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UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA

FACULDADE DE EDUCAÇÃO E ARTES

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA GINÁSTICA DE ACADEMIA NO BRASIL.

Audrey Alice Inocêncio Ferreira

São José dos Campos/SP

2015
UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA

FACULDADE DE EDUCAÇÃO E ARTES

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA GINÁSTICA DE ACADEMIA NO BRASIL.

AUDREY ALICE INOCÊNCIO FERREIRA

Relatório final apresentado como parte das exigências da


disciplina Trabalho de Conclusão de Curso à Coordenação
de TCC do Curso de Educação Física da Faculdade de
Educação e Artes da Universidade do Vale do Paraíba.

Orientadora: Profª Drª Bruna Oneda

São José dos Campos/SP

2015
Dedicatória

Dedico este trabalho à minha família, em especial aos meus pais Avelino e
Nenzinha, que sempre estiveram me apoiando e principalmente incentivando meu
crescimento pessoal e profissional.
Agradecimento

A Deus,
Aos meus pais Avelino e Nenzinha,
Às minhas irmãs Alessandra, Agda e Aline,
Às minhas amigas Aline Vidal e Sheila Shiga,
À minha orientadora Profª Bruna Oneda,
Ao mestre eternizado no coração Profº Osvaldo Enrique Cimaschi. (In Memorian)
Resumo:
O presente estudo, foi uma revisão de literatura que teve por objetivo analisar
a evolução histórica da ginástica de academia, com suas mudanças e adaptações
para as necessidades atuais. A ginástica que inicialmente era denominada a
qualquer tipo de atividade física, até como forma de sobrevivência, foi se adaptando
às mudanças e seus objetivos se diversificando conforme as necessidades de cada
época. No Brasil, ela surgiu no século XIX, por influência dos métodos ginásticos
europeus e passa a ser presente nos currículos educacionais brasileiros, sendo um
dos principais conteúdos da Educação Física. Verificou-se que na ginástica de
academia também houve uma evolução na sua prática, modernizando-se de acordo
com as novas tendências. Hoje, existem diversas modalidades de ginástica. Através
das mesmas, podem-se obter uma melhor qualidade de vida, melhorando a
condição física, diminuindo o risco de doenças, como também a melhora da parte
estética do praticante.

Palavras chave: Ginástica de academia. História da ginástica. Academias de


Ginástica no Brasil.
Sumário:

1 Introdução ...........................................................................................7

2 Justificativa..........................................................................................8
3 Objetivos..............................................................................................9
3.1 Objetivo geral.................................................................................9

3.2 Objetivos específicos.....................................................................9

4 Metodologia.........................................................................................10

5 Revisão de Literatura..........................................................................11

5.1 Levantamento histórico da ginástica............................................11

5.2 Evolução histórica da ginástica de Academia no Brasil..............14

5.3 A ginástica de academia e o mundo Fitness...............................17

6 Conclusão...........................................................................................20

7 Referências Bibliográficas...................................................................21
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1 Introdução:

A ginástica sempre teve um papel importante na história e na evolução do


homem. No decorrer dos séculos, ela foi se adaptando conforme as mudanças
sociais, políticas, ao desenvolvimento da ciência e as diferentes formas de
guerrear. Suas exigências, seus conteúdos, suas metodologias de ensino e as
suas técnicas sempre tiveram o objetivo de atender as necessidades humanas,
sejam elas: materiais, espirituais, econômicas, sociais, culturais, morais e
afetivas.
No Brasil, a partir do século XIX, a ginástica passa a ser presente nos
currículos educacionais brasileiros. Foi influenciada pelos métodos ginásticos
europeus, sendo um dos principais conteúdos da Educação Física. Nesta época,
a ginástica tinha o objetivo de firmar-se como forma educacional promovendo a
saúde e a consciência corporal dos alunos, sendo que a sociedade também
almejava a construção de um povo forte de saudável.
Com o avanço da tecnologia, o problema do sedentarismo está cada vez
maior, fazendo com que muitas pessoas deixem a prática da atividade física
regular. A ginástica de academia, aparece com o intuito de diminuir o
sedentarismo e possibilitar uma vida mais saudável, melhorando também a
estética do praticante.
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2 Justificativa:

As modalidades competitivas de ginástica já são bem discutidas na


literatura. A ginástica de academia, porém, possui pouco material científico,
principalmente no que diz respeito a seus aspectos históricos, desde seu
surgimento, até os dias de hoje no Brasil.
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3 Objetivos:

3.1 Objetivo Geral:

Analisar a evolução histórica da ginástica de academia, com suas


mudanças e adaptações para as necessidades atuais.

