EDITORIAL

A
revista Master não ficou conhecida como uma das publicações impressas mais
conceituadas de artes marciais no Brasil à toa. Desde sua criação, se dispôs a que-
brar barreiras em torno da área e descentralizar a atenção que era dada somente A Revista MASTER é uma publicação da Bueno Editora. A revista não
a algumas modalidades. Refletindo este preceito, a capa desta 11ª edição destaca se responsabiliza por conceitos emitidos em artigos assinados ou pelos
serviços e produtos apresentados pelas empresas que anunciam, os quais
o Shuai Chiao, arte milenar chinesa com 5 mil anos de história e que está em processo de estão sujeitos às normas legais e o Código de Defesa do Consumidor. As
difusão no país, graças ao empenho do professor Diego Souza. informações contidas nas matérias não substituem, em hipótese alguma,
a visita regular ao médico ou profissional especializado. Somente estes
Outro sistema marcial que ganha as páginas da revista é o Pencak Silat, sucesso em filmes profissionais estão aptos a fornecer o melhor diagnóstico e tratamento
como “Operação Invasão, “Star Wars: O Despertar da Força”, entre outros. Conhecer essas para a solução de cada caso em particular. O conteúdo dos artigos
publicados não reflete necessariamente o ponto de vista da Bueno Editora,
artes marciais, além de ampliar os horizontes, agrega em conhecimento, essencial para sendo de inteira responsabilidade dos entrevistados e colaboradores,
todo praticante. assim como a veracidade dos fatos apresentados e o material fotográfico
enviado pelos mesmos. A Revista MASTER reserva o direito de editar os
A Master está sempre preocupada com o futuro das artes marciais no Brasil. Por esta razão, textos fornecidos pelos colaboradores para adequar ao perfil da editora.
falamos sobre os primeiros Encontros de Professores e Mestres em Taubaté e Caraguatatu-
ba, realizados pela Bueno Editora, apresentamos a Galeria Blackbelt (espaço exclusivo de
faixas pretas) e abrimos um debate sobre os Projetos de Lei e Ideias Legislativas que querem
o reconhecimento de educadores marciais. O que você pensa sobre esta questão?
Assim como ocorre em todos os volumes, trazemos sempre uma matéria que associa arte
marcial à saúde. Desta vez, o Taekwondo é o tema central. Você sabia que ele pode ajudar a
amenizar os problemas de coluna de praticantes acima dos 40 anos e Terceira Idade? Av. Dr. Bernardino de Campos, 338 A Conj. 22
Sim. Não é exagero. Pesquisas internacionais têm mostrando que a modalidade coreana tra- Santos/SP CEP 11065-000 Tel. (13) 3345 3241
contato@buenoeditora.com.br
balha a boa postura e o movimento das articulações.
www.buenoeditora.com.br
Outro método que oferece qualidade de vida e bem-estar é a Acupuntura, tema de uma
entrevista exclusiva com o especialista José Augusto Maciel Torres.
Nesta edição, você ficará sabendo como se preparar para o US Open, o maior evento de lutas Expediente:
do planeta, que todos os anos é realizado em julho, na Disney, Estados Unidos. Diretor Geral: Fábio Amador Bueno
Se você ama Judô, vai adorar saber sobre o Desafio Brasil JMB, que mobilizou mais de 2 mil Editora Chefe: Elaine Ferreira
atletas em várias capitais e em quatro países. No caderno de Karate, o sensei Paulo Bartolo, 6º Jornalista: Girliani Martins MTB 76465/SP
dan, aborda regras básicas de competição e um pouco da história da “Arte das Mãos Vazias”.
Projeto gráfico, Diagramação e Arte: Fábio Bueno
Em Santos, o Embaré, bairro mais populoso da cidade, ganhou seu primeiro Centro Comuni-
tário, que oferecerá aulas gratuitas de Karate, entre outros desportos. Designer: Alan Emerson Silva
Já ficou claro que somos movidos por boas histórias. E neste volume, Assistente de Arte: Ricardo Ferreira Bueno
você confere logo três. A primeira é sobre o pioneirismo da sensei Colunista de Filosofia
Disney Bragança, graduada com o 6º dan, em seguida, há uma maté- e Terapias: José Augusto M. Torres
ria sobre o caminho de abdicação e força de Vinícius Lino, que deixou
Colunista de Karate: Paulo Bartolo
a vida estabilizada no Brasil para se dedicar ao sonho de ser lutador
de Jiu Jitsu nos Estados Unidos. Para fechar, nada melhor que desbra-
var um pouco a biografia de Sensei Ono, que aos 92 anos dá um show Publicidade:
de vitalidade e simplicidade. Tel: (13) 2202 3468 • vendas@buenoeditora.com.br
Inspire-se e boa leitura!
Colaboram nesta edição:
DIGITAL: Crimes virtuais avançam no Brasil........................................................ 04 Foto da capa: Diego Silva por Alan Emerson Silva
SUMÁRIO

FIQUE DE OLHO: Reconhecimento de professores de artes marciais................ 06

OPERAÇÃO EM BANCAS:
ACONTECEU: 11ª Copa América de Taekwondo................................................. 07
SAÚDE: Medicina Chinesa em destaque.............................................................. 08
Um chute certo nos problemas de coluna.............................................. 10
INTERNACIONAL: US OPEN 2018 vem aí .......................................................... 12 Assessoria: Edicase/ www.edicase.com
CAPA: Shuai Chiao no Brasil ................................................................................. 14 Distribuição exclusiva em bancas:
AIKIDO: Ono sensei: mente e corpo são aos 92 anos ........................................ 18 FC Comercial e Distribuidora S/A.
TÉCNICA TAEKWONDO: Aprenda a chutar com Fábio Goulart........................ 19 www.edicase.com.br
TAEKWONDO: Mestre presta consultoria nos Estados Unidos.......................... 23 DIRETORIA
PENCAK SILAT: Após conquistar as telonas, se expande no Brasil...................... 24 Joaquim Carqueijó
Gabriela Magalhães
KARATE: Caderno especial .................................................................................. 26
GESTÃO DE CANAIS
Bairro de Santos/ SP inaugura centro comunitário e esportivo........................... 28
Clausilene Lima, Marco Marcondes
Disney Bragança, a primeira mulher Kodansha do Brasil...................................... 30 Sidney Almeida, Vanusa Batista
MUAY THAI: Professor baiano aprimora Muay Thai na Tailândia....................... 31 OPERAÇÕES
JIU JITSU: Além das fronteiras............................................................................. 32 Manoel Moura
EVENTOS: Encontro de professores e mestres de artes marciais....................... 34
18º Campeonato Brasileiro Aberto de Artes Marciais UIAMA.............................. 36
JUDÔ: Copa São Paulo de Judô Veteranos............................................................ 38 Redação:
Desafio Brasil JMB mobiliza mais de 2 mil judocas............................................... 39 redacao@buenoeditora.com.br
GALERIA BLACKBELT ......................................................................................... 40 Venda de exemplares:
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 Da Redação MM Studio/ Fotolia.com
DIGITAL
POR TRÁS DE UMA TELA:
CRIMES VIRTUAIS AVANÇAM NO BRASIL
A
proximadamente 100 milhões de pesso-
as estão conectadas à internet no Brasil.
É o que aponta o relatório da União In-
ternacional de Telecomunicações (UIT),
divulgado no último semestre.
Seja para estudar, trabalhar ou simplesmen-
te entreter, a Rede Mundial de Com-
putadores está presente em todo Sensação de
o território brasileiro, com maior
percentual de usuários no Sudeste, anonimato
com 64%.
Do mesmo modo que facilitou o
permite que
trabalho, os estudos e as relações, usuários
esta ferramenta trouxe um grande
problema: a exposição indevida extrapolem
de pessoas, ocasionada, principal-
mente, após o surgimento de redes na internet
sociais como Facebook, Instagram
e Twitter.
A sensação de anonimato na rede permite
que muitos usuários considerem a internet como
“Terra sem lei”. Com isso, utilizam o ciberespaço
para expor, difamar e caluniar outras pessoas.
4 | REVISTA MASTER 10
No entanto, o território não é tão livre como
muitos imaginam. Apesar de não ter leis específi-
cas para crimes virtuais, o Brasil dispõe do Marco
Civil da Internet, em vigor desde junho de 2014 e
que instituiu os direitos e deveres (responsabili-
dades) dos internautas.
Nos últimos anos, um dos crimes
mais cometidos é contra a honra, de-
finido no Código Penal como injúria,
calúnia e difamação.
Se você, professor, mestre ou pra-
ticante já passou por alguma situação
em que se sentiu constrangido ou
teve sua honra atacada na web, pode
recorrer à legislação brasileira e de-
nunciar o crime.
Perfis fakes (falsos), comentários
”
que extrapolaram o bom senso e pá-
ginas que incitam o ódio não estão
impunes. Além disso, a empresa que gerencia a
rede social também deve respeitar a lei, trans-
mitindo informações, sempre que for solicitada
pela Justiça.
ENTENDA ALGUNS CRIMES:
• Ameaça (art. 147 do Código Penal): neste caso, a
vítima precisa fazer uma representação legal, ou seja,
uma queixa formal na delegacia.
Pena: de um a seis meses de detenção.

• Calúnia (art. 138 do Código Penal): caluniar al-

guém, imputando-lhe falsamente fato definido como
crime.
Exemplo: afirmar sem prova alguma que alguém com-
prou diplomas para atuar como professor de artes mar-
ciais.
Pena: de seis meses a dois anos de detenção e multa.

• Difamação (art. 139 do Código Penal): difamar

alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena: de três meses a um ano de detenção e multa.

• Falsa Identidade (art. 307 do Código Penal): atri-

buir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter
vantagem, em proveito próprio ou alheio ou para cau-

EM FOCO
sar dano a outros. Ex: criar um perfil fake para prejudi-
car a imagem de alguém.
Pena: de três meses a um ano de detenção ou multa.

• Injúria (art. 140 do Código Penal): injuriar alguém,

ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro. Ex: xingar pes-
soas em comentários de páginas ou no perfil pessoal
no Facebook.
Pena: de um a seis meses de detenção ou multa.
Se for algo relacionado à cor, raça, etnia ou deficiência,
o crime é agravado. Neste caso, passa a prevalecer a
lei 10.741, de 2003, contra discriminação.
Pena: pode chegar a três anos e multa.

FUI ATACADO(A) NA INTERNET.

E AGORA, O QUE FAÇO?
- Tire print e salve todo o conteúdo ofensivo: comentá-
rios, conversas, publicações, fotos, vídeos e etc.
- Não esqueça de transferir todo o conteúdo para um
pen-drive, CD-R ou serviço de armazenamento em nu-
vem (Google Drive, Onedrive, etc). Tudo isso poderá
lhe ajudar no processo de investigação.
- Dirija-se à delegacia e faça um Boletim de Ocorrência
(BO). É viável levar as provas.
- Judicialmente, estas provas não são válidas. Contu-
do, você pode ir a um cartório e fazer uma declaração
de fé pública de que o crime em questão existiu ou
lavrar uma Ata Notarial do conteúdo ilegal/ofensivo. É
uma boa dica, já que na internet, o criminoso pode apa-
gar as postagens, comentários, vídeos e etc. Sendo
assim, previna-se!

www.revistamaster.com.br | 5
 Da Redação
QUAL É A SUA OPINIÃO?
PL’S E IDEIAS LEGISLATIVAS QUEREM O RECONHECIMENTO DE
PROFESSORES DE ARTES MARCIAIS
FIQUE DE OLHO
Q
uem não gostaria de ter sua profissão
regulamentada, com todos os direitos
assegurados? Há poucos meses, uma
votação no site do Senado Federal está
movimentando a comunidade marcial.
A Ideia Legislativa chama a atenção para o reconhe-
cimento de professores de artes marciais, e se chegar
a 20 mil assinaturas, será debatida entre os senadores.
Até o momento do fechamento da matéria, a sugestão
contava com menos de 5 mil apoiadores.
O tema envolve Conselhos Regionais de Educação
Física (CREF) e professores/mestres de artes marciais.
A primeira classe defende que o instrutor marcial
deve ter embasamento sobre anatomia, fisiologia do
exercício, pedagogia do esporte, entre outros assun-
tos ensinados no decorrer do curso, justificando que
só o conhecimento prático não é suficiente.
Para o CREF, a atividade deve ser ministrada por
seus profissionais, de acordo com a lei 9.696, criada
em 1998, que regulamenta a profissão de Educação
Física, Conselho Federal e Conselhos Regionais.
Em contrapartida, muitos professores e mestres
de artes marciais não querem vínculo com o Conse-
lho Federal de Educação Física, pelo contrário, dese-
jam ter sua própria entidade.
Desde 1987, tramitam na Câmara dos Deputados
diversos Projetos de Lei (PL) que visam à regulamen-
tação da profissão. Porém, a maioria é arquivado.
Nos últimos anos, com a popularização das
Mixed Martial Arts (MMA) e de outras modalidades,
os PL’s voltaram a se fortalecer. Em 2008, um Projeto
de Lei (nº 2.889) foi elaborado para a criação de um
Conselho Federal de Artes Marciais, bem como de
6 | REVISTA MASTER 10
Steve Young/ fotolia.com
Há mais de 30 anos, na Câmara
do Deputados, tramitam alguns
Projetos de Lei que asseguram
direitos trabalhistas e a criação de um
Conselho Federal de Artes Marciais.
Conselhos Regionais, o que garantiria aos professores
de artes marciais a tão desejada regulamentação.
Há 10 anos em fase de análise, o projeto as-
segura todos os benefícios trabalhistas, como
seguro-desemprego e demais direitos que outras
profissões dispõem, além é claro, de um curso
específico para a formação de professor de arte
marcial, que viria a ser reconhecido pelo Conselho
e Ministério da Educação.
Hoje, os professores e mestres de artes marciais
estão filiados apenas às federações e confederações,
responsáveis por exames de faixa, organização de
eventos e demais funções correlatas.
Se o Projeto de Lei for aprovado, ajudaria a des-
centralizar estas atividades. Nesse sentido, caberia
aos Conselhos Federal e Regionais de Artes Marciais
coordenar, planejar, programar, supervisionar, dina-
mizar, organizar, avaliar trabalho, programas, planos
e projetos, bem como prestar serviços de auditoria,
consultoria e assessoria, promover treinamentos es-
pecializados e a formação de equipes multidiscipli-
nares e interdisciplinares, bem como elaborar infor-
mes técnicos, artísticos-científicos e pedagógicos na
área das artes marciais.
Há ainda ementas que buscam a padronização
e o licenciamento de academias de lutas, algo que
consequentemente impulsionaria a qualidade do
ensino marcial no Brasil
Fique por dentro
Conhecer cada um desses projetos é essencial para se
posicionar e lutar por melhores condições profissionais.
Votação
Ideia Legislativa para o reconhecimento dos professo-
res de artes marciais Link: goo.gl/vyzkGe
Projeto de Lei 2889/2008 – Criação de um Conselho
Federal de Artes Marciais e Conselhos Regionais.
Link: goo.gl/8dCiSr
Estudos sobre academias de lutas e de artes marciais
Link: goo.gl/oQfkBX
 Da Redação
MAIS DE MIL ATLETAS AGITAM A
11ª COPA AMÉRICA DE TAEKWONDO
Disputa recebeu personalidades e delegações internacionais
S
e existe um evento que a comunidade do
Taekwondo aguarda com entusiasmo, é a
11ª Copa América, um dos grandes certa-
mes da temporada.
A edição de 2018 movimentou a cidade
de Arujá, no Alto Tietê, em São Paulo, atraindo mais
de mil atletas de todo o Brasil e de outros países,
incluindo Argentina, Bolívia, Chile, Coreia e Paraguai.
A competição, com o selo da Liga Nacional (LNT),
apresentou lutas nas categorias kyorugui e poomsae
(formas individual e dupla), além de um Curso de
Atualização e o concurso Miss Taekwondo na Insti-
tuição Religiosa Perfect Liberty.
A 11ª Copa América teve a presença do presi-
dente da LNT, Nilton dos Santos, do introdutor do
Taekwondo no Brasil, Sang Min Cho, dos mestres Te
Bo Lee, Yeo Jin Kim, Antonio da Silva, Luiz Kobayashi,
Carlos Costa, Ciro dos Santos, White Wagner, Mani-
nho, Wanderlei Neto, Sorriso, Aguinaldo Santana,
Marcelo Souza, Emerson Ribeiro Neto, Beto Santos
e Noronha, e das mestras chinesas Jang Han Byeol
e Park Ju Yong.
No discurso de abertura, o presidente de hon-
ra da LNT, Yeo Jin Kim, destacou o engajamento de
Fábio Bueno
ACONTECEU
atletas, professores, mestres e especialmente das
famílias. “Quero agradecer ao apoio de todos os par-
ticipantes e a colaboração de professores e mestres
que elevam o nível do evento. Não posso deixar de
mencionar as famílias, que não poupam esforços
para acompanhar as competições”, discursou.
O anfitrião e organizador, mestre Fábio Vicente,
comentou sobre o crescimento da competição. “A
cada edição novos talentos estão despontando”. Na
competição, a equipe do mestre Antonio da Silva, do
Rio de Janeiro, conquistou três medalhas de ouro,
um marco que foi muito comemorado.
Todos os anos, a entidade investe em cursos de
capacitação para instrutores, mestres e arbitragem.
Desta vez, os palestrantes ilustres foram Sang Min
Cho, Baik Hwang Ki, entre outros. A Copa América é
uma espécie de termômetro para os campeonatos
que ocorrerão ao longo do ano
Rua Domingos de Morais, 1626
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 Da Redação Divulgação

