-
presas e de seu pessoal, de forma que divida as preocupações que antes eram tão somente dos gesto-
res passando a ser uma questão também do próprio empregado, onde os interesses das duas partes
devem ser considerados.
Com a crescente complexidade técnica e organizacional, frente às novas perspectivas adotadas pelas
empresas expostas a pressões de mercado, quer pela concorrência ou por mercados mais competiti-
vos, novos padrões de relações de trabalho vêm sendo adotados. As questões mais delicadas nessa
relação são aquelas que envolvem o futuro profissional das pessoas e a crescente necessidade da em-
presa em envolver-se com seus trabalhadores. Tais questões levam a uma reflexão teórica mais pro-
funda sobre a administração de carreiras como um instrumento para conciliar as expectativas de de-
senvolvimento da empresa com as expectativas de crescimento profissional e pessoal de seus traba-
lhadores. O objetivo principal é estabelecer processos de gestão compartilhada de carreira, onde as
pessoas são responsáveis por seu planejamento de carreira e a empresa pelo gerenciamento de opor-
tunidades.
Planejamento de carreira
Dutra (1996) sugere que pessoas devam refletir sobre suas carreiras em busca da identificação de
oportunidades e de seu aproveitamento. Quando subordinam suas carreiras a uma realidade dada pe-
lo ambiente, perdem a condição de atuar sobre esta realidade. Essa atuação sobre o ambiente justifi-
ca-se no sentido de transformá-lo para melhor, de acordo com as suas preferências e características
pessoais.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 60
MENTORIA UFC
Esta análise exige que as pessoas olhem para o seu interior e reflitam sobre as oportunidades de car-
reira oferecidas pelo ambiente, procurando identificar o que mais lhes satisfazem ou estimulam, e o
que desejam. Ao fazê-lo, por estarem usando um padrão interior de avaliação, terão melhor condição
para identificar oportunidades de carreira.
Para Ferreira e Fortuna (2001) definem planejamento de carreira, como: “um processo contínuo de
interação entre o empregado e a organização visando a atender os objetivos e interesses de ambas as
partes”.
PLANOS DE CARREIRA
O plano de carreira é o instrumento que define as trajetórias de carreiras existentes na empresa, pos-
sibilitando a escolha do caminho mais adequado para cada funcionário trilhar, de acordo com as suas
vontades e necessidades. Apesar de ser de interesse do funcionário, o desenvolvimento do plano de
carreira é de responsabilidade da empresa e pode ser definido de acordo com as seguintes trajetórias:
✓ Estruturas paralelas: Dutra (1996) define carreira paralela como uma sequência de posições
que uma pessoa pode assumir no interior de uma organização, orientada em duas direções,
uma de natureza técnica e outra de natureza gerencial. Entre as carreiras paralelas, a mais co-
mum é a carreira em Y, pois todos entram nas estruturas básicas da carreira e, em determinado
momento, escolhem se querem seguir a carreira técnica ou a carreira gerencial.
✓ Estrutura em rede: A estrutura em rede é uma estrutura não linear, em que o funcionário
tem a oportunidade de escolher para onde ele vai. Ela funciona da seguinte forma: para cada
cargo existe mais de um caminho em que o funcionário daquele cargo pode seguir. Nesse ca-
so, o colaborador pode pular de um cargo gerencial para um cargo técnico se assim desejar, e
vice-e-versa.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 61
MENTORIA UFC
Remuneração Estratégica
Já a palavra remuneração vem do latim remuneratio, do verbo remuneror, que significa recompensar.
Sua origem remonta à Antiguidade, no reinado de Nabucodonosor, onde os trabalhadores envolvidos
na produção de tecidos recebiam salários-incentivos para desenvolver suas tarefas.
Remuneração compreende tudo aquilo que o trabalhador recebe em função da prestação de serviços
subordinados decorrentes de um contrato de trabalho, diretamente do empregador ou também de
terceiros, inclusive na forma de gratificação, diferente do salário, que é a soma de tudo que se recebe
somente do empregador.
Para Chiavenato (2004, p. 259) “a remuneração constitui tudo quanto o empregado aufere como con-
sequência do trabalho que realiza em uma organização”.
A soma de tudo o que é periodicamente pago aos empregados por serviços prestados:
salário, gratificações, adicionais (por periculosidade, insalubridade, tempo de serviço,
trabalho noturno e horas extras), bem como todos os benefícios financeiros, como
prêmios por produtividade, participação nos resultados e opção de compra de ações
entre outros. (LACOMBE, 2005, p. 147)
• Remuneração é a função de RH que lida com as recompensas que as pessoas recebem em troca do
desempenho das tarefas organizacionais.
• Remuneração inclui retornos financeiros e serviços tangíveis, além de benefícios aos empregados
como parte das relações de emprego.
• Remuneração é o pacote de recompensas quantificáveis que um empregado recebe pelo seu traba-
lho. Inclui três componentes: remuneração básica, incentivos salariais e remuneração indire-
ta/benefícios.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 62
MENTORIA UFC
Os quatro componentes da remuneração total
As recompensas podem ser classificadas como: financeiras e não financeiras. As recompensas financei-
ras podem ser diretas e indiretas.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 63
MENTORIA UFC
percebido como a contraprestação do serviço no cargo ocupado. Pode se referir ao mês ou à hora
trabalhada. Os empregados horistas recebem o correspondente ao número de horas efetivamente tra-
balhadas no mês (excluindo-se o descanso semanal remunerado – DSR) multiplicado pelo valor do
salário por hora. Os empregados mensalistas recebem o valor do seu salário mensal. O uso do salário
horário para o pessoal direto facilita o cálculo dos custos de produção: as horas trabalhadas são com-
putadas nos custos diretos de produção, enquanto as horas não trabalhadas (DSR e férias) e os encar-
gos sociais vão para os custos indiretos de produção. Como os mensalistas são definidos como pesso-
al indireto (não relacionado diretamente com o processo produtivo), os seus salários e encargos soci-
ais vão para o orçamento de despesas da organização.
A soma da recompensa direta e indireta é a remuneração. Assim, ela abrange todas as parcelas do sa-
lário direto, como todas as decorrências do salário indireto. Em outros termos, a remuneração é tudo o
que o empregado aufere como consequência do trabalho que realiza em uma organização. A remune-
ração é gênero e o salário é espécie.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 64
MENTORIA UFC
Salário nominal e salário real
Na verdade, o salário representa a principal forma de recompensa dada pela organização. Existe o sa-
lário nominal e o salário real. O salário nominal representa o valor em dinheiro fixado em contrato
individual pelo cargo ocupado. Em uma economia inflacionária, quando o salário nominal não é atu-
alizado periodicamente, sofre erosão e consequente perda de poder aquisitivo. O salário real repre-
senta a quantidade de bens que o funcionário pode adquirir com o volume de dinheiro que re-
cebe mensalmente e corresponde ao poder aquisitivo. O poder aquisitivo é a quantidade de mer-
cadorias que pode ser adquirida com o salário. A mera reposição do valor real não significa aumento
salarial: o salário nominal é alterado para atualizar e proporcionar o salário real equivalente em perío-
do anterior. Daí a distinção entre reajuste do salário (recomposição do salário real) e aumento real do
salário (acréscimo do salário real).
Há também o salário mínimo, que é a menor remuneração permitida por lei para trabalhadores de um
ramo de atividade econômica. Sua fixação significa uma intervenção do Estado no mercado de traba-
lho ou o resultado de negociações coletivas entre sindicatos de empregados e de empregadores.
O salário é o núcleo das relações de intercâmbio entre as pessoas e as organizações. As pessoas apli-
cam tempo e esforço nas organizações e, em decorrência, recebem a remuneração, que representa a
troca entre direitos e responsabilidades recíprocos entre empregado e empregador.
Tipos de salário
Existem três tipos de salário: por unidade de tempo, por resultado e o salário-tarefa.
1. Salário por unidade de tempo: pago de acordo com o tempo que a pessoa fica à disposição da
empresa. A unidade de tempo pode ser dimensionada em uma hora, semana, quinzena ou mês. Daí os
nomes horistas ou mensalistas.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 65
MENTORIA UFC
2. Salário por resultado: refere-se à quantidade ou ao número de peças ou obras produzidas pela
pessoa. Abrange os sistemas de incentivos (comissões ou porcentagens) e prêmios de produção (gra-
tificações por produtividade ou pelos negócios efetuados).
3. Salário por tarefa: é uma fusão dos dois tipos anteriores: a pessoa está sujeita a uma jornada de
trabalho ao mesmo tempo que o salário é determinado pela quantidade de peças produzidas.
Significados do salário
O salário é uma contraprestação pelo trabalho de uma pessoa à organização. Em troca do dinhei-
ro – elemento simbólico e intercambiável –, a pessoa empenha parte de si mesma, de seu esforço e de
sua vida, comprometendo-se a uma atividade cotidiana e a um padrão de desempenho na organiza-
ção.
Para as pessoas, o trabalho é considerado um meio para atingir um objetivo intermediário, que é o
salário. Segundo a teoria da espectância, o salário permite alcançar muitos objetivos finais desejados
pelo indivíduo. Na prática, o salário constitui a fonte de renda que proporciona o poder aquisitivo de
cada pessoa. E o poder aquisitivo define o padrão de vida e a satisfação da sua hierarquia de necessi-
dades individuais. O contracheque que o funcionário recebe da organização é o mais importante ele-
mento para o seu poder de compra. O volume de dinheiro que a pessoa ganha serve também como
indicador de poder e prestígio, o que influencia seus sentimentos de autoestima. Em suma, a remune-
ração afeta as pessoas sob o ponto de vista econômico, psicológico e sociológico.
Os salários dependem de vários fatores internos (organizacionais) e externos (ambientais) que os con-
dicionam fortemente. A definição dos salários é complexa e envolve decisões múltiplas, pois os fatores
internos e externos são inter-relacionados e exercem efeitos diferenciados sobre os salários. Esses fa-
tores atuam independente ou harmonicamente uns com os outros, no sentido de elevar ou rebaixar os
salários. Geralmente, as decisões a respeito dos salários são tomadas levando em conta todo o con-
junto dos fatores internos e externos, que forma o composto salarial.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 66
MENTORIA UFC
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 67
MENTORIA UFC
Recrutamento e seleção de Pessoal
RECRUTAMENTO
CONCEITO DE RECRUTAMENTO
O processo de recrutamento e seleção é tido na empresa como a maneira mais simples para o preen-
chimento de vagas abertas para a contratação de pessoal. Existem diversas ferramentas que proporci-
onam melhor qualidade e precisão na hora de recrutar e selecionar pessoas. Esse processo deve estar
ligado às estratégias de mercado estabelecidas pela organização, ou seja, caso a empresa necessite de
mudanças, deve atrair pessoas com capacidade de proporcionar essa renovação (FRANÇA, 2009).