3.2 Objetivos Específicos:

 Realizar um levantamento histórico sobre a ginástica no Brasil e no


mundo;
 Verificar o processo de surgimento das Academias de Ginástica no
Brasil;
 Verificar a evolução da ginástica de academia no Brasil até os dias
atuais.
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4 Metodologia:

Este estudo caracteriza-se por uma revisão bibliográfica acerca do tema.


Foram analisados os dados e informações obtidos de autores da área, através de
livros e artigos científicos.
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5 Revisão de Literatura:

5.1 Levantamento histórico da ginástica:

O termo ginástica é de origem grega e significa “a arte de exercitar o corpo


nu”. Como o próprio significado, a ginástica sempre teve papel muito importante
na história do homem, pois de acordo com Langlade e Langlade (1986), ela era
compreendida como prática de atividade física, consistia em uma manifestação
que acompanha o homem desde sua aparição sobre a terra.
Para Ramos (1982), a prática de exercício físico vem da Pré-história,
afirma-se na Antiguidade, estaciona na Idade Média, fundamenta-se na Idade
Moderna e sistematiza-se nos primórdios da Idade Contemporânea. No homem
pré-histórico, haviam duas grandes preocupações: atacar-se e defender-se, como
forma natural de sobrevivência. As sociedades pré-históricas utilizavam a
ginástica em caráter utilitário, guerreiro, ritualístico e recreativo. Tinham como
objetivo a luta pela vida, ritos e cultos, preparação para a guerra, competições
entre as tribos e as práticas recreativas.
Entrando na era Clássica, a Grécia utilizava a ginástica com uma
finalidade educacional, para formar cidadãos e sendo a Grécia o berço dos Jogos
Olímpicos, disputado 293 vezes durante quase 12 séculos (776 a.C-393 d.C), fica
clara a importância da atividade física nesta época. Na Grécia apareceram os
primeiros registros da ginástica de calistenia (kállos = belo + sthenos = força). Na
cidade de Atenas, buscava-se obter uma eficiência educacional, fisiológica,
terapêutica, estética e moral, juntamente com a preparação militar. E em Esparta,
o objetivo era a preparação militar, disciplina cívica, endurecimento do corpo e a
energia física e espiritual. Em Roma também, a ginástica era visada como
formação de guerreiros através do adestramento militar, aconteciam lutas de
gladiadores e o salto sobre touros nas grandes arenas (COSTA, 1996).
Na Idade Média, os exercícios físicos tiveram um declínio devido ao
impacto do cristianismo. As sociedades vigentes deste período davam mais
importância ao culto da espiritualidade, prejudicando assim a saúde do corpo
(SANTIN, 2001).
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Para Ramos (1982), restou apenas uma prática deturpada e debilitada,