MEDICINA CHINESA EM DESTAQUE

EM ENTREVISTA, ESPECIALISTA DETALHA OS BENEFÍCIOS DA
ACUPUNTURA PARA OS ADEPTOS DE ARTES MARCIAIS

E
xistente há pelo menos 5 mil anos, a
Acupuntura é a espinha dorsal da Medicina
Tradicional Chinesa e caracteriza-se pela
aplicação de agulhas em pontos específicos
do corpo com o intuito de tratar doenças e gerar
qualidade de vida.
É um termo derivado do latim (acus = agulha e
punctura = puncionar ou furar) e desenvolveu-se a
partir de teorias centralizadas no 氣 Qì (energia),
que se manifesta por meio do Yin 陰 e Yang 陽, dis-
tribuída em cinco elementos: Fogo, Terra, Metal,
Água e Madeira.
SAÚDE

Um dos especialistas no assunto em nosso país,

José Augusto Maciel Torres, é bastante conhecido no
meio marcial e terapêutico oriental; principalmen-
te pelo fato de dirigir diversas faculdades destinadas
à emissão de certificações de pós-graduações e ex-
tensões em Acupuntura e em terapias orientais.
Hoje, diversas escolas de Acupuntura em todo o
Brasil têm parcerias com as faculdades que ele dirige.
Nesta entrevista, o profissional expressa sua opi-
nião sobre as relações da Acupuntura com as artes
marciais e a importância dos marcialistas estudarem
esta técnica terapêutica oriental e inclusive entra-
rem neste segmento profissional.
De que forma iniciou seu interes-
se pela Acupuntura?
José Augusto: Em 1978, iniciei nas artes marciais, no
Karate, estilo Shotokan, na cidade de Itapetinga, in-
terior da Bahia, onde residia. Nesta cidade, por meio
de meu sensei Joan Lemos, comecei a ouvir falar
sobre Shiatsu, Acupuntura, Yoga, etc, e isto desper-
tou o meu interesse, levando-me a ler sobre o tema,
apesar de existir pouca literatura sobre Acupuntura
e demais temas da terapia oriental naquela época.
Desde então, este universo foi aberto para mim, e
aliado às artes marciais, possibilitou muitas alegrias
e respostas profissionais.
Como foi a sua formação profis-
sional na Acupuntura?
J.A.: Inicialmente, em 1983, participei de um curso
de formação em massagem pela Associação de Mas-
sagem Oriental do Brasil (AMOR), no qual conquistei
o certificado de massagista profissional, com regis-
tro na Secretária de Saúde do Rio de Janeiro, e o de
Formação em Massagem Oriental, ambos através do
José Augusto Maciel Torres
Prof. Dr. José Augusto é um dos
profissionais mais respeitados e dirige
diversas faculdades destinadas à
capacitação nesta área.
mesmo curso. Recebi noções teóricas iniciais sobre
a terapia oriental, pois os princípios da massagem
oriental, neste caso, o Shiatsu, são os mesmos da
Acupuntura.
Depois, fui estudar Acupuntura por meio de au-
las particulares, com Angelo Augusto Decanio Filho,
médico que sabia muito sobre o tema e foi um dos
pioneiros do Judô e Karate na Bahia. Após isso, fui
aluno de diversos outros cursos de Acupuntura e
terapias orientais. Mais tarde, aprofundei-me com
o mestre Li Hon Ki, a partir de sua vinda para Salva-
dor, onde moro. Com este mestre, estudei e obtive
a minha primeira certificação internacional em Acu-
puntura.
O que é Acupuntura?
J.A.: A Acupuntura é uma técnica terapêutica mi-
lenar de origem chinesa, que tem como objetivo o
tratamento das diversas patologias que envolvem o
ser humano e os animais. Pertence ao contexto da
Medicina Tradicional Chinesa. Seus princípios são
gerados através do fato de que o homem é um mi-
crocosmo dentro do macrocosmo (Universo). Existe
uma energia, denominada de Chi pelos chineses,
que tem que ser trabalhada para o completo proces-
so equilíbrio psicobioespiritual, ou seja, a harmonia
corpo, mente e espírito, gerando assim, o surgimen-
to da boa saúde.

8 | REVISTA MASTER 10
 Qual é a relação da Acupuntura
com as artes marciais orientais?
J.A.: Inicialmente, a origem. Pois tanto a Acupuntu-
ra como muitas artes marciais surgiram na China.
Depois, foram levadas para o Japão e Coreia. Outro
fato importante era que, no passado, muitos prati-
cantes de artes marciais eram também adeptos do
trabalho profissional ligado à Acupuntura e a outras
terapias orientais. Inclusive foi através de muitos
mestres marciais orientais que a Acupuntura che-
gou ao Brasil.
Qual é a utilidade profissional da
Acupuntura para o marcialistas?
J.A.: Infelizmente, nos dias atuais, a remuneração
financeira para quem trabalha com artes marciais
é muito baixa. Vivemos uma forte crise financeira
neste mercado. Entretanto, quando este profissio-
nal também se qualifica em Acupuntura, com cer-
teza, terá maiores oportunidades. Além de estar
trabalhando com algo diretamente relacionado aos
mesmos fundamentos das artes marciais. Muitos
mestres de artes marciais estão atuando com a Acu-
puntura em consultório próprio ou em academias.
A Acupuntura no Brasil é pratica-
da apenas por médicos?
J.A.: Não. A Acupuntura no Brasil não é regulamen-
tada. Em virtude disso, qualquer pessoa que tenha
qualificação pode atuar. Basta somente fazer um
curso com este propósito.
Então, qualquer pessoa pode fa-
zer um curso de Acupuntura?
J.A.: Sim. Existem diversas escolas de Acupuntura es-
palhadas no Brasil. Muitas delas oferecem cursos de
pós-graduações, destinados a quem tem curso supe-
rior completo, outras possuem cursos livres ou de ex-
tensão universitária, nos quais não precisam ter gra-
duação. Sou diretor de algumas faculdades que têm
escolas parceiras em todo o Brasil e emitem certifica-
ções em níveis de pós-graduação e extensão em Acu-
puntura e terapias orientais. Os sites são: www.facei.
edu.br , www.famac.net.br e www.unibahia.edu.br.
Deixe sua mensagem
J.A.: Acredito que os profissionais de artes marciais
que entrarem no universo da Acupuntura terão muito
sucesso. É algo viável para todos, pois a Acupuntura
é um excelente mecanismo de tratamento natural e
somente traz benefícios para o ser humano e animais.
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 Da Redação Alan Emerson
SAÚDE
TAEKWONDO
UM CHUTE CERTO NOS PROBLEMAS DE COLUNA
DOS “QUARENTÕES” E DA TERCEIRA IDADE
Pesquisam mostram que esses praticantes podem utilizar o esporte
coreano para trabalhar a boa postura e o movimento das articulações.
S
e você está na faixa dos 40 anos ou idade
superior e sempre quis começar a praticar
Taekwondo, mas acha que já “está tarde”
ou não tem mais disposição, pode mudar
de ideia.
O Taekwondo caiu nas graças de um público mais
exigente e as mais 2 mil técnicas têm feito a diferen-
ça no dia a dia. Sim, se não bastasse o interesse de
atletas profissionais e jovens, a modalidade coreana
está surpreendendo praticantes acima dos 40 anos
e a Terceira Idade, que encaram os exercícios como
uma forma de se manterem ativos e estão preocupa-
dos com a saúde da coluna.
O esporte de combate divide-se em duas verten-
tes: poomsae (formas) e kyorugui (combates). A pri-
meira é definida pela execução de uma série de ata-
ques e defesas, levando ao aprimoramento da força
e amplitude de movimentos. O kyorugui, por outro
lado, é o estilo olímpico do Taekwondo e explora
bastante a execução de técnicas de pernas acima do
tronco, cobrando boa postura dos praticantes.
Os pesquisadores Monoem Haddad e David G.
Behm, do Centro Nacional de Medicina e Ciência nos
10 | REVISTA MASTER 10
KOREA.NET - Official page of the Republic of Korea on Visualhunt.com / CC BY-SA
Esportes, em Roma, destacaram em suas últimas
pesquisas que a boa postura tem relação com a fle-
xibilidade, uma vez que ela exerce papel importante
na função neuromuscular, influenciando na ampli-
tude de movimento das articulações, além de gerar
maior capacidade mecânica dos músculos, permitin-
do menor gasto energético.
O ortopedista, pós-graduado em Medicina Des-
portiva pela Escola Paulista de Medicina, Alexis Car-
neiro, explica que isto ocorre porque o Taekwondo é
um esporte que trabalha quatro pontos: dinamismo,
aeróbico, força e flexibilidade. “É muito completo
para quem busca uma postura correta e o fortaleci-
mento da estrutura óssea”, esmiúça.
Fundador da Clínica Ortocenter, em Santos, o es-
pecialista acrescentou que o treino, com a devida
orientação de um bom professor, agrega qualidade de
vida e estímulo. “O Taekwondo, como toda atividade
aeróbica, libera serotonina e endorfina, essenciais para
levantar o astral. Outro ponto relevante é que o alon-
gamento feito nos treinos permite que você distribua
o peso do corpo muito bem e não sofra com dores na
coluna, uma queixa muito comum nesta faixa etária”.
Xô, sedentarismo! Vá com calma
O mestre em Tae- Prestar atenção nos
-kwondo, Fábio Goulart, movimentos e na pos-
proprietário da AFG Aca- tura durante a prática
demia, disse que acima pode evitar lesões e de-
dos 40 anos e na Terceira sequilíbrios musculares.
Idade, a prática reforça, A maioria desses pro-
acima de tudo, a neces- blemas está relacionado
sidade de cuidar da saú- ao excesso de exercício.
de. “É possível verificar Na intenção de alcançar
que eles passam a ficar mais rapidamente os
mais ativos e dispostos. resultados desejados,
Fabio Goulart Alexis Carneiro
Os exercícios devem ser muitas pessoas acabam
orientados respeitando cada idade, para que consi- pegando pesado e ignorando os sinais do corpo.
gam usufruir de todos os benefícios, desde acordar O ortopedista Alexis Carneiro ressaltou que o
com mais disposição até conseguir realizar as tarefas desporto merece, acima de tudo, muito cuidado.
do dia a dia com facilidade”, discorre. “É preciso respeitar os limites de cada um. A res-
O professor Murilo Goulart Puppetto aponta piração é um ponto muito importante.
que é necessário observar a capacidade física de Quando há um treino de alto impacto, com
cada aluno. “O Taekwondo, por ser uma arte mar- sobrecarga e excesso de velocidade, as conse-
cial que prioriza os chutes, exige que o pratican- quências tendem a ser muito perigosas.
te tenha postura e alongue bastante, até mesmo Ninguém, independentemente da idade,
para não comprometer as estruturas corporais e deve ultrapassar seus limites. O mais impor-
se lesionar. Então, temos de ficar de olho nas ca- tante é não exagerar e realizar sempre o treina-
racterísticas de cada um”, salienta. mento de forma prazerosa”.

www.revistamaster.com.br | 11
INTERNACIONAL
por Girliani Martins
US OPEN 2018 VEM AÍ
Maior evento de lutas do mundo está marcado para julho, na Disney.
São mais de 70 equipes e 5 mil atletas envolvidos.
V
ocê sempre sonhou em competir no
maior evento de lutas do planeta? En-
tão, pode se preparar, pois de 07 a 09 de
julho, em Orlando, nos Estados Unidos,
está marcado o US Open.
Símbolo de tradição, o campeonato leva centenas
de atletas, professores, mestres e produtores de
cinema ao Coronado Springs Resort/Convention
Center, na Disney, a Terra da Magia, para uma das
disputas mais representativas das artes marciais.
Com a organização da International Sport Karate
and Kickboxing Association (ISKA), o US Open atrai
lutadores de todos os continentes. São mais de 70
equipes participantes e aproximadamente 5 mil
atletas.
Grandiosidade
Os números não param por aí. Em 50 áreas de
combate, participantes do mundo inteiro disputam
12 | REVISTA MASTER 10
Arquivo US Open
em mais de 30 categorias, entre elas, Defesa Pessoal,
Kickboxing, MMA, Jiu Jitsu, Muay Thai, Karate, Boxe,
Kung Fu, e muitas outras.
Todas as classes valem cinturão, o que eleva a
qualidade técnica das lutas. O evento inclui ainda
um torneio amador aberto para todas as idades.
Muito aguardado pela classe marcial, o US
Open só ocorre uma vez ao ano e tem a transmis-
são exclusiva do canal ESPN. Países como Argenti-
na, Uruguai, Chile, Itália, Espanha, Irlanda, Japão,
Estados Unidos, e é claro, Brasil sempre marcam
presença, em razão do consistente trabalho da
ISKA nessas regiões.
A organização, liderada por Cory Schafer, possui
representantes em todos os continentes. Na Améri-
ca Latina, o diretor é o grão-mestre em Kickboxing,
Carlos Silva, que fomenta as artes marciais, descen-
traliza as atividades, bem como viabiliza a participa-
ção de vários brasileiros no campeonato.
 Segundo o diretor, o US Open é a maior vitrine
marcial, um divisor de águas na vida dos atletas.
“Sem dúvidas, é o maior campeonato da área, sen-
do considerado as Olimpíadas das Artes Marciais e
esportes de combate. Há vários anos, a ISKA tem
realizado o sonho de brasileiros que almejam lutar
no US Open. Nossa forte atuação no país contribui
para que selecionemos bons lutadores, destacando
grandes talentos”, explica.
Residente nos Estados Unidos há cerca de 30 anos,
o paraibano Carlos Silva conhece bem o valor de uma
luta internacional para os brasileiros. “Há quem pense
que o evento é algo difícil de participar. Porém, faço
questão de ressaltar que não é. A função da ISKA no
Brasil e no restante da América Latina é formar novas
parcerias e permitir que nossos representantes vivam
esta experiência única”, completa.
O US Open não é prestigiado apenas por profes-
sores e mestres renomados, mas por produtores de
cinema de Hollywood, que vão em busca de novas
estrelas para seus filmes de ação.
Em tantos anos de história, a competição coroou
personalidades como Michael Guthrie, Reid Presley,
Ariel Torres, Jacob Pinto e Sem Gao, e abriu espaço
para que o mundo conhecesse o alto grau de defesa
pessoal de Katherine Booker e Caitlin Dechelle.
Em 2018, novos campeões serão apresentados,
tendo a chance de escreverem seus nomes na histó-
ria das artes marciais competitivas

Como participar
do US Open

EUA 2968 Lazy J Circle, Salt Lake City, Utah,

84120-5006
Tel: (001) 801 688-2930 | Cel: (001) 801 955-3041
www.iskabrasil.com.br

Diretório da America Latina

O diretor da ISKA, Carlos Silva, é o responsável
por promover e divulgar campeonatos, seminá-
rios e outros eventos da entidade, efetivar filia-
ções e estreitar os laços com mestres e profes-
sores que querem mostrar seus trabalhos nos
Estados Unidos.

Mais:
http://usopen-karate.com/iska-champions/

www.revistamaster.com.br | 13
CAPA
por Girliani Martins
DIEGO DE SOUZA APRESENTA A FORÇA MILITAR DO
SHUAI CHIAO NO BRASIL
Modalidade milenar desponta no Brasil por seu arsenal de técnicas e reforço na
inclusão social.
V
ocê sabe o que Japão, Coreia e China
têm em comum? Todos esses territórios
são berços de artes marciais. A China, es-
pecificamente, é a terra do Shuai Chiao,
uma das modalidades mais antigas, com
5 mil anos de história e resistência.
Durante a Dinastia Ming, o Shuai Chiao serviu
como instrumento de defesa do Imperador Amarelo
(Huang Di), uma figura mítica ligada ao Taoismo.
O líder ensinou os pontos altos da arte para seu
Exército e foi inclusive por conta disso, que conseguiu
unificar a China. O imperador patrocinava vários desa-
fios da arte. No início, era destinado e acessível apenas
para militares, só depois foi aberto a outros públicos.
Estilos
Na atualidade, o Shuai Chiao é um dos desportos
mais populares e praticados em Taiwan, na China,
Mongólia, em vários países do Oriente e no restan-
te do mundo, sendo utilizado para o treinamento
14 | REVISTA MASTER 10
Alan E. Silva/ Rev. Master
de Forças Armadas, policiais, lutadores de Sanda e
MMA. De um modo geral, as técnicas têm fascinado
praticantes em vários cantos do mundo.
Bem estruturado, influenciou na elaboração do
Aikido, Judô, Jiu Jitsu e muitos outros segmentos, e
utiliza chutes, socos, torções, técnicas de quedas,
agarramentos, projeções e imobilizações.
Existem três correntes: militar, esportiva e filo-
sófica, além de inúmeros estilos, dentre os quais
destacam-se o Baoding, Tiendin, Pequim, Mongol
Shanxi e Xinjiang.
Mongol - derivado do Boke da Mongólia, é
uma técnica que dá ênfase à força e às projeções.
Pequim - é focado em movimentos curtos que
priorizam o contato físico e a defesa contra as mãos do
adversário, bem como o uso contínuo de chutes para
desequilibrar o oponente. O uniforme, inclusive, é bem
justo, para interceder e dificultar os agarramentos.
Tiendin - por outro lado, é um pouco mais agres-
sivo que o Pequim, pois costuma utilizar fintas em
alguns chutes, enquanto os braços ficam mais soltos,
prontos para contra-atacar com rapidez.
Baoding - de todos, o mais popular é o Shuai
Chiao Baoding Sanshou Kuai Jiao. Não se baseia so-
mente no ataque e contra-ataque, mas na concen-
tração, frisando as técnicas. Este estilo se diferencia
pela aplicação de movimentos mais amplos, veloci-
dade e intensidade dos golpes, também conhecido
como Kuai Jiao.
Shanxi – estilo que se distingue pela utilização de
técnicas de captura de pernas.
Xinjiang – oriundo do Wrestling turco, utiliza
muito as técnicas de cintura e agarramento.
No século XIX, com a criação das regras de competi-
ção, o Shuai Chiao passou a ser propagado fortemente.
Grão-mestre Chang Tung Shang
Participou de muitos torneios de artes marciais e cam-
peonatos, nunca tentando ser o melhor, mas sim inves-
tindo no Shuai Chiao e mostrando o quão completo ele
poderia ser, o que resultou em todas as suas vitórias.
Chang foi desafiado milhares de vezes, mas sempre
correspondeu à altura com sua personalidade forte.
O disseminador
O desporto encontrou no empenho do mestre
Chang Tung Sheng, a força que precisava para se po-
pularizar nas Forças Armadas, polícia e em todo o
ambiente chinês.
Sheng nasceu na província de Hebei, em uma
família humilde. Desde cedo, demonstrava grande
habilidade e facilidade para aprender qualquer
atividade, fato que chamou a atenção de Zhang
Feyen, professor, empresário e famoso campeão de
Baoding Shuai Chiao no norte da China, junto com
seu mestre Ping Jing Yi.
Zhang identificou que ele tinha muito potencial,
por isso dedicou-se a instruí-lo, revelando conteú-
dos que eram reservados aos alunos mais antigos. O
jovem aproveitou bem os ensinamentos, tanto que
aprimorou os conhecimentos e melhorou a essência
da luta.
Aos 20 anos, Sheng saiu da Província de Hebei e
foi a Nanking para estudar na Escola Central Kuoshu,
a melhor da China, e aprendeu todos os principais
estilos de Kung Fu. Os melhores instrutores e alunos
de todos os grandes estilos estavam lá. A admissão
já foi uma honra e lhe deu acesso ao maior arsenal
de conhecimento de artes marciais no mundo.
Aos 25 anos, Chang entrou no Fifth National
Kuo Shu Elimination Tournament em Nanking.
Uma competição sem limitações e que envolveu
mais de mil participantes. Mestres dos principais
estilos de toda a China lutaram entre si pela
supremacia em combate total.
Chang ganhou todas as partidas e a divisão de
pesos-pesados de centenas de outros profissionais,
incluindo seu principal rival, o famoso Liu Chiou-
-Sheng. Foi apelidado de “Flying Butterfly”(“a bor-
boleta voadora” ou “aquele que voa como uma
borboleta”). Sheng passou parte do tempo buscan-
do diferentes professores em toda a China conti-
nental, principalmente os conhecidos por certas
técnicas ou movimentos. Estudou com os melhores
mestres, desempenhando humildemente o papel
de “aluno”. Buscou conhecimento até aprender es-
pecialidades de cerca de 70 professores, e enfim,
estava convencido de que as técnicas que conhecia
eram as melhores.
Durante a Segunda Guerra Mundial, mestre
Chang treinou as unidades de elite das Forças Arma-
das da China, onde assumiu o papel de general. No
período da Segunda Guerra Chinês-Japonês e da Se-
gunda Guerra Mundial, dedicou seu tempo a ensinar
o Shuai Chiao para grande parte das tropas chinesas,
incluindo os paraquedistas. Chang também usava
seu tempo para visitar alguns campos de prisionei-
ros de guerra para testar o seu Shuai Chiao contra
praticantes de Jujutsu, Judô e Karate.
Seu desempenho sempre foi excepcional. O
grão-mestre teve uma execução magnífica também
ao marcar presença na prisão de Kuang-Si, quando
derrotou os praticantes de Judô Haido Takayama,
Kuma Hisa e Masao.
No início da década de 80, começou o trabalho
de difusão nos Estados Unidos, onde presidiu tor-
neios e participou de centenas de eventos, entre
eles, a Exposição Chinesa de Luta de Hong Kong
(Shuai Chiao) e Kung Fu, realizada em São Francisco,
onde foi a atração principal.
Destaque
No dia 12 de novembro de
2017, o presidente e mestre
Diego de Souza teve a honra de
ser o primeiro lutador e mestre
de Shuai Chiao brasileiro a visitar
e homenagear o maior ícone desta
arte no mundo, Chang Tung Shang,
em seu túmulo. Infelizmente, quando
estava no ápice de seu trabalho, o
pioneiro recebeu o diagnóstico de
câncer de esôfago, e pouco
tempo depois de ter iniciado
o tratamento médico, faleceu.
Todavia, deixou muitos
discípulos, como o grão-mestre
Roger C. Soo, um dos grandes
promotores do Shuai Chiao
Baoding Sanshou Kuai Jiao.
www.revistamaster.com.br | 15
CAPA

Alan E. Silva/ Rev. Master Arquivo Pessoal

Mestre Chang: o homem que nunca perdeu um combate.

Grão-mestre Roger C. Soo

O especialista em artes marciais tem mais de 48 anos de experiência no Shuai
Chiao. Nascido em 1942, iniciou a vida marcial com Chang Tung Sheng, aos 13
anos. Em 1957, passou a fazer muitas lutas de Shuai Chiao, ficando invicto por
quatro anos. A partir de 1956, tornou-se treinador assistente de Shuai Chiao
Baoding Sanshou Kuai Jiao no Colégio Central da Polícia, FHK Colégio Militar e
Unidade Militares de Forças Especiais de Taiwan, no qual permaneceu até 1967.
Ensinou a arte para os militares até os 65 anos. Hoje, aos 76 anos, transmite
seu legado para mestres de vários países, entre eles, Diego de Souza,
do Brasil. O shifu, 5º tuang, foi à Taiwan para realizar treinamentos
intensivos com este ícone.

A arte no Brasil
Com apenas 26 anos, o shifu Diego de Souza
consolida-se como um dos grandes representantes
da segunda geração do forte Shuai Chiao Baoding,
de Chang Tung Shang, em nosso país e no mundo.
Ao trazer para o Brasil a linhagem do grão-mestre
Roger C. Soo, discípulo direto de Chang Tung Shang,
diretamente de Taiwan, e ter conquistado a graduação
de 5º tuang em treinamento duríssimo, entrou para um
grupo seleto de mestres de Shuai Chiao Baoding em nosso
país. Segundo Diego, menos de cinco mestres alcançaram
este marco. “Para termos ideia, é um feito que não equivale
nem a todos os dedos de uma mão. Ou seja, poucos tiveram
esse privilégio”. Apesar de a idade, tem muita representatividade,
sendo presidente da Associação Filhos do Tigre de Shuai Chiao
– Kung Fu e da Brazil Shuai Chiao Baoding Sanshou Kuai Jiao
Federation, e diretor de combate na Brazil Wushu Sanda Federation.
O motivo pelo qual se interessou pela modalidade foi o fato de ser um
instrumento que leva à harmonia de todo o corpo. “O Shuai Chiao
Arquivo Pessoal

