Você está na página 1de 15

4

Introdução

Desde sua criação à ginástica é marcada como “corpo em movimento”. Movimento este
desenvolvido de diferentes manifestações corporais em diversas culturas criadas pelo homem. A
mesma vem sendo transformada desde sua invenção, mas é quando a ginástica é implantada no
contexto escolar como conteúdo nas aulas de Educação Física, ou seja, “Ginástica Escolar” é que
estas transformações se ampliam. Partindo do princípio, que a cultura corporal é produzida pelo
homem durante toda a sua história a ginástica também vem acompanhando os avanços da
humanidade na busca de integrar o ser humano ao ambiente que o cerca diferenciando cada
corpo.

Segundo Daolio “[...] é possível discutir o corpo como construção cultural, já que cada sociedade
se expressa diferentemente por meio de corpos diferentes” (1995, p.36). Hoje em dia a ginástica é
pouco vivenciada nas escolas, com isso Ramos e, Viana explica que “[...] a ginástica sendo ela
competitiva ou não, em geral é vista como uma modalidade pouco acessível para as aulas de
educação física escolar, tendo como base uma visão elitista, que tem o intuito de formar ginastas
em nível de competição” (2008, p.194) Com isso esse trabalho tem os objectivos fazer um resgate
histórico da ginástica escolar através de um estudo aprofundado a respeito desse conteúdo e o
conhecimento dos professores sobre esse tema, além de verificar a aplicabilidade tal no
quotidiano das escolas.
5

A ginástica no contexto escolar

A ginástica escolar como conteúdo nas aulas de Educação Física vem ao longo dos anos
perdendo seu valor pedagógico, sendo substituída por outras modalidades no ambiente escolar em
todo ensino básico. Como afirma o Colectivo de Autores (1992, p. 76), “a ginástica, desde suas
origens como a “arte de exercitar o corpo nu”, englobando actividades como corridas, saltos,
lançamentos e lutas, tem evoluído para formas esportivas claramente influenciadas pelas
diferentes culturas”.

História da ginástica

A ginástica é uma actividade que segundo Soares (1994 e 1998), Darido e Rangel (2005), já
existe há muitos anos com o objectivo de adquiri força, corpos saudáveis e ágeis. Conforme
Darido e Rangel (2005) “O termo ginástica, moderno, tem objectivo diferenciado das formas de
aplicação da actividade física ao longo do tempo”. (p.230). Na antiguidade não se conhecia a
palavra ginástica, e segundo Darido e Rangel (1995) os exercícios físicos tiveram várias [...]
características e manifestações, desde a educação corporal, eficiência fisiológica, terapêutica,
estética e moral, sem descuidar da preparação militar [...]. (p.230)

O movimento ginástico europeu influenciou a prática de exercícios físicos como elemento


educativo. Os métodos ginásticos surgem no século XIX na Europa, e conforme Soares (1994,
p.64) “A partir do ano de 1800 vão surgindo na Europa, em diferentes regiões, formas distintas de
encarar os exercícios físicos.” A mesma completa que, [..] correspondem, respectivamente, aos
quatro países que deram origem ás primeiras sistematizações sobre a ginástica nas sociedades
burguesas: a Alemanha, a Suécia, a França e a Inglaterra [...] (p.64)

A partir da criação dessas escolas a ginástica foi conhecida como científica, e sobre isso Soares
(1998, p.20) diz que “este é o movimento que pode ser pensado como o conjunto, sistematizado
pela ciência e pela técnica [...]”. A autora descreve também que “Ciência e técnica parecem ter
sempre comparecido para afirmar a ginástica como instrumento de aquisição de saúde, de
formação estética e de treinamento do soldado.” (p.21). Ayoub (2007, p.31) corrobora com a
autora quando fala sobre essas transições históricas, ao ser considerado “[...] a ginástica
científica, o mesmo seria dizer, da ginástica para a ginástica actual.
6

Segundo Ayoub “nesse período o progresso da ciência intensificaram-se e permitiram vislumbrar


as possibilidades da ginástica para uma “educação do movimento”, para uma “educação do
corpo.” (2007, p.32).

Dentre os quatro movimentos (escolas) de ginástica destacamos aqui a Francesa que foi criado
por Francisco Amoros no ano de 1850 a mesma é a primeira a entrar no ambiente escolar sendo
integrada no currículo das escolas primárias e obrigatória nas escolas normais, com os
professores preparados ou não para ministrar as aulas. Através dos trabalhos de Amoros, grandes
estudiosos da biologia, fisiologia, médicos se envolveram com essa problemática do “exercício
físico”. Dentre os representantes “médico-higiênico” se destaca George Dameny (1850-1909)
onde posteriormente será citado no Brasil por Rui Barbosa e Fernando de Azevedo.
(SOARES,1994).

O começo da ginástica no Brasil aconteceu em diferentes momentos ao longo do tempo. A


primeira influência foi a do método Alemã que chegou ao país em 1860, com a chegada de
muitos imigrantes alemães que tinham naquela ginástica, um hábito de vida. Esse permaneceu
como oficial da escola militar até 1912, onde chega ao pais o método Sueco que teve como
grandes defensores Rui Barbosa e décadas mais tarde Fernando de Azevedo, todos esses aplicam
a ginástica sueca de carácter pedagógico (SOARES,1994). Contudo, foi o método francês que foi
implantado em 1921, que mais teve destaque, pois foi oficialmente inserido no âmbito escolar
brasileiro.

Conforme Ayoub “dois séculos se passaram desde as primeiras sistematizações sobre a ginástica
científica ou actual. [...] século XXI e podemos observar que o processo de
“educação/endireitamento do corpo” revela-me claramente nas imagens da ginástica e do
desporto na actualidade. (2007, p.35-36). A grande trajectória da história da ginástica no Brasil
com seus diferentes métodos ginásticos europeus, teve grande influência para a criação da
disciplina de educação física escolar no país. Sendo em muitos momentos na actualidade
esquecida na rede de ensino.

O papel do professor de educação física escolar

O papel do profissional de educação física vai além do desenvolvimento de práticas que visam a
promoção, prevenção, protecção e reabilitação da saúde. Sua função também é aprimorar
7

habilidades sociais e psicológicas dos alunos, de forma a promover a cidadania e o respeito


na escola e na sociedade.

O papel do docente é promover o conhecimento das diversas dimensões e saberes das práticas
corporais por meio dos conteúdos estruturantes propostos pelos documentos norteadores, e desta
forma, aos poucos a Educação Física começará a ser valorizada, tornando-se importante na escola
e demais instituições. Devemos incentivar e promover na sociedade a imagem do professor de
Educação Física, como um sujeito capaz de entender criticamente a sua prática e ter
conhecimento superior as demais pessoas que constituem a sociedade e a comunidade Escolar, no
que diz respeito ao desporto e ao movimento em geral. Sendo assim, a sociedade precisa
conhecer o valor da Educação Física e confiar no trabalho do profissional, promovendo bons
salários, materiais disponíveis, espaços físicos adequados, reconhecimento dos governantes e de
professores de todas as outras disciplinas.

O professor de Educação Física Escolar deve, primeiramente, estar em contacto directo com os
discentes e o conteúdo ensinado, actuando como um mediador dos conhecimentos da Cultura
Corporal.

O contexto legal citado nos PCNEM e a interdisciplinaridade mencionada nos DCE podem ser
vistos como factor indispensável para auxiliar em uma aprendizagem significativa, desde que
associados a experiências da vida quotidiana ou a conhecimentos adquiridos empiricamente,
considerando que devemos ampliar as diversas possibilidades de interacção entre as disciplinas e
as áreas nas quais as disciplinas venham a ser agrupadas (DARIDO, 2002). Esses documentos,
associados ao conteúdo tácito do professor, deve motivar os estudantes a participarem, mas
activamente nas aulas, compreendendo cultura corporal do movimento em sua totalidade, e
envolvendo diversos aspectos, abrangendo muito mais além do que meros gestos e movimentos
coordenados.

Exemplificando, o professor pode demonstrar em sua aula o trabalho dos massagistas e as


actividades de massagem, contribuindo positivamente para o a compreensão linguagem do corpo
via identificação das tensões musculares, auxiliando o aluno a ter uma melhor consciência de si,
de seu corpo e das possibilidades de movimentá-lo (MATTHIESEN et al., 2008). Neste sentido,
o professor tem o poder e a habilidade de conduzir o conhecimento das práticas corporais,
8

promovendo aos estudantes, uma compreensão sobre corpo, e incentivando a adesão dos
indivíduos aos jogos esportivos, dança, lutas, ginástica e outras atividades, bem como, a reflexões
a respeito de padrões estéticos (MELLO; VAISBERG; FERREIRA, 2010).