desprovida de unidade pedagógica. Ainda neste momento histórico, a ginástica
manteve um nível de preparação militar devido principalmente às cruzadas e
defesas territoriais, onde se manifestava no manejo de arco de flecha, na luta, na
marcha, na corrida, no salto, na escalada, na montaria, na pesca, na caça e nos
jogos de cavaleiros.
De acordo com Brikina (1978), neste período houve um desenvolvimento
de acrobacias, pois acrobatas e equilibristas se apresentavam nos castelos
feudais, palácios reais e nas cidades. Esta prática teve influência posteriormente
para a prática de exercícios ginásticos relacionados a aparelhos de grande porte.
Marinho (2009) afirma que o Renascimento na Idade Média trouxe à tona a
ginástica em vários países, retomando assim os exercícios com o objetivo de
recuperar o corpo descuidado pelas guerras, pelos jejuns e pelos prejuízos
causados pela religião, que considerava a prática corporal uma fonte de luxúria e
pecado.
Na idade Moderna, houve uma evolução do conhecimento da prática de
exercícios físicos com obras relacionadas à pedagogia, à fisiologia e à técnica de
execução. Os jogos populares, as danças folclóricas e o atletismo eram as
formas mais comuns de exercícios nesse período (LANGLADE e LANGLADE,
1986).
A ginástica que, inicialmente era denominada como referência a todo tipo de
atividade física, sendo de conteúdos variados, como atividades necessárias à
sobrevivência, aos jogos, ao atletismo, às lutas, à preparação de soldados, sofreu
algumas mudanças, a partir de 1800. O início do século XIX foi onde ocorreu a
origem da atual ginástica, quando surgiram quatro grandes escolas: A Escola
Inglesa, a escola Alemã, a Escola Sueca e a Escola Francesa, sendo a primeira
mais relacionada aos jogos, atividades atléticas e ao esporte.
Soares (2001) cita que as escolas ginásticas, de um modo geral, tinham
finalidades semelhantes, tais como: de regenerar a raça (alta taxa de mortalidade
e doenças); promover a saúde; desenvolver vontade, a coragem, a força, a
energia de viver e a moral. A partir desta época, a ginástica começou a
desenvolver uma função diferente na sociedade, “apresentando-se como capaz
de corrigir vícios posturais oriundos das atitudes adotadas no trabalho,
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demonstrando assim, as suas vinculações com a medicina e, desse modo,


conquistando status” (SOARES 1994).
Assim, foram desenvolvidos métodos ginásticos, principalmente nos
países europeus, os quais influenciaram e ainda influenciam, a ginástica mundial
e em particular a brasileira.
No século XIX também, nos Estados Unidos a calistenia reaparece por
iniciativa da Associação Cristã de Moços (ACM), que foi definida, como:

“um sistema de ginástica que apresenta como característica a


predominância de formas analíticas, a divisão dos exercícios
em grupos, a associação da música ao ritmo dos movimentos,
a predominância dos movimentos sobre as posições e
exercícios à mão livre como também com pequenos aparelhos
como alteres e bastões” (MARINHO, 1980, p. 264-5).

Para Costa (1996), as características da calistenia deram origem a todas


as ginásticas que se conhece nas academias contemporâneas. No Brasil, a
calistenia foi o referencial científico até os anos de 1960-70.
Segundo Souza (1992), a ginástica tem uma grande abrangência, pois no
decorrer dos tempos foi utilizada para objetivos diversificados, o que ampliou a
sua forma de utilização. Souza divide a ginástica em 5 campos: Ginásticas de
Condicionamento, Ginástica de Competição, Ginástica de Conscientização
Corporal, Ginásticas Fisioterápicas e Ginástica de Demonstração.
Conforme as necessidades de cada época, a ginástica sofreu alterações e
seus objetivos foram se diversificando ao longo dos tempos. As mudanças foram
influenciadas por diversos fatores, tais como: aspectos materiais, espirituais,
econômicos, sociais, culturais, morais e afetivos. Chegando aos dias atuais, a
ginástica de condicionamento físico, a que se encontra nas academias, é
realizada principalmente como forma de prevenção à saúde e da manutenção da
condição física. Na sociedade atual, esta modalidade também está relacionada
com o culto ao corpo, para atender ao padrão de corpo belo, estabelecido por um
modelo estético padronizado comercialmente.
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5.2 Evolução da ginástica de Academia no Brasil:

No século XIX, a ginástica passa a ser presente nos currículos


educacionais brasileiros, sendo uns dos principais conteúdos da Educação
Física. Teve influências dos métodos ginásticos europeus, que foram oficialmente
implantados no país. O higienismo teve importância nesta época, pois a
sociedade almeja a construção de um povo forte e saudável. A ginástica buscava
firmar-se como instrumento educacional capaz de promover a saúde e a
consciência corporal dos alunos. (PERDOMO,2011).
Por meio da ACM, a calistenia se difundiu no mundo, e no Brasil. A
calistenia foi referencial científico para as aulas de ginástica até os anos de 1970.
(COSTA, 1996).
Logo na década seguinte, surge uma nova “moda”, a ginástica aeróbica
que foi encontrada nas academias do Rio de Janeiro e se propagou pelo país.
Essa “nova” modalidade, tinha no professor, a figura central que utilizava de sua
criatividade, para criar movimentos e ritmos sincronizados em coreografias
harmoniosas, garantindo assim aulas repletas de alunos.
A ginástica aeróbica surge nos anos de 1980 e logo se propagou pelas
academias. Inicialmente, a ginástica aeróbica tem como método o treinamento
físico e posteriormente foi esportivizado. Nesta modalidade, as competições
utilizam de movimento básicos como, a marcha, corridas, saltos, chutes,
elevações de joelhos, afundos frontais, combinados de diferentes maneiras e
acompanhados de música (PINHEIRO; PINHEIRO, 2006).
De acordo com Guiselini e Barbanti (1993), dentre os métodos de
exercícios aeróbicos, a dança aeróbica, ou “aerobic dance”, foi criada por Jacki
Sorensen em 1979, cujo método utilizava a música de uma forma mais dinâmica
e combinava passos de dança com exercícios calistênicos.
Os principais objetivos da ginástica aeróbica são: a melhoria do
sistema cardiovascular, além do desenvolvimento do ritmo, coordenação,
equilíbrio, flexibilidade. Porém, a ginástica aeróbica visa o melhor
condicionamento cardiorrespiratório, deixando a desejar a força muscular do
praticante (COOPER, 1972).
Com isso, houve o aparecimento das salas de halterofilismo, hoje sendo
as salas de musculação.
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Verifica-se que a ginástica no Brasil foi influenciada por fatores


externos, como por exemplo, os métodos ginásticos europeus, sendo
implantados oficialmente no país. O objetivo era que a ginástica contribuísse para
uma vida mais saudável. A ginástica aeróbica, que foi influenciada da ginástica
calistênica, também foi bem aceita no pais, devido aos benefícios obtidos através
de sua prática, sendo um deles a melhora do condicionamento
cardiorrespiratório.
De acordo com Cappozoli (2010), as academias de ginástica surgem no
Brasil na década de 1920. Entre 1930 e 1940, surgiram outras pelo país, tendo
como as principais atividades o halterofilismo e a ginástica feminina. O
crescimento de academias nas cidades brasileiras, teve influência do método
Cooper de condicionamento físico, proveniente dos Estados Unidos.
O autor Capinussú (2006), cita que a partir de 1940 que o modelo de
academias de ginástica existente atualmente, com base na ginástica, lutas e
halterofilismo ou culturismo se delineou.
Segundo Nobre (1999) o termo “academia” só ficou estabelecido no Brasil,
no início da década de 1980. Porém, o mesmo autor cita que já existiam há mais
tempo espaços semelhantes com outros nomes como “ Institutos de Modelação
Física”, “Centros de Fisiculturismo”, “Clube de Calistenia”, dentre outros.
De acordo com Ribeiro (2004), Goiânia teve a primeira academia instalada
chamada de Academia de Halterofilismo Músculo y Poder, inaugurada em 1957.
Entre 1980 e 1990, o termo halterofilismo, passou a ser substituído
pelo termo musculação que atualmente ainda é utilizado, pois as academias
visavam atrair mais pessoas que não eram praticantes da modalidade apenas
com o intuito de competição ou hipertrofia (PINHEIRO; PINHEIRO, 2006).
Seguindo este caminho, onde a musculação substitui o halterofilismo,
cresce também a prática da musculação pelo público feminino, incentivado pela
imagem da cantora Madonna, com seu corpo atlético e bem definido. (FILHO,
1998).
Em meados dos anos 80 e início dos anos 90, a ginástica aeróbica,
influenciada pela atriz Jane Fonda, com seus programas Workout (trabalho
físico), com a incorporação do ritmo musical (também tendo influência da
calistenia), passa a ser uma febre nesse período (FILHO, 1998).
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Nesta época, a ginástica aeróbica passou a ser uma modalidade de


