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RESUMO
A crueza retratada nos contos do escritor mineiro Rubem Fonseca (1925-2020) é analisada
neste artigo, com destaque para as tentativas de apreensão de uma realidade urbana e
periférica, por meio da menção a atos de violência e descrições escatológicas e depravadas. A
aposta nesses recursos linguísticos chegou a levar o autor a ser censurado, o que somente
atraiu mais atenção para a sua obra. O objetivo deste texto é mensurar, por meio da análise do
discurso, o refinamento literário existente por trás de livros supostamente vulgares, com
frequência enxergados por alguns críticos como “menores”. Para isso, serão esquadrinhados
contos de Feliz Ano Novo (1975), para analisar os choques entre classes sociais mediados
pela criminalidade, e os de Secreções, excreções e desatinos (2001), em que a escatologia é
explorada ao extