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SOCIEDADE EDUCACIONAL NEO MASTER

LORENZO COELHO DE ANDRADE VILLELA DE BIASSIO

JUDÔ

PONTA GROSSA
2015
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SOCIEDADE EDUCACIONAL NEO MASTER

LORENZO COELHO DE ANDRADE VILLELA DE BIASSIO

JUDÔ

Trabalho de conclusão de curso apresentado como


requisito para aprovação na disciplina de Metodologia
Científica do Ensino Fundamental I do Colégio Neo
Master.
Orientador: Prof. Jean Carlos Bobato

PONTA GROSSA
2015

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LORENZO COELHO DE ANDRADE VILLELA DE BIASSIO

JUDÔ

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito para aprovação


na disciplina de Metodologia Científica do Ensino Fundamental II do
Colégio Neo Master.

Ponta Grossa, _____ de Outubro de 2015.

____________________________________________________________________
Prof. Orientador Jean Carlos Bobato

____________________________________________________________________
Prof. Nome e Sobrenome do professor

____________________________________________________________________
Prof. Nome e Sobrenome do professor

Nota _______

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Dedicatória

Das muitas homenagens a serem feitas, no decorrer da minha passagem pelo


ensino fundamental que não caberiam neste restrito espaço algumas não podem
deixar de ser mencionadas:

Aos meus pais por me apoiarem incondicionalmente e me ajudarem a ser quem eu


sou e a saber o que eu sei e sem eles nada disso seria possível.

Dedico esse trabalho a todos que acreditaram em mim e um dia me ajudaram.

4
Agradecimentos

Agradeço ao meu sen-sei Fabricio Ferreira da Rosa por me apresentar ao judo e me


ensinar sobre esse esporte e sobre toda a historia e a arte por traz do mesmo,
agradeço também a todos os meus colegas de treino por me ajudarem a melhorar e
a me ensinarem coisa novas.

Agradeço ao meu professor orientador Jean Carlos Bobato por me auxiliar a


desenvolver este trabalho.

Agradeço aos meus colegas de sala pela ajuda e pelos momentos de descontração.

Enfim agradeço a todos que me ajudaram e tornaram possível a realização deste


trabalho.

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RESUMO

Este trabalho tem como objetivo explicar sobre um esporte que é uma
filosofia de vida, uma arte marcial e uma defesa pessoal e que a pouco tempo se
reinventou e se adaptou para receber também portadores de necessidades
especiais, mais que não é muito difundido atualmente pela mídia o Judô. Visando
contar à história que envolve o judô e seus benefícios como atividade física e defesa
pessoal. Alem de abordar as regras que envolvem o esporte e seus objetivos.
Contudo, apresentando o judô para deficientes, pois todos temos o direto de praticar
uma atividade física independente do grau de habilidade ou deficiência física.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 8
2. HISTÓRIA DO JUDÔ.........................................................................................9
2.1 JUDÔ NO BRASIL............................................................................................14
3. REGRAS.............................................................................................................16
3.1 FAIXAS DO JUDÔ............................................................................................19
4. JUDÔ PARA DEFICIENTES..............................................................................20
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 24
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 25
7.ANEXOS..............................................................................................................27

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1. INTRODUÇÃO

O Judô é uma arte marcial que possui origem relacionada à religiosidade e


cultura japonesa, difundiu-se pelo mundo divulgando costumes e o modo de vida
nipônico. Chegou ao Brasil e tornou-se a modalidade esportiva que hoje possui o
maior número de praticantes no país ou seja, 2 milhões de praticantes. Tornou-se
esporte olímpico em 1964 em Tóquio (Lancellotti, 1996), como modalidade de
demonstração e em 1972 foi incluído como modalidade oficial na olimpíada de
Munique (Lancellotti, 1996). O Judô já é um esporte centenário e com origens
milenares, pois deriva do Jujitsu (Kodokan, 1955), mas mesmo com o seu sucesso,
tanto como sua divulgação em todo país, tanto quanto as vitórias obtidas pelos seus
atletas em competições internacionais, muito pouco se tem estudado sobre esse
esporte no Brasil.

