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Seminário de Economia

Internacional
União Europeia

Alunos: Anelize Silva, Danilo de Pádua, Letícia Aguiar, Luciana Cunha e Marcel Maia

Turma: 7 A2
1. Histórico

A união europeia é um bloco econômico que surgiu na década de 50, hoje compõe 27
países, que compõe um projeto de integração política e econômica. Os membros da União
europeia são: Alemanha, Bélgica, Áustria, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia,
Espanha, Estônia, Finlândia, França, República Checa, Grécia, Hungria,, Irlanda, Itália, Letônia,
Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países baixos, Polônia, Portugal, Reino Unido, Romênia e
Suécia.

 O Tratado de Paris, assinado em 1951, estabelecendo a Comunidade europeia do


Carvão e do Aço, e os Tratados de Roma, assinados em 1957, instituindo a Comunidade
econômica europeia e a Comunidade europeia da Energia Atômica ou Euratom, foram
assinados por seis membros fundadores: Alemanha, Bélgica, França, Itália,
Luxemburgo e Países Baixos. Depois disto, a UE levou a cabo seis alargamentos
sucessivos: em 1973, Dinamarca, Irlanda e Reino Unido; em 1981, Grécia; em 1986,
Portugal e Espanha; em 1995, Áustria, Finlândia e Suécia; a 1 de Maio de 2004,
República Checa, Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia,
Malta e Polônia; a 1 de Janeiro de 2007, Bulgária e Roménia.
 No ano de 1954, devido ao sucesso conseguido pela criação da CECA, os seis
componentes desta instituição decidiram criar uma organização que zelaria pela defesa
e proteção da Europa - CED (Comunidade Europeia de Defesa). Entretanto, apesar de
todos os esforços dedicados na construção deste órgão, ocorreu o seu fracasso. A grande
importância deste evento adveio exatamente de seu fracasso, vez que, a partir de então,
os Estados passaram a adotar regras mais modestas e progressivas no ato de aproximar
os estados europeus.
 Em 25 de março de 1957 a comunidade econômica europeia se deu o plano Schuman
tinha dado origem a uma Comunidade especializada em dois domínios decisivos, mas
limitados: o carvão e o aço. Sob a pressão da Guerra Fria, foram tomadas iniciativas nos
domínios da defesa e da união política, mas a opinião pública não estava ainda
preparada para aceitá-las. Os seis Estados-membros da CECA escolheram, portanto
uma nova área de integração no domínio económico: a criação de um mercado único.
 Em um de Janeiro de 1973 primeiro alargamento da comunidade europeia. A União
europeia encontra-se aberta a todos os países europeus que a ela pretendem aderir e que
respeitem os compromissos assumidos nos Tratados da fundação e subscrevem o
mesmo objetivo fundamental. Existem duas condições que determinam a aceitação de
uma candidatura à adesão: a localização no continente europeu e a prática de todos os
procedimentos democráticos que caracterizam o Estado de direito.
 17 de Fevereiro de 1986: assinatura do Ato Único Europeu
O objetivo do Tratado de Roma de criar um mercado comum havia sido parcialmente
realizado nos anos sessenta, graças à supressão dos direitos aduaneiros internos e das
restrições quantitativas às trocas comerciais. Mas os autores do Tratado haviam
subestimado todo um conjunto de outros obstáculos as os meios para adoptarem as 300
diretivas que eram necessárias.
 Ao objetivo do grande mercado interno, o Ato Único associa estreitamente outro de
importância tão fundamental como o primeiro: o da coesão económica e social. A
Europa cria assim políticas estruturais em benefício das regiões com atrasos de
desenvolvimento ou que tenham sido atingidas por mutações tecnológicas e industriais.
Promove igualmente a cooperação em matéria de investigação e de desenvolvimento.
Por último, toma em consideração a dimensão social do mercado interno: no espírito
dos governantes da União, o bom funcionamento do mercado interno e uma
concorrência sã entre as empresas são indissociáveis do objetivo constante que consiste
na melhoria das condições de vida e de trabalho dos cidadãos europeus.
 Em 1972 e 1994, a Noruega assinou também tratados de adesão à União Europeia. No
entanto, nas duas ocasiões, através de referendos, a população norueguesa rejeitou a
adesão do seu país. O Tratado de Maastricht, de 1992, rebatizou a comunidade como
União Europeia. Esse tratado, que substituiu o de Roma, deflagrou a União Econômica
e Monetária (UEM) e estabeleceu a meta de definição de políticas externa e de defesa
comuns. A maioria de seus Estados-membros adotou uma moeda única, o euro, a partir
de 1999. Suécia e Dinamarca optaram por não aderir ao euro. O reino Unido está
revendo sua posição, mas por enquanto ainda não aderiu à moeda. A Grécia não
cumpriu as condições para adotar o euro. Em 28 de Novembro de 1995, os quinze
países da União Europeia e doze países do sul do Mediterrâneo estabelecem uma
parceria que deverá conduzir à criação de uma zona de comércio livre, combinada com
acordos de cooperação nos domínios social, cultural e humano.

2. Características

A União Europeia torna-se um gigante com 25 países, governado por um colegiado, o


Conselho da União Europeia, ocupando uma área próxima de 4 milhões de quilômetros
quadrados, quase 500 milhões de habitantes, terceira em população no mundo, perdendo apenas
para China e Índia e o segundo maior PIB do mundo, de U$ 9,2 trilhões. O grupamento é o
maior bloco comercial do mundo (primeiro exportador mundial e segundo importador). Em
2001, as exportações atingiram US$ 875 bilhões e as importações US$ 914 bilhões. Seus
principais parceiros foram os Estados Unidos (21% do comércio total), Suíça (6%), Japão
(5,6%) e China (4,5%). O termo “União Europeia” é utilizado desde o Tratado de Maastricht
para designar o conjunto das três esferas de ação ou “pilares” em que se divide o processo de
integração Europeia:
 O primeiro corresponde à integração econômico-comercial, cuja expressão concreta é o
“mercado único”, ou seja, a livre circulação de bens, serviços, capitais e trabalhadores
entre os Estados Membros, em condições semelhantes às que vigoram no interior de um
território nacional, na forma de um território alfandegário único; no intercâmbio entre
os Estados Membros, foram totalmente eliminadas as barreiras tarifárias e restrições
quantitativas e, nas trocas com terceiros países, foram estabelecidas a Tarifa Externa
Comum (TEC) e uma legislação básica de comércio exterior uniforme, complementada
por normas específicas, que serão tratadas adiante; a esta dimensão da integração,
passou se a aplicar, em 1992, o termo “Comunidade Europeia” em substituição a
“Comunidade Econômica Europeia”, utilizada até então;
 O segundo pilar cobre a política externa e de segurança comum;
 E o terceiro refere-se às políticas de imigração e de cooperação judiciária e policial.
O primeiro pilar é administrado pelas instituições comunitárias (Conselho, Comissão,
Parlamento Europeu e Corte de Justiça). O segundo e o terceiro pilares têm um caráter
intergovernamental, de responsabilidade primordial dos Estados Membros da União Europeia.
Por sua vez, o termo “Comunidades Europeias” abrange a Comunidade Europeia (ou seja, o
primeiro pilar da União), a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) e a Comunidade
Europeia de Energia Atômica (EURATOM). Estabelecidas por tratados distintos, as três são,
desde 1965, administradas pelas mesmas instituições, mas preservam sua identidade jurídica.
Desse modo, ao se fazer referência exclusivamente ao aspecto econômico-comercial da
integração Europeia, o mais conveniente é utilizar o termo “Comunidade Europeia”, As
designações “Comunidade Econômica Europeia” e “Mercado Comum Europeu” foram
oficialmente abolidas.
As principais instituições da Comunidade Europeia são:
- O Conselho de Ministros (na prática, existem diversos “Conselhos”: o Conselho de Assuntos
Gerais, por exemplo, reúne os Ministros de Relações Exteriores dos Estados Membros, o
Conselho de Agricultura, o Conselho Econômico e Financeiro (de Ministros da Economia) e
assim por diante;
– A Comissão Europeia (composta de um corpo, com cerca de 20.000 funcionários e por um
colégio de Comissários, cujos vinte integrantes são indicados pelos Estados Membros da União