Recrutar é um processo que visa identificar pessoas capazes para desenvolver determinados ob-
jetivos da empresa, ou seja, encontrar talentos adequados para exercer uma melhor competiti-
vidade no mercado. De uma maneira mais simplificada pode-se dizer que o recrutamento é um
conjunto de metodologias que procura atrair candidatos com potencialidades, qualificados e
capazes de ocupar cargos dentro da organização (CORRENTE, 2008).
CONCEITO DE RECRUTAMENTO
“O conjunto de atividades projetadas para atrair candidatos qualificados.”
“Técnicas e procedimentos que visam a atração de candidatos potencialmente qualificados e capazes
de ocupar cargos em determinada organização”.
“É o processo de atrair um conjunto de candidatos, anunciando a disponibilidade do cargo no merca-
do e atraindo candidatos qualificados para disputá-lo.”
“É o processo pelo qual a organização atrai candidatos ao mercado de recursos humanos para abaste-
cer seu processo seletivo. A organização divulga e oferece oportunidades de trabalho ao mesmo tem-
po que atrai os candidatos para o processo seletivo.”
Etapas do Recrutamento
Planejamento
Deve preceder à execução do recrutamento, como objetivo deve observar as condições do mercado e
da empresa, definindo a estratégia que será utilizada para aproximar o candidato qualificado à vaga a
ser preenchida.
É preparado nas seguintes etapas: Determinação das necessidades de pessoal, preparação da requisi-
ção de pessoal, análise de descrição da função em aberto e estudo do mercado de trabalho.
Algumas empresas baseiam-se em levantamentos de necessidades reais de pessoal, para que seja fei-
to este levantamento é viável o uso de questionários bem elaborados envolvendo certas considera-
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 68
MENTORIA UFC
ções quanto às necessidades, como definição, causas, número de empregados necessários, local de
ocorrência e identificação da mão-de-obra (imediata, permanente ou temporária).
Este levantamento deverá ser feito por todos os departamentos da empresa e a partir daí será feito
um plano de seleção atentando-se para:
✓ Tipo de recrutamento;
✓ Previsão orçamentária;
A requisição será feita através de um formulário de pedido de pessoal emitido pela área requisitante,
onde são descritos os requisitos indispensáveis para o preenchimento da vaga em aberto de forma
minuciosa e específica que ajudará a determinar qualificações necessárias de um candidato ideal e
identificar fontes de recrutamento. Os motivos da requisição de pessoal são aumento do quadro con-
forme planejado (no plano de crescimento da empresa); aumento do quadro não planejado (substitui-
ção).
São informações sobre a função, experiência necessária do desenvolvimento da mesma, local de traba-
lho, equipamentos e responsabilidades necessárias.
As descrições das funções podem ser feitas das seguintes formas: através da observação do profissio-
nal no seu ritmo e local de trabalho, questionário respondido por quem executa a função e a entrevis-
ta com objetivo de colher dados e indagar problemas da pessoa envolvida, realizada por elemento de
Recursos Humanos.
A descrição e análise da função devem ser feita de maneira padronizada a todas as funções existentes
na empresa, contendo o título da função; título alternativo (se houver); descrição sumária; descrição
detalhada; responsabilidades e equipamentos envolvidos, condições de trabalho, riscos, escolaridades,
experiência e esforço físico necessário e tarefas eventuais.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 69
MENTORIA UFC
Estudo do Mercado de Trabalho
A situação atual do mercado de trabalho influência no processo de recrutamento, por isso o emprega-
dor através do especialista em recrutamento, deve estar aberto para condições do mercado, ou seja, o
recrutador deve observar fatores que modificam essas condições, saber determinar as tendências e
escolher o meio de ação mais adequado em cada momento e orientar o empresário.
A importância do recrutamento varia de acordo com a situação do mercado, ou seja, varia de acordo
com o ciclo econômico, crises de desenvolvimento, crises políticas e sociais, meses do ano e às vezes
flutuações de estação. Existe uma interação entre o mercado de trabalho e a estrutura de cargos na
empresa, quando o mercado não oferece soluções para certa procura, poderá ser modificada a estru-
tura do cargo ou requisitos de seleção.
Execução
O Recrutamento envolve um processo que varia conforme a organização. O seu início depende da de-
cisão e autorização da área requisitante, em outros termos o órgão de recrutamento não tem autori-
dade de efetuar atividades de recrutamento sem a devida tomada de decisão por parte do órgão que
possui a vaga a ser preenchida.
A decisão é oficializada através de uma ordem de serviço, determinada pela requisição de pessoal ou
requisição de emprego.
Avaliação
Todas as hipóteses do recrutamento devem ser comprovadas na prática, ou seja, no exame dos resul-
tados existem aspectos que mostram o quanto o trabalho do recrutador é adequado, atingindo o de-
sempenho desejado. A rapidez no atendimento da necessidade do supervisor no preenchimento da
vaga, qualidade que pode ser apurada no número de candidatos com qualificação específica para cada
vaga, ocupação satisfatória do funcionário no novo cargo, resultado das avaliações de desempenho e
entrevista de saída de funcionários, custo moderado para que o recrutamento seja adequado financei-
ramente e permanência dos funcionários na empresa.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 70
MENTORIA UFC
Tipos de Recrutamento
Conforme Corrente (2008) existem três tipos de recrutamento: o interno, o externo e o misto. Eles
serão descritos nos tópicos seguintes.
ESQUEMATIZANDO OS ESTUDOS!!!!!!
Tipos de Recrutamento
O preenchimento das vagas e oportunidades é feito pelos próprios funcionários atu-
INTERNO ais.
O preenchimento das vagas e oportunidades é feito pela admissão de candidatos
EXTERNO externos.
Ocorrem os dois tipos de recrutamento (interno e externo), no mesmo momento ou
MISTO em momentos distintos.
Recrutamento Interno
De acordo com França (2009), o recrutamento interno estimula os funcionários na busca pelo aperfei-
çoamento e também possibilita mudanças e relacionamentos com outros departamentos e outras pes-
soas. Pode proporcionar também um sentimento por parte dos funcionários de equidade, visto que
lhe é oferecido oportunidades dentro da empresa. As principais vias que conduzem o recrutamento
interno são: promoção, transferência e o remanejamento de pessoal.
O recrutamento interno possui vantagens significativas para a empresa como: menores custos de
aquisição do processo em relação ao tempo de investimento; rapidez em execução; retenção de talen-
tos; motivação entre os empregados; aproveitamento do investimento antes feito na contratação e
treinamento; e o desenvolvimento da competitividade na organização. Porém, dentre as vantagens
citadas, esse tipo de recrutamento pode acarretar algumas desvantagens como a exigência que os
candidatos tenham capacidade para assumir o cargo, além de condicionar o conflito de interesses,
dentre outros (CORRENTE, 2008).
DICA DO HERON!!!!!!!
O recrutamento interno acarreta três tipos de movimentação:
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 71
MENTORIA UFC
Vantagens e desvantagens do recrutamento interno
Recrutamento Interno
Vantagens Desvantagens
• Aproveita melhor o potencial humano da orga- • Pode bloquear a entrada de novas ideias, expe-
nização, riências e expectativas,
Pode-se ser realizado através de quadro de avisos e cartazes, que são localizados na área de recruta-
mento/seleção e desligamento com as vagas existentes especificadas.
É um instrumento de divulgação interna das vagas oferecidas, são relacionados requisitos exigidos à
função e o local de apresentação dos candidatos.
Como outra fonte interna, as vagas podem ser preenchidas através do remanejamento, que envolve
transferência de pessoal, promoção, transferência com promoção, programas de desenvolvimento e
plano de carreira.
Recrutamento Externo
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 72
MENTORIA UFC
Existem diversas formas de realizar um recrutamento externo, podemos destacar alguns métodos co-
mo: anúncios, agência de recrutamento, cartas casuais de candidatos, banco de dados de candi-
datos, escolas e universidades, sindicatos e associações de classe, tabuletas, propagandas, mu-
rais, indicações, intercâmbio entre empresas, transferências, arquivos, rádio, televisão, congres-
sos, convenções, associações religiosas e culturais. Esta forma de recrutamento tem como vanta-
gens a pré-seleção, a possibilidade de renovar o ambiente e o investimento em novos talentos. Como
desvantagens o recrutamento externo apresenta o fato de ser um processo lento e dispendioso (CLA-
RO, 2011).
Recrutamento Externo
Vantagens Desvantagens
• Introduz sangue novo na organização, • Afeta negativamente a motivação dos atuais
funcionários da organização,
• Enriquece o patrimônio humano pelo aporte de • Reduz a fidelidade dos funcionários ao oferecer
novos talentos e habilidades, oportunidades a estranhos,
• Aumenta o capital intelectual ao incluir novos • Requer aplicação de técnicas seletivas para es-
conhecimentos e destrezas, colha dos candidatos externos. Isso significa cus-
tos operacionais.
• Renova a cultura organizacional e a enriquece • Exige esquemas de socialização organizacional
com novas aspirações, para os novos funcionários,
• Incentiva a interação da organização com o • É mais custoso, oneroso, demorado e inseguro
mercado, que o recrutamento interno.
• Indicado para enriquecer mais intensa e rapida-
mente o capital intelectual.
DICA DO HERON!!!!!!!!!
O curriculum vitae (CV) é muito importante no recrutamento externo, pois funciona como um catálogo
do candidato destacando as principais experiências profissionais e características.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 73
MENTORIA UFC
As oportunidades de emprego melhor são As oportunidades de emprego são oferecidas ao
oferecidas aos próprios funcionários, que podem mercado, cujos candidatos podem disputa-las.
subir a postos melhores e desenvolver sua carreira
profissional dentro da organização.
FIQUE DE OLHO!!!!!
4. Cartazes ou anúncios em locais visíveis: Sistema de recrutamento de baixo custo e razoável ren-
dimento e rapidez (mais usado para cargos simples);
6. Consulta aos arquivos de candidatos: O sistema de arquivamento é feito de acordo com as quali-
ficações mais importantes do candidato, por área de atividade ou por cargo e se baseia no curriculum
vitae ou nos dados da proposta de emprego;
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 74
MENTORIA UFC
8. Internet: Muitas empresas abrem-se diretamente para o envio de currículos pela Internet.
Recrutamento Misto
No recrutamento misto são abordadas fontes internas e externas de recursos humanos. Trata-se de
um processo preferido pela maioria das organizações, que busca fazer face às desvantagens do recru-
tamento interno e externo, combinando as duas opções. Pode ser efetuado de três formas. A primeira
como recrutamento externo, seguido de interno. A segunda pode ser recrutamento interno, seguido
de externo. E a terceira forma é através do recrutamento externo e interno simultaneamente (COR-
RENTE, 2008).
DICA DO HERON
Recrutamento online: A internet, hoje, é um canal muito utilizado pelas empresas na realização do
contato com os candidatos, tendo ênfase no cadastro de currículos. Como vantagens, há a otimização
do processo de recrutamento e redução de custos, permitindo ainda a montagem de um banco de
dados de talentos, ao se guardar currículos de candidatos internos e externos.
O recrutamento não é uma atividade que possa ser isolada da estratégia da empresa. O desafio princi-
pal do recrutamento é agregar valor à organização e às pessoas. Como toda e qualquer atividade im-
portante, o recrutamento deve proporcionar resultado para ambas as partes.
A avaliação dos resultados é importante para aferir se o recrutamento está realmente cumprindo a
sua função e a que custo. Para que a avaliação seja feita, usamos, em geral, três medidas: critério glo-
bal (cargos preenchidos no tempo normal, a custos baixos, pessoas que permanecem na empresa),
critério orientado para o recrutador (número de entrevistas feitas, qualidade dos entrevistados, % can-
didatos recomendados que são admitidos e desempenham bem, custo por entrevista), critério orien-
tado para o método de recrutamento (número de candidatos apresentados, número de candidatos
qualificados apresentados, custo por candidato, custo por admissão, qualidade dos candidatos admiti-
dos).
Os esforços de recrutamento são mais bem sucedidos quando os recrutadores são escolhidos e trei-
nados. O recrutamento não sai barato, custa tempo e dinheiro, mas compensa. Seu retorno ultrapassa
de longe qualquer investimento neste sentido. Atrair talento é fundamental para o sucesso organizaci-
onal, seja no longo ou no curto prazo.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 75
MENTORIA UFC
SELEÇÃO DE PESSOAS
Após o recrutamento, vem a seleção propriamente dita. O ato de selecionar é uma constância da
natureza. O homem, como parte desse processo, naturalmente seleciona, muitas vezes, sem perceber.
O processo de seleção merece atenção especial, já que é ele que vai definir, por diferentes modos e
com diferentes estratégias, qual candidato vai ficar com a vaga. A seleção de pessoas implica uma
comparação entre as características de cada candidato com um padrão de referência e uma escolha
feita pelo chefe imediato (AIRES, 2007) com o objetivo de manter ou aumentar a eficiência e o desem-
penho do pessoal, bem como a eficácia da organização (CHIAVENATO, 2009).
A seleção é um processo que visa à escolha de pessoas adequadas dentre os candidatos recruta-
dos. Este processo ocorre por intermédio de diversas ferramentas de avaliação e análise e através da
comparação de informações (FRANÇA, 2009).
Conforme descrito por Corrente (2008), o recrutamento encerra-se após o momento em que se de-
termina que não iram mais receber candidatos para ocupação do cargo em aberto. A partir deste mo-
mento, inicia-se o processo de seleção, método pelo qual a empresa escolhe a pessoa que melhor
atinge os critérios para ocupação da vaga disponível, considerando as atuais condições de mercado.
Nesse processo, nem sempre são escolhidos candidatos que aparecem com aptidões ou capacidade
nos níveis mais elevados. São selecionados aqueles que possuem maior afinidade com as perspectivas
e potencialidades pretendidas para o cargo (SANTOS, 1973 apud FRANÇA, 2009).
SELEÇÃO é a atividade que busca, dentre os vários candidatos recrutados, aqueles que são mais ade-
quados aos cargos existentes na organização, visando manter ou aumentar a eficiência e o desempe-
nho do pessoal, bem como a eficácia da organização. Resumidamente, seleção é escolher o melhor
candidato para o preenchimento do cargo.
➢ “É o processo pelo qual uma organização escolhe de uma lista de candidatos a pessoa que me-
lhor alcança os critérios de seleção para a posição disponível, considerando as atuais condições
de mercado”
➢ “A seleção de pessoas funciona como uma espécie de filtro que permite que apenas algumas
pessoas possam ingressar na organização: aquelas que apresentam características desejadas
pela organização”
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 76
MENTORIA UFC
Dica do Heron
A decisão de seleção normalmente é baseada em uma série de etapas cumpridas pelos candida-
tos. A cada etapa, mais candidatos são examinados e eliminados pela organização ou mais candi-
datos aceitam outras ofertas de emprego, saindo da lista de candidatos (IVANCEVICH, 2008, p.
221)
Conforme Chiavenato (2009), existem duas alternativas para fundamentar o processo seletivo: o
cargo a ser preenchido ou as competências a serem apuradas. Com isso, a seleção passa a ser
configurada basicamente como um processo de comparação e de decisão.
Modelos de seleção
• Modelo de seleção – vários candidatos para o preenchimento de apenas uma vaga. É es-
colhido dentre os candidatos, aquele que melhor se adequa ao cargo disponível.
• Modelo de classificação – existem vários candidatos para cada vaga e várias vagas para
cada candidato. Cada candidato é comparado com os requisitos exigidos pelo cargo que se
pretende preencher e ele pode ser aprovado ou rejeitado. Se aprovado é admitido. Se rejei-
tado, passa a ser comparado com os requisitos exigidos por outros cargos que se pretende
preencher, até se esgotarem os cargos vagos.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 77
MENTORIA UFC
A seleção deve seguir o mesmo conceito do recrutamento, isto é, todas as etapas e ferramentas utili-
zadas no processo seletivo devem servir de parâmetro de comparação entre candidatos e cargo.
Existem algumas ferramentas ou técnicas que podem ser utilizadas na etapa da seleção.
Ferramentas de seleção
O primeiro passo para a realização do processo seletivo ocorre por meio do perfil profissiográfico, ba-
seado na coleta de informações sobre o cargo, que pode ser adquirida pelos seguintes procedimentos:
Descrição e aná- A descrição é o levantamento dos aspectos intrínsecos (tarefas, atribuições e res-
lise do cargo: ponsabilidades do cargo) e a análise é o levantamento dos aspectos extrínsecos
(conhecimentos, habilidades, aptidões exigidas para o ocupante do cargo).
Técnica dos inci- Anotação sistemática e criteriosa a respeito de todos os fatos e comportamentos
dentes críticos: que produzem excelente ou péssimo desempenho.
Requisição de Formulário em que o gerente anota os requisitos e as características desejáveis do
pessoal: futuro ocupante do cargo.
Análise do cargo Pesquisa de mercado feita em empresas semelhantes, com cargos que possam ser
no mercado: comparados.
Hipótese de tra- Previsão aproximada do conteúdo do cargo. É utilizada quando nenhuma das al-
balho: ternativas anteriores serve, como nos casos dos cargos novos e que nunca foram
pensados.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 78
MENTORIA UFC
Etapas do processo de seleção
Segundo Banov (2012), as etapas de um processo de seleção são: análise de currículo, entrevista, apli-
cação de testes, dinâmica de grupo e exame médico específico.
➢ Análise de currículo: levando em conta os requisitos do cargo, verifica-se nos currículos ou fi-
chas de solicitação de emprego, a pessoa ideal para vaga. Neles contêm dados que possibilitam
o levantamento das competências dos candidatos.
➢ Entrevista: é a técnica de seleção mais usada. Ela permite averiguar conhecimentos, esclarecer
dados que não estejam claros no currículo e informar aos candidatos tudo sobre o cargo e as
propostas da empresa. Ela pode ser feita por mais de um entrevistado e um entrevistador.
➢ Exame médico específico: é sempre eliminatório, pois trata-se de um exame específico, ligado
à função. Com o resultado dos exames, é possível prever com margem menor de erro o com-
portamento e o desempenho de um determinado candidato em uma determinada função.
Técnicas de seleção
1. Entrevista de Seleção
Segundo Guimarães & Arieira (2005) “a entrevista é seguramente a técnica mais utilizada em todas as
organizações, ela tem inúmeras aplicações, desde uma entrevista preliminar para o recrutamento, a
entrevista de desempenho, entrevista de caráter social, até entrevista de desligamento, a qual poderá
ser subsídio para as políticas de administração de recursos humanos das organizações” e que para
Chiavenato (2009) “é a técnica mais amplamente utilizada nas grandes, médias e pequenas empresas.
Embora careça de base científica e situe-se como a técnica mais subjetiva e imprecisa de seleção, a
entrevista pessoal é aquela que mais influencia a decisão final a respeito dos candidatos.”.
Na realidade, a entrevista é o processo de comunicação entre duas pessoas ou mais que intera-
gem entre si. De um lado, o entrevistador ou entrevistadores e, de outro, o entrevistado ou entrevis-
tados. As entrevistas podem ser classificadas em função do formato das questões e das respostas em
quatro tipos (CHIAVENATO, 2009):
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 79
MENTORIA UFC
amente elaboradas. Apesar de sua aparente limitação, podem assumir uma variedade de for-
mas, como escolha múltipla, verdadeiro-falso, sim-não, agrada-desagrada, identificação de
formas, etc.;
➢ Entrevista diretiva: Não especifica as questões, mas o tipo de resposta desejada. Aplicada
apenas para conhecer certos conceitos espontâneos dos candidatos. O entrevistador precisa
saber formular as questões de acordo com o andamento da entrevista para obter o tipo de res-
posta ou informação requerida;
➢ Entrevista não diretiva: Não especifica nem as questões, nem as respostas requeridas. São en-
trevistas totalmente livres e cuja sequência e orientação fica a cargo de cada entrevistador. São
criticadas em virtude de sua baixa consistência, por não haver um roteiro ou itinerário preesta-
belecido para cada entrevista;
As provas de conhecimento ou de capacidade são instrumentos para avaliar tanto quanto objetiva-
mente os conhecimentos e habilidades adquiridas por meio de estudo, da prática ou do exercício. Pro-
curam medir o grau de conhecimentos profissionais ou técnicos exigidos pelo cargo, bem como o
grau de capacidade ou habilidade para certas tarefas. Em função da variedade de provas de conheci-
mentos ou de capacidade, costuma-se classifica-las quanto à maneira, à área abordada e à forma.