Diante disso, podemos dizer que um dos papéis do professor da Educação Física é compreender e
discutir junto com seus alunos, os valores e significados que estão por detrás dessas práticas
corporais, evidenciando os reais significados e possíveis interpretações dos movimentos
corporais, situações e manipulações ideológicas por parte da mídia (BRASIL, 2006). Lembrando
que para que o professor obtenha sucesso em sua didática, é relevante que este busque relacionar
os conteúdos da Cultura Corporal com as preocupações comuns do quotidiano do jovem.

Os conteúdos de interesse dos adolescentes são diversos, sendo que os professores devem saber
selecioná-los de acordo com a realidade social do ambiente Escolar (DARIDO, 2002).
Abordando essa perspectiva, cria-se uma atmosfera favorável para aplicação de conteúdos
relacionados por exemplo, á nutrição, aspectos anatomo-fisiológicos da prática corporal, lesões e
primeiros socorros e Doping (PARANÁ, 2008).

O professor de Educação Física na escola deve então, abordar diversas estratégias, visando
despertar o interesse dos alunos pela disciplina e pela motivação de praticar um exercício físico.
Feito isso, o docente cria um ambiente propício para a abordagem de conteúdos sobre aptidão
Física relacionada à saúde, sedentarismo, controle do peso, obesidade, doenças crónicas não
transmissíveis, actividade Física, saúde e qualidade de vida dentre outros (MATTOS; NEIRA,
1999).

Diante disso, a essência do profissional do ensino na área da Educação Física, permeia em


orientar e mediar o ensino-aprendizagem, colaborando para o sucesso da aprendizagem, sabendo
lidar com as diversidades entre os alunos (DARIDO, 2002). A partir desta perspectiva que o
professor conseguirá promover actividades de enriquecimento cultural, práticas investigativas,
“elaborar e executar projectos para desenvolver conteúdos curriculares; utilizar novas
metodologias, estratégias e materiais de apoio; desenvolver hábitos de colaboração e trabalho em
equipe” (DARIDO, 2002 p. 240).

Sendo assim, é extremamente relevante mencionar que, o professor deve ser criterioso ao
seleccionar os conteúdos para o ensino, pois envolve factores diversos como: especificidade da
9

área, especificidade do grupo, interesse e aplicabilidade social, reais condições de trabalho na


escola e os processos avaliativos utilizados (MATTOS; NEIRA, 2013).

Conteúdos e estruturas da ginástica

Na Educação Física os conteúdos historicamente produzidos são mencionados nos inúmeros


documentos existentes ao longo da história. Hoje, considerando a documentação vigente, as
DCEs (Diretrizes Curriculares Estaduais) são citados os seguintes conteúdos estruturantes: a
ginástica, os jogos e brincadeiras, os esportes, a dança e as lutas. Soares et al. (1993) define esses
conteúdos como:

Ginástica: são técnicas de trabalho corporal que, de modo geral, assumem um caráter
individualizado com finalidades diversas. Podem ser feitas como preparação para outras
modalidades, como relaxamento, para manutenção ou recuperação da saúde ou ainda de forma
recreativa, competitiva e de convívio social. Envolvem ou não a utilização de materiais e
aparelhos, podendo ocorrer em espaços fechados, ao ar livre e na água. (p.70 e 71)”.
“Constituem-se fundamentos da ginástica: saltar, equilibrar, rolar/girar, trepar, balançar/embalar
(p.78).

Segundo Toledo (2004), a ginástica é dividida em várias possibilidades. Ginástica de


Condicionamento ou de academia (musculação, hidroginástica, aeróbica e suas derivações);
Ginástica Terapêutica; Ginástica Alternativa (antiginástica, RPG, eutonia, bioenergética,
biotonia...); Ginástica Competitiva (artística, rítmica, aeróbica, trampolim acrobático, duplo-mini,
minitramp, tumbling, roda ginástica); Ginástica Demonstrativa (ginástica geral) e Ginástica
Laboral.

Nas DCEs (PARANÁ, 2008) a ginástica aparece como conteúdo estruturante. Deste conteúdo
todos os tipos de ginástica são relacionados como conteúdos específicos. As ginásticas
mencionadas nestas diretrizes é que nortearão o trabalho dos profissionais de Educação Física nas
escolas do Estado do Paraná nos próximos anos. As ginásticas citadas nas Diretrizes são: no
Ensino Fundamental (Ginástica Rítmica, Ginástica Circense e Ginástica Geral) e no Ensino
Médio (Ginástica Artística, Ginástica de Academia e Ginástica Geral).
10

Entender o processo histórico da ginástica, situá-la nas diferentes formas/métodos, percebê-la


como conteúdo e ainda verificar as possibilidades da prática da ginástica na escola, abordar a
importância e os benefícios que a mesma traz para quem a executa são de suma importância para
dar a ginástica o lugar que lhe é gabível na cultura corporal de movimento. Segundo Toledo
(2004) as capacidades físicas presentes na ginástica são: velocidade (de reacção, de
deslocamento, dos membros); resistência (aeróbica, anaeróbica, muscular, localizada – RML);
força (dinâmica, estática, explosiva); equilíbrio (dinâmico, estático, recuperado); descontracção
(total, diferencial); coordenação; ritmo; agilidade e flexibilidade.

As actividades gímnicas, por suas características próprias, podem ser o melhor caminho para o
desenvolvimento destas capacidades, sempre observando as leis de crescimento orgânico da
criança/adolescente. Segundo o Colectivo de Autores (Soares et all, 1993), através das ginásticas
todos os movimentos básicos como correr, andar, saltar, trepar, subir, lançar, pegar e outras
formas de movimentos são desenvolvidas. As crianças/adolescentes devem ser levadas a pensar e
identificar-se no espaço. É necessário, por meio das diversas actividades, perceber os objectos,
organizar-se no ambiente e criar seus próprios movimentos. A ginástica permite que a criança/
adolescente sinta-se segura da necessidade de executar, por exemplo, um salto – perder o
contacto com seu ponto de apoio na execução do mesmo e retornar ao solo certa de que seu
exercício estará completo sem o perigo de queda grave.

Modalidades mais comuns da ginástica

As modalidades mais comuns da ginástica são: ginástica geral, ginástica rítmica, trampolim,
ginástica aeróbica e ginástica acrobática.

A ginástica moderna, regimentada pela Federação Internacional de Ginástica, incorpora seis


modalidades distintas, com uma delas divida em duas ramificações de importância igual, gerando
assim um total de sete, de acordo com a visão da federação, que deu ainda a cada uma delas um
específico Código de Pontos. Uma dentre as demais, não competitiva, reúne no concreto, o
conceito da ginástica em si:
11

Ginástica acrobática

Embora a acrobacia, enquanto prática, tenha desenvolvendo-se durante o século VIII, devido ao
surgimento do circo, as primeiras competições do desporto datam do século XX, com a primeira
realizada em 1973. Nesse mesmo ano, fora criada Federação Internacional de desportos
Acrobáticos, fundada, em 1998, à Esta modalidade tem por objectivo o trabalho em grupo e a
cooperação. Confiar no parceiro é habilidade imperativa para o trabalho em equipas, que consiste
em beleza, dinâmica, força, equilíbrio, destreza, coordenação e flexibilidade. Suas competições
possuem cinco divisões: par feminino, par masculino, par misto, trio feminino e quarteto
masculino. As rotinas são executadas em um tablado de 12x12 metros, em igual medida ao da
prática artística. Os acrobatas em grupo devem executar três séries: de equilíbrio, dinâmica e
combinada. Uma de Equilíbrio, uma Dinâmica e outra Combinada. As séries dinâmicas são mais
activas e com elementos de lançamentos com voos do ginasta. As de equilíbrio valorizam os
exercícios estáticos. Em níveis mais altos, a combinada é um misto das duas séries anteriormente
citadas. Todas as apresentações são realizadas com música, a fim de enriquecer os movimentos
corporais.