Europeia à razão de um por país e dois no caso dos cinco maiores países – França, Alemanha,
Reino Unido, Itália e Espanha; os Comissários não são representantes dos Estados Membros e,
portanto, não respondem aos Governos nacionais;
– O Parlamento Europeu (composto por 626 deputados eleitos diretamente pela população dos
Estados Membros), e – O Tribunal de Justiça (integrado por juízes, um indicado por cada
Estado Membro).
Cabe citar, ainda, como órgãos consultivos, o Comitê Econômico e Social, que
congrega entidades patronais e sindicais, e o Comitê das Regiões, que reúne representantes de
todas as regiões em que se divide cada país da União Europeia. Ambos emitem pareceres, sem
caráter vinculante, sobre diversos temas da agenda do processo de integração. O processo
legislativo na Comunidade Europeia inicia-se normalmente na Comissão. O Colégio de
Comissários aprova projetos de Regulamento, Diretiva ou Decisão, que encaminha ao Conselho
de Ministros. O Conselho pode aprovar os projetos, rejeitá-los ou devolvê-los à Comissão para
reelaboração. O Parlamento Europeu participa do processo legislativo em distintos graus de
interferência (consulta simples, cooperação, co-decisão ou parecer favorável), dependendo do
tipo de ato normativo a ser adotado. Com a entrada em vigor do Tratado de Amsterdã, ampliou-
se significativamente o campo de procedimento de co-decisão, em que o Parlamento decide em
pé de igualdade com o Conselho. O procedimento de simples consulta foi mantido para o
domínio da Agricultura. Já a cooperação (que permite ao Conselho, por unanimidade, ignorar a
posição do Parlamento) é hoje aplicada para as decisões relativas à União Econômica e
Monetária. O parecer favorável, por fim, é atualmente indispensável para decidir sobre a adesão
de novos Estados-Membros, acordos de associação com terceiros países, conclusão de acordos
internacionais, etc.
O Conselho de Ministros é assistido pelo Comitê de Representantes Permanentes
(COREPER). Normalmente, um projeto vindo da Comissão, antes de ser considerado pelos
Ministros, é examinado pelo COREPER para uma avaliação detalhada de seus aspectos técnicos
e mesmo políticos. O COREPER é composto, no nível mais alto, pelos próprios Representantes
Permanentes (Embaixadores) dos Países-Membros junto à União Europeia,
em Bruxelas, mas conta também com grupos temáticos formados por funcionários das
Representações Permanentes – é o caso do “Comitê 133”, grupo que examina todos os temas de
política comercial e acompanha a atuação da Comissão nas negociações comerciais e
internacionais.
O Conselho da UE dispõe, ainda, de grupo de trabalho voltado para o exame de temas
relativos à América Latina e às relações da região com a União. O grupo, denominado AMLAT,
é integrado por representantes das Missões Permanentes dos Estados Membros da UE em
Bruxelas, por membros do Conselho e da Comissão Europeia, sendo presidido por
representantes da Presidência, em exercício, da UE. Desde julho de 1999, o AMLAT passou a
incluir em sua agenda temas políticos e econômicos, os quais eram anteriormente tratados em
dois grupos distintos. As reuniões do AMLAT realizam-se em bases semanais ou quinzenais,
dependendo da agenda a ser discutida.

3. Aspectos Marcantes

 No século XXI assistir-se-á à afirmação da Europa como potência de paz, desde que a
União promova a estabilidade e o desenvolvimento nos grandes grupos regionais que a
envolvem. Graças ao papel que desempenha nas trocas comerciais mundiais e ao seu
peso económico, a União é já um parceiro respeitado nas grandes instâncias
internacionais, tais como a Organização Mundial de Comércio ou a ONU.
Progressivamente, a União apoia-se no seu potencial económico para desenvolver a sua
influência política e afirmar-se com uma só voz. O Tratado da União Europeia, de 1992,
fixa o objetivo e as modalidades de uma Política Externa e de Segurança Comum
(PESC), que inclui, a prazo, a definição de uma política de defesa comum. Mas os
europeus deverão ainda envidar numerosos esforços para harmonizar a sua diplomacia e
a sua política de segurança. É esse o preço, que pressupõe uma vontade política real dos
Estados-membros, para que a União possa defender os seus interesses e contribuir para
a criação de um mundo de paz e de justiça.
 Em primeiro de Novembro de 1993 a União Europeia Ao entrar em vigor, em 1 de
Novembro de 1993, o Tratado da União Europeia, assinado em 7 de Fevereiro de 1992
em Maastricht, confere uma nova dimensão à construção europeia. A Comunidade
Europeia (o Tratado de Maastricht substituiu o nome Comunidade Econômica
Europeia), fundamentalmente económica nas suas aspirações e no seu teor, passa estar
integrada na União Europeia baseada, doravante em três pilares.
O pilar comunitário (a Comunidade Europeia e a Comunidade Europeia da Energia
Atómica), regido pelos procedimentos institucionais clássicos, faz intervir a Comissão,
o Parlamento, o Conselho e o Tribunal de Justiça; gere essencialmente o mercado
interno e as políticas comuns.
Os outros dois pilares envolvem os Estados-membros em domínios caracterizados até
então como sendo da competência exclusivamente nacional: a política externa e de
segurança, por um lado, e os assuntos internos, tais como a política de imigração e de
asilo, a polícia e a justiça, por outro. Trata-se de um progresso importante, na medida
em que os Estados-membros consideram que é do seu interesse cooperar mais
estreitamente nestes domínios, como forma de afirmar a identidade Europeia no mundo
e de assegurar uma melhor proteção dos seus cidadãos contra a criminalidade
organizada e o tráfico de drogas.
 Mas o que os cidadãos recordarão do Tratado de Maastricht será provavelmente a
decisão que trouxe maior impacto prático à sua vida quotidiana: a realização da União
Económica e Monetária. Desde 1 de Janeiro de 1999, a UEM reúne todos os países que
cumpriram um determinado número de critérios económicos destinados a garantir a sua
boa gestão financeira e a assegurar a estabilidade futura da moeda única: o euro.

4. Economia

Muito antes de o Acto Único Europeu ter sido redigido, já os economistas indicavam que
as economias dos Estados-Membros teriam de se comportar de forma mais coesa — o processo
de convergência — caso quisessem explorar colectivamente todo o seu potencial. A União
Económica e Monetária (UEM) foi considerada a etapa seguinte, difícil mas necessária e
desejável, que permitiria continuar a avançar.
Em 1969, a UE fixou o objectivo de realizar a União Económica e Monetária até 1980. Contudo
o caminho a percorrer não era fácil. As recessões dos anos 70 atrasaram o avanço da UEM — e
da moeda única que a acompanhava — tal como travaram o progresso noutros domínios. O
processo foi reiniciado em 1978, com uma cooperação mais estreita em matéria de taxas de
câmbio, plenamente relançado em 1988 e culminou em 1990 com a conclusão da primeira das
três fases da UEM.
Nesse ano, por exemplo, a UE levantou as últimas limitações que restavam à movimentação de
dinheiro de um Estado-Membro para outro, à transferência de capitais ou ao investimento
noutro país da União. Deixou de ser necessário preencher formulários para obter as divisas
estrangeiras necessárias para passar férias ou estudar noutro país.
Durante os anos seguintes, foi traçada uma linha clara de demarcação entre os governos e os
bancos centrais em matéria de finanças. Os governos deixaram de poder recorrer às emissões de
moeda dos bancos centrais para evitarem dificuldades de equilíbrio orçamental. Em 1994, a
segunda fase da UEM foi completada com a criação do Instituto Monetário Europeu (IME), o
percursor do actual Banco Central Europeu (BCE).
Neste processo, os governos comprometeram-se a não viver acima das suas possibilidades,
tendo sido estabelecidos limites ao endividamento público e aos défices orçamentais. Os países
da UE acordaram num sistema de «supervisão multilateral», que permite controlar as situações
em que as decisões de política orçamental de um Estado-Membro pudessem ter efeitos adversos
nas economias dos restantes.

Os critérios de Maastricht
Em 1992 chegou-se a um acordo quanto a cinco critérios que determinariam se um Estado-
Membro estava preparado para adoptar a moeda única. São conhecidos como «critérios de
Maastricht», nome da cidade em que foi assinado o Tratado que os definiu.