✓ Orais: são as provas aplicadas verbalmente por meio de perguntas e respostas orais. São per-
guntas verbais específicas objetivando respostas verbais específicas;
✓ Escritas: provas aplicadas por escrito por meio de perguntas e respostas escritas para aferir co-
nhecimentos adquiridos;
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 80
MENTORIA UFC
✓ De realização: provas aplicadas por meio da execução de um trabalho ou tarefa, de maneira
uniforme e com tempo determinado, como: digitação, desenho, manobra de veículos ou usina-
gem de peças;
✓ Provas gerais: provas que aferem noções de cultura geral ou generalidades de conhecimentos;
✓ Provas tradicionais: provas do tipo dissertativo e expositivo. Podem ser improvisada, pois não
exigem planejamento. Longas, explicativas e demoradas. Abrangem um número menor de
questões pelo fato de exigirem respostas. Amplamente utilizadas em nossas escolas;
✓ Provas objetivas: provas estruturadas, também denominadas testes, na forma objetiva, cuja
aplicação e correção são rápidas. Os principais tipos são: testes de alternativas (certo/errado,
sim-não, etc.); testes de preenchimento de lacuna (com espaços abertos para preencher); testes
de múltipla escolha (com três, quatro ou cinco alternativas); testes de ordenação ou conjugação
de pares (como: países numerados de um lado e várias capitais, ao acaso, do outro).
3. Testes psicológicos
O termo teste designa um conjunto de provas que se aplicam as pessoas para apreciar seu desenvol-
vimento mental, aptidões, habilidades, conhecimentos, etc. O teste é geralmente utilizado para
servir de base para melhor conhecer as pessoas nas decisões de emprego, de orientação profissional,
de avaliação profissional, de diagnóstico de personalidade, etc. Sua função é analisar essas amostras
de comportamento humano, examinando-as sob condições padronizadas e comparando-as com pa-
drões baseados em pesquisas estatísticas. Os testes psicológicos focalizam principalmente as aptidões
procurando a determinação de quanto elas existem em cada pessoa, com o intuito de generalizar e
prever aquele comportamento em determinadas formas de trabalho.
Os testes psicológicos baseiam-se nas diferenças individuais das pessoas, que podem ser físicas,
intelectuais e de personalidade. Analisam o quanto variam as aptidões de um indivíduo em relação
ao conjunto de indivíduos tomados como padrão de comparação.
4. Testes de personalidade
Os testes de personalidade servem para analisar os diversos traços de personalidade, sejam aque-
les determinados pelo caráter (traços adquiridos ou fenotípicos) como pelo temperamento (tra-
ços inatos ou genotípicos). Um traço de personalidade é uma característica marcante da pessoa e
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 81
MENTORIA UFC
que é capaz de distingui-la das demais. Os testes de personalidade são genéricos quando revelam tra-
ços gerais de personalidade em uma síntese global e recebem o nome de psicodiagnósticos. Os testes
de personalidade são chamados específicos quando pesquisa determinados traços ou aspectos da
personalidade, como equilíbrio emocional, tolerância a frustrações, interesses, motivação, etc. Tanto a
aplicação como a interpretação dos testes de personalidade exigem necessariamente a participação de
um psicólogo.
5. Técnicas de simulação
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 82
MENTORIA UFC
Treinamento e desenvolvimento de Pessoal
Treinamento
Chiavenato (2009) define o treinamento como processo de formação educacional focada no curto
prazo aplicado de maneira sistemática e organizada através do qual as pessoas aprendem co-
nhecimentos e habilidades. Para Marras (2000) o treinamento é um processo de assimilação cul-
tural a curto prazo que objetiva repassa ou reciclar conhecimentos, habilidades ou atitudes rela-
cionadas diretamente a execução da tarefa ou otimização do trabalho.
O treinamento é a educação profissional que adapta a pessoa para um cargo ou função. Os objetivos
do treinamento são preparar as pessoas para execução imediata das diversas tarefas do cargo; pro-
porcionar oportunidade para o continuo desenvolvimento pessoal e mudança de atitude das pessoas.
O treinamento provoca mudança no conjunto de conhecimento, habilidades e atitudes de cada em-
pregado. T&D são diferentes entre si. Para Marras (2002) o treinamento prepara o home para a reali-
zação de tarefas especificas, enquanto um programa de desenvolvimento oferece ao treinando uma
macrovisão do business, preparando-o para voos mais altos, a médio e logo prazos.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 83
MENTORIA UFC
FIQUE DE OLHO!!!!!
Vamos ver algumas definições de treinamento mais cobradas pela nossa banca examinadora?
➢ “O treinamento refere-se a eventos de curta e média duração que buscam aumentar o desem-
penho do funcionário no trabalho”
De forma equilibrada com prática, a formação, a especialização como também a reciclagem são fato-
res importantes para obtenção dos objetivos, entretanto se torna ainda mais relevante o que o indivi-
duo faz de prático para modificar suas atitudes bem como seu comportamento com o que aprendeu.
Já entre os objetivos genéricos mais importantes, encontram-se:
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 84
MENTORIA UFC
Otimização pes- É pelo treinamento que o indivíduo se desenvolve profissionalmente, traba-
soal e organiza- lhadores, satisfeitos, e motivados transformam os ambientes das organiza-
cional ções, tornando-os adequados para o alcance da excelência em termos de de-
senvolvimento da organização.
Atendimento de As constantes transformações ocorridas no decorre dos anos nas quais as or-
exigências das ganizações vêm enfrentando, como mudanças tecnológicas, de processo,
mudanças comportamentos entre outras, nas quais pressiona diretamente o todo o cor-
po estrutural da organização. As organizações convencionais utilizam o trei-
namento como ferramenta principal para enfrentar e acompanhar os resulta-
dos dessas transformações que as atingem. Já as organizações de ponta para
a prevenção de eventuais mudanças ocorridos no ambiente fazem o uso do
treinamento.
Para levantar essas necessidades de treinamento as organizações utilizam alguns métodos que
falaremos a seguir:
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 85
MENTORIA UFC
ções dos cargos quais são os conhecimentos, habilidades e atitudes que as pessoas deverão
desenvolver para desempenhar adequadamente seus cargos.
A análise das tarefas/cargos requer a obtenção dos seguintes dados – atividades que com-
põem a tarefa, responsabilidades do executante, condições de trabalho e riscos, e conheci-
mentos, habilidades e atitudes requeridas. Esses dados podem ser obtidos mediante proce-
dimentos diversos. Os mais comuns são: questionário, entrevista, observação e discussão
em grupo.
Programação/desenho do treinamento
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 86
MENTORIA UFC
comendada quando se deseja favorecer a reflexão acerca de conhecimentos obtidos medi-
ante leitura ou exposição), demonstração (estratégia mais adequada para o ensino de habi-
lidades manuais), estudo de caso, dramatização (representação de situações reais), jogos,
leituras e instrução programada.
Implementação/execução do treinamento
a) Qualificação dos instrutores: esses deverão possuir certas características pessoais, co-
mo – facilidade no relacionamento, interesse pelo assunto, fluência na comunicação, etc;
Educação Corporativa
Segundo Costa (2001, p. 12) “A educação corporativa surgiu da necessidade de aumentar a competiti-
vidade das empresas em resultados mensuráveis, através do desenvolvimento do capital humano”.
A Educação Corporativa consiste em um projeto de formação desenvolvido pelas empresas, que tem
como objetivo “institucionalizar uma cultura de aprendizagem contínua, proporcionando a aqui-
sição de novas competências vinculadas às estratégias empresariais”
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 87
MENTORIA UFC
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC, (2015) descreve que:
Educação Corporativa pode ser definida como uma prática coordenada de gestão de pes-
soas e de gestão do conhecimento tendo como orientação à estratégia de longo prazo de
uma organização. Educação Corporativa é mais do que treinamento empresarial ou qualifi-
cação de mão de obra. Trata-se de articular coerentemente as competências individuais e
organizacionais no contexto mais amplo da empresa. Nesse sentido, práticas de Educação
Corporativa estão intrinsecamente relacionadas ao processo de inovação nas empresas e ao
aumento da competitividade de seus produtos, bens ou serviços.
No Brasil, a Educação Corporativa emerge na década de 1990 com a política neoliberal implementada
no então governo Fernando Collor de Mello, no quadro de abertura econômica do país que impulsio-
nou a ideologia da competição para o mercado globalizado. Esse modelo educacional assumido pelas
empresas surgiu “no auge do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade – PBQP” (Martins,
2004, p.10).
✓ Espaço físico – Segundo Martins (2004), as unidades de Educação Corporativa têm o espaço fí-
sico mais como um conceito do que uma realidade.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 88
MENTORIA UFC
(Quartiero e Cerny, 2005, p.37). Através das ferramentas tecnológicas, o trabalhador pode
aprender por meio de videoconferências, de cursos ministrados pela Internet, ou até mesmo pe-
la Intranet da empresa. Nesse contexto, não existe mais a necessidade do trabalhador ausentar-
se para fazer a capacitação, uma vez que o conhecimento ‘vai a ele’.
✓ Corpo docente – Cerca de 70% dos docentes são os próprios gerentes e executivos das insti-
tuições corporativas, enfatiza-se a atuação destes como forma de “agregar valor à cadeia pro-
dutiva” (Martins, 2004, p.44). A utilização dos gerentes traz um duplo benefício ao conhecimen-
to organizacional:
[...] receber gerentes [...] não apenas para ensinar os conceitos que utilizam todos os dias na
sua vida profissional, mas também para adequar esses conceitos à realidade dos [‘colaborado-
res’]. [...] [Além], das vantagens econômicas. Em vez de contratar facilitadores profissionais,
[usa-se] a própria força de trabalho (Meister, 1999, p. 22).
✓ Certificação - A maior dificuldade encontrada pelas empresas está na certificação dos cursos
de educação formal. Somente instituições acadêmicas credenciadas pelo Ministério da Educa-
ção (MEC) ou secretarias de educação (no caso da Educação Básica) podem emitir diplomas. A
estratégia encontrada pelas empresas foi realizar parcerias com as ‘Universidades Tradicionais’ –
nomenclatura pela qual o mundo corporativo denomina as Universidades Acadêmicas. Essas
parcerias podem ser para validar a certificação dos cursos, como também para formatar um
curso de acordo com a encomenda da empresa. Existem parcerias das empresas tanto com es-
colas e universidades públicas quanto privadas.
Um modelo de educação profissional pautado pelo mercado e tendo como principal finalidade a dis-
seminação da cultura organizacional e o atendimento do plano estratégico da empresa, não atende à
necessidade social de um projeto de formação humana comprometido com a construção de justiça
social e a igualdade.