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2. HISTÓRIA DO JUDÔ

Desde a pré-história o homem se utiliza do corpo para conseguir sua


sobrevivência, ora para conseguir seu alimento através da caça e colhendo vegetais
ou travando combates com outros homens em defesa de seu território ou mesmo se
defendendo de adversidades. Com a evolução das civilizações foram surgindo
formas sistematizadas e diferenciadas de combates corporais a ponto destas formas
assumirem caráter de estilos de vida baseados em filosofias e valores. Aí citamos os
samurais, os espartanos, os mouros entre outros grandes guerreiros conhecidos
pela historia da humanidade.
Fazendo uma leitura da historia da humanidade e mesmo da educação, fica
evidenciado como as lutas e mesmo os esportes de combate, sempre
tiveram ligação com a cultura corporal humana. Com o passar dos tempos e
com o desenvolvimento da civilização, estes ensinamentos foram
disseminados ora informalmente, ora academicamente. (p.11, ALVES,
2008)

Em determinadas nações os combates corporais ou lutas passaram a ter


significado determinado a um conjunto de valores e de significação filosófica, esse é
o caso das artes marciais e de maneira mais especifica temos o Judô, criado e
idealizado mediante uma estrutura social bem distinta onde o combate corporal em
prol da defesa do individuo ou da nação já não era mais necessário, pois nasce com
a intenção de ser segundo seu fundador uma Educação Física Integral.

O judô é uma arte marcial esportiva, foi criada no Japão em 1882, por
Jigoro Kano, um professor de Educação Física tendo como base o “jujútsu”, uma
arte marcial praticada pelos bushi ou cavaleiros do Kama Kura entre os séculos XII e
XIV, Kano tinha como objetivo criar uma técnica de defesa pessoal e ao mesclar
várias artes marciais do Oriente o Mestre Jigoro Kano criou um esporte capaz de
desenvolver não só o físico, mas também espírito e mente.
 
Durante anos, o jovem Jigoro Kano, professor de educação física, se
dedicou a fazer um estudo completo sobre as antigas formas de autodefesa
e, procurando encontrar explicações científicas aos golpes, baseadas em
leis de dinâmica, ação e reação, selecionou e classificou as melhores
técnicas dos vários sistemas de Jujútsu em um novo estilo chamado de
Judô, ou "caminho suave" - Ju (suave) e Do (caminho ou via).
(ALEXANDRE V NUNES)

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Jigoro Kano nasceu em 28 de outubro de 1860 em Mikage no Japão,
terceiro filho de Jirosaku Mareshiba Kano, alto funcionário da marinha imperial, seu
plano para Jigoro Kano era outro, porém ele que tinha personalidade forte preferiu
seguir o magistério. Ainda garoto por ter físico fraco e baixa estatura, medindo
apenas 1,50 metros e pesando 48 quilos, tinha dificuldades para ingressar na
maioria dos esportes. Em 1871 com 11 anos de idade foi para Tóquio para estudar
inglês, que era indispensável para o futuro de qualquer jovem estudante e que o
ajudaria mais tarde como professor.

Aos 16 anos para fortificar o corpo começou a praticar ginástica, remo e o


basebol. Mas mesmo assim estes esportes eram muito violentos para seu tipo físico.
Nas brigas entre estudantes sempre perdia e como filho de Samurai se sentia
diminuído em sua autoestima decidiu então estudar o jiu-jitsu. Teve vários
professores que lhe ensinaram lições preciosas o primeiro Teinosuke Yagi. Depois
em 1877 foi discípulo do mestre Hachinosuke Fukuda, em seguida foi aluno do
mestre Masatomo Iso, que possuía os segredos de uma escola derivando
igualmente do Teshin Shinyo Ryu. Infelizmente, Masatomo Iso, morreu muito cedo e
ele encontrou-se novamente sem professor. Kano continuou a treinar e procurou o
mestre Tsunetoshi Likugo que lhe ensinou a técnica da escola Kito Ryu. Como Kano
até então só praticara sempre as lutas corpo a corpo, sempre usando roupas
normais, a escola de Kito ensinou-lhe o combate com armadura “Pouco a pouco,
Kano fez a síntese das diversas escolas criando um sistema próprio de disciplina,
continuando, no entanto a treinar com o mestre Likugo até 1885” (Davi H Arrebola).