Os critérios relacionam-se com:

 estabilidade dos preços: a taxa de inflação não deve ultrapassar em mais de 1,5% a taxa de
inflação dos três Estados-Membros com melhores resultados no ano precedente;
 défice orçamental (diferença entre receita e despesa pública): o défice deve, em princípio,
ser inferior a 3% do PIB;
 dívida: o limite foi fixado em 60% do PIB, contudo, um país com um rácio
endividamento/PIB mais elevado pode adoptar o euro, caso o nível da dívida esteja a
diminuir de forma regular;
 taxas de juro a longo prazo: não devem ultrapassar em mais de 2% as taxas dos três
Estados-Membros com as melhores taxas de inflação no ano precedente;
 estabilidade das taxas de câmbio: as taxas de câmbio devem permanecer, durante dois anos,
entre as margens de flutuação predefinidas. Estas margens são as previstas pelo mecanismo
europeu de taxas de câmbio, um sistema opcional para os Estados-Membros que quiserem
ligar a sua moeda ao euro.

UEM: o tiro de partida

O tiro de partida para a União Económica e Monetária foi dado em 1 de Janeiro de 1999, com
o lançamento do euro em 11 Estados-Membros: Áustria, Bélgica, Finlândia, França,
Alemanha, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal e Espanha. Em 2001
seguiu-se-lhes a Grécia, que inicialmente não cumpria os critérios de Maastricht.

Três países — Dinamarca, Suécia e Reino Unido — decidiram não integrar a primeira vaga de
países que adoptaram o euro. Caso venham a decidir adoptar o euro, tanto estes como os novos
Estados-Membros deverão respeitar os critérios de Maastricht. Os novos aderentes estão
empenhados na adopção do euro, mas não o poderão fazer antes de 2006 devido ao critério das
taxas de câmbio.
O euro tornou-se a moeda oficial dos países participantes desde a data em que o adoptaram.
Contudo, as notas e moedas só foram introduzidas em 1 de Janeiro de 2002. Durante este
período transitório, quem fizesse pagamentos em euros tinha de utilizar um cartão de crédito ou
débito ou pagar por transferência bancária. Inicialmente, o euro era, na prática, uma moeda
“virtual” utilizada sobretudo no mundo dos negócios e não nas transacções diárias.
Os benefícios da moeda única

O benefício mais óbvio do euro é facilitar a vida aos viajantes. Desapareceram os incómodos e
os custos de cambiar dinheiro. O euro facilita igualmente a comparação dos preços, o que é
saudável para a concorrência e bom para os consumidores.
Contudo, os motivos que levaram à introdução do euro são bem mais essenciais. A integração
adicional trará benefícios a longo prazo para a concorrência, o crescimento e a prosperidade,
assegurando um ambiente de baixas taxas de inflação e permitindo que as empresas sejam mais
eficientes.
Os custos das transferências de dinheiro para desenvolver actividades comerciais noutros países
diminuíram e as empresas não têm necessidade de fazer seguros ou de aumentar a sua margem
de lucro para se protegerem contra os riscos das flutuações cambiais. Estes custos, que
equivaliam a um autêntico imposto sobre a actividade comercial, tendo chegado a representar
1% do PIB, desapareceram quase por completo porque agora mais de 80% do comércio dos
países da zona euro se processa entre si.
As empresas da zona euro que realizam trocas comerciais com o resto do mundo têm,
automaticamente, a vantagem de utilizar uma moeda internacional. Podem proteger-se contra as
variações das taxas de câmbio facturando simplesmente aos seus clientes em euros. É agora
muito mais fácil convencer um cliente a pagar em euros do que antes em dracmas gregos ou
marcas finlandesas.

A UEM não é só o euro

A União Económica e Monetária implica o respeito de um conjunto de regras conhecidas por


Pacto de Estabilidade e Crescimento. Estas regras foram concebidas para g arantir a solidez
das finanças públicas dos países da EU — factor importante para assegurar um crescimento
sustentável.
Todos os anos, a Comissão e os Estados-Membros reavaliam a forma como estão a cumprir o
Pacto. Cada país da zona euro fornece a informação necessária, sob a forma de um programa de
estabilidade, e os países fora da zona euro apresentam programas de convergência que contêm
elementos adicionais de informação sobre a forma como estas economias se estão a comportar
em relação aos critérios de Maastricht na perspectiva da adopção do euro.
Além disso, a Comissão acompanha em permanência a forma como os Estados-Membros estão
a cumprir os objectivos de reforço da integração económica em cada sector, desde as finanças à
investigação e desenvolvimento, passando pela energia e pelos transportes. Verifica igualmente
se as implicações ambientais das decisões de política económica foram devidamente tomadas
em consideração. A Comissão controla ainda os progressos em matéria de criação de emprego e
do maior acesso possível ao mercado de trabalho. O objectivo fundamental é assegurar o
crescimento sustentável e a integração social.