Ginástica aeróbica

Esta modalidade - elaborada por Kenneth Cooper - foi inicialmente desenvolvida para o
treinamento de astronautas. Mais tarde, a iniciativa fora continuada por Jane Fonda, que expandiu
o programa técnica e comercialmente para se tornar a popular fitness aerobics. Assim, a ginástica
aeróbica surgiu no final da década de 1980 como forma de praticar exercícios físicos, voltada
para o público em geral. Pouco depois, tornou-se também um desporto competitivo para ginastas
de alto nível. Quatorze anos mais tarde, a Federação Internacional organizou os campeonatos
mundiais da modalidade, cuja primeira edição contabilizou a participação de 34 países. Esta
disciplina requer do ginasta um elevado nível de força, agilidade, flexibilidade e coordenação.
Piruetas e mortais, típicos da ginástica artística, não são movimentos executados pela modalidade
aeróbica. Seus eventos são divididos em cinco: individual feminino e masculino, pares mistos,
trios e sextetos. De acordo com a FIG, o Brasil é o país com o maior número de praticantes da
ginástica aeróbica, com mais quinhentos mil praticantes. Estados Unidos, Argentina, Austrália e
Espanha, são outros países de práticas destacadas.
12

A ginástica geral

A ginástica geral ou ginástica localizada é uma série de exercícios, com grande número de
repetições, onde se trabalha grupos musculares diferentes. Esta é uma das modalidades mais
requisitadas nas academias. A ginástica fortalece os músculos, melhora a coordenação motora,
aumenta a capacidade cardiorrespiratória. O gasto calórico durante uma hora de aula é de 500
kcal.

A ginástica para todos traz a essência da prática para dentro da Federação Internacional, ou seja,
é o conceito da própria ginástica, inserida na e para a federação. Historicamente, a origem desta
modalidade não competitiva, está atrelada à trajectória da própria FIG e tem por significado a
junção de todas as modalidades, que resultam em um conjunto de exercícios que visam os
benefícios da prática constante. O importante é realizar os movimentos gímnicos com prazer e
originalidade. Esta modalidade não é competitiva e pode ser praticada por todos independente de
idade, porte ou aptidão física. Em suma, a ideia da ginástica geral é a mesma da ginástica
enquanto prática física descrita por Francisco Amoros

Por mostrar-se mais interessado pelos festivais de ginástica e pelos benefícios da modalidade do
que pelas competições, o até então presidente Nicolas Cupérus, idealizou uma Gymnaestrada
calcado na filosofia da ginástica geral, que representa a ideia primeira da ginástica em si.
Falecido, não chegou a vê-lo realizado, pois só em 1953, o Festival Internacional de Ginástica,
inspirado nas Lingiádas, festivais de apresentação das práticas gímnicas que aconteciam na
Suécia, teve sua primeira edição concretizada, em Roterdã. É durante as Gymnaestradas que os
atletas e praticantes mostram a evolução do desporto e compartilham seus conhecimentos entre as
nações.

A ginástica artística

A ginástica artística conhecida também como ginástica olímpica, é a principal modalidade.


Consiste em um conjunto de exercícios que combinam força, agilidade e elasticidade.

Data do século XVI o primeiro relato acerca da prática da ginástica ligada ao ritmo. A partir
disso, foram mais de duzentos anos até se tornar um conjunto uniforme de dança, levado à
extinta União Soviética, onde passou a ser ensinado como um novo desporto. Mais tarde, obteve
13

sua independência da modalidade artística - para a qual deixou a musicalidade - e um sistema


organizado, com aparelhos e competições próprios, criados pelo alemão Medau e incentivado
pela árbitra Berthe Villancher Em 1996, tornou-se um desporto olímpico, cem anos após a
entrada da ginástica em Jogos Olímpicos Esta modalidade envolve movimentos de corpo em
dança de variados tipos e dificuldades combinadas com a manipulação de pequenos
equipamentos. Em suas rotinas, são ainda permitidos certos elementos pré-acrobáticos, como os
rolamentos e os espacates. As atletas, durante suas apresentações, devem mostrar coordenação,
controle e movimentos de dança harmónicos e sincronizados com as companheiras e a música

A educação física escolar e a ginástica enquanto conteúdo

A Educação Física é uma disciplina que trata, pedagogicamente, na escola, do conhecimento de


uma área denominada aqui de cultura corporal. Ela está configurada com temas ou formas de
actividades, particularmente corporais, como as nomeadas anteriormente: jogo, desporto,
ginástica, dança ou outras, que constituirão seu conteúdo.” (Colectivo de Autores, 1992: 62).