competição, pois houve um grande aumento de sua prática nas academias,
devido aos benefícios que esta modalidade oferecia como: melhora da condição
cardiorrespiratória, redução de gordura corporal, diminuindo o risco de doenças
cardiovasculares, osteoporose, obesidade, entre outros. (COOPER, 1972).
A ginástica aeróbica, segundo Guiselini (1993) é um estilo coreografado de
realizar movimentos aeróbicos, utilizando como técnica de ensino a junção de
aspectos relacionados à condição motora, as habilidades motoras e às
capacidades perceptivas. Este estilo coreografado e didático onde o professor
utiliza para desenvolver a resistência cardiorrespiratória e a coordenação motora.
São combinações de habilidades motoras com passos de dança estruturados,
que tem como elementos de variação as capacidades perceptivas: corpo, espaço
ou direção, e tempo e ritmo. As repetições são sucessivas: 8 tempos de cada
movimento (4 ou 2 tempos, dependendo do movimento de habilidade), de acordo
com as frases musicais (oitavas), servindo para a montagem das coreografias.
Neste período também, surge “o mundo fitness”, onde não só os
profissionais da área de Educação Física, como também os profissionais da área
de administração enxergam uma grande oportunidade de investimento. Para
satisfazer uma maior demanda de alunos, que buscavam a ginástica de
academia, surgiram as novas modalidades: aeroolodum, aerobrasil, aerofunk,
lambaeróbica, step, steplocal, localizada e alongamento, entre outros (FILHO,
1998).
A ginástica aeróbica surge nas academias também, passando a ser uma
modalidade de competição, pois houve um aumento de sua prática, sendo um
estilo coreografado de realizar movimentos aeróbicos, com a incorporação do
ritmo musical, utilizando como técnica de ensino a junção de aspectos
relacionados à condição motora, as habilidades motoras e às capacidades
perceptivas.
Inicialmente, as academia de ginástica no Brasil, tinham como o objetivo o
halterofilismo, onde se buscava o aumento de massa muscular e também
aconteciam competições desta modalidade. Porém, verificou-se que haviam
outros interesses, principalmente pelo público feminino como a melhora do
condicionamento para um corpo atlético e bem definido. Com isto, o termo
halterofilismo foi substituído pela musculação.
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5.3 A ginástica de academia e o mundo fitness:

Para atender às necessidades atuais, como por exemplo a busca por uma
melhor qualidade de vida e também para aqueles que anseiam alcançar os
padrões de beleza socialmente valorizados, cresce o mercado fitness.
A palavra fitness, de acordo com Saba (2006), significa apto, originado da
expressão physical fitness que quer dizer aptidão física, onde enfatiza a
dimensão biológica. O autor apresenta a seguinte síntese:

É micro. Está ligado aos desempenhos físico e ao atlético. Tem como


objetivo principal fortalecer a melhora estética do aluno. A maioria
das ações dos profissionais está direcionada para benefícios
estéticos. No dia-a-dia do atendimento, os ganhos estéticos
(emagrecimento, aumento de massa muscular, etc.) são valorizados
em vários momentos (SABA, 2006, p. 143).
O fitness também pode auxiliar na diminuição de doenças como a
obesidade, diabetes, distúrbios cardiovasculares, doenças respiratórias,
problemas de posturas, todos causados pelas mudanças nos hábitos de vida.
Essas mudanças se devem muitas vezes por uma má alimentação, pelo
sedentarismo, uso de drogas, estresse, entre outros (PINHEIRO; PINHEIRO,
2006).
Neste período, observa-se que a ginástica tradicional, onde o professor
preparava a aula com suas próprias coreografias, foi cedendo espaço para uma
nova forma de atividade física: a aula pré-coreografada. No final dos anos 90, a
Body Systems chega ao Brasil com seu estilo de aulas pré-coreografadas,
tornando-se uma febre nas academias. A proposta é oferecer um modelo único
de ginástica, com marca, identidade visual. A ampla aceitação da ginástica pré-
coreografada trouxe à tona a abertura de novo negócios em escala também
mundial, ao mercado fitness (PINHEIRO; PINHEIRO, 2006).
Sendo também uma nova tendência de mercado, surgiram as academias
só para mulheres, voltada para mulheres com perfil moderno e independente,
que devido ao cotidiano acelerado não encontram tempo para entrar em uma
academia tradicional, além também do perfil de mulher inibida, que resiste em
frequentar a academia convencional por vergonha de seu próprio corpo. Nessas
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academias são utilizados o método de circuito “fast fitness”, sendo 30 minutos de