Pacto de Estabilidade e Crescimento

O Pacto de Estabilidade e Crescimento obriga todos os países da UE a respeitarem o


princípio do equilíbrio orçamental ou a ficar perto desse equilíbrio a médio prazo. Por outras
palavras, as suas despesas não podem ultrapassar as suas receitas. Desta forma podem evitar
uma acumulação da dívida que, no passado, obrigou os governos a aumentarem os impostos ou
a reduzirem as despesas com os cidadãos e os investimentos.
Se o crescimento económico abrandar, as receitas fiscais diminuem porque as empresas
apresentam piores resultados, os consumidores gastam menos e os governos precisam de gastar
mais em subsídios de desemprego. Nestas circunstâncias, pode justificar-se um certo aumento
do endividamento. Contudo, se a posição inicial do orçamento for de relativo equilíbrio, os
governos deveriam ter uma margem de manobra suficiente para manterem os seus défices
abaixo de 3% do PIB.
O Pacto não é um espartilho, na medida em que permite, em circunstâncias excepcionais,
que os governos excedam o limite de 3%. As economias podem enfrentar situações difíceis sem
que os governos sejam responsáveis. A economia internacional pode ser afectada por eventos
imprevisíveis — por exemplo, os ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001 nos Estados
Unidos ou a subida do preço do petróleo que antecedeu a guerra do Iraque em 2003.
Se um Estado-Membro desrespeitar as regras do Pacto sem a devida justificação, será
advertido de que deve adoptar rapidamente medidas correctivas. Se não o fizer, a Comissão
Europeia e os outros Estados-Membros podem impor tais medidas e, se isso não for suficiente
para restabelecer o controlo orçamental, o Estado-Membro em falta teria de efectuar, junto da
Comissão, um depósito não remunerado. Se tal ainda não fosse suficiente para persuadir o
Estado-Membro a pôr a casa em ordem, este poderia perder definitivamente essas quantias. A
justificação é que um défice excessivo num país da UE pode ter efeitos negativos nos outros.

O papel do BCE

A estabilidade dos preços cria um ambiente económico estável e o Banco Central


Europeu (BCE) tem um papel crucial para alcançar esta estabilidade na zona euro. Fá-lo
mediante a fixação das taxas de juro que utiliza nas suas operações com os bancos, e que, por
seu turno, servem de referência a todas as taxas de juro da zona euro. O BCE fixa as suas taxas
ao nível que considera adequado para manter a estabilidade dos preços na zona euro, tendo por
objectivo, a médio prazo, a manutenção da inflação abaixo dos 2%, um nível seguro que
permite evitar o risco de deflação ou de inflação excessiva.
O Banco controla igualmente as reservas monetárias da zona euro e tem poderes para
vender e comprar divisas estrangeiras nos mercados monetários internacionais para influenciar
as taxas de câmbio do euro. Contudo, não fixou objectivos quanto ao nível adequado das taxas
de câmbio, colocando a tónica da sua política na inflação.
Sediado em Frankfurt, o Banco Central Europeu é a cúpula do Sistema Europeu de Bancos
Centrais (SEBC), de que fazem parte todos os bancos centrais da UE. Todos os bancos centrais
intervêm, por exemplo, na escolha da tecnologia que assegura que as empresas e os bancos
podem movimentar o dinheiro de forma eficiente em toda a UE. Contudo, apenas os bancos
centrais da zona euro são consultados quando o BCE fixa as taxas de juro para a zona euro.