Após o advento da Lei de Diretrizes e Bases em 1996, a educação formal sofreu grandes transforma-
ções podendo, assim, oferecer ao mundo empresarial, cursos e programas destinados ao aperfeiçoa-
mento e à especialização profissional, em nível de pós-graduação (atualização, aperfeiçoamento, espe-
cialização ou mestrado profissional), sequencial (para complementação de estudos ou para formação
para o trabalho) ou de extensão (cursos de duração menor, com o objetivo de reciclagem/atualização
profissional ou de informação e atualização de conhecimentos gerais).
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 89
MENTORIA UFC
as características de seu negócio. Assim, com essas mudanças que ocorreram no ensino superior ficou
aberto o caminho para o surgimento e o fortalecimento das instituições de educação corporativa no
Brasil, no que tange aos aspectos de organização, constituição, regulamentação da educação profissi-
onal e de parceria com as Instituições de Ensino Superior.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 90
MENTORIA UFC
Aprendizagem individual Aprendizagem coletiva
Ensina a estudar e pesquisar Ensina a pensar e praticar
Ensina crenças e valores universais Ensina crenças e valores do ambiente de negócios
Fonte: Monteiro (apud Ferronato, 2005)
• Sustentabilidade financeira
Universidade Corporativa
O termo Universidade Corporativa foi criado na década de 1980, nos Estados Unidos, por Jeanne
Meister, presidente da Corporate University Xchange Inc., empresa norte americana de consultoria em
Educação Corporativa, e foi a partir daí que a prática da criação de institutos voltados para o desen-
volvimento dos colaboradores ganhou força. No Brasil, essa prática se desenvolveu um pouco mais
tarde, nos anos de 1990, e foi a partir de então, que se tornou uma alternativa para as empresas que
buscavam através do ensino uma vantagem no mercado brasileiro.
Meister (1999 p: 8) define UC como sendo: [...] um guarda-chuva estratégico para o desenvolvi-
mento e a educação de funcionários, clientes e fornecedores, buscando otimizar as estratégias
organizacionais, além de um laboratório de aprendizagem para a organização de um polo per-
manente.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 91
MENTORIA UFC
No Brasil, a empresa que primeiro utilizou este conceito de Universidade Corporativa, já praticado em
outros países, foi a Accor, empresa hoteleira com sede na França, que instalou seu campus em 1992 na
cidade de Campinas, São Paulo, após a instalação da primeira UC, outras empresas também aderiram
às Universidades Corporativas, entre elas estão a Natura, Rede Carrefour, Sadia, Motorola, Mc Do-
nald’s, Algar, Brahma, BankBoston, Amil, entre outras. Inicialmente, os principais setores a aderir às
Universidades Corporativas eram o industrial e de serviços, mas essa prática se expandiu ganhando
também outros setores como o financeiro, saúde, telecomunicações e serviços públicos, alcançando
diferentes perfis de organizações (ALPERSTEDT, 2001, p: 157).
Educação a Distância
Com a EaD, o conhecimento se tornou mais acessível através do advento da internet, porém o surgi-
mento desta modalidade não se deu através desta tecnologia. Seu início tem registros de mais de um
século, onde o envio de material impresso por correspondência proporcionava a realização de cursos à
distância. Nessa época, países como Estados Unidos e Inglaterra utilizavam o Ensino a Distância para
realização de cursos sem valor acadêmico conforme afirmam Tachizawa e Andrade (2003) que “no fi-
nal do século XIX instituições particulares nos Estados Unidos e na Europa ofereciam cursos por cor-
respondência destinados ao ensino de temas e problemas vinculados a ofícios de escasso valor aca-
dêmico”.
A educação a distância vem crescendo rapidamente em todo o mundo. Incentivados pelas possibilida-
des decorrentes das novas Tecnologias da Informação e das Comunicações – TICs e por sua inserção
em todos os processos produtivos, cada vez mais cidadãos e instituições veem nessa forma de educa-
ção um meio de democratizar o acesso ao conhecimento e de expandir oportunidades de trabalho e
aprendizagem ao longo da vida.
Para Prado (2005), a utilização desses recursos transforma o processo de comunicação entre os indiví-
duos e atribuem novos significados na troca de informações e compartilhamento do conhecimento.
Uma das maiores contribuições geradas pelas inovações tecnológicas é a possibilidade do ensino a
distância (EAD), no qual diversos tipos de treinamentos vem sendo usados pelas organizações como
uma estratégia de ampliar suas ações. As características das metodologias mais utilizadas pela organi-
zação alvo deste estudo nesta plataforma são:
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 92
MENTORIA UFC
O E-learning que é um modelo de ensino não presencial a distância, disponibilizado pelo computa-
dor, e oferecido pela internet, podendo ser acessado de qualquer lugar do mundo, a qualquer hora
(PIRES, 2006). O e-learning é a interação humana em tempo real, via internet, possibilitando que a
organização e pessoas reúnam-se com custos decididamente mais baixos para uma variedade de pro-
pósitos e negócios, seja para reuniões com clientes, eventos de marketing e transferência de conheci-
mento entre parceiros e colaboradores (NAVICKAS, 2001).
O Blended Learning é uma evolução do e-learning, refere-se a um sistema de formação, onde gran-
de parte do conteúdo é realizado a distância, pela internet, possui algumas aulas presencias, no entan-
to, é necessário ir aos encontros presencias para garantir a formação do aluno, algumas de suas van-
tagens são: possibilitar dinâmicas coletivas, melhorar a integração entre os participantes, melhorar a
capacidade de avaliação dos alunos (VALENTE, 2014).
Este método, é um conceito de online caracterizada pelo uso de soluções mistas, utilizando uma varie-
dade de métodos de aprendizagem que ajudam a acelerar o aprendizado, garantindo a colaboração
entre participantes e permitem gerar e trocar conhecimentos. O conceito faz uso de inserção de diver-
sos métodos em resposta ao planejamento instrucional previamente definido (CHAVES FILHO, et al.,
2006).
Desenvolvimento de Pessoal
Milkovich e Bourdreau (2010) definem o desenvolvimento como um processo de longo prazo que
intervém positivamente nas capacidades dos empregados, bem como em sua motivação, tor-
nando-os figuras valiosas para a empresa, neste contexto, o desenvolvimento inclui o treinamento, a
carreira e outras experiências.
PACHECO et al (2005) definem o desenvolvimento como uma linha de crescimento com diversos está-
gios, dessa forma, sempre que um indivíduo conclui um estágio, ele já esta preparado para começar
um novo desafio para o seu desenvolvimento pessoal. Algumas características individuais da pessoa
em treinamento (experiência, vivência, percepção, capacidade de autodesenvolvimento) são de extre-
ma importância para obtenção dos resultados esperados. Por fim, Pacheco et al (2005) concluem que
o desenvolvimento será mais rápido e vantajoso se o colaborador estiver exercendo um cargo de que
ele gosta e tiver aptidão no que faz.
Para Aquino (1980), o desenvolvimento tem como objetivo explorar o potencial de aprendizagem, e a
capacidade produtiva do colaborador, de maneira a maximizar seu desempenho profissional e motiva-
cional.
Hoje, as organizações estão exigindo novos conhecimentos, habilidades e atitudes de todas as pesso-
as. E o desenvolvimento passou a envolver a totalidade dos funcionários.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 93
MENTORIA UFC
Métodos de desenvolvimento de pessoas
De acordo com Chiavenato (2004) pontua que existem vários métodos para que possamos fazer o de-
senvolvimento de pessoas e os principais métodos são:
2 - Posições de assessoria: Significa dar a oportunidade para que a pessoa com elevado nível poten-
cial trabalhe provisoriamente sob a supervisão de um gerente bem-sucedido em diferentes áreas da
organização.
8 - Estudo de casos: É um método de desenvolvimento no qual a pessoa se defronta com uma descri-
ção escrita de um problema organizacional para ser analisado e resolvido.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 94
MENTORIA UFC
9 - Jogos de empresas: Também denominados management games ou business games, são técnicas
de desenvolvimento nas quais equipes de funcionários ou de gerentes competem umas com as outras
tomando decisões computadorizadas a respeito de situações reais ou simuladas de empresas.
11- Coaching: O gerente pode integrar vários papéis como líder renovador, preparador, orientador e
impulsionador para se transformar em um coach.
a) Tutoria: é a assistência que executivos da cúpula oferecem a pessoas que aspiram subir
a níveis mais elevados dentro da organização. Dá-se o nome de tutoria (mentoring), quan-
do um gerente exerce um papel ativo em guiar e orientar uma pessoa em sua carreira. As-
sim como um técnico observa, analisa e tenta melhorar o desempenho dos atletas, o tutor
proporciona orientação na hierarquia corporativa, guia, aconselha, dá críticas e sugestões
para ajudar no crescimento dos funcionários;
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 95
MENTORIA UFC
Avaliação de desempenho
Para MARRAS (2000, p. 173) “A avaliação de desempenho (AD) é um instrumento gerencial que
permite ao administrador mensurar os resultados obtidos por um empregado ou por um grupo,
em período e área específicos (conhecimentos, metas, habilidades etc.)”.
Outra importante função deste sistema caracteriza-se pela possibilidade de o empregado saber o que
o chefe pensa sobre o trabalho executado, permitindo a possibilidade de melhoria.
• como base na distribuição e alocação de recompensas, uma vez que as recompensas dire-
tas e indiretas, além de promoções e movimentações, podem ser atreladas ao resultado da
avaliação de desempenho;
• como auxílio na tomada de decisões gerenciais, uma vez que a avaliação demonstra pon-
tos de melhorias e pontos de destaque no desempenho dos funcionários;
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 96
MENTORIA UFC
• como validação do processo de seleção de pessoal, tendo em vista que, se o funcionário
foi bem avaliado alguns meses após a contratação, significa que a seleção, e posterior esco-
lha por ele, foi correta.
GESTÃO DO DESEMPENHO
A gestão do desempenho envolve não só a avaliação de desempenho, mas todo o ciclo para que
ela ocorra. Esta gestão é fundamental, pois só assim a organização sabe o valor que cada um está
agregando à organização, quais os resultados e como aproveitá-los melhor.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 97
MENTORIA UFC
tre desempenhos esperados e obtidos e verificar os respectivos impactos no desempenho organizaci-
onal.
Quase sempre, as organizações criam sistemas de avaliação que são centralizados na gestão de pesso-
as, configurando-se como a área responsável por operacionalizar todo o processo. No entanto, pen-
sando na gestão de pessoas estratégica e na descentralização da área (atividade de linha e função de
staff) vista no primeiro capítulo, verifica-se que o ideal seria o gestor ser o responsável por avaliar, e a
área de gestão de pessoas definir as políticas e práticas de avaliação, além de orientar e ajudar as ou-
tras áreas no processo.