Em 1882, o mestre Kano fundou o Instituto Kodokan. O termo Kodokan se


decompõe em ko (palestra, estudo, método), do (caminho ou via) e kan (Instituto).
Assim, significa "um lugar para estudar o caminho", o que explica muito bem a
intenção do fundador da arte.

Além de tornar o ensino da arte marcial como um esporte, Jigoro Kano


desenvolveu uma linha filosófica baseada no conceito ippon-shobu (luta pelo ponto
perfeito) e um código moral. Assim, ele pretendeu que a prática do Judô fortalecesse
o físico, a mente e o espírito de forma integrada. Com seu trabalho, Jigoro Kano

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conseguiu criar uma modalidade que não se restringe a homens com vigor físico,
mas se estende a mulheres, crianças e idosos, de qualquer altura e peso.

A Kodokan estava localizada no segundo andar de um templo budista no


bairro de Shimoya em Tóquio, onde havia doze jos (jo medida de superfície, módulo
de tatame media 20m²), foi um período difícil, mas apaixonante para o jovem
professor, ali a escola progrediu e em breve tornou-se famosa. Kano modificou o
velho jujútsu para torna-lo acessível, pois enxergava que os objetivos não eram
voltados para a educação física ou para a moral, nem muito menos para a cultura
intelectual, via que alguns mestres desta arte ganhavam a vida organizando
espetáculos entre seus alunos, por meio de lutas, cobrando daqueles que
quisessem assistir em resumo o jujútsu estava caindo em descrédito razão pela qual
evitou o termo jujútsu e adotou o judô ou escola de Judô Kodokan, apesar de soar
um pouco longo.
A roupa para se praticar judô é o judogui, o quimono de judô, a contração de
“judo + dogi”, o que traduzindo livremente seria algo como uniforme utilizado pelo
judoca. O judogui do judoca se divide em: Uwagui (casaco ou
paletó), Shitabaki (calça), Obi (faixa) e Zori (sandália). O judogui representa a mente,
por isso deve ser branco, puro e imaculado; a faixa corresponde ao caráter, a
formação judoistica envolve muita responsabilidade dos atos dentro e fora do
tatame.
Jigoro Kano desenvolveu a nova arte, o mestre tinha duas formas distintas
de técnicas: de amortecimento de quedas (ukemis), também técnicas de
imobilizações (osáe wáza), chaves e estrangulamentos (Kansetsu-Wáza e Shime-
Wáza), golpes de projeção (Naguê Wáza), técnicas de socos e chutes e técnicas de
ataque a pontos vitais (Atemi-Wáza). O esporte evoluiu hoje para outras formas de
defesa pessoal (goshin-jutsu).

Procurando encontrar explicações científicas aos golpes, baseados em leis


de dinâmica, ação e reação, selecionou e classificou as melhores técnicas
dos vários sistemas de jujútsu, juntamente com os imigrantes japoneses
dando ênfase principalmente no ataque aos pontos vitais, nas lutas de solo
e nos golpes de projeção. Inseriu princípios básicos como os do equilíbrio,
da gravidade e do sistema de alavancas nas execuções dos movimentos
lógicos. Estabeleceu normas a fim de tornar o aprendizado mais fácil e
racional. Idealizou regras para um confronto esportivo, baseado no espírito
do ippon-shobu (luta pelo ponto completo). Procurou demonstrar que o
jujutsu aprimorado, além de sua utilização para defesa pessoal, poderia
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oferecer aos praticantes, extraordinárias oportunidades no sentido de serem
superadas as próprias limitações do ser humano. (Wikipédia, 2008)