16 | REVISTA MASTER 10
tem princípios filosóficos, onde o esforço físico não é
o foco principal, mas a harmonia de todos os nossos
sentidos. Trata-se de uma ferramenta rica que pode
nos proporcionar um crescimento e desenvolvimento
humano fenomenal, melhorando a nossa atenção,
senso de percepção, bem como reflexos e equilíbrio.
A prática contínua garante fortalecimento do
corpo, coordenação motora, autoconhecimento e
autoconfiança. É uma opção completa que possibilita
bem-estar e conhecimento progressivo”, afirma.
Os primeiros passos de shifu Diego no caminho
marcial foram na Associação Josenir Garra de Tigre
de Kung Fu, aos 12 anos. Com foco e determina-
ção, atingiu rapidamente as graduações básicas, de
Hung Gar, Sanda (Boxe Chinês) e Shuai Chiao, algo
que desencadeou uma vontade imensa de crescer e
vencer seus próprios desafios, evoluindo e alcançan-
do outros graus. Não demorou muito para participar
de um campeonato e conseguir a primeira vitória.
Seus títulos foram aumentando, conforme evoluía.
A etapa seguinte seria a tão sonhada graduação de
faixa preta, que veio após sete anos.
Em fevereiro de 2010, shifu Diego de Souza recebeu
do mestre Josenir Silva a faixa preta no estilo Hung Gar
(tigre) - da linhagem do mestre Li Hon Ki e Sanda (Boxe
Chinês ), do grão-mestre Li Wing Kay o 1° deng de Shuai
Chiao no estilo Tienjin, e do grão-mestre Daniel Weng,
o estilo de Shuai Chiao Baoding, posteriormente,
se aperfeiçoou no Sanda (Boxe Chinês) com mestre
Gleison dos Santos, no estilo Long Chuen com Lincoln,
pela Brasil Sanda Wushu Federation, e finalmente, o 5º
tuang em Shuai Chiao Baoding Sanshou Kuai Jiao com
o GM Roger C. Soo, em Taipei.
Shifu Diego de Souza é decacampeão paulista e
brasileiro de Shuai Chiao e Sanda, bicampeão interes-
tadual de Shuai Chiao, campeão internacional e latino-
-americano de Shuai Chiao e Sanda, campeão mundial
no Chile e 6º lugar no Mundial de Wenzhou, na China.
Bem-sucedido no campo competitivo, sonhava
também em brilhar como educador. As batalhas da
vida deram certo e ele inaugurou a própria academia e
passou a presidir uma entidade, inicialmente de Shuai
Chiao e Kung Fu Hung Gar, depois de vários outros esti-
los respeitados de Kung Fu e outras artes marciais.
Associação Filhos do Tigre de Shuai
Chiao – Kung Fu
Os intercâmbios com o grão-mestre Roger C. Soo
reacenderam em shifu Diego o desejo de se aprofun-
dar na modalidade. Na China, participou do World
Cup de Shuai Chiao, e em Taiwan, realizou muitos
treinamentos. “Vivi um período muito enriquecedor.
Mesmo estando no Brasil, sempre mantenho contato
com o grão-mestre Roger C. Soo. Tudo que aprendi
em Taiwan, tenho aplicado em nossa entidade”, fala.
A Associação Filhos do Tigre de Shuai Chiao – Kung
Fu foi fundada em 2010, em Embu das Artes, onde
mantém academia. Atualmente, a sede está situada
em Taboão da Serra e há mais um núcleo. O propósito
central é divulgar a vertente em todo o Brasil, desta-
cando sua eficiência militar, bem como desenvolver ha-
bilidades nos alunos para serem autênticos campeões.
Planos
A essência do Shuai Chiao é mais profunda do que
muitos imaginam. De acordo com o shifu, a meta ago-
ra é apresentar esta arte marcial como uma poderosa
ferramenta de defesa pessoal para a polícia, o Exército
e atletas de MMA. “Quando falamos em Shuai Chiao,
estamos nos referindo a uma das artes marciais mais
tradicionais. Chang Tung Chang e o grão-mestre Roger
C. Soo tiveram a perspicácia de ensiná-lo para as For-
ças Armadas e polícias de Taiwan e restante da China.
A eficácia do Shuai Chiao marcou história. Não é à
toa que é adotado pelas Forças Armadas e polícias de
Taiwan, China, Mongólia e de vários outros cantos do
mundo, sem contar que é a base primordial do Sanda
(Boxe Chinês), Sambo (arte marcial russa), Shou Bo e
agora é observada de perto por lutadores de MMA,
primeiramente por sua eficácia, e também por ser
muito mais do que um exercício físico militar. Nossa
academia é a primeira a se filiar às maiores federa-
ções: Federação Paulista de Kung Fu, Liga Paulista de
Kung Fu, Brazil Wushu Sanda Federation, Liga Nacio-
nal de Kung Fu, Brazil Shuai Chiao Baoding Sanshou
Kuai Jiao Federation, World Baoding Sanshou Kuai
Jiao Federation, Shuai Chiao/ Baoding Sanshou Kuai
Jiao/ Shuai Jiao, etc”, explica.
O projeto social no Brasil
Costuma-se destacar bastante o poder discipli-
nador das artes marciais, além dos benefícios na
promoção da saúde, bem-estar e cidadania. Como
modalidade tradicional chinesa, o Shuai Chiao no
Brasil também é desenvolvido para crianças e jovens
a partir de seis anos e adultos, sem limitação de faixa
etária. Cada fase do aprendizado é desenvolvida de
acordo com a capacidade motora, física e psicosso-
cial do aluno, priorizando os pilares: respeito, disci-
plina, responsabilidade e resiliência.
Seja nosso representante em seu estado, faça
parte da mudança. Entre em contato conosco:
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AIKIDO

por Girliani Martins Alan Emerson

ONO SENSEI: UM GRANDE MESTRE DO AIKIDO EM

PLENA ATIVIDADE AOS 92 ANOS
A rotina diária dele inclui oração, treino e aula.

O
“caminho do espírito harmonioso”,
como é conhecido o Aikido, está há
58 anos no Brasil. Em tantas décadas
de história, muitos mestres contri-
buíram para a sua implantação, mas
um em especial continua com a mesma relação de
devoção e amor pela arte japonesa. Estamos fa-
lando de Keizen Ono Shihan, carinhosamente cha-
mado de Ono Sensei.
Aos 92 anos, é o mestre mais antigo de Aikido
em nosso país. Sua lucidez e raciocínio continuam
exatamente como antes. Já a técnica, está em plena
evolução, sendo aprimorada dia após dia. Sensei Ono, Grão mestre Park Sung Jae e Mestre Leonardo
Ono Sensei desembarcou no Porto de Santos
no dia 26 de julho de 1934, aos nove anos. Desde cursor do Hapkido no Brasil, Park Sung Jae, e Ono
criança, sempre admirou o Budô japonês. Iniciou o Sensei, promovido pelo livro Grandes Mestres das
treinamento de Aikido em março de 1963, período Artes Marciais, que trará estes ícones em sua edição
em que Reishin Kawai Sensei, introdutor da arte no comemorativa de 10 anos.
Brasil, montou sua primeira turma. Aprender com quem conhece “o caminho da
Muito dedicado, recebeu de Kawai Sensei a aca- energia, da harmonia e do amor” é uma dádiva, e
demia que gerenciava no bairro Liberdade, centro todos os domingos, o próprio sensei ministra as au-
antigo de São Paulo. Este fato marcou o início de sua las. Primeiro, de respiração, das 7h às 9h, e após um
carreira como professor. Paralelamente, também breve café da manhã, de Aikido, das 19h15 às 11h.
exercia a profissão de acupunturista. Quem visita a Associação Pesquisa de Aikido
Como forma de aprimoramento, estudou os as- tem a impressão de estar em um dojô no Japão,
pectos espirituais do Aikido, exercícios de respira- tamanha é a imersão com a cultura oriental. É uma
ção e métodos de formação e desenvolvimento da experiência que pode ser vivida todos os dias, em
energia (Ki).  diferentes horários.
Em 1995, juntamente com sua esposa, Daisy Ono Sensei detém o 7º Dan, a maior graduação
Yonamine Ono, fundou a Associação Pesquisa de em nosso país, e sua trajetória inspirou o livro “Aikido
Aikido, no bairro Aclimação, em São Paulo.  em sua essência”, publicado pela Bueno Editora
E foi justamente neste dojô, que em fevereiro de
2018 ocorreu o encontro memorável entre o pre- Adquira o livro no site: goo.gl/zwexhY

18 | REVISTA MASTER 10
 ESPECIAL TAEKWONDO: TÉCNICA

APRENDA A CHUTAR COM FABIO GOULART

FURYO TCHAGUI
EXECUÇÃO TREINAMENTO

1 1
Preparação: Base “aberta”. Prepare-se para executar o furyo com a perna de trás (por
outro lado quem segura a raquete posiciona-se em base
“fechada”). Dica: segure a raquete com a mão contrária
do chute.

2 2
Eleve a perna da frente, flexionando o joelho. Execute o chute com a perna de trás elevando o joelho
flexionado.

3 3
Aplique o chute com a sola do pé no rosto do adversário. Toque a raquete com a sola do pé, estendendo e
flexionando o joelho, em forma de “gancho”.

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FURYO TCHAGUI

20 | REVISTA MASTER 10
www.revistamaster.com.br | 21
 FURYO TCHAGUI (MODERNO) - MOMTONG
Com a mudança das regras, está técnica é utilizada em competições.

1 2
Preparação em base “fechada”. Ataque de “Dolyo Tchagui”. Eleve o joelho da frente
(quem vai executar o furyo) ao mesmo tempo em que o
adversário prepara o ataque com a perna de trás.
TÉCNICA TAEKWONDO

3
Finalização do Dolyo Tchagui e contra-ataque em Furyo No vídeo “Fábio Goulart - melhores momentos” exibi-
Tchagui no tronco. do no Youtube https://youtu.be/agGACv_KmVw - aos
3’ 13” Podemos observar como este golpe é eficiente.

22 | REVISTA MASTER 10

Da Redação Arquivo Pessoal
MESTRE EM TAEKWONDO
PRESTA CONSULTORIA NOS ESTADOS UNIDOS
E EXPANDE SERVIÇOS NO BRASIL
Antes de fundar uma academia no exterior, santista ministrou aulas em
Centros de Recreações e desempenhou várias funções.
V
ocê deixaria uma vida estável no Brasil e
o trabalho em um dos principais bancos
nacionais em busca de um sonho mar-
cial na América?. Foi o que Regis Lima
fez há quase 20 anos.
Natural de Santos, treinou com o amigo e grão-
-mestre Fábio Goulart durante 10 anos. Após sagrar-
-se faixa preta, mudou os planos, pediu demissão do
emprego de bancário e foi para os Estados Unidos,
onde construiu uma trajetória no Taekwondo.
Chegou ao país em 22 de agosto de 1999. Como
acontece com vários brasileiros, trabalhou em vários
lugares para dominar a língua inglesa e prosseguir
com o objetivo. Em 2001, encontrou um anúncio no
jornal à procura de instrutores de Defesa Pessoal
para Centros de Recreações na cidade de Hudson,
na Flórida.
Dias depois, fez a entrevista e foi aprovado. Fi-
cou três anos ministrando aulas de Taekwondo em
Centros de Recreações. Para auxiliar na renda, tinha
mais dois trabalhos. Durante o dia, limpava piscinas
e mesas de restaurantes.
Os pais de seus alunos, ao perceberem a pai-
xão que tinha pela docência, o incentivaram a abrir
uma academia. Depois de muito esforço, mestre
TAEKWONDO
Regis fundou o primeiro dojang, em 22 de agosto
de 2004, apenas cinco anos após a sua chegada aos
Estados Unidos.
Desde então, oferece aulas de Taekwondo (for-
mando várias faixas pretas, além de campeões esta-
duais e nacionais), Brazilian Jiu Jitsu, Alter School e
Summer Camp na Academia RL Martial Arts lnc.
Além disso, possui vários títulos. É campeão de
sparring no Nacional de Taekwondo, no Campeona-
to de Taekwondo do Estado da Flórida, nas Forças
Especiais, no US Open, etc.
O mestre em Taekwondo tornou-se um empre-
sário idôneo, com uma história marcada pela dedi-
cação e trabalho. Após o sucesso com a academia,
começou a oferecer consultoria para academias
de artes marciais na Flórida e Chicago. Os serviços
também estão abertos a clubes e associações do
Brasil, que podem usufruir da experiência do bra-
sileiro em gestão
E-mail: regisrlma@yahoo.com
Facebook: RL Martial Arts
lnstagram: regis.lima
www.revistamaster.com.br | 23
 Da Redação
PENCAK SILAT
APÓS CONQUISTAR AS TELONAS,
PENCAK SILAT SE EXPANDE NO BRASIL
Arte centenária asiática já apareceu na franquia “Operação Invasão, “Star
Wars: O Despertar da Força”, entre outros filmes. No país, ganha força com a
Panglipur Brasil, organização que se concentra em divulgar seus princípios.
O
s fãs de artes marciais que gostam de téc-
nicas poderosas e eficiência marcial não
podem deixar de conhecer o Pencak Silat,
modalidade centenária que se desenvolveu
na Indonésia (Ásia), e hoje está em ascensão no Brasil.
Forte e simbólica, foi praticada ao longo de mui-
to tempo por indígenas na luta contra a invasão de
holandeses, portugueses e espanhóis. Depois, reser-
vada apenas à realeza. Contudo, descentralizou-se,
chegando a outras camadas da sociedade, principal-
mente pelos valores culturais, espirituais e mentais.
Há várias escolas na Indonésia e em outras regiões
ao redor do mundo. O Pencak Silat está tão em voga
que ganhou espaço até mesmo nos cinemas. Em “O
Contador”, o ator Ben Affleck surpreendeu a todos
ao aparecer em cenas desta luta.
Um dos responsáveis pela projeção é o indoné-
sio Iko Uwais, que brilhou na franquia “Operação
Invasão” (1 e 2). Na trama, ele interpretou Rama,
um policial novato que estrelou uma das melhores
sequências marciais dos últimos anos, de acordo
com a crítica.
Unanimidade quando o gênero é ação, Iko Uwais
agora está atuando ao lado da ex-campeã mundial
do UFC, Ronda Rousey, no filme “Mile 22”.
Uma arte para todos
A modalidade brilha também fora das telonas, em
razão de lapidar a agilidade, a força, a técnica e exer-
citar o corpo inteiro dos praticantes. Além de movi-
24 | REVISTA MASTER 10
Arquivo Pessoal
mentos com as mãos vazias, possui uma variedade de
armas e trabalha fortemente a respiração. É recomen-
dada para todas as idades e gêneros, com destaque
para a parte de defesa pessoal, intitulada de Bela Diri,
e a parte artística, chamada de Seni.
Expansão
Na América do Sul, conta com a expressividade da
Pencak Silat Panglipur Brasil, chancelada pelo Kang
Cecep Arif Rahman, líder da Padepokan Kasundan e
que também participou de “Operação Invasão 2” e
“Star Wars: O Despertar da Força”.
No Brasil, o pesilat Luiz Gustavo Metzker Tavares,
de 27 anos, é um dos grandes representantes, e está
focado em divulgar a parte marcial do sistema. Natu-
ral de Sete Lagoas, em Minas Gerais, é graduado em
Muay Thai, Taekwondo e Hapkido, e pratica Pencak
Silat há cerca de três anos.
Conheceu o estilo durante o período em que vi-
veu na Holanda, no qual treinou com o renomado
professor Kang Martin Markus. “A Holanda é um dos
expoentes do Pencak Silat na Europa, assim como
França e Espanha. E eu gostei muito da maneira com
que o país trabalha a arte. Me apaixonei pelo seu
modo eficiente, agressivo e belo de ser”, afirma.
Não demorou muito para que Luiz Gustavo qui-
sesse expandir os preceitos do Pencak em terras
nacionais. Após contatar seu professor e receber o
aval, viajou em duas ocasiões para Indonésia, apri-
morando-se na academia de Kang Cecep Arif Rah-