exercícios três vezes por semana. Esse método é uma forma de treinamento
onde os exercícios
são executados sem intervalos , com 16 estações de equipamentos de
resistência hidráulica e estações de movimentação. Esses equipamentos foram
desenvolvidos sobre equipamentos de resistência de fácil utilização e projetados
especialmente para mulheres. Como não há necessidade de se trocar pinos ou
anilhas de peso, nada precisa ser configurado durante o circuito. Assim, as
alunas não podem, de modo algum, colocarem-se estáticas. Com esta
modalidade, pode-se obter o emagrecimento e o aumento da massa muscular.
(MASCARENHAS, et al., 2007)
Outra nova modalidade que vem ganhando espaço é a Zumba Fitness.
É um modelo de aula com dança-ginástica, de origem latina, que combina
músicas latinas e internacionais e movimentos de dança e com essa junção se
transforma em sistema de ginástica dinâmico. Neste programa são incorporados
princípios básicos do treinamento aeróbico, intervalado e resistência para que
haja uma eficiência na queima calórica, melhorando o sistema cardiovascular e
alcançando o rendimento de tonificação corporal total. Para que houvesse um
avanço no programa de dança-ginástica, Beto Perez Diretor e co-fundador do
programa de Ginástica Zumba®, decidiu potencializar suas ideias nos Estados
Unidos, apenas com sua força de vontade e carisma encontrou no caminho certas
dificuldades. No entanto, com um estilo diferente e inovador no programa de
ginástica acabou atraindo dois empresários Alberto Perlman e Alberto Aghion.
Para os dois empresários que apostaram nesta ideia teria sido uma aposta
grandiosa. No ano de 2001, surge oficialmente à empresa ZUMBA® Fitness.
Desde então já sabiam que haviam criado um fenômeno da ginástica. Portanto,
não sabiam que essa ideia do programa ZUMBA® explodiria e se expandiria
mundialmente e tão rapidamente. Com o passar do tempo, em 2007, a procura
desse programa ZUMBA® já contava com 10.000 instrutores e disponível em
mais de 30 países. Os benefícios que a aula de Zumba® pode promover são:
melhora da condição cardiovascular e cardiorrespiratória, fortalecimento do
músculo cardíaco, a redução da frequência cardíaca de repouso, a melhora da
circulação, diminuição do colesterol, utilização da gordura como fonte de energia,
aumento da taxa metabólica basal, redução da pressão sanguínea, além também
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de auxiliar na melhora estética e na área social. (ZUMBA, 2010). As aulas de


Zumba® ganham uma grande proporção no Brasil e no mundo devido aos
diversos benefícios que ela pode oferecer. Esta modalidade tem sido muito
procurada, sendo um marco nesta época para o mundo Fitness.
Observa-se que o mercado fitness é uma tendência que contribui
diretamente para a necessidade da sociedade atual, sendo uma forma de se
diminuir o sedentarismo. O fitness também auxilia na melhora do
condicionamento físico geral e melhora na estética.
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6 Conclusão:

Nota-se que ao longo dos tempos a ginástica sempre teve um papel


fundamental na história do homem, inclusive como uma importante forma de
sobrevivência. Seus objetivos foram se diversificando, evoluindo e
acompanhando as necessidades de cada época.

A ginástica de academia, evoluiu na sua prática, modernizando-se de


acordo com as novas tendências, podendo oferecer melhor qualidade de vida, e
adequação aos padrões estéticos vigentes. Hoje existe uma variedade enorme
de estilos de ginástica praticados, que a cada dia ganham mais adeptos.
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7 Referências Bibliográficas:

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CAPINUSSÚ, José Maurício. Academias de ginástica e condicionamento físico:


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COOPER, K. H. Capacidade aeróbica. Rio de Janeiro: Fórum, 1972.

FILHO, Carlos Alberto de Andrade. O discurso do profissional de ginástica em


academia no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Gama, 1998.

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80p: II

LANGLADE, A.; LANGLADE, N. R.. Teoría general de lagimnasia. Buenos Aires:


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MARINHO, I. P. Sistemas e métodos da educação física. São Paulo: Papelivros,
1980.

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NUNOMURA, M.; TSUKAMOTO, M. H. C. Fundamentos das ginásticas.
Jundiaí:Fontoura, 2009

MASCARENHAS, Fernando et al. Acumulação flexível, técnicas de inovação e


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RIBEIRO, Daniela Batista. Resgate histórico do surgimento da ginástica de


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