Segundo Alexandre Nunes o código moral criado por Jigoro Kano visa
fortalecer o caráter filosófico do judô para que as pessoas que o praticassem
tivessem um crescimento interior e filosófico voltado a oito princípios básicos de
conduta moral que seriam:

 Cortesia, para ser educado no trato com os outros;

 Coragem, para enfrentar as dificuldades com bravura;

 Honestidade, para ser verdadeiro em seus pensamentos e ações;

 Honra, para fazer o que é certo e se manter de acordo com seus princípios;

 Modéstia, para não agir e pensar de maneira egoísta;

 Respeito, para conviver harmoniosamente com os outros;

 Autocontrole, para estar no comando das suas emoções;

 Amizade, para ser um bom companheiro e amigo.

As artes marciais e/ou esportes de combate hoje se constituem em


atividades que, em sua maioria, respondem como modalidade esportiva, devido ao
fato de serem tratadas como mercadoria, sendo expostas em diversos formatos de
mídia, em sua grande maioria de casos de maneira superficial, sem a transmissão
ao publico expectador do significado cultural e filosófico que muitas dessas
modalidades possuem em sua terra de origem. O Judô como esporte e/ou como
definiu seu fundador Jigoro Kano uma Educação Física Integral é dotada de
princípios importantes como:

1. Princípio da Máxima Eficácia do Corpo e do Espírito. É ao mesmo


tempo a utilização global, racional e utilitária da energia do corpo e do
espírito. Jigoro Kano afirmava que este princípio deveria ser aplicado
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no aprimoramento do corpo. Servir para torná-lo forte, saudável e útil.
Podendo ainda ser aplicado para melhorar a nutrição, o vestuário, a
habitação, a vida em sociedade, a atividade nos negócios na maneira
de viver em geral. Estando convencido que o estudo desse princípio,
em toda a sua grandeza e generalidade, era muito mais importante e
vital do que a simples prática de uma luta.
2. Princípio da Prosperidade e Benefícios Mútuos. Diz respeito à
importância da solidariedade humana para o melhor bem individual e
universal. Achava ainda que a ideia do progresso pessoal devia ligar-
se a ajuda ao próximo, pois acreditava que a eficiência e o auxílio aos
outros criariam não só um atleta melhor como um ser humano mais
completo.
3. Princípio da Suavidade (Ju). Ju ou suavidade é o mais diretamente
físico, mas que no entender de Jigoro Kano deveria ser levado ao
plano intelectual. (Wikipédia, 2008).

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2.1 JUDÔ NO BRASIL

A imigração japonesa foi o fator mais importante para o surgimento do judô


no Brasil. A influência exercida por lutadores profissionais representantes de
diversas escolas de ju-jutsu japonês também contribuiu para o desenvolvimento do
judô. O início do judô no Brasil ocorreu sem instituições organizadoras. Apenas na
década de 1920 e início dos anos 1930 chegaram ao Brasil os imigrantes que
conseguiram organizar as práticas do judô e kendô no país.
Em São Paulo, destaque para Tatsuo Okoshi (1924), Katsutoshi Naito
(1929), Tokuzo Terazaki (1929 em Belém e 1933 em São Paulo), Yassuishi Ono
(1928), Sobei Tani (1931) e Ryuzo Ogawa (1934). Takaji Saigo e Geo Omori, ambos
com vínculo na Kodokan, chegaram a abrir academias em São Paulo na década de
1920, porém, essa atividade não teve continuidade. Na década de 1930 Omori foi
instrutor na Associação Cristã de Moços no Rio de Janeiro e, posteriormente, se
radicou em Minas Gerais. No norte do Paraná, nas cidades de Assaí, Uraí e
Londrina, o judô deu seus primeiros passos com Sadai Ishihara (1932) e Shunzo
Shimada (1935). Os primeiros professores a chegarem ao Rio de Janeiro, foram
Masami Ogino (1934), Takeo Yano (1931), Yoshimasa Nagashima (1935-6 em São
Paulo e 1950 no Rio de Janeiro) e Geo Omori, vindo de São Paulo (1930
aproximadamente).
A chegada dos primeiros professores-lutadores também deixou o seu
legado. Dentre os pioneiros se destacaram, Mitsuyo Maeda e Soishiro (Shinjiro)
Satake, alunos de Jigoro Kano. Eisei Mitsuyo Maeda, também chamado Conde
Koma, chegou ao Brasil em 14 de novembro de 1914, entrando no país por Porto
Alegre. Junto com ele chegaram Satake, Laku, Okura e Shimisu. Em 18 de
dezembro de 1915 a trupe de lutadores chegou a Manaus, mas antes disso rodou o
Brasil em demonstrações e desafios. Conde Koma se radicou em Belém do Pará,
em 1921, enquanto Satake ficou em Manaus, onde ministrava aulas no Bairro da
Cachoeirinha ainda na década de 20.