Acima, Kang Cecep Arif Rahman com Luiz Gustavo na
primeira viagem à Indonésia, e abaixo, na segunda.
Kasundan Photograph
Abaixo: Eddie (ao centro), presidente da Federação In-
ternacional de Pencak Silat.
man. “Eu tive que ser aprovado em um exame para
ter o direito de trazer o sistema ao nosso país e mi-
nistrar aulas. Não foi nada fácil”, detalha.
Atuante em sua terra natal, Sete Lagoas, ele
explica ainda que possui alunos de outras cidades,
como Belo Horizonte, fato que lhe despertou o inte-
resse de abrir uma turma na Capital.
Pencak Silat no Brasil
O introdutor deste sistema, com vários anos de
prática no país é Peterson Menezes, que trabalha em
São Paulo, além de Paulo Albuquerque, da Kombato,
atuante no Rio de Janeiro.
Segundo o difusor, ele e Luiz Gustavo Metzker Tava-
res são os únicos a lecionarem a arte no Brasil.
O artista marcial foi o único brasileiro a ter aprendi-
do Pencak Silat na Federação Internacional, sede mun-
dial, se capacitando para expandir o sistema no Brasil.
Representante singular da Escola Panglipur na América
Latina e o primeiro a ir à Indonésia para uma tempora-
da de treinamento, é também o fundador da Panglipur
Brasil, organização existente desde julho de 2017.
Planos
Em 2018, ele retornou ao país-sede para aprender
mais e usufruir melhor do conhecimento de seu pro-
fessor, Kang Cecep, e fundará a Federação Brasileira
de Pencak Silat com o aval da sede. “Por enquanto, o
meu foco é marcial, mas quero trazer a parte espor-
tiva para cá, depois de minha viagem à Indonésia, já
que meu professor foi um grande competidor, tanto
que conquistou o título de campeão mundial de Pen-
cak Silat em plena década de 90”, finaliza.
Aprenda mais
• Durante muito tempo, a língua oficial na Indonésia
era o holandês, em virtude da colonização, e o
bahasa indonésio. Isto fez com que o Pencak Silat
fosse escrito como Pentjak Silat em muitos lugares.
Há várias grafias para a palavra. A forma Penchak
Silat, por exemplo, vem da escola francesa, já que o
Silat é muito tradicional no país. Todas as maneiras
estão corretas, mas atualmente na Indonésia, eles
aceitam apenas o termo Pencak Silat.
• O Tanding é um modo de combate que permite
socos, chutes e quedas. A arte possui as seguintes
apresentações de formas: Tunggal (uma pessoa),
Ganda (duas pessoas) e Regu (três pessoas).
• A Escola Panglipur ensina estilos tradicionais, como o
Cimande, Cikalong, Sera, Syahbandar e o Betawi.
@metzker90
www.revistamaster.com.br | 25
 Por Paulo Bartolo Arquivo Pessoal

UM POUCO DA HISTÓRIA DO

KARATE
A proposta de um suplemento de Karate que atinja toda a comunidade e traga conteúdo
interesante é a proposta do novo caderno. Nesta edição, abordamos um pouco sobre a
história do Karate, do sensei Masaaki Ueki - instrutor-chefe da Japan Karate Association
(JKA), trazemos dicas para quem é leigo começar a acompanhar as lutas .
Espero que goste da leitura. OSS!
COLUNA DO SENSEI BARTOLO

O
Karate-Do é uma arte marcial japonesa que
faz uso de todas as partes do corpo, como
pés, mãos, joelhos, cotovelos e cabeça. Pos-
sui vários estilos e ramificações. Para se en-
tender o porquê de tanta variância, é preciso entender
a origem e toda a trajetória das artes marciais.
Assim, é necessário a compreensão da história,
da geografia e da cultura dos povos que contribuí-
ram para a formação do Karate-Do para se ter uma
KARATE

visão completa desta arte marcial. O Karate-Do e as

demais artes marciais atuais têm suas raízes mais re-
motas nos séculos V e VI a.C. ,quando se encontram
os primeiros indícios de lutas na Índia.
Esta luta era chamada “Vajramushti”, cuja tra-
dução aproximada poderia ser “aquele cujo punho
cerrado é inflexível”. Vajramushti foi o estilo de luta
do Kshatriya, uma casta de guerreiros da Índia. Em
520 a.C. ,um monge budista chamado Bodhidharma
viajou da Índia para a China para ensinar Budismo no
Templo Shaolin (Shorinji).
A lenda relata que, quando ele chegou, encon-
trou os monges do Templo em uma condição de
saúde tão precária, devido às longas horas que pas-
savam imóveis durante a meditação, que ele imedia-
tamente se preocupou em melhorar a saúde deles
através de uma combinação exercícios de respiração
profunda, Yoga e uma série de movimentos conhe-
cidos como “As Dezoito Mãos de Lo Han” (Lo Han foi
um famoso discípulo de Buda).
Esses ensinamentos foram reunidos em um só, e os
monges se descobriram capazes de se defender con-
tra os muitos bandidos nômades que os consideravam
presas fáceis. Os ensinamentos de Bodhidharma são
reconhecidos pelos historia-
dores como a base de um es-
tilo de arte marcial chamado
Shaolin Kung Fu.
Diferentes estilos de
Kung Fu se desenvolveram
quando as personalidades
e as nuanças dos monges
Paulo Bartolo – 6º dan
Karate Shotokan pela CBK e FPK.
emergiram. Havia dois templos Shaolin, um na pro-
víncia de Honan, e outro em Fukien. Entre 840 e 846
a.C., ambos, assim como milhares de templos meno-
res, foram saqueados e queimados. Isto foi supervi-
sionado pelo Governo Imperial Chinês, que na época
tinha uma política de perseguição e importunação
sobre os budistas.
Os templos de Honan e Fukien foram mais tarde
reconstruídos somente para serem destruídos por
completo pelos Manchus durante a Dinastia Ming,
de 1368 a 1644 a.C. Somente cinco monges escapa-
ram, todos os outros foram massacrados pelo imen-
so exército Manchu.
Os cinco sobreviventes tornaram-se conhecidos
como “Os Cinco Ancestrais”. Eles vagaram por toda
a China, cada um ensinando sua própria forma de
Kung Fu. Considera-se que este fato deu origem aos
cinco estilos básicos de Kung Fu: Tigre, Dragão, Leo-
pardo, Serpente e Grou.
Com a repressão do Império Ming sobre a seita
Budista, alguns sobreviventes do templo Shaolin e
de outros imigraram para o Japão, onde a história do
Karate começa na ilha chamada Okinawa, que fica
no centro de um arquipélago denominado pelos chi-
neses de Ryukyu, que se estende desde o extremo
sul do Japão até a ilha de Taiwan.
Depois disso, o Karate-Do conquistou o Japão
e se espalhou pelo mundo. Vamos nos aprofundar
um pouco mais nessa história que antecede o início

26 | REVISTA MASTER 10
do Karate no Japão, decorrendo um pouco mais Karate-Do no Japão, sua difusão no mundo e a sua
pela Índia, China e Okinawa, considerada o berço chegada e desenvolvimento no Brasil.
do Karate, para poder entender a origem desta luta Extraído do livro “Karate-Do História Geral e no Brasil”
marcial. Na próxima edição, veremos o início do de Paulo Bartolo – Bueno Editora

Sensei de Destaque

É
9º dan em Karate Shotokan, pertence à Japan Karate Association (JKA), na
qual é seu instrutor mais antigo e é o instrutor-chefe no Japão. O Karate de
Ueki coloca uma ênfase profunda em princípios e posições muito fortes, e
ele acredita apreciar e se beneficiar totalmente com o treinamento de kata.
Quando era jovem, também era muito competitivo e interessado em torneios. No
8º Campeonato JKA All Japan Karate (1965), tornou-se o Grand Champion (1º Kata
e o 2º Kumite), melhorando nos três anos mais tarde, no 11º JKA All Japan Karate
Mestre Masaaki Ueki Campeonato (1968), onde novamente foi o campeão, conseguindo o primeiro lugar
no Kumite e no Kata.
Ueki também participou da série Best Karate da Nakayama. De Ueki, M. Nakayama escreveu “As
mãos e os pés de Masaaki Ueki valem a pena assistir, pois são muito rápidos e verdadeiramente afia-
dos. Não é surpreendente que muitos adversários tenham sido derrotados por ele”.

REGRAS BÁSICAS DE COMPETIÇÕES DE LUTA NO KARATE

Se você não entende de regras relacionadas às
lutas de Karate para acompanhar as Olimpíadas
do Japão em 2020, aqui vão algumas dicas:
- A pontuação é feita de três modos: Ippon
(três pontos) para um chute na altura da cabeça
ou depois de uma queda de costas for aplicado
um soco, Wazari (dois pontos) um para chute no
tronco e Yuko (um ponto) para um soco acima da
faixa.
Veja no desenho, o movimento que o juiz fará
para cada tipo de ponto. As penalidades se dividem
em duas categorias: a de contato e outras. Se você
se interessou, procure um sensei para explicar
melhor para você. E boa luta!

www.revistamaster.com.br | 27
KARATE
Da Redação
BAIRRO DE SANTOS INAUGURA
CENTRO COMUNITÁRIO E ESPORTIVO (CCE)
Espaço no Embaré terá aulas de Karate,
Futsal e outras atividades.
I
naugurado em janeiro, o local estimula os mo-
radores a reivindicarem seus direitos e que te-
nham acesso a práticas de saúde e bem-estar.
De acordo com o Censo, o Embaré é o bairro
mais populoso da Cidade, com aproximadamente 38
mil habitantes.
A inauguração, que integrou a programação do
472º Aniversário de Santos, recebeu o prefeito Pau-
lo Alexandre Barbosa, o deputado estadual, Paulo
Correia Júnior, o secretário de educação, Carlos
Alberto Ferreira Mota, o secretário de esportes,
Sadao Nakai, o presidente do Centro Comunitário,
Carlos Henrique Machado Gomes de Oliveira, o
vereador Antonio Carlos Banha Joaquim, o diretor
da UME Hilda Rabaça, José Hilton Fiel de Oliveira,
integrantes da Escola Shinshukan, incluindo Nelson
Mitsuhide Shinzato e Andrea Mesquita, o diretor
de arbitragem da Federação Paulista de Karate,
Nelson Higa, entre outros.
28 | REVISTA MASTER 10
Alan Emerson
O Centro Comunitário funcionava em uma
sede provisória no Clube Botafogo, no entanto,
ganhou mais representatividade com o novo es-
paço, que abrange uma quadra poliesportiva e a
creche UME Professora Margareth Buchamann.
O nome do CCE é uma reverência ao campeão de
Natação da Cidade e morador do Embaré, Adal-
berto Mariani (in memoriam).
Para o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbo-
sa, o local é resultado da ação integrada entre a popu-
lação e os poderes Legislativo e Executivo. “Ninguém
faz nada sozinho, esta é uma ação feita em conjunto.
Quero agradecer ao empenho de todos, à presença de
lideranças locais, dos parlamentares, dos moradores e
da Escola Shishukan, que possui um trabalho pautado
pela valorização do esporte e da cidadania”, afirma.
Um dos idealizadores, Antonio Carlos Banha Joa-
quim, explicou que o CCE servirá como instrumento
educacional, já que serão implantadas diversas mo-
“A essência da política é a
proximidade com a população”.
Foi desta maneira que o vereador
Antonio Carlos Banha Joaquim se
referiu à criação do Centro Esportivo
e Recreativo Adalberto Mariani
(CCE), no Embaré, em Santos, Litoral
”
Sul de São Paulo.
dalidades, entre elas, artes marciais. “Tenho uma re-
lação de afinidade muito forte com o Embaré, afinal
cresci e moro aqui. O Centro Comunitário, portanto,
veio para dar voz aos anseios da população e é fon-
te de promoção de qualidade de vida. O propósito
é oferecer aulas de Karate, Futsal, Capoeira, Tai Chi
Chuan, Ginástica, entre outras atividades”, anuncia.
Em razão de sua formação na “Arte das Mãos
Vazias”, Banha, 5º dan, convidou representantes da
Escola Shinshukan para fazerem uma demonstra-
ção técnica durante o lançamento. “Aprendi com o
mestre Shinzato, um homem de caráter ilibado e de
muita simplicidade, que tudo é possível. O Karate
tem se mostrado uma ferramenta eficaz de educa-
ção, integração e socialização. É o caminho do bem e
onde ele é inserido, provoca mudanças. É uma arte
marcial de multiplicação, e sem dúvidas, tinha que
estar presente na inauguração”, fala.
Segundo o sensei Nelson Mitsuhide Shinzato,
foi um privilégio fazer parte deste capítulo na his-
tória do Embaré. “Ficamos muito honrados com o
convite. Santos foi a primeira cidade que a Escola
Shinshukan se estabeleceu, há 56 anos. A nossa
parceria sempre rendeu bons frutos. A partir do
Centro Comunitário, outras ações marciais poderão
ser viabilizadas”, disse.
A professora Andrea Mesquita contou que a
Shishukan possui muitos membros residentes no
bairro. “Em nossa entidade há nomes exponenciais
que moram no Embaré. Com a inserção da modali-
dade, as crianças evoluirão por meio da educação e
disciplina”, detalha.
Para o secretário de esportes, Sadao Nakai, a or-
ganização reforça princípios que devem prevalecer
entre os moradores. “O Karate e as artes marciais
em geral cooperam para um caminho de integridade
e formação de caráter, valores essenciais em qual-
quer sociedade”, explana.
O presidente do Centro Comunitário, Carlos Hen-
rique Machado Gomes de Oliveira, concorda. Ele afir-
ma que a hierarquia do Karate será referencial para
crianças e adolescentes. “O que acho interessante
nesta arte marcial é que os alunos sempre seguirão
o seu mestre. Tudo que aprendem nos tatames levam
para a sua vida familiar e social. A transmissão desses
valores é fundamental. Por isto, não hesito em dizer
que hoje o Karate é a principal referência marcial no
Embaré”, pontua.
O Centro Comunitário e Esportivo do Embaré,
localizado na Rua Nabuco de Araújo, 188, dispõe
ainda de uma sala batizada com o nome do pai do
vereador Banha, figura muito querida e respeita-
da em Santos. “Desejo que a cidade de Santos se
espelhe neste bairro, sinônimo de infraestrutura e
segurança”, completa o parlamentar.
Outros projetos
Karate Comunitário - Mestre Shinzato”
O programa social da Escola Shinshukan está
presente em 15 núcleos de Santos. Fomentado por
Banha, tornou-se lei municipal em 16 de dezembro
de 2015, por intermédio de um convênio entre a
Federação Paulista de Karate e a Prefeitura. 
A finalidade é oferecer gratuitamente aulas de
Karate em regiões vulneráveis da Cidade. Atualmen-
te, atende mais de 500 alunos, entre crianças, ado-
lescentes, adultos e idosos.
Devido aos resultados alcançados, pode seguir os
mesmos passos do “Salva Surf”, reconhecido em vá-
rios estados brasileiros.
“Salva Surf”
Há 18 anos, o Corpo de Bombeiros de Santos
promove treinamento de salvamento para surfistas,
professores de Educação Física e voluntários nas
praias da região. Desde que foi implantado, reduziu
significativamente o número de afogamentos.
Uma das técnicas ensinadas é utilizar a própria
prancha como ferramenta de socorro. O projeto in-
corpora o espírito dos surfistas e tem a assinatura de
Banha, Picuruta e Corporação
www.revistamaster.com.br | 29