Os critérios de avaliação de desempenho devem ser claros e objetivos e estarem baseados nos requisi-
tos descritos na análise de cargos. As pessoas precisam entender como estão sendo avaliadas e o que
está sendo considerado.
Os padrões servem para que os gerentes possam comunicar aos funcionários, de maneira precisa, os
critérios de avaliação qualitativa e quantitativa da produção. É importante lembrar que esses critérios
devem estar redigidos de maneira clara e devem estar expressos de forma a serem mensuráveis e
quantificados.
A avaliação de desempenho é uma ferramenta utilizada há muito tempo, onde qualquer organi-
zação ou pessoa que tenha empregados, pelo menos informalmente, procede a algum tipo de
avaliação.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 98
MENTORIA UFC
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
Métodos tradicionais
O método de escalas gráficas é considerado o mais simples e é o mais utilizado. Segundo Marras
(2000, p. 176) este método “baseia-se na avaliação de um grupo de fatores determinantes daquilo
que a organização define como “desempenho”. Os fatores citados são responsáveis pela mensura-
ção quantitativa e qualitativa do trabalho. Assim como especificidades como a cooperação, a assidui-
dade, iniciativa, e etc.
De acordo com Palmeira (1999), a avaliação de desempenho utilizada pelo método de escala gráfica
trás a sugestão para que o colaborador seja avaliado de acordo com os seus indicadores de desempe-
nho, que são pré-determinados e coerentes com os propósitos da Organização.
Para Chiavenato (2009, p. 125) a aplicação deste método requer muitos cuidados, como forma de neu-
tralizar a subjetividade e o prejulgamento do avaliador, que podem ser fatores que implicam em dife-
renciações nos resultados.
O método de escalas gráficas avalia o desempenho das pessoas por meio de fatores de avaliação
previamente definidos e graduados. Para tanto, utiliza um formulário de dupla entrada, no qual as
linhas horizontais verticais representam os graus de variação daqueles fatores. Os fatores são
previamente selecionados e escolhidos para definir em cada pessoa as qualidades que se pretende
avaliar. Cada fator é definido como uma descrição sumária, simples e objetiva. Quanto melhor esta
descrição, tanto maior a precisão do fator. Cada fator é dimensionado para retratar um desempenho
fraco ou insatisfatório até um desempenho ótimo ou excelente. (CHIAVENATO, 2009, p. 125).
Vantagens Desvantagens
a) Permite aos avaliadores ter um instrumento de a) Torna o avaliador inflexível, devendo se ajustar
avaliação de fácil compreensão e aplicação; e limitar-se ao instrumento e não o contrário;
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 99
MENTORIA UFC
borador excelente, excelente em todos os aspec-
tos. O mesmo efeito pode apresentar resultado
contrário, fazendo com que o avaliador considere
um funcionário que apresente um resultado fraco
em um ponto, como fraco em todos os pontos;
O método de pesquisa de campo é realizado por meio de entrevistas que acontecem entre o es-
pecialista em avaliação de desempenho e as chefias imediatas. Coletivamente, o especialista e o
superior, executam a avaliação dos colaboradores, levando em consideração as diversas situações fa-
tores que ocasionam em certos desempenhos. Chiavenato relata:
De acordo com cada uma dessa entrevistas o gerente, juntamente com o especialista deverá preen-
cher um formulário para cada um dos funcionários avaliados.
O método requer quatro etapas para o seu desenvolvimento, sendo elas para Chiavenato (2004, p.
233): a entrevista de avaliação inicial, a entrevista de análise complementar, o planejamento e o acom-
panhamento posterior dos resultados.
Para Chiavenato (2009, p. 137 e 138) o roteiro a ser seguido na entrevista da avaliação de de-
sempenho pelo avaliador será:
a) Avaliação inicial: o desempenho de cada funcionário é inicialmente avaliado em uma das três al-
ternativas: Desempenho mais que satisfatório (+) Desempenho satisfatório (+/-) Desempenho menos
que satisfatório (-)
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 100
MENTORIA UFC
b) Análise Suplementar: definida a avaliação inicial do desempenho, cada pessoa passa a ser avaliado
com profundidade, por meio de perguntas do especialista ao chefe.
c) Planejamento: analisado o desempenho, faz-se um plano de ação para cada funcionário, que pode
envolver: No caso do desempenho insatisfatório ( - )
➢ Aconselhamento ao funcionário;
➢ Readaptação do funcionário;
➢ Desligamento e substituição.
➢ Necessidade de treinamento;
Este método requer duas etapas preliminares à sua aplicação. Sendo a primeira, a análise da estrutura
do cargo, onde o avaliador analisa a estrutura do cargo e as possibilidades de ascensão. A segunda se
trata da análise das habilidades, qualidades profissionais, características e atribuições necessárias para
que a pessoa possa ocupar o cargo.
Para Pontes (2008, p.78) com o método da pesquisa de campo, rompesse a preocupação somente
com o desempenho passado, e se passa a ter preocupação com o desempenho futuro do empregado.
Este método permite, com análises do passado, desenvolver e planejar o futuro do funcionário na or-
ganização.
Vantagens Desvantagens
a) O fato de que quando precedido das duas eta- a) O custo operacional elevado, pela atuação de
pas preliminares de análise da estrutura de cargos um especialista em avaliação;
e da análise das aptidões e qualificações profissi-
onais necessárias este método permite ao gerente b) A morosidade no processamento provocada
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 101
MENTORIA UFC
uma visualização não só do conteúdo dos cargos pela entrevista um a um a respeito de cada funci-
sob sua responsabilidade, mas das habilidades, onário subordinado ao gerente.
capacidades e conhecimentos exigidos;
O método de avaliação do desempenho baseado em incidentes críticos faz a avaliação das caracterís-
ticas que estão nos extremos positivamente ou negativamente.
Marras relata:
Dessa forma o registro dos fatos é feito pela chefia imediata que apresenta os pontos positivos e ne-
gativos nas ações de seus funcionários. Com o resultado desta análise é possível ser feita a mensura-
ção dos pontos que necessitam de aperfeiçoamento de forma a melhor o desempenho dos indivíduos.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 102
MENTORIA UFC
Para Chiavenato este método se define da seguinte forma:
O método dos incidentes críticos analisa os pontos fortes e fracos dos colaboradores, deixando
de lado pontos intermediários. O objetivo deste método é aproveitar da melhor forma o ponto
forte de cada funcionário e trabalhar seus pontos fracos.
Para Chiavenato (2009, p. 143 e 144) o método de avaliação dos incidentes críticos desconsidera a ne-
cessidade de planejamento e montagem prévia. Relatam-se ainda três fases do processo, sendo elas:
b) Registro dos fatos significativos: é a fase na qual o superior imediato anota e registra os fatos
significativos e relevantes do comportamento do subordinado, ou seja, os incidentes críticos, que po-
derão referir-se ao desempenho altamente negativo (que provocou fracasso). Os incidentes críticos
positivos são anotados no lado esquerdo do formulário de avaliação, enquanto os incidentes críticos
negativos são anotados no lado direito;
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 103
MENTORIA UFC
c) Pesquisa de atitude e de comportamento: esta fase é a desenvolvida em intervalos regulares de
tempo, mediante entrevistas entre o superior imediato e o empregado avaliado. Esta é a fase mais im-
portante do método, pois o superior imediato observa e anota juntamente com o empregado avaliado
as observações, os fatos e as mudanças a seu respeito.
O método comparativo para avaliação se resume na comparação entre dois funcionários, sendo feita a
análise entre o trabalhador e a equipe em que está integrado. Para Marras:
É o método que se utiliza de análises comparativas entre um e outro empregado ou entre o em-
pregado e o grupo onde ele atua. Diversas técnicas podem ser utilizadas, como, por exemplo, a de
determinar se ele se localiza, primeiramente, no quartil superior ou inferior da média do grupo para
logo a seguir compará-lo com o grupo em que se localiza (quartil superior ou inferior) e realizar con-
frontações individuais, com o objetivo de hierarquizá-los um a um. (MARRAS, 2000, p. 177).
Este método se assemelha e é citado com maiores colocações e diferenciações por Chiavenato (2009,
p. 144), como método de comparações aos pares. Neste é realizada a comparação entre duas pessoas
de cada vez e anota-se na coluna da direita aquela cujo desempenho é considerado melhor.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 104
MENTORIA UFC
Para Chiavenato (2009, p. 145) este método deve ser utilizado, apenas quando os avaliadores não pos-
suírem condições de aplicar métodos mais sofisticados, pois este método apesar de ser um processo
simples é pouco eficiente.
O método da escolha forçada, segundo Chiavenato (2004, p. 232) é utilizado para eliminar a superfi-
cialidade, a generalização e a subjetividade, aspectos que são apresentados no método das escalas
gráficas. Segundo Marras:
Esse modelo foi criado para avaliar oficiais das Forças Armadas Americanas, diante da
necessidade que essa entidade sentiu em implementar um instrumento de controle
que neutralizasse o subjetivismo, as influências dos avaliadores e outras interferências in-
desejáveis. (MARRAS, 2002, p. 200).
Mais objetivo e mais eficaz, busca a análise do desempenho dos indivíduos desconsiderando suas per-
sonalidades. Esta avaliação conforme cita Chiavenato (2004, p. 232) consiste na avaliação por meio
de blocos de frases descritivas que têm como foco aspectos determinados do comportamento.
Cada bloco se compõe de mais de duas frases e o avaliador é forçado a escolher apenas uma ou
duas frases de cada bloco que se apliquem melhor à situação do avaliado.
De acordo com Marras (2000, p. 177) cada frase constante nos blocos possui valores diferenciados,
que possibilitam a discriminação. Marras cita ainda que:
Neste contexto, Marras confirma o anteriormente citado, onde o avaliador se submete a definir entre
várias, as melhores perguntas que se atribuem ao avaliado.
A natureza das frases utilizadas para a avaliação do desempenho, neste método, segundo Chiavenato
(2009, p. 134) varia bastante, apresentando duas formas para a composição. São elas:
a) Os referidos blocos tem em sua formação duas frases de significado positivo e duas de significado
negativo. O avaliador, ao realizar o julgamento do funcionário, deve escolher a frase que mais se adé-
que e a que mais se distancie do desempenho do avaliado;
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 105
MENTORIA UFC
b) Os blocos deverão se formar com quatro frases de significado positivo. O avaliador, para julgar o
empregado, deverá escolher as frases que tem melhor aplicabilidade ao desempenho do avaliado.