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Maeda fundou sua primeira academia de judô no Brasil no Clube do Remo,
bairro da cidade velha. A contribuição dos imigrantes japoneses que divulgaram o
judô parece ter sido mais importante do que a contribuição de Conde Koma, e seus
companheiros lutadores. Da chegada do Kasato Maru ao Brasil (1908) até a
Segunda Guerra Mundial, os nomes e as práticas se confundiam. Encontra-se na
literatura judô, jiu-do, jujutsu, jiu-jitsu e ainda jiu-jitsu Kano, muitas vezes para
designar a mesma prática. A institucionalização do esporte, inicialmente organizada
pela colônia japonesa, depois sob o controle da Confederação Brasileira de
Pugilismo e finalmente a criação da Confederação Brasileira de Judô foram os
passos para a diferenciação das práticas de luta e a organização do judô no país.
A primeira instituição a ‘coordenar’ o desenvolvimento do judô kodokan no
Brasil foi a Ju-kendo-Renmei a partir de 1933 em São Paulo e 1937 no Paraná. A
partir do ingresso do judô como modalidade olímpica nos Jogos de Tokyo em 1964,
passaram-se a se organizar as instituições federativas do judô brasileiro. A
Confederação Brasileira de Judô foi fundada em 18 de março de 1969, sendo
reconhecida em 1972, quando o Brasil conquistou a primeira medalha olímpica. A
partir de 1984 o país estabeleceu uma tradição vitoriosa em Jogos Olímpicos,
conquistando medalhas em todas as edições. Com federações nos 27 estados e
mais de um milhão de praticantes, o judô assumiu, em 2012, a posição de esporte
brasileiro com maior número de medalhas em edições dos jogos olímpicos.
(ALEXANDRE V NUNES)
Já no Paraná o judô teve seu início em 1935, no município de Assaí,
localizada a 45 quilômetros de Londrina, ao norte do estado. Inicialmente, um grupo
de seis amigos (Shunzo Shimada, Shiro Suzuki, Hideo Takikawa, Yutaka Tanabe e
os irmãos Ueda) sem grandes anseios, decidiram praticar o caminho suave,
treinavam na Associação de Funcionários da Fiação Bratac. Nesse caminho, em
1937, surgiram alguns idealistas como Matsumaro Sakurada, Tarsuo Ueno,
ItssukeNishimura, Sussumo Nomura e Tsukasa Itami. Acreditando na ascensão do
esporte, fundaram, em 1937, uma filial da Ju-Kendô Renmei. A sede dessa entidade
tinha sido criada em São Paulo e objetivou divulgar o judô e o kendô em território
brasileiro. A sede foi inaugurada com grandes festividades, tendo como professores
de judô, Kikuti e Shiro Suzuki, e de início 24 alunos.(JOSMAR COUTO)
.

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3. REGRAS

O judô além de ser uma arte marcial japonesa ela também é um esporte
olímpico, e como todo esporte ele possui regras para suas competições e essas
regras são determinadas pela IJF (Federação Internacional de Judô). Irei citar a
maioria das regras.