O impacto do euro

Verificou-se uma evidente mudança nos mercados financeiros assim que o euro foi
introduzido sob forma «virtual» em 1999. Na maioria dos casos, os governos da zona euro
passaram imediatamente a pagar menos juros pelos empréstimos que contraíam. Por um lado,
estavam a operar num contexto de estabilidade e de taxas de inflação baixas, o que mantém as
taxas de juro a um nível reduzido. Por outro lado, passaram a contrair os seus empréstimos
numa moeda com muita liquidez, ou seja, numa moeda com muitos compradores e vendedores.
A pressão da procura mantém as taxas de juro competitivas. As baixas taxas de juro reduzem os
custos de reembolso da dívida, proporcionando aos governos margem de manobra para diminuir
os impostos ou aumentar as despesas com a saúde, as pensões, o bem-estar social ou as infra-
estruturas. As empresas e os consumidores também beneficiam. A redução das taxas de juro
estimula o investimento das empresas e torna o crédito mais barato para quem compra casa.

Os benefícios não se limitam à zona euro

Não são só os governos da zona euro que estão a aproveitar os benefícios desta nova
moeda internacional. Outros países, tanto dentro como fora da UE, estão igualmente a contrair
empréstimos em euros, colhendo alguns dos benefícios resultantes do facto de se tratar de uma
moeda com grande liquidez e internacionalmente reconhecida. Estes países pretendem
frequentemente diversificar a sua carteira de divisas e o euro constitui uma nova moeda
internacional à sua disposição. O euro é igualmente cada vez mais utilizado pelos bancos
centrais, paralelamente ao dólar, como moeda de reserva, isto é, reservas convertíveis a utilizar
em caso de crise monetária.
Notas e moedas: o euro torna-se real

Para o público em geral, o impacto real da União Económica e Monetária só ocorreu em 1


de Janeiro de 2002 quando foram introduzidas as notas e moedas em euros. Há sete notas e oito
moedas de diferentes valores. Cada moeda tem uma face europeia e, na outra face, um motivo
nacional do país onde foi cunhada. As notas, pelo contrário, não têm características nacionais.
Independentemente do local de emissão, as notas e moedas em euros podem ser utilizadas em
toda a zona euro e em certos outros países.
Quando os cidadãos dos 12 países da zona euro tiveram a nova moeda nos bolsos, tornou-
se evidente o quão mais fácil se tornaram as viagens e como aumentou o seu poder de compra.
Antes da introdução do euro, o custo de cambiar divisas podia atingir 1% do custo de umas
férias e significativamente mais para quem visitasse diversos países e apenas trocasse pequenas
importâncias de cada vez. O euro tornou as pessoas consumidores mais avisados, capazes de
comparar os preços e de comprar onde os produtos são mais baratos.Tudo isto foi facilitado
pelas regras da UE relativas aos encargos bancários sobre os levantamentos automáticos em
euros, pagamentos com cartão de crédito e transferências
internacionais em euros. Estes encargos diminuíram significativamente ou desapareceram de
todo.

As três etapas

A primeira etapa, que teve início em 1 de Julho de 1990, implicou:

 Total liberdade de circulação de capitais na UE (supressão dos controlos cambiais);


 Aumento dos recursos destinados a corrigir desequilíbrios entre regiões europeias
(fundos estruturais); convergência económica, através da supervisão multilateral das
políticas económicas dos Estados-Membros.

A segunda etapa começou em 1 de Janeiro de 1994 e implicou:

 Criação do Instituto Monetário Europeu (IME) em Frankfurt, composto pelos


governadores dos bancos centrais dos países da União;
 Independência dos bancos centrais nacionais;
 Regulamentação sobre a redução dos défices orçamentais.
A terceira etapa foi o nascimento do euro. Em 1 de Janeiro de 1999, 11 países adoptaram o euro,
que passou assim a ser a moeda comum da Áustria, da Bélgica, da Finlândia, da França, da
Alemanha, da Irlanda, da Itália, do Luxemburgo, dos Países Baixos, de Portugal e de Espanha
(aos quais se juntou a Grécia em 1 de Janeiro de 2001). A partir deste momento, o Banco
Central Europeu substituiu o IME e passou a ser responsável pela política monetária, que é
definida e executada em euros.

Em 1 de Janeiro de 2002, entraram em circulação nos 12 países da área do euro as notas e


moedas de euros. Dois meses depois, as notas e moedas nacionais tinham sido retiradas. A partir
daí, só o euro passou a ter curso legal nos países da área do euro, que representam mais de dois
terços da população da UE.