Ao analisarmos os pressupostos básicos que norteiam o conteúdo de ginástica na Educação Física


escolares, percebemos inúmeras formas de intervenção sendo que esta modalidade muitas vezes é
deixada de lado nas propostas de intervenção pedagógica na escola. Estas formas ou concepções
de intervenção na escola resumem-se inúmeras vezes à calistenia, sendo realizada anterior a
alguma modalidade esportiva, igualmente, percebemos a ginástica esportiva presente neste
contexto, com uma proposta baseada na repetição de movimentos estereotipados, onde o aluno
somente repete as inúmeras propostas sugeridas pelo professor.

Visto esta forma de intervenção Hildebrandt e Laging (1986) propõe a concepção de ginástica
pedagógica, baseada em aulas abertas à experiência tendo com a metodologia a aprendizagem por
problemas, visando que o aluno torne-se apto a tomar decisões e fazer parte do processo de
construção do conhecimento, planejando colectivamente e superando os problemas impostos e
conhecendo seus próprios limites e possibilidades de movimento, desta forma o aluno é o centro
do ensino.

Mürmann e Baecker (1998) apresentam quatro formas de facilitação da aprendizagem da


ginástica pedagógica, sendo:
14

 Exploração livre;

 Compreender as intenções do movimento;

 Propostas de aprendizagem;

 Configuração explorativa.

Esta concepção de ginástica prioriza a autonomia dos alunos onde o mesmo é o sujeito de sua
história produzindo seus conhecimentos e tomando decisões em grupo.

Segundo Mürmann (1998) a proposta metodológica deve visar o se movimentar onde o aluno
possa construir seus conhecimentos e situações de movimento, tomar decisões e participar na
construção da aula, enfatizando autonomia do movimento e não aspectos ligados à técnica de
movimento.

Ao analisar os pressupostos básicos que norteiam o conteúdo da ginástica na Educação Física


Escolares, percebemos inúmeras formas de intervenção sendo que esta modalidade muitas vezes
é também deixada de lado nos currículos de E.F.E.

Estas formas ou concepções de intervenção na escola resumem-se inúmeras vezes à calistenia,


sendo realizada antes da prática de alguma modalidade esportiva, igualmente, percebemos o
ginástico esportivo presente neste contexto, com uma proposta baseada na repetição de
movimentos estereotipados, onde o aluno somente repete as inúmeras propostas sugeridas pelo
professor.

Visto esta forma de intervenção, Hildebrandt e Laging (1986), propõe a concepção onde ginástica
pedagógica, baseada em aulas abertas à experiência, tendo como metodologia a aprendizagem
por problemas, visando que o aluno torne-se apto a tomar decisões e fazer parte do processo de
construção do conhecimento, planejando colectivamente e superando os problemas impostos e
conhecendo seus próprios limites.

A Educação Física escolar deve proporcionar aos alunos um espaço pra exploração das inúmeras
possibilidades de “se movimentar” no contexto complexo de movimento, desta forma a ginástica
na escola deve enfatizar o “se movimentar” como proposta metodológica “... onde o aluno possa
construir suas situações de movimento, tomando decisões e participando da construção da aula,
15

ou seja, também enfatizando os aspectos pedagógicos e não somente os aspectos técnicos e


desportivos do movimento humano.” (Murmann e Baecker, 1998).

Desta forma ao atribuir um tema para ser desenvolvido em aula, o professor deve organizar um
contexto “... Onde os educandos possam atribuir diferentes significados, reinterpretações, através
de interacções sociais, e que possam perceber as diferenças e os significados...” deste tema
sugerido com outras manifestações da cultura corporal de movimento.

A importância da educação física escolar

A Educação Física escolar é uma disciplina extremamente importante para auxiliar os alunos no
desenvolvimento físico e na prevenção de problemas ocasionados pelo sedentarismo. Durante as
aulas são trabalhados diversos factores essenciais para a formação plena de um indivíduo,
baseado no desenvolvimento de capacidades sociais, motoras e cognitivas.

Devido a imersão tecnológica, é cada vez mais comum observar as crianças diminuindo seus
estímulos físicos, uma vez que brincadeiras e práticas esportivas foram “substituídas” por horas e
horas assistindo televisão, jogando videogame e principalmente pela navegação nas redes sociais.

Segundo a UNESCO, 80,3% dos adolescentes entre 13 e 15 anos no mundo praticam menos de 1
hora de exercícios físicos por semana. Este sedentarismo pode desencadear o surgimento de
doenças no coração, diabetes e câncer.