A área de competição deverá ter 14m x 14m devendo ser recoberta por
tatamis ou material similar aceitável, geralmente de cor verde. A área
interna, “área de combate” e terá, sempre, 8m x 8m. A área fora da “área de
combate” será denominada “área de segurança” e terá uma largura de 3
metros (Federação Paulista de Judô,1998, p. 3).

Os tatamis são o espaço onde a luta ocorre e segundo a FPJ devem ser

Em geral, medindo um metro por dois metros, fabricado de palha prensada


ou, mais frequentemente, de espuma prensada. Devem ser firmes sob os
pés, tendo a propriedade de absorver choques durante as quedas e não
poderão ser escorregadios, nem muito ásperos. Estas peças, que
constituem a quadra de competição devem ser alinhadas, sem espaços
entre si, em superfície lisa e afixadas de forma que não possam separar-se.
(Federação Paulista de Judô,1998, p. 4).

A pontuação no judô é dada por: Ippon é a maior pontuação e se recebida à


luta termina e o vencedor é decidido, Wazari é a segunda maior pontuação e é uma
metade de Ippon, ou seja, se você receber dois Wazari terá automaticamente um
Ippon, Yuko é a menor pontuação e ela não se “soma”, ou seja, um Yuko nunca será
Ippon. Essas pontuações pode ser conseguidas tanto na luta em pé quanto na luta
de solo.

Um ippon é dado quando se derruba o adversário de costas (com os dois


ombros no tatame) ou o imobiliza por 20 segundos, já um wazari é dado quando se
derruba o adversário com um ombro no tatame ou o imobiliza por 15 segundos e um
Yuko é dado quando se derruba o adversário de lado ou o imobiliza por 10
segundos. Uma imobilização é valida quando um judoca esta controlando o outro
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fazendo o outro ficar com as costas no tatame, para expressar que a imobilização
esta valendo é sinalizado o ossae-komi.

As faltas ou shido são dadas em: Shido como a primeira falta, Chui como a
segunda falta, Keikoku como a terceira falta e Hansoku-Make como a quarta e ultima
falta, pois quando é dada, o judoca que a recebeu é expulso e perde a luta. Se o
judoca receber uma, duas ou três faltas nada acontece, pois elas servem apenas
para desempate caso a luta acabe empatada, para expressar a parada luta é
sinalizado matte.

Segundo a FPJ Para se expressar as regras ou as pontuações além do


comando verbal são utilizados gestos como:

 IPPON: Elevar o braço para o alto, com a palma da mão espalmada e voltada
para frente, por cima da cabeça.

 WAZA-ARI: Elevar um dos seus braços com a palma da mão voltada para
baixo, lateralmente à altura do ombro.

 YUKO: Elevar um dos seus braços, lateralmente, com a palma da mão


voltada para baixo, a 45 graus do seu corpo.

 MATTE: Elevar uma mão na altura do ombro e com braço elevado,


paralelamente ao tatami, indicar a palma da mão com os dedos para cima,
em direção ao cronometrista.

 KACHI (para indicar o vencedor do combate): Levantar uma das mãos


espalmadas, na altura do ombro, na direção do vencedor.

 OSSAE-KOMI: Estender um braço em direção aos competidores, com a mão


voltada para baixo de frente aos competidores e inclinando-se em direção a
eles.

 PARA APLICAR UMA PENALIDADE (SHIDO, HANSOKU-MAKE): Apontar na


direção do competidor o dedo indicador estendido, com o punho fechado.
(Federação paulista de Judô, 1998, p 11 e 12)
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As lutas tem um tempo pré-definido para homens 5 minutos de tempo real
de combate, para mulheres 5 minutos de tempo real de combate e para Junior
masculino e feminino 4 minutos de tempo real de combate (Federação paulista de
Judô, 1998, p 14).