Vantagens Desvantagens
a) Apresenta resultados confiáveis e livres das in- a) A elaboração e a montagem são complexas, e
fluências subjetivas e pessoais dos avaliadores, exigem planejamento cuidadoso e demorado;
eliminando o efeito de generalização (halo effect);
b) É um método de comparação e discriminação
b) Apresenta simplicidade para a aplicação, sem a que apresenta resultados globais; e discrimina
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 106
MENTORIA UFC
exigência de preparação técnica, prévia dos avali- apenas os empregados bons, médios e fracos,
adores. sem apresentar informações adicionais;
CURIOSIDADES
Método da Dis- Através desse método os funcionários serão comparados com base em seu
tribuição Força- desempenho. Serão submetidos e ordenados a uma escala com classifica-
da: ções de melhor à pior.
É um procedimento parecido com o método de escolha forçada, pois nele o
avaliador, com um formulário contendo certo número de frases, escolhe as
Método de Frases que não correspondem ao desempenho de seus colaboradores, é um méto-
Descritivas: do subjetivo.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 107
MENTORIA UFC
MÉTODOS MODERNOS
Segundo Souza (2005), uma mudança marcante nos métodos de avaliação é a passagem do avaliado
como ser passivo para ser agente, apresentando característica mais proativa. Além disso, a introdução
dos conceitos de Gestão por Competências levou à criação de novas formas de avaliar as pessoas em
uma organização.
1 - Método da Autoavaliação: Este método como o próprio nome já diz é uma autoavaliação, ou se-
ja, o próprio colaborador avalia o seu desempenho dentro da organização. A aplicação é feita através
de relatórios, análises dentre outros. Tal método tem sido criticado, pois muitas vezes o funcionário
não faz uma avalição sincera de si, dificultando a análise posterior de seu avaliador.
2 - Método de Avaliação por Resultados: Este método é baseado no cumprimento de metas estipu-
ladas pelos gestores aos seus colaboradores, em determinado período, que devem ser realizadas e
analisadas. Através desta avaliação o gestor identifica quais são os resultados efetivamente alcançados
pelos funcionários e posteriormente em conjunto determinam o que deve ser melhorado, o que é es-
perado e qual o nível de qualidade desejado pela organização.
4 - Método Avaliação 360 graus: O método para avaliação do desempenho de 360º graus também
chamado de feedback 360 graus ou Avaliação em Rede é um dos recursos mais visualizados atualmen-
te nas organizações, pois este é considerado como um meio pelo qual a democratização e a participa-
ção são valorizadas e possibilitadas dentro das organizações. A afirmativa é confirmada por Marras:
Este método encontra uma grande ressonância atualmente nas organizações brasileiras por es-
tar identificado fortemente com ambientes democráticos e participativos e que se preocupam
tanto com os cenários internos quanto com os externos. Trata-se de um modelo em que o ava-
liado é focado por praticamente todos os elementos que tenham contado com ele: subordina-
dos, superiores, pares, clientes internos e externos, fornecedores etc. Esse processo de „avalia-
ção total‟ recebe o nome de 360 graus exatamente pela dimensão que assume o campo de
feedback. (MARRAS, 2000, p. 178).
Dessa forma a dimensão do campo em que se recebe o feedback é bem maior que nos processos já
relacionados anteriormente, pois cada indivíduo estará realizando a avaliação por meio de uma visão
holística e nada limitada. Chiavenato apresenta as seguintes informações quanto a este método con-
temporâneo de avaliar os indivíduos:
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 108
MENTORIA UFC
Para o avaliado:
✓ Por se tratar de um processo participativo e democrático, o resultado é visto pelo avaliado co-
mo objetivo e orientador, uma vez que demonstra sua imagem perante um grupo de pessoas e
não só perante seu chefe.
✓ Se bem desenhada, a avaliação em rede resulta em um mapa pessoal de orientação no qual o
avaliado poderá traçar seu plano de desenvolvimento de competências, definindo metas e ob-
jetivos.
✓ A abrangência da avaliação em rede possibilita ao avaliado descobrir potenciais que não perce-
bia em si mesmo e ampliar seu domínio de competências.
✓ Da mesma forma, terá a clara percepção das suas falhas ou pontos fracos e poderá administrá-
los no seu dia a dia de trabalho.
Para a empresa:
✓ A avaliação em rede contribui de forma extraordinária para a retenção de talentos, pois abre
possibilidades de crescimento e desenvolvimento de pessoal, aliando o discurso da valorização
à prática regular.
✓ O processo auxilia na formação de uma cultura de aprendizado constante, uma vez que é di-
nâmico e permanente.
O método de avaliação 360 graus surgiu como complementação para a avaliação 360º, mantendo o
envolvimento das chefias, seus subordinados e demais pessoas que se relacionam aos mesmos pro-
cessos organizacionais. A diferenciação se concentra no surgimento de um consultor externo.
A função deste consultor é verificar e analisar os questionários respondidos pelo corpo exe-
cutivo sobre a própria condição dentro da organização, assim podendo cruzar as informa-
ções com as dos outros questionários respondidos pelos demais funcionários. Com essa
análise em mãos o consultor e o corpo executivo podem assim traçar uma plano de ação
para o aprimoramento dos pontos negativos, as formas, maneiras ou métodos para trans-
formar os pontos negativos em pontos positivos. (FREITAS, 2011, p. 39).
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 109
MENTORIA UFC
A avaliação 450º é a simples sofisticação da avaliação 360º por meio da inclusão de um consultor que
por estar fora da empresa poderá apresentar uma visão diferenciada sobre os índices de desempenho
apresentados pelos colaboradores.
CUIDADO!
A autoavaliação é inerente ao processo de avaliação 360 graus. Dessa forma, todas as avaliações base-
adas nesse método devem apresentar a autoavaliação como componente do processo.
Esse método tem como vantagem a redução do efeito Halo, a facilidade de compreensão do processo
e a possibilidade de obtenção de diversas perspectivas sobre o desempenho do avaliado.
Como desvantagem, pode apresentar problemas de autoridade, uma vez que várias pessoas avaliam
um funcionário, exige investimento em tecnologia e treinamento para funcionar e o retorno pode in-
timidar e provocar ressentimentos no avaliado. Outro ponto delicado está no fato de que, para imple-
mentação da avaliação 360 graus, é necessário que os envolvidos no processo apresentem bastante
maturidade.
Os principais erros que podem acontecer e que você deve ter em mente para o seu concurso
são:
✓ Efeito Halo: É a tendência que uma pessoa pode ter de generalizar avaliações positivas com
base em poucos fatores observados.
✓ Efeito Horn: É o oposto do efeito Halo. É a tendência que uma pessoa pode ter de generalizar
avaliações negativas com base em poucos fatores observados.
✓ Erro de tendência central: É a tendência que a pessoa pode ter a não atribuir notas nem muito
altas nem muito baixas para um candidato, tendendo sempre a uma avaliação “média”, no meio
da escala adotada.
✓ Recência: É o erro que decorre do fato de que as pessoas se lembram mais dos fatos recentes.
Se o examinador só anotar as percepções sobre os candidatos após várias entrevistas, é mais
provável que incorra nesse erro. A solução é realizar anotações frequentes.
✓ Leniência: Este erro decorre da dificuldade do examinador de observar diferenças entre os can-
didatos, tendendo a realizar uma avaliação positiva.
✓ Severidade: É o reverso da moeda da leniência. Aqui o avaliador não consegue ver diferenças
entre os candidatos, tendendo a caracterizá-los negativamente.
✓ Contraste: É quando o avaliador erra por se tomar como referência de comparação. A compa-
ração é feita ao avesso: “o que eu tenho e o candidato não tem”
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 110
MENTORIA UFC
✓ Similaridade: É o parecido com o contraste. O examinador continua se tendo por referência,
mas busca características similares a si próprio no candidato.
✓ Erro de cansaço: O avaliador, quando cansado pela rotina, pode começar a errar na avaliação.
✓ Unilateralidade: Neste erro, o avaliador valoriza aspectos que ele, unilateralmente, julga impor-
tantes, mesmo que eles não o sejam para a organização ou para o trabalho realizado pelo ava-
liado.
✓ Força do hábito: É o julgamento do avaliado com base em avaliações anteriores que foram fei-
tas. Por força do hábito, as avaliações atuais terminam sendo baseadas no passado.
✓ Não compreensão dos fatores avaliados / falta de técnica: Se o avaliador não conhecer cla-
ramente os fatores de avaliação, poderá avaliá-los de forma incorreta com base apenas em seu
bom senso, gerando distorções no processo por não discernir informações importantes das ir-
relevantes.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 111
MENTORIA UFC
Qualidade de vida no trabalho;
Higiene no trabalho
Conceitos
ATENÇÃO
Higiene do Trabalho pretende garantir um ambiente de trabalho saudável e seguro.
A higiene do trabalho esta relacionada com as condições ambientais de trabalho que assegurem a sa-
úde física e mental e com as condições de saúde e bem-estar das pessoas. Do ponto de vista de saúde
física, o local de trabalho constitui a área de ação da higiene do trabalho, envolvendo aspectos ligados
com a exposição do organismo humano a agentes externos como ruído, ar, temperatura, umidade,
luminosidade e equipamentos de trabalho. Assim, um ambiente saudável de trabalho deve envolver
condições ambientais físicas que atuem positivamente sobre todos os órgãos dos sentidos humanos -
como visão, audição, tato, olfato e paladar. Do ponto de vista de saúde mental, o ambiente de traba-
lho deve envolver condições psicológicas e sociológicas saudáveis e que atuem positivamente sobre o
comportamento das pessoas evitando impactos emocionais, como o estresse.
· Ventilação: remoção de gases, fumaça e odores desagradáveis, bem como afastamento de possíveis
fumantes ou utilização de máscaras.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 112
MENTORIA UFC
· Estilo de gerencia democrático e participativo.
Segurança no Trabalho
A segurança do trabalho envolve três áreas principais de atividade: prevenção de acidentes, preven-
ção de incêndios e prevenção de roubos. É o conjunto de medidas técnicas, educacional, médica e
psicológica utilizadas para prevenir acidentes, incêndios e roubos, quer eliminando as condições
inseguras do ambiente, quer instruindo ou convencendo as pessoas sobre a implantação de prá-
ticas preventivas.
Segundo Vasconcelos (2001) a qualidade de vida no trabalho constitui-se na peça chave do desenvol-
vimento humano e profissional, pois é nas organizações que o indivíduo, trabalhador, encontra seu
sucesso ou sua frustração, situações estas que interferem diretamente no seu bem estar psicossocial,
assim como no seu rendimento e desempenho profissional. As instituições devem estar atentas e pla-
nejar criteriosamente mecanismos que proporcionem ao trabalhador melhor desempenho e rentabili-
dade, ou seja, condições de trabalho e esperança de uma vida melhor.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 113
MENTORIA UFC
Em busca de segurança no mercado globalizado, a solução para as empresas é se adaptarem para a
obtenção da qualidade de vida no seu cotidiano de trabalho, conciliando a motivação dos funcionários
e a maximização dos lucros. Esta parceria lucro/pessoa num consciente programa de Qualidade de
Vida no Trabalho (QVT) pode promover um ambiente que estimule e de suporte ao individuo e a em-
presa.