KARATE
S
e antes arte marcial era assunto apenas vin-
culado aos homens, há algumas décadas este
estigma ficou para trás. Mulheres como Soraia
André, Rafaela Silva, Sarah Menezes, Natália
Falavigna, Valéria Kumizaki, Ronda Rousey e Disney
Bragança fortaleceram suas respectivas modalidades
e se tornaram símbolo de fibra e de amor ao esporte.
A carateca Disney Bragança, por exemplo,
detém o 7° dan e é a mais graduada do Brasil
(kyoshi), além de ser uma das grandes lideranças
da Amazonas Shinshukan. Nascida em Manaus, no
coração da Amazônia, conheceu a “Arte das Mãos
Vazias” por meio de Afremon Bragança, na época
seu namorado.
Antes mesmo de se casarem, já representavam a
região Norte em campeonatos nacionais, retornan-
do sempre com medalhas. Em sua estante, Disney
guarda com carinhos os troféus de campeã amazo-
nense, regional e de várias Copas Interestaduais, a
medalha de bronze conquistada no IX Mundialito de
Shorin-ryu Karate-Do e Kobudo (kata master), entre
muitos outros títulos.
30 | REVISTA MASTER 10
Por Girliani Martins Arquivo Pessoal
DISNEY
BRAGANÇA
A PRIMEIRA MULHER
KODANSHA DO BRASIL
Amazonas Shinshukan
Não há como falar da formação da Kodansha Dis-
ney Bragança e não citar a sua escola, a Amazonas
Shinshukan, que preserva os preceitos do fundador
Yoshihide Shinzato, com quem teve a honra de treinar.
Determinada, representa a entidade em vá-
rias competições. Em novembro de 2017, ela e a
Shinshukan foram campeões em Roraima e no Pará.
Além disso, arbitrou o Circuito Amazonense, ao lado
do esposo Afremon.
À frente da Amazonas Shinshukan, tem formado
uma das equipes mais fortes de Karate do país, pau-
tada pelo respeito, disciplina e resiliência.
Atuações
No decorrer de sua carreira, Disney exerceu o car-
go de diretora jurídica da Federação Amazonense de
Karate (FAK), bem como secretária-geral, vice-presi-
dente e membro do Conselho Fiscal. Hoje, compõe
a banca examinadora de faixas pretas da FAK/CBK e
pertence ao quadro de melhores árbitros do Estado.
Homenagens
Formada em Direito pela Universidade Federal
do Amazonas (UFAM) e conhecida por defender a
inclusão da mulher no desporto em geral, participou
de inúmeros programas de tv, de livros sobre artes
marciais, entre eles, os Grandes Mestres, e recen-
temente foi homenageada pela organização do Ma-
naus Open de Karate, que teve um troféu batizado
com o seu nome.
Novas conquistas
Para Disney, sem treinamento árduo não há vi-
tória. Há poucos meses, a Amazonas Shinshukan,
conseguiu um ótimo aproveitamento em um cam-
peonato realizado em Roraima, com todos os parti-
cipantes aprovados. “Amo a mulher que me tornei,
porque lutei muito para isso. Agradeço imensamen-
te a todos que me apoiam nesta jornada, em espe-
cial, aos professores Afremon Cunha Bragança e Yuri
Pereira”, disse
 José Augusto Maciel Torres
PROFESSOR BAIANO APRIMORA
MUAY THAI NA TAILÂNDIA
João Gilberto Silva teve de reaprender tudo o que sabia. Foram três viagens.
No retorno ao Brasil, a bagagem nunca foi a mesma.
ocê teria a coragem de abandonar tudo,
trabalho, família e amigos, em nome de um
sonho? O professor João Gilberto Silva não
hesitou em cruzar o Oceano Pacífico para
mergulhar no universo do Muay Thai, na Tailândia.
No berço da arte marcial, o brasileiro teve que
reaprender tudo que sabia sobre o desporto e se
atualizar, conhecendo novas técnicas. Não foi uma
experiência fácil. Nascido na Bahia, ingressou na
vertente aos 13 anos, em Ilhéus, com o professor
Elly Gomes (in memoriam). Foram 17 meses de in-
serção. Ficou ao lado de Ely até ele se mudar para a
Capital, Salvador.
A ideia de fazer a viagem para a Tailândia nasceu
com uma curiosidade: a de saber em qual nível es-
tava “seu Muay Thai”, ainda mais porque havia um
mito sobre o Muay Boran devido aos filmes de Tony
Jaa (mestre de artes marciais, ator, coreógrafo de lu-
tas e diretor).
Nesse período, João Gilberto tinha treinado Wing
Chun com o shifu Marcos. Certa vez, o mestre parti-
cipou de um seminário da linhagem na China, e ele
teve que assumir as aulas no Brasil. Quando retor-
nou, o shifu explicou que fez sparrings com lutadores
tailandeses de Muay Thai, aprimorando seu jogo de
luta. Este detalhe lhe fez procurar pelo assunto na
internet. Após tantas pesquisas sobre camps, optou
pelo Muay Sangha.
De lá para cá, foram três viagens para a Tailândia.
Na primeira, aprendeu Muay Sangha com o professor
Kru Pedro Solana, que misturava o Muay Chaiya com o
Muay Thai Esportivo, Silat, Wing Chun, etc. No restan-
te, procurou entender mais sobre Muay Thai Esportivo
na Escola de Samart Payakaroom e no Santai Gym.
Arquivo Pessoal
MUAY THAI
Para complementar, fez cursos de Krabi Krabong
(espada dupla e bastão), Muay Chaiya e Muay
Thai, mas a maior parte do tempo passou com seu
professor, Kru Pedro. “Eu não viajei com o pretexto
de competir. Fui para aprender desde o básico até
o avançado no Muay Thai, como ataques, defesas,
estratégias, contra-técnicas e até meditação. Faltava
muita técnica. O que eu sabia estava mais atrelado
ao Kickboxing”, afirma.
O retorno ao Brasil foi um pouco frustrante.
Mesmo apresentando o que tinha aprendido em
academias locais, os amigos pareciam não acreditar
naquele tipo de técnica. Só depois de algum tempo,
reconheceram seu conhecimento.
Hoje, como um educador respeitado na Bahia,
soma novas diretrizes ao jogo de luta dos alunos e
traz abordagens como meditação e uso de armas.
“No Muay Thai, a meditação ajuda a perceber emo-
ções que às vezes estão escondidas e a acalmar a
mente. As armas, por sua vez, nos obrigam a traba-
lhar as bases direita e esquerda, melhorar a coorde-
nação motora, o equilíbrio e a movimentação. Aqui,
na escola, aprendemos a utilizar o bastão longo e
mesclamos com o Muay Thai. Já nas espadas, usa-
mos o estilo do Norte da Tailândia, que controla os
ângulos e movimentações”.
Pertencente à equipe Gold Thai, do treinador
Geo Pirata, João Gilberto Silva possui um núcleo no
bairro Rio Vermelho, com matriz em Barris, na Re-
gião Central de Salvador.
Seus planos são ensinar o conteúdo básico das
modalidades oferecidas em sua escola (Chaiya, es-
padas duplas, bastão longo e Muay Thai) e retornar
à Tailândia para continuar o aprendizado
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 Da Redação
JIU JITSU
ALÉM DAS FRONTEIRAS
CRESCIMENTO PROFISSIONAL IMPULSIONA
MUDANÇA DE BRASILEIROS PARA O EXTERIOR
Vinícius Lino, de 27 anos, é um dos jovens lutadores que têm encarado
desafios para brilhar em San Diego, nos Estados Unidos.
A
vida no esporte exige sacrifício. Em busca
de seus sonhos, atletas abdicam da convi-
vência com a família e amigos, vislumbran-
do melhores oportunidades no exterior.
Além da adaptação em um novo país, precisam en-
carar treinos intensos, rotina com mais responsabili-
dades e a saudade de casa.
Na fase pré-Olimpíada de 2016, um levantamen-
to feito pelo jornal O Estado de S. Paulo mostrou que
um em cada quatro brasileiros decidiu ultrapassar a
fronteira nacional para se preparar melhor para os
Jogos e outras competições.
A pesquisa revelou também que eles ficam
distribuídos em 21 países, mas a maior concentração
ocorre nos Estados Unidos e na Itália. Fora do eixo
olímpico, lutadores de artes marciais seguem o
mesmo caminho, a exemplo de Vitor Belfort, José
Aldo e Vinícius Lino, que está em fase de aprimoração
em San Diego, na Califórnia.
Nascido em Santos, Vinícius já tinha a arte marcial
no DNA, uma vez que seus pais são karatecas pela Es-
cola Shinshukan.
Aos seis anos, iniciou nesta arte, construindo
uma boa relação com o fundador, o grande mestre
32 | REVISTA MASTER 10
Arquivo pessoal
Yoshihide Shinzato. “A convivência era muito
boa. Ele também gostava muito de mim e me
tratava como um neto, corrigindo-me sempre que
necessário”, fala.
O herdeiro e hoje diretor da Escola Shinshukan,
Masahiro Shinzato, relembra que Lino dava indícios
de que seria um bom competidor nesta fase. “Ele
cresceu tendo o pai como exemplo no Karate. Não
demorou muito para seguir os mesmos passos e bri-
lhar nos tatames. A nossa arte o ensinou a andar no
caminho do esporte, da benevolência e da ética”, fala.
Quando estava com o 2º dan em Karate, passou a
se interessar por uma modalidade de solo, o Jiu Jitsu,
completamente diferente do que havia praticado.
Nesse período, conheceu o campeão mundial e pan-
americano (categoria pesadíssimo), Rodrigo Cavaca,
que o inspirou neste esporte e o incentivou a viver no
exterior. Em 2012, já competia como faixa azul.
De acordo com Cavaca, o jovem sempre se
dedicou aos treinos e às competições (nível nacional
e internacional). “Ele passou a abdicar de algumas
coisas em busca de seu sonho e acabou se destacando
e indo treinar nos EUA. Em um país de primeiro
mundo, consequentemente as oportunidades são
maiores e o sonho tem mais chance de se tornar
realidade. Eu incentivo todos meus alunos a fazerem
o mesmo, pois no exterior serão valorizados como
merecem”, frisa.
No Brasil, Vinícius sagrou-se campeão brasileiro
de Jiu Jitsu por equipes, entre outros títulos, porém,
o anseio por maturidade técnica lhe fez ir para os
EUA, onde a modalidade encontra-se em seu melhor
momento, com um alto nível competitivo.
Lá, representa a Alliance Jiu Jitsu San Diego e
conta com a supervisão do professor João Paulo
Faria, com quem treina JJ duas vezes por dia, além
de Power Fight três vezes por semana com o coach
Jason Dunbar.
O professor João Paulo lhe define como um es-
portista de muito potencial, apto para conquistar
seus objetivos. “É um atleta muito focado e determi-
nado. Está muito forte tecnicamente falando e pro-
mete ótimos resultados em 2018. Sem dúvidas, será
um grande campeão”, considera.
Os primeiros meses longe da família não foram
fáceis. Mas, para ele, um dos maiores aprendizados
é justamente o amadurecimento. “Treinar fora do
país é muito bom, porém, como tudo na vida, há o
seu lado bom e ruim. E você, realmente, amadurece.
Viver distante de nossa terra natal nos torna mais
fortes e responsáveis. Se existe alguém que tenho
que agradecer diariamente, é a minha namorada
Suyanne Gonzales, que me apoia e me ajuda
imensamente. Preciso agradecer ainda aos meus
pais, Antonio Carlos Banha Joaquim e Fátima Banha,
e aos meus amigos, que mesmo à distância, me
estimulam. Eu não suportaria toda essa mudança
sem eles”, fala.
Antonio Carlos Banha Joaquim orgulha-se da
escolha do filho, salientando que as artes marciais
moldaram seu caráter. “O Vinícius tem conquistado
ótimos resultados em campeonatos nacionais, nos
EUA e pela federação de Abu Dhabi. É um homem
de fibra, que sabe o que é ser independente graças
ao que aprendeu na trilha marcial”, aponta.
Aos 27 anos, o santista, que é formado em Di-
reito, está colhendo os frutos de sua coragem e
empenho. Participou de campeonatos chancelados
pela Federação Internacional de Brazilian Jiu Jitsu,
tornou-se campeão do Grappling X, em San Diego,
conquistou o terceiro lugar no American National’s,
venceu o Open de Los Angeles em janeiro de 2018, e
em abril, garantiu a medalha de bronze no Rio Open.
“Em breve, alcançarei a faixa preta de Jiu Jitsu. Meu
grande objetivo é conquistar o Campeonato Mun-
dial, em junho. Obrigado a todos que acreditam em
mim; família, amigos, apoiadores e meus professo-
res. Oss!”, agradece