5. Problemas da União Europeia

Reforma dos Fundos Estruturais que se podem centrar em três objetivos: regiões com
menos de 75% de rendimento médio da UE, regiões que se confrontam com necessidades
peremptórias de reestruturação económica e social, e outro tipo de regiões cobertas com os dois
tipos de problemas, onde se devem modernizar os sistemas de ensino, formação e emprego. O
primeiro tipo eleva-se a 2/3 do total pressuposto. Os Fundos de Coesão manifestam-se de forma
similar, centrando-se nos estados cujo PNB per capita é inferior a 90%. O grande problema que
se traça para o futuro é a reforma destes fundos, com o futuro ingresso os países do centro e este
da Europa, bastante menos desenvolvidos que os que atualmente beneficiam dos fundos.
Reforma da PAC que continua absorvendo uma enorme percentagem do total do
pressuposto comunitário. Esta reforma está em execução, logicamente, com a oposição dos
camponeses afectados. Um caso recente foi um caso do sector do azeite em Espanha.
Persistem diversos problemas, surgiram novos desafios, relativamente aos quais parece
não haver consenso sobre os caminhos a seguir: as assimetrias entre regiões e países-membros
persistem; as instituições previstas para seis Estados já não funcionam com a mesma eficácia
após os sucessivos alargamentos; a UE continua com dificuldade em assumir uma posição de
liderança na cena política internacional; existem problemas ao nível de segurança e no controlo
das fronteiras e da imigração; persistem elevados níveis de desemprego.
A maior dificuldade à integração do bloco (no sentido da sua maior homogeneização)
consiste, sobretudo, no “atraso estrutural” dos países recém integrados; de passado socialista, os
novos membros são “estranhos” ao “clube” dos países ditos desenvolvidos. Devemos entender
que os novos membros não possuem, de modo algum, o dinamismo encontrado, por exemplo,
na economia alemã. Apenas a título de curiosidade, para que, por exemplo, a Polônia atinja o
PIB per capita médio da União Europeia, que ronda US$ 25 mil dólares, será necessário,
segundo estimativas, aproximadamente 60 anos, o que de certa forma pode engessar os planos
de grandeza do bloco num curto prazo de tempo, pois os novos membros irão necessitar de
grandes investimentos para atingir o patamar de renda encontrado nos países que já
participavam da União Europeia.
Referente à incorporação dos 10 novos membros em 2004, temos que, além de um
número muito mais expressivo de novos países integrados ao mesmo tempo, estes possuem
problemas não só econômicos, mas também político-sociais de grande magnitude. Os novos
membros possuem, em geral, uma cultura política autoritária fruto dos anos de governos
socialistas repressivos, o que pode engessar as conversações sobre uma possível União não só
econômica, mas também política, isto é, com uma Constituição em comum, quiçá também
Forças Armadas reunindo oficiais militares de todos os países-membros.
O problema das imigrações é um dos pontos mais críticos da integração dos novos
membros à União Europeia, por serem países menos desenvolvidos, a busca de uma vida
melhor nos antigos membros seria quase que o caminho natural dos europeus do Leste, já que
não há barreiras formais que impeçam o trânsito de europeus de qualquer membro para qualquer
outro.
A disparidade entre as novas nações e os antigos membros é mais pronunciada no âmbito
rural por uma combinação de baixa renda e alto desemprego. O desafio principal nesse campo é
o aumento da prosperidade da agricultura e da sociedade rural europeia. Neste século que se
inicia, inúmeros são os desafios que apontaríamos para a consolidação do bloco: a gigantesca
disparidade econômica entre os antigos membros e os recém-chegados; a imigração dos
europeus do leste para os países mais desenvolvidos, que pode desestabilizar e sobrecarregar as
estruturas de bem-estar social das nações mais ricas; a questão dos subsídios, quase todos os
países recentemente integrados à UE são países agrícolas, dependentes das exportações e os
membros mais antigos dificilmente abrirão mão da proteção em prol dos novos membros; as
dificuldades quanto à política externa comum, evidenciadas na guerra no Oriente Médio.
Problemas que poderão ser enfrentados com investimentos diretos no Leste, onde existe mão-
de-obra qualificada e a custos bem mais reduzidos.

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