3.1 FAIXAS DO JUDÔ

No judô existe a ordem de graduação de faixa que indica o nível de


conhecimento do praticante e essa ordem é: branca, cinza, azul, amarela, laranja,
verde, roxa, marrom, preta - 1º Dan, preta - 2º Dan, Preta - 3º Dan, preta - 4º Dan,
preta - 5º Dan, Vermelha e Branca - 6º Dan, vermelha e Branca - 7º Dan, vermelha e
Branca - 8º Dan, vermelha - 9º Dan, Vermelha 10º Dan. A graduação é dada ao
atleta normalmente anualmente ou conforme o atleta adquire conhecimentos e
vivencia do esporte. As faixas significam que o atleta melhora de nível e para isto é
graduado com as cores diferentes de faixas. Sendo que para certas mudanças deve
ter determinada idade para poder acompanha os ensinamentos de técnicas como as
de estrangulamento e chaves de braço que só podem ser utilizadas em competições
por atletas maiores de 15 anos.

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4. JUDÔ PARA DEFICIENTES

O judô adaptado teve inicio no Brasil na década de 80. A prática do judô


acontecia muitas vezes dentro das academias onde às vezes apareciam alunos com
deficiência visual e então caberia ao professor adaptar as aulas para que estes
alunos participassem das atividades. No entanto não existiam muitas competições
específicas para estes alunos.  Atualmente os atletas tem grande incentivo por parte
do governo para que ocorra a participação dos mesmos em competições nacionais e
internacionais. Uma vez que uma parcela das bolsas é destinada a atletas
paraolímpicos praticantes de judô. O judô é uma das modalidades organizadas pela
Confederação Brasileira de Esportes para Deficientes (CBDV). 

As regras do judô são praticamente as mesmas do judô convencional, apenas


com a alteração no inicio da luta, uma vez que no judô paraolímpico o combate inicia
quando ambos os atletas estiverem segurando no quimono do adversário. A luta
também é interrompida quando os atletas perdem o contato e não há punições para
quem sai da área de combate.

O judô proporciona uma vasta vivência motora a seus participantes, com a


aprendizagem dos golpes e quedas os alunos desenvolvem a lateralidade, noção
espaço temporal, bem como a melhoria no deslocamento dentro e fora do tatame.
Por outro lado, o professor que ministra as aulas para deficientes visuais tem como
necessidade a verbalização da aula. Uma vez que a demonstração das técnicas não
pode ser utilizada como metodologia de ensino, cabe então ao professor descrever
verbalmente como serão os golpes com riqueza de detalhes. Além do
enriquecimento por parte dos alunos o professor ganha profissionalmente muito com
esta prática. Atualmente a CBDV organiza o Grand Prix de judô para cegos, evento

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que ocorre duas vezes ao ano e que tem como objetivo a divulgação do esporte por
todo o país. Além dos torneios descritos anteriormente o judô para deficientes
visuais foi incluído no maior evento paraolímpico brasileiro as "Paraolimpíadas
Escolares", com participação de alunos com idade entre 12 e 18 anos, e organizado
pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro.
Segundo Vilhena (2011) o judô agrega atualmente um grande número de
praticantes de todas as idades, incluindo deficientes físicos ou mentais (deficientes
visuais, deficientes auditivos, deficientes mentais e portadores de síndromes), para
essas pessoas praticarem o judô ele tem que receber modificações conforme a
deficiência do praticante.
Grosso et al. (2007) apud Mataruna (2006) estima que a modalidade seja
praticada por mais de duas mil e seiscentas pessoas entre as deficiências visuais,
auditiva, mental e física.
Oficialmente só é reconhecido o judô para deficientes visuais e ele faz parte
das modalidades das paraolimpíadas desde a olimpíada de Seul em 1988 e suas
regras são muito parecidas com as do judô normal. As categorias são classificadas
pelo peso como no judô normal porem existe outra classificação segundo o Comitê
Paraolímpico Brasileiro que é de acordo com o grau de deficiência visual e são:
 B1 – Cego total: de nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a
percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma
mão a qualquer distância ou direção.
 B2 – Lutadores que já têm a percepção de vultos. Da capacidade em
reconhecer a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 ou campo
visual inferior a 5 graus.
 B3 – Os lutadores conseguem definir imagens. Acuidade visual de 2/60 a 6/60
ou campo visual entre 5 e 20 graus.