www.revistamaster.com.br | 33
 Da Redação
ACONTECEU
CARAGUATATUBA
por Girliani Martins
ENCONTROS DE PROFESSORES E MESTRES
DE ARTES MARCIAIS EM TAUBATÉ E CARAGUATATUBA SÃO UM SUCESSO
Bueno Editora realizou os primeiros bate-papos com
profissionais dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Brasília.
E
m todo evento que costumava ir, o editor
do livro Grandes Mestres, Fábio Bueno,
sempre ouvia pedidos para que fizesse
palestras e compartilhasse um pouco de
sua experiência na área marcial.
Após tantas solicitações, a Bueno Editora aten-
deu aos fãs e realizou os primeiros Encontros de Pro-
fessores e Mestres de Artes Marciais em março, com
aproximadamente 100 participantes.
A primeira cidade a receber o encontro foi Tau-
baté, no interior de São Paulo. Sediado na Acade-
mia Nocaute, o bate-papo foi ministrado por Fábio
Bueno e contou com a presença de integrantes de
diversas modalidades, como o atleta Cris Nogueira,
a lutadora do UFC, Kalindra Faria, e seu treinador,
Cacá Lima.
A programação incluiu debates sobre empreen-
dedorismo, marketing esportivo e gestão de acade-
mias, agradando a todos os presentes. O apoio do
kyosanim Eric Castro (Taekwondo) foi de suma im-
portância para a organização do evento.
O entusiasmo dos participantes se repetiu no En-
contro de Professores e Mestres de Caraguatatuba e
Região, Litoral Norte de São Paulo. No Sítio Casa de
Maria, cercado pela exuberante natureza, os educa-
dores tiveram uma experiência única, que certamen-
te agregará na carreira de cada um deles.
34 | REVISTA MASTER 10
Alan Emerson
Mais de 70 participantes, vindos de São Paulo,
Minas Gerais, Brasília, entre outras localidades,
ouviram atentos os ensinamentos de Fábio Amador
Bueno e do campeão pan-americano de Taekwondo,
astro de cinema e empresário, Fábio Goulart.
O convidado especial Fábio Goulart contou deta-
lhes sobre sua trajetória de sucesso no Taekwondo e
sua vivência no cinema e nos Estados Unidos, onde
reside atualmente. Por já ter sido um dos destaques
do livro Grandes Mestres, Goulart falou sobre a re-
levância da publicação e da revista Master, gerencia-
das por Fábio Amador Bueno.
Em sua palestra, comentou sobre a relação com
o editor e o porquê todo professor/mestre deve in-
vestir em sua imagem. “Eu conheço o Fábio Amador
Bueno há vários anos e sempre tive confiança em
seu trabalho. É um profissional sério e que tem con-
tribuído para o desenvolvimento dos professores e
das artes marciais no Brasil”, disse.
Na sequência, o campeão mundial e presiden-
te da Confederação Brasileira de Sanda, Thiago
William Barros, discorreu sobre seu novo sistema
de defesa pessoal.
O sensei Lourenço ficou motivado com o que ou-
viu de cada palestrante. De acordo com ele, a expe-
riência superou as suas expectativas. “Foi muito pro-
dutivo este encontro e abriu meus horizontes para
TAUBATÉ

os novos caminhos que devo trilhar em minha vida

como professor e empreendedor”, agradeceu.
Entre os demais participantes estavam Daniel Lu-
cena, Adriano Silva, Benedito de Barros Filho, João
Dias, Gilberto Cabral e Carlos José Machuca. Todos
os participantes receberam exemplares da revista
Master e do livro Grandes Mestres, e puderam ad-
quirir várias publicações da Bueno Editora. Em geral,
os eventos foram um sucesso e devem ocorrer em
novas cidades.

AGRADECIMENTOS:
Taubaté: À toda a equipe da Academia Nocaute, em
Taubaté, ao atleta Cris Nogueira, a lutadora do UFC, Quer um Encontro de mestres e
Kalindra Faria, ao Eric Castro pelo apoio e organiza-
ção e a academia Nocaute pelo espaço.
professores e em sua cidade?
Caraguatatuba: Ao grão-mestre Fábio Goulart, que
gentilmente compartilhou com os participantes seus
Entre em contato com o palestrante
importantes conhecimentos, ao mestre Luizão (Ha- Fábio Amador Bueno via:
pkido Garras) e ao Prof. Cleber Dias (Kung Fu), que E-mail: contato@buenoeditora.com.br
foram excepcionais como organizadores, e ao Sr.
Nélio Amador Bueno, proprietário do Sítio Casa de
Whatsapp: (13) 99773 1596
Maria, por ceder gentilmente o local. Escritório: (13) 3345 3241

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 Alan Emerson
Da Redação
EVENTOS

18º CAMPEONATO BRASILEIRO ABERTO

DE ARTES MARCIAIS É SEDIADO EM SANTA ISABEL
Novidade desta edição foi a inclusão de Sanda. Duelos de Muay Thai,
Jiu Jitsu, Hapkido, Kickboxing, Kung Fu, entre outras modalidades
levantaram a torcida.

A
União Internacional de Artes Mar-
ciais da América (UIAMA) e a Asso-
ciação Shaolin Internacional de Artes
Marciais (ASIAM) organizaram mais
um campeonato no país, o 18º Brasi-
leiro Aberto, no Ginásio Municipal de
Santa Isabel, no interior de São Paulo, em abril.
Houve duelos de Muay Thai, Jiu Jitsu, Hapkido,
Taekwondo, Low Kicks, Light Contact, Kickboxing,
Kung Fu, entre outros sistemas. Entretanto, a novi-
dade foi a inclusão do Sanda, que levantou a torcida.
O vice-presidente da UIAMA e dirigente honorá-
rio da ASIAM, Daniel Lucena, contou que este foi o
segundo desafio nacional da entidade. O primeiro
ocorreu em Minas Gerais, com um número expressi-
vo de participantes. “A cada etapa, os desafios ficam
mais difíceis. Isto é ótimo, visto que evidencia o ta-
lento de nossos lutadores”, afirma.
O 18º Campeonato Brasileiro de Artes Marciais
abriu as portas para vários nichos marciais e teve o
auxílio da Confederação Brasileira de Sanda, presidi-
da pelo mestre Benê. Ainda segundo Lucena, a es-
treia da modalidade estreitou os laços com os atle-
tas. “A parceria foi uma grande aliança. No evento da
UIAMA, na Argentina, o Sanda também participará
pela primeira vez”, anuncia.

36 | REVISTA MASTER 10
 As maiores adesões foram do Kung Fu e Tai Chi
Chuan, com aproximadamente 57 integrantes. A
luta especial entre um nigeriano e um aluno do
mestre Álvaro de Aguiar foi um dos momentos
mais aguardados.
Com o apoio da Prefeitura Municipal, do livro
Grandes Mestres e da Revista Master, o 18º Campe-
onato Brasileiro Aberto de Artes Marciais arrecadou
centenas de alimentos para o Fundo Social de Soli-
dariedade. “A UIAMA - Brasil e ASIAM trabalharam
bastante para garantir um verdadeiro espetáculo
de artes marciais em diversas modalidades para os
atletas e visitantes, sem esquecer, é claro, seu papel
social. Ficamos muito felizes com as doações do pú-
blico”, completa.
O mestre Daniel Lucena trabalha ainda como se-
cretário de esportes de Santa Isabel, levando vários
torneios à região. A UIAMA, entidade da qual é um
dos dirigentes honorários, é reconhecida em vários
países pelas principais federações. Possui filiados em
15 países e tem como propósito unir vários estilos de
artes marciais em uma só entidade, realizando semi-
nários e campeonatos nacionais e internacionais, a
partir do reconhecimento de mestres e professores