Além dos benefícios físicos, a prática de exercícios promove excelentes ganhos também no
cérebro, uma vez que estimula a criatividade, a memória e o raciocínio lógico. Outro aspecto que
merece destaque é a melhora na condição de vivenciar situações em grupo, desenvolvendo
competências essenciais para a cooperação de seus praticantes.

Ciente da grande importância da actividade física para as crianças e adolescentes, o Centro


Educacional Taboão investe cada vez mais em estrutura e conhecimento, visando estimular
nossos alunos em um desenvolvimento pleno e saudável. A participação da família neste
processo é de suma importância para um resultado de sucesso.

Segundo Araújo e Santos (2009), a Educação Física tem um papel de uma importância na
formação dos valores dos alunos, devidos a situações que acontecem na aula, mas se o professor
16

não tiver autonomia e atitudes que possam trabalhar essas características a disciplina passa a
perder o seu significado.

A Educação Física como um todo possui importância para o desenvolvimento do aluno, tanto em
práticas desportivas, mas em si em formar o cidadão, com um bom trabalho desde os anos inicias
dos mesmos, isso facilita o desenvolver uma identidade de cada um, com molde social igual, mas
com pensamentos diferentes (DARIDO, 1999).

Mesmo com a imensa maioria dos conteúdos são desenvolvidos apenas com o que o professor
acha melhor, que são as atividades notórias e cognitivas, mas este estudo justifica-se para um
pensamento em como contribuir socialmente na formação dos cidadãos.

Barbosa (2004) cita que as aulas de Educação Física através de seus conteúdos específicos tende
a trabalhar questões que possam ser vivenciadas, como trabalho em grupo, solidariedade a
resolução de problemas, estão preparando o estudante a um exercício real de cidadania.

Fernandes et al. (2004) diz que devemos deve se enforcar em termos de conhecimento e
autonomia, assim descrevendo a um possibilidade dos alunos se apropriarem do conhecimento,
assim os reinventa-los de um forma crítica, para que buscam de se superarem o senso comum e
serem capazes de modificar a cultura da sociedade.

Gadotti (1999) cita que a prática da Educação é anterior ao pensamento pedagógico. Palma Filho
(1998) Cita que partir dessas considerações, pode ser introduzido um equilíbrio entre cidadania e
a educação, desde que a Educação não pode direcionar um posicionamento crítico e reflexivo.
17

Conclusão

É indispensável a presença do professor de Educação Física no âmbito Escolar, especialmente


pelo fato de que, se um profissional do ensino, optar pela área da Educação Física, envolvendo
todos os aspectos até então mencionados, ele deve se preparar para as mais diversas situações,
não se fechando aos ensinamentos adquiridos na universidade, formação continuado, além do
conhecimento tácito adquirido ao longo da vida, adaptando-se a qualquer que seja a realidade, e
buscando sempre novos conhecimentos para agregar as suas habilidades.

O conhecimento de todos os conteúdos que compreendem a Educação Física se faz necessário a


ponto dos professores terem como base para as suas aulas. A falta de conhecimento com os
conteúdos de ensino, em especial a ginástica escolar, torna-se um “obstáculo” para que essa
venha a acontecer. Por isso ver-se a importância de uma formação profissional, onde os
professores procurem elementos para favorecer essa aprendizagem escolar. Concluímos que os
professores deverão buscará mais conhecimentos para que esse conteúdo seja realmente
entendido. Desse modo, este estudo não se encerra aqui, terá posteriormente continuidade por
meio de novas pesquisas com autores que a defendem na intenção de um ensino empenhado no
verdadeiro sentido de educar.
18

Referências bibliográfica

ALMEIDA, R. S. A ginástica na escola e na formação de professores. Tese de doutorado


apresentado à Faculdade Federal da Bahia, Faculdade de Educação, 2005.

AYOUB, E. Ginástica geral e educação física escolar. 2ª Ed. São Paulo: Unicamp, 2007.

AYOUB, E. Ginástica Geral e Educação Física escolar. Campinas: Ed. Unicamp, 2003.

Colégio Etapa, 29 jun. 2021. Disponível em: https://blog.etapa.com.br/colegio/educacao-fisica-


Escolar. Acesso em: 21 nov. 2021.

COLÉGIO ETAPA. Qual é o papel da Educação Física Escolar?. São Paulo:

Você também pode gostar