No entanto as divisões participam juntas das competições. 

“O Judô tem se destacado por suas características e por ser um desporto


que tem no desenvolvimento da arte tão ou mais importância que o objetivo de
vencer.” (RUSSO; SANTOS, 2001, p. 3), e para Daltro (2004), as atividades motoras
ocasionam o desenvolvimento da autonomia e da independência e para Vilhena
contribui também com a melhoria da autoestima desses indivíduos, e

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consequentemente, uma alteração positiva em suas relações sociais. Pessoas
cegas ou com baixa visão tem as mesmas potencialidades que as demais pessoas,
uma vez que a falta da visão não limita a capacidade de aprender (SÁ; CAMPOS;
SILVA, 2007).

De acordo com Souza; Menezes e Amorim (2009) um número cada vez


maior de pessoas com algum tipo de deficiência física está envolvido em esportes e
atividades físicas, devido aos benefícios motores, psicológicos e sociais resultantes
de tais práticas, e privar essas pessoas da prática do esporte ou da atividade física
pode induzir a diminuição da eficiência dos movimentos, da aptidão física ou até
mesmo das habilidades motoras.

A cegueira não deve ser entendida como a causa de alterações cognitivas,


motoras ou psicológicas, mesmo sendo um fator preponderante no desenvolvimento
infantil, ao se observar algumas limitações e dificuldades em relação à possibilidade
de imitação, coordenação motora, mobilidade, afetividade, controle e interação com
o ambiente (DOMINGUES et al. 2010)

Segundo Roza (2010 apud ALVIM, 1975), o judô não é apenas uma técnica
física para o corpo, mas também um princípio filosófico para o fortalecimento do
espírito, princípio este que será aplicado em todas as fases da vida humana.
Partindo deste princípio, busca-se na presente investigação identificar as possíveis
mudanças ocasionadas pela prática do judô, sobre o domínio psicológico dos
deficientes visuais.

O Judô não é somente uma técnica física para o corpo, mas também um
princípio filosófico para o fortalecimento do espírito. Princípio esse que se
aplicarão em todas as fases da vida humana, em todos os desafios,
combates e contratempos, com que porventura se defrontará o portador de
deficiência visual nas suas atividades, quer sejam esportivas, sociais ou
profissionais (RUSSO; SANTOS, 2001, p. 2).

Segundo Noce, Simim e Mello (2008), a prática regular de uma atividade


física proporciona aos deficientes físicos efeitos positivos na percepção de bons
níveis de qualidade de vida, em todos os seis domínios (domínio físico, psicológico,
nível de independência, relações sociais, meio-ambiente e
espiritualidade/religião/crenças pessoais).

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Jigoro Kano, quando criou o judô, em 1882, não fez inferências sobre a luta
de judô ser adaptável para deficientes, até porque no séc. XIX ainda não havia
conscientização da possibilidade de sua inclusão no meio esportivo (FRANCHINI,
2008; MARQUES et al. 2008; KANO, 2005; DEL VECCHIO e MATARUNA, 2004).

5.CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após diversas pesquisas concluímos que o judô existe de varias formas:


como historia, como filosofia, como arte marcial, como esporte, como atividade física
e como auxiliador no desenvolvimento motor. E abrange pessoas desde idosos,
adultos, jovens, crianças e portadores das mais diversas necessidades especiais.

O judo por ser uma arte marcial auxilia no desenvolvimento de caráter


ensinando o respeito para com todos, a amizade a fraternidade, pois ninguém
pratica este esporte sozinho, todos tem um objetivo e se ajudam para conquistar o
mesmo. Mas o judô é muito mais que apenas isso é um estilo de vida que
proporciona ao seu praticante uma infinidade de caminhos que direcionam a áreas
opostas, mais que estão interligadas por uma única coisa, o judô.

Concluímos também que o judô é benéfico para deficientes não somente


fisicamente, mas sim também psicologicamente, pois ele gera e estimula o convívio
social, alem de criar amizades.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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7.ANEXOS

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