Organização de eventos de artes marciais, seja um parceiro, entre em contato e

acompanhe nossa agenda de atividades.
Contatos (11)l 96939 2260 | contato@opamnindoryu.com.br | opam2018@gmail.com | opamnindoryu.com.br
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 Da Redação
COPA SÃO
PAULO DE
JUDÔ
VETERANOS
Competição desta categoria
é movida por verdadeiros
amantes do “Caminho
JUDÔ
Suave. ”
D
izem que quando você entra nos tata-
mes pela primeira vez e se apaixona
pelo Judô, o “Caminho Suave” nunca
deixará de fazer parte de sua vida. É
como algo do destino e a classe vetera-
na (master) é a comprovação desta premissa.
Formada por judocas que lutaram por longos
anos e que nunca conseguiram se desvincular total-
mente das competições, a categoria é movida por
verdadeiros amantes deste esporte.
Para prolongar a experiência esportiva nos tata-
mes, tanto a Confederação Brasileira de Judô quanto
as federações, entre elas, a Paulista de Judô (F.P.Judô)
realizam eventos específicos para este público, trans-
formando os eventos não só em ambiente competiti-
vo, mas em pontos de encontros e reencontros.
Desde 2009, a Federação Internacional promove
o Mundial de Veteranos, com participantes do mun-
do inteiro. No Brasil, a F.P.Judô organiza anualmen-
te a Copa Veteranos, voltada a atletas nascidos em
1988 e em anos anteriores (registrados na divisão
especial da entidade e de outras federações).
Neste ano, foi sediada em março, no Ginásio
Adib Moysés Dib, em São Bernardo do Campo, na
Região Metropolitana de São Paulo.
A Copa Veteranos de Judô é a maior da América
Latina e contou com aproximadamente 400 parti-
cipantes, entre eles, Marco Aurélio Trinca, Julio Ka-
wakami, Ricardo Yukio Koga, Caio Kanayama, Vlamir
Ferreira Dias, Everson Carlos da Silva, Milton Marques
Antunes Silva, Peterson de Mello, Wilson de Carvalho
Caldeira, Sergio Mitsuo Masutani, entre outros.
Para o campeão Wilson de Carvalho Caldeira, pri-
meiro no ranking dos meio-pesados (master 3), a ca-
tegoria está sempre se reinventando. “A nossa classe
dá a oportunidade para que muitos atletas retornem
38 | REVISTA MASTER 10
Arquivo Pessoal
aos tatames e sintam novamente o prazer de competir.
O que nos diferencia dos demais, é o ambiente sau-
dável. A rivalidade só existe dentro dos tatames. Fora
dele, mantemos uma relação de amizade. Os eventos
são um momento de reencontro e confraternização.
Este clima inspira muitos praticantes de outras classes.
Temos muito potencial, mas infelizmente não há tanto
investimento. Se os empresários e outros setores da
sociedade olhassem um pouco mais para a master, os
resultados seriam muito melhores”, analisa.
O peso-pesado Elton Fiebig, que venceu na divi-
são master 4, explicou que é uma honra ter a chan-
ce lutar ao lado de grandes atletas que foram seus
ídolos em outra época. “Fico lisonjeado em compe-
tir com judocas de alto nível. Hoje, somos referência
pela qualidade técnica e também pelas lutas de alta
intensidade, com duração de três minutos. Se, anti-
gamente o veterano era discriminado por ser mais
velho, hoje é exemplo para a nova geração, pois
transmite conhecimentos técnicos e espírito espor-
tivo”, menciona.
Mas se você pensa que as lutas são disputadas
apenas pelos homens, está enganado. As mulheres
não desapontaram e fizeram embates de alto nível,
como Nelma Teodoro, Tamires Paula Feres, Cristina
de Almeida Castilho, Jéssica do Amaral, Camila Ma-
tos Muniz, Valdiceia Galdino, Juliana de Paula Me-
deiros, Fabiana da Costa Norberg, Fernanda Gomes
Oliveira e muito mais.
Quase 100 instituições participaram do certame.
A Federação Paulista preparou 12 áreas de competi-
ção, quatro salas de pesagem e toda uma logística de
deslocamento de atletas.
O Brasil é um dos países com mais tradição na
classe veterana e frequentemente está nos pódios
nacionais e internacionais.
 Da Redação
Treino realizado na academia Reinaldo Arantes no Guarujá, litoral de São Paulo
DESAFIO BRASIL JMB MOBILIZA
MAIS DE 2 MIL JUDOCAS
Um dos maiores treinos da categoria veterana/master teve a
colaboração de mais quatro países e de diversas federações.
A
classe veterana de Judô mostrou a sua
força no Desafio Brasil JMB, que movi-
mentou academias de 23 Estados e de
mais quatro países há poucos meses.
Com a coordenação do Judô Master
Brasil (JMB), elas tinham de realizar um treino simul-
tâneo. A ideia deu muito certo e teve a colaboração
de diversas federações do país. Ao final, mais de 2
mil judocas integraram aação.
A Federação Paulista de Judô (F.P.Judô) marcou
presença e convocou todas as delegacias regionais.
A 11ª Delegacia Regional, presidida por Oswaldo
Uno, lotou a Academia Reinaldo Arantes, em Guaru-
já, com nomes consagrados da categoria.
Em duas horas de treino, o dojô recebeu lendas
como o medalhista olímpico Luís Onmura, a deca-
campeã mundial Rosângela Oliveira (Índia), o cam-
peão brasileiro master Ricardo Silva, e ícones reno-
mados do Judô na Baixada Santista, incluindo José
Gomes Medeiros (Sensei Medeiros), Satoru Ebihara
e Celso Franco.
O anfitrião, Reinaldo Arantes, disse que foi um
prazer receber a nata da categoria em seu dojô.
Alan Emerson
JUDÔ
“Fico muito feliz que o primeiro treino master de
2018 tenha sido em minha academia. As portas
sempre estarão abertas para os judocas. Este tipo
de evento eleva a qualidade técnica do Judô brasi-
leiro”, comenta.
Em São Paulo, Capital, a iniciativa teve a parti-
cipação de aproximadamente mil judocas, como os
senseis Alex Russo, Miguel Suganuma, Sadao Fle-
ming, Akamine, Shimotsu, Roberto Machusso, Se-
bastian, Davi Moura, Soraia André e muitos outros.
Segundo o sensei Alex Russo, o treino forta-
lece a categoria, visto que chama a atenção de
entidades oficiais. “Eles passam a olhar com mais
carinho para os veteranos, como fez o presidente
de honra da Federação Paulista de Judô, Francisco
de Carvalho Filho, que criou um departamento es-
pecial. O Desafio Brasil JMB resgata a tradição de
atletas renomados e de professores tradicionais
que são lendas vivas e modelos para a geração
atual”, considera.
A mobilização internacional do Desafio Brasil
JMB envolveu os seguintes países: Angola, Canadá,
Chile e Estados Unidos
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 GALERIA BLACKBELT
HAPKIDO
HAPKIDO
Mestre
>> Luiz Santos
Mestre Luizão, como é carinhosamen-
te chamado pelos alunos, iniciou nas artes
marciais aos 10 anos, graças ao incentivo
dos pais. Treinou Judô, TKD e Hapkido.
Está no TKD desde 1980, já o HKD
conheceu em 1987, quando ingressou na
Academia Kim, do GM Yun Sik Kim. Seu
professor no Judô foi o sensei Fumyo Issa,
É 5º dan em Taekwondo e 7º dan em
Hapkido. Em 1988, passou a atuar como
professor em sua própria academia de
TKD, em São José dos Campos, interior de
São Paulo. Na atualidade, leciona no Pro-
jeto Fida, uma fundação de incentivo ao
esporte amador, em Caraguatatuba.
De acordo com Luiz Santos, o mes-
tre é sinônimo de dedicação, reconhe-
cimento e disciplina. “Acredito que está
relacionado ao fato de trabalhar com
muito afinco para ser o espelho dos
alunos. Eu gosto de transmitir preceitos
como confiança, respeito, conhecimen-
to, cortesia, integridade, perseverança,
autocontrole, dignidade e espírito indo-
mável. Algo que também ressalto é nun-
ca utilizar a arte marcial em benefício
próprio. Quero que meus alunos cons-
truam um mundo mais pacífico e sejam
campeões na liberdade”, comenta.
A responsabilidade de ser faixa preta
é encarada por ele como um divisor na
vida de um praticante. “A faixa preta não
significa que você aprendeu tudo, pelo
contrário, que tem muito ainda para co-
nhecer. É saber gostar da arte marcial,
ter respeito por sua família e superiores.
É saber aprender e ensinar, a falar e a
também escutar”, conclui.
>> (12) 99756 3581
>> luizaogarras@hotmail.com
>> mestreluizao
40 | REVISTA MASTER 10
HAPKIDO
Mestre
>> Jefferson da Silva
O mestre 6°dan em Hapkido, Taekwon-
do e Hwarang Kumdo, e faixa preta de Ki-
ckboxing e Full Contact teve seu primeiro
contato com as artes marciais coreanas
em 1977, aos sete anos, na Academia de
Taekwondo Rudge Ramos.
Graduou-se com o professor José
Belarmino “Beloka” (Full Contact e Kick-
boxing), e em Muay Thai, com o mestre
Maximiliano Quevedo. Formou-se faixa
preta de Hapkido em 1993, com o mestre
e amigo de infância Alex Raspa da Silva,
e com o GM Park Sung Jae. O Kung Fu,
em contrapartida, foi com o mestre Lope
Chiu, as Lutas Chinesas através do mes-
tre Lee, o Boxe com Éder Jofre e o Karate
Shotokan por meio de Márcio Sbranas.
Ministrou aulas de Defesa Pessoal
para a formação de investigadores, escri-
vães e delegados de Polícia na Acadepol.
Além das habilidades com a Jim Kum
(espada) do Hapkido, formou-se mestre
em Hwarang Kumdo (espadas coreanas)
com seu atual GM Hong Soon Kang, e
mestre em Taekwondo ITF com Maximilia-
no Quevedo. Em 2003, criou a DPU Krav
Magá Brasil, o Boxe Urbano, um sistema
de Defesa Pessoal que tem como objetivo
auxiliar o cidadão comum no combate à
violência urbana. Mestre Jefferson da Silva
é o criador e administrador da Imoogi Aca-
demia, em São Bernardo do Campo, filiada
à Associação Brasileira de Defesa Pessoal
Urbana (ABDPU), que tem o respaldo da
equipe (mestre Jaca e os professores Edu-
ardo Gutierrez, André Raul e Bruno).
>>(11) 977701 0020 / 2866 3474
>> mestre.jeferson@abdpu.org
>> / mestre.jefersondasilva
Prof.
>> Chrystofer Jonathan
O professor de Hapkido, Chrysto-
fer Jonathan Ribeiro Souza (1ºdan),
nasceu em Itajubá, Minas Gerais, e é
conhecido no Sul de seu estado como
kyosanim Jonathan.
Desde que ingressou na arte mar-
cial, aprendeu a superar os próprios li-
mites e que é imposto pela sociedade.
Seus principais mestres foram Luiz
César Grotti dos Santos (mestre Luizão) e
André Simões Nagaoka (mestre André).
Exerce a função de professor des-
de 2012. As regiões de atuação são
Itajubá e Santa Rita do Sapucaí. De
acordo com ele, o Hapkido pode mu-
dar vidas porque expande a consciên-
cia e desenvolve a coordenação mo-
tora no ambiente social. “Apesar das
diferenças, todos se unem em uma só
fraternidade para trilhar o caminho da
evolução humana.”, disse.
O kyosanim tem curso de mecânica
e manuseio de armamentos. É socorris-
ta, brigadista de incêndio, representan-
te do Hapkido Bum Moo Kwan no Sul
de Minas Gerais pela Associação Gar-
ras Brasil Taekwondo e Hapkido, e o
novo representante comercial da Bue-
no Editora e revista Master na região.
>>(35) 8814-3319
>>emconstantetreinamento@hotmail.com.br
>> HapKiDo.Itajuba.G.B
JEET KUNE DO
GALERIA BLACKBELT
Mestre
>> Edmárcio Rodrigues
O professor cearense tem uma mul-
tiformação: é faixa preta de Luta Livre,
faixa roxa quarto grau de Jiu Jitsu, faixa
preta primeiro grau técnico em Wing
Chun, instrutor associado em Jun Fan
Gung Fu e Jeet Kune Do e guru em Artes
Filipinas Kali Silat e Panantukan.
O Jeet Kune Do, em especial, conhe-
ceu entre as décadas de 80 e 90. Em
2009, após um período de treinos de
Jeet Kune Do, resolveu se filiar a uma
entidade credenciada na América Latina
e procurar um professor que seguisse
a linhagem de Dan Inosanto. A partir
disso, estudou com o shifu Salem Assli,
sendo seu representante, coordenador e
primeiro instrutor no Brasil.
Edmárcio Rodrigues, de 41 anos, é o
primeiro instrutor oficial de Jeet Kune Do
no país. Da mesma forma que graduou-se
nesta arte marcial, também estudou Kali
e seus diversos sistemas. Ao longo da
jornada, representou vários segmentos. É
campeão de Sanda Kung Fu - Kickboxing
e Kuoshu (Full Contact Chinês), campeão
cearense e Norte Nordeste, e fez várias
lutas de Karate de Contato e MMA.
Ministra aulas desde os 18 anos, en-
sinando Kung Fu, Wing Chun, Shaolin e
Kickboxing. Mantém o próprio dojô, onde
oferece aulas de Jeet Kune Do, Kali, Wing
Chun e sistemas de Grappling, e orienta
militares, policiais e homens de segurança
em geral sobre técnicas de combate corpo
a corpo. Seus objetivos são
transmitir ensinamentos,
assim como o legado de
seus professores.
>> (85) 98944 66007
>> edmarcioacjkd@yahoo.com.br
>> www.jeetkunedoekalibrasil.com.br
KUNG FU
KARATE
Mestre
>> Valbson Jorge Teixeira
Obstinado e sonhador, o shihan Val-
bson Jorge nasceu em Belém, no Pará,
Região Norte, e é 7º dan em Karate Full
Contact (Seishin Kyokushin). Seu maior
influenciador é o criador do Karate
Kyokushin, Masutatsu Oyama, a quem
ele define como o maior guerreiro.
A obra de Oyama lhe ensinou valo-
res que são persuadidos até hoje em sua
vida, inclusive sobre a relevância de ser
faixa preta. “Faixa não é apenas para ser
amarrada na cintura. É um compromisso
com as artes marciais. Ter conquistado
a faixa preta foi uma conquista, ou me-
lhor, um sonho realizado”, conta.
Com um estilo de treinamento tradi-
cional, mantém a originalidade do estilo
com muito respeito.
Profissionalmente, pretende conti-
nuar praticando o Seishin Kyokushin por
bastante tempo e semear esta semente
marcial entre os alunos. “Não foi fácil a
jornada que percorri para ser um vence-
dor. É preciso ter muita determinação e
manter o foco”, detalha.
Valbson Jorge Teixeira dos Santos,
de 42 anos, atua na capital paraense, é
educador e microempreendedor de arti-
gos esportivos. Sua disciplina está muito
associada aos valores transmitidos dentro
dos tatames e também em razão de sua
religiosidade. “Enquanto Deus for o meu
chão, não há quem me derrube”, pontua.
>> (91) 98725 9549
>> valbson.jorge@gmail.com
>> Valbson Jorge Kyokushin
3º Duan
>> Cleber Dias da Silva
Graduado 3º duan do estilo Fei Hok
Phai pela Associação de Kung Fu Shao-
lin do Sul, é aluno direto do Grão-Mestre
Benedito de Barros Filho, que é mais que
um professor para ele. “Na verdade, é
como se fosse um pai, além de amigo,
conselheiro e exemplo de vida”, pontua.
Na atualidade, treina também com o
mestre Thiago William Barrros, um dos
principais atletas de Kung Fu Tradicional.
Conquistou a faixa preta aos 13 anos
e tem mais de 25 anos de magistério mar-
cial. O professor Cléber Dias morou em
Santa Catarina por 13 anos, porém, retor-
nou a São Paulo em 2015, quando passou
a lecionar Kung Fu e Sanda (modo particu-
lar) e aulas voluntárias de Tai Chi Chuan
para a comunidade através do projeto
“Ação Marcial”.
Além de aulas particulares, a Asso-
ciação Shaolin do Sul trabalha com o pro-
jeto “Ação Marcial”, idealizado por Thiago
William Barros. Na região de Caraguatatu-
ba/SP, o projeto foi aprovado pelo Fundo de
Incentivo ao Desporto Amador (FIDA), da
Secretaria Municipal de Esportes e Recre-
ação. Além do Kung Fu, que é sua grande
paixão, graduou-se em Administração de
Empresas e Practitioner em Programação
Neolinguística - Mestre Reiki. Ministra au-
las de Kung Fu Tradicional, Sanda (Boxe
Chinês) e Tai Chi Chuan em Caraguatatuba
e Taubaté, e é terapeuta holístico.
>> (12) 98179-6054
>> www.shaolindosul.com
>> /profcleberdias
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 GALERIA BLACKBELT
MUAY THAI
JUDÔ
7° dan
>> Satoru Ebihara
Nascido na província de Kagoshima,
uma das primeiras cidades japonesas, o
sensei Satoru Ebihara, 7º dan, estreou no
Judô ao lado do pai, na academia de seu
tio, um competente capitão do Exército.
Em 1958, o pai resolveu tentar uma
nova vida no Brasil. A família desembarcou
na cidade de Santos, no Litoral Sul de São
Paulo, em 1959. Em pouco tempo no novo
lugar, se dispôs a procurar academias lo-
cais que oferecessem aulas do “Caminho
Suave. Nesta busca, encontrou a Acade-
mia Kurachi, fundada pelo pioneiro do Judô
na Baixada Santista.
Sensei Kurachi adorou conhecer aque-
le menino cheio de sonhos e de amor à mo-
dalidade, recém-chegado do Japão. Toda-
via, soube que alguns praticantes estavam
indo treinar em São Paulo e também quis
fazer o mesmo.
A academia era a Associação de Judô
Budokan e Jiu Jitsu, situada na Liberdade.
Neste espaço, afiou suas técnicas com o
sensei Ryuzo Ogawa (in memoriam), per-
sonalidade que reverencia até hoje.
Em 1968, aos 15 anos, foi convidado
pelo diretor de esportes, César Natali, a mi-
nistrar aulas. Menor de idade, teve de pedir
permissão ao pai, a quem sempre respeitou.
Em 1982, seguiu a trabalho para Porto
Alegre, no Rio Grande do Sul, represen-
tando a Confederação Brasileira de Judô
(CBJ), presidida na época por Sérgio Adib
Bahi. Sensei Satoru organizou e fez a atu-
alização técnica da Federação Gaúcha de
Judô, Federação Catarinense e Paranaen-
se, permanecendo na região por 24 anos.
Depois, retornou a Santos, lecionando
por lá e em várias cidades de São Paulo. O
kodansha não enfrentou duras lutas apenas
dentro do tatame, mas fora dele. Nem mes-
mo quatro Acidentes Vasculares Cerebrais
(AVC’s) e a paralisação do braço direito
o impediram de continuar a batalha pela
vida. Aos 67 anos, continua participando
da academia. Em um levantamento feito
>>por um jornalista, estima-se que tenha
>>
transmitido os valores judoístas para mais
de 20 mil alunos.
>> (13) 991684746
42 | REVISTA MASTER 10
TAEKWONDO
3º Duan
>> Anderson Boyka
Anderson Pereira de Castro (Boyka), de
25 anos, nasceu em Curitiba/ PR. é atleta
profissional de Muay Thai e Kickboxing,
bem como professor dessas modalidades.
Possui 43 lutas no cartel e detém
nove cinturões. É tricampeão paranaense
de Kickboxing, bicampeão sul-americano
de Kickboxing e campeão internacional
de Muay Thai, ambas chanceladas pela
International Sport Kickboxing As­so­ciation
(ISKA), uma das maiores enti­ dades de
artes marciais do mundo, pre­sente em
vários países. Possui com Anderson
Batista, uma equipe de boxe.
Em determinado momento da vida,
Boyka trabalhava durante dia em uma
transportadora, e à noite, ministrava aulas
e treinava. Mas o sacrifício valeu a pena
e hoje tem sua própria equipe e conti-
nua competindo. “Sou responsável pelos
meus treinos e alimentação. A preparação
física é baseada no trabalho do treinador
William André, do Chapecoense, e no dia
a dia, aprendo técnicas de combate. Estou
pronto para competir em eventos regio-
nais ou internacionais. Em breve, dispu-
tarei o título mundial da ISKA e seletivas
para o Glory”, comenta.
Como professor, atua na BK Top Team,
em Arapongas, no Paraná, referência em
camping para atletas, condicionamento
físico e perda de peso. A academia
disponibiliza aulas
de Boxe, Muay
Thai e Kickboxing.
>> (43) 9638 1181
>> andersonboycathai@gmail.com
>> Anderson Boyka
2º Dan
>> Paulo Lopes Mathias
Nasceu na cidade de São Paulo e é 2º
dan em Taekwondo. O amor pelas artes
marciais surgiu na década de 1990, por inter-
médio de um amigo que praticava Kung Fu.
Após inúmeras visitas às academias e
assistir a muitas aulas e demonstrações,
se identificou com a “plasticidade”, dina-
mismo e eficiência do Taekwondo.
Iniciou as aulas em 1994, na academia
do mestre Gilberto Seon, da qual permanece
até hoje. Em 23 anos de carreira e amor pelo
esporte, participou de inúmeros eventos e
conquistou vários títulos, como o de bicam-
peão da Copa Ipiranga (2011, 2012) e o de
campeão do Torneio Seon de Poomsae.
Um de seus grandes apoiadores neste
caminho marcial é o GM Gilberto Seon,
que sempre acreditou em seu potencial
e o incentivou a persistir. No Taekwondo,
seus planos são ministrar aulas, algo que
já vem acontecendo com o acompanha-
mento de seu mestre, e atuar em algum
projeto social.
De acordo com Paulo, ser faixa preta
expressa todo seu esforço e dedicação.
“Para mim, a faixa preta é só o início de
uma nova fase, onde os treinamentos
físicos e teóricos se aprimoram e deve-
mos estar sempre prontos para aprender
e desenvolver, abertos aos ensinamentos,
e sempre ter humildade e respeito com
os nossos mestres, colegas graduados
e alunos, aprendendo e ensinando todo o
conhecimento assimilado”, fala.
O 2º dan é ainda técnico em mecânica
de formação e especializado em manuten-
ção de aeronaves com homologação da
ANAC, e possui vários cursos relacionados
a diversas empresas e tipos de aeronaves.
>> (11) 4092-2345
>> mathiasplm5@gmail.com
>> profile.php?id=100012739027121
“A leitura é para o intelecto o que o exercício é para o corpo.”
Joseph Addison

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