A QVT assimila duas posições antagônicas: de um lado, a reivindicação dos colaboradores quanto ao
bem-estar e satisfação no trabalho e, de outro lado, o interesse das organizações quanto aos seus
efeitos potenciadores sobre a produtividade e a qualidade.
A QVT tem sido utilizada como indicador das experiências humanas no local de trabalho e do grau de
satisfação das pessoas que desempenham o trabalho. O conceito de QVT implica em profundo respei-
to pelas pessoas. Para alcançar níveis elevados de produtividade e qualidade, as organizações preci-
sam de pessoas motivadas que participem ativamente nos trabalhos que executam e que sejam ade-
quadamente recompensadas pelas suas contribuições. A competitividade organizacional – e obvia-
mente, a qualidade e produtividade – passam obrigatoriamente pela QVT. Para atender bem o cliente
externo, a organização não pode se esquecer do cliente interno (os colaboradores). A QVT representa
o grau em que os membros da organização são capazes de satisfazer suas necessidades pessoais por
meio do seu trabalho na organização.
A QVT envolve os aspectos intrínsecos (conteúdo) e extrínsecos (contexto) do cargo. Ela afeta
atitudes pessoais e comportamentais relevantes para a produtividade individual e grupal, tais como:
motivação para o trabalho, adaptabilidade a mudanças no ambiente de trabalho, criatividade e vonta-
de de inovar ou aceitar mudanças e, principalmente, agregar valor à organização.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 114
MENTORIA UFC
A QVT constitui uma dosagem perfeita da aglutinação entre os talentos envolvidos e empoderados,
com a arquitetura organizacional conectada (organização do trabalho em equipe), cultura organizaci-
onal amigável e envolvente e um estilo de gestão democrático e participativo.
A QVT considera que um colaborador bem treinado e bem posicionado na organização está em me-
lhor condição para identificar problemas dificilmente localizáveis com relação à qualidade do produto
ou sobre como o trabalho deve se feito. Assim, a QVT é essencial na criação de um espírito de cidada-
nia organizacional como nos programas de qualidade total nas organizações.
Os programas de bem-estar são adotados por organizações que procuram prevenir problemas de sa-
úde de seus funcionários. O caráter profilático desses programas parte do reconhecimento de seu
efeito sobre o comportamento dos funcionários e estilo de vida fora do trabalho, encorajando as pes-
soas a melhorarem seu padrão de saúde. Também servem para reduzir os elevados custos de saúde.
2. Educar os funcionários a respeito dos riscos de saúde, como pressão sanguínea elevada, fumo, obe-
sidade, dieta pobre e estresse.
3. Encorar os funcionários a mudar seus estilos de vida através de exercícios, boa alimentação e moni-
toramento da saúde.
As dimensões do cargo são fundamentais na QVT, pois produzem estados psicológicos críticos relaci-
onados a resultados pessoais e de trabalho, que, se não forem adequados, podem aumentar os índices
de rotatividade e absenteísmo.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 115
MENTORIA UFC
Chiavenato (1999) descreve que, para Nadler e Lawler, a QVT está fundamentada em quatro aspectos:
A observação desses aspectos considera o ser humano como parte integrante das organizações, mos-
trando a evolução da importância delas.
O modelo de Walton
Neste modelo, a Qualidade de Vida no Trabalho, descrito por Ferreira, Rocha e Moraes (2003), é divi-
dida em oito fatores e cada um deles abrange várias dimensões.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 116
MENTORIA UFC
2. Condições de segurança e saúde no trabalho:
• Jornada de trabalho.
• Ambiente físico (seguro e saudável).
6. Garantias constitucionais:
• Respeito às leis e aos direitos trabalhistas.
• Privacidade pessoal.
• Liberdade de expressão.
• Normas e rotinas claras da organização.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 117
MENTORIA UFC
CATEGORIAS DE INDICADORES INDICADORES ESPECÍFICOS
• Tratamento ético dos funcionários.
Organizacional • Planos de carreira igualitários.
• Clareza das políticas e procedimentos.
• Investimento na educação formal dos funcionários.
Social • Benefícios familiares.
• Atividades culturais e esportivas.
• Valorização do funcionário.
Psicológico • Apoio psicológico.
• Desafio e outros fatores motivacionais.
• Ginástica laboral.
Biológica • Controle dos acidentes de trabalho.
• Conforto físico e eliminação da insalubridade.
• Alimentação.
• Controle de doenças.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 118
MENTORIA UFC
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM RH
Segundo Oliveira (2008), os sistemas de informações gerenciais tornam-se indispensáveis, pois na
grande maioria das empresas que utilizam sistemas informatizados, há muitos dados que estão à dis-
posição, mas esses dados por si não podem ser utilizados no processo de tomada de decisões sem
antes passar por um processo de conversão, de transformação, fazendo com que se tornem efetiva-
mente informações. É nesta etapa onde os sistemas de informações gerenciais atuam, compilando es-
tes conjuntos de dados em informações processadas.
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM RH
Conceito
Para Oliveira (2008), os sistemas de informações gerenciais são conjuntos de dados que são trans-
formados em informações organizadas e estruturadas de forma que possam ser utilizadas para
dar suporte ao processo decisório da empresa, proporcionando, ainda, sustentação administrativa
para aprimorar os resultados esperados.
O conceito de SIG está relacionado com a tecnologia da informação. Ele envolve a presença do com-
putador ou rede de microcomputadores, além de programas específicos para processar dados e in-
formações.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 119
MENTORIA UFC
• Software: é um conjunto de programas que permitem que o hardware processe dados.
Ex.: software utilitário (sistema operacional); software aplicativo (conjunto de programas que
realizam as funções necessárias para dar suporte às atividades empresariais, como gerar fo-
lha de pagamento, emitir nota fiscal etc.).
• Pessoas: são os indivíduos que trabalham com o sistema ou utilizam sua saída. São usuá-
rios e operadores de hardware e software.
Segundo Oliveira (2002), o sistema de informação gerencial pode, sob determinadas condições,
trazer os seguintes benefícios para as empresas:
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 120
MENTORIA UFC
ATENÇÃO
O sistema de informação gerencial (SIG) tem por finalidade dar suporte às funções de planejamento,
controle e organização de uma empresa, fornecendo informações seguras e em tempo hábil para to-
mada de decisão. O sistema de informação gerencial é mostrado pelo conjunto de subsistemas, visua-
lizados de forma integrada e capaz de gerar informações necessárias ao processo decisório. No mun-
do globalizado, é superimportante ter-se informações em tempo real, pois isso gera competitividade à
empresa.
O SIG tem como função principal “guiar” o executivo para que este tome a decisão a melhor decisão
possível, visando sempre o bem da empresa como um todo. Entre os principais benefícios causados
direta ou indiretamente pelo SIG, podemos destacar:
- melhoria nas tomadas de decisões; - estímulo de maior interação entre os tomadores de deci-
são;
- melhoria na estrutura do poder, dando maior poder àqueles que entendem e controlam o sis-
tema;
- melhoria nas atitudes e atividades dos funcionários dentro da empresa, aumentando a motiva-
ção das pessoas envolvidas;
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 121
MENTORIA UFC
BANCO DE DADOS EM RH
Conceito
Dados
Dados devem ser vistos como matérias-primas que são processadas em produtos finais de informação.
O dado é geralmente submetido a um processo de adição de valor (processamento de dados ou de
informações) no qual seu formato é adicionado, manipulado e organizado, seu conteúdo é analisado e
avaliado. Ele é inserido num contexto adequado para um usuário humano.
ATENÇÃO
É qualquer elemento identificado em sua forma bruta que, por si só, não conduz a uma compre-
ensão de determinado fato ou situação. É um conjunto de letras, números ou dígitos que isola-
damente não transmitem nenhum conhecimento.
Informações
ATENÇÃO
Informação pode ser definida como dados que foram transpostos para um contexto significativo
e útil para determinados usuários finais.
Conhecimento
Sistema
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 122
MENTORIA UFC
Banco de dados
É comum existirem vários bancos de dados relacionados logicamente entre si por meio de um software
(programa) que executa as funções de criar e atualizar arquivos, recuperar dados e gerar relatórios.
Na área de RH, os vários bancos de dados interligados permitem obter e armazenar dados a respeito
de diferentes estratos ou níveis de complexidade, a saber:
• Dados sobre candidatos (cadastro de candidatos), sobre cursos e atividades de treinamento (ca-
dastro de treinamento) etc.
Oliveira (2001) define sistema de informação como o conjunto de elementos interdependentes (sub-
sistemas) logicamente associados, para que de sua interação sejam geradas informações necessárias
à tomada de decisões.
Como a ARH é uma responsabilidade de linha e função de staff, o órgão de ARH deve municiar e
abastecer os órgãos de linha das informações relevantes sobre o pessoal lotado em cada um dos
órgãos para que os respectivos gerentes possam administrar seus subordinados.
A informação recebida tem a seguinte importância para a organização: dar sentido a mudanças do
ambiente externo, gerar novos conhecimentos por meio do aprendizado e possibilitar subsídios para
tomar decisões importantes.
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 123
MENTORIA UFC
O ponto de partida para um sistema de informações de RH é o banco de dados. Um sistema de infor-
mações é, por definição, um sistema por meio do qual os dados obtidos, processados e transformados
em informações, de forma esquematizada e ordenada servem de subsídios ao processo de tomada de
decisões. O sistema de informações recebe entradas (inputs) que são processadas e transformadas em
saídas (outputs) sob a forma de relatórios, documentos, índices, listagens, medidas estáticas de posi-
ção e tendência etc. Enquanto os dados envolvem detalhes e não permitem significado mais amplo, a
informação obtida pelo tratamento, processamento e combinação de dados comporta significação
mais ampla e definida.
Observa-se que cada subsistema da empresa age com o processamento de dados até se concluir a
informação desejada. “Em essência, cada subsistema age como um coletor e processador de dados
para a produção de determinadas informações”. BIO (2008).
SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE RH
Um sistema de informações de recursos humanos utiliza como fontes de dados os elementos forne-
cidos por:
• avaliação de desempenho;
• administração de salários;
WWW.HERONLEMOS.COM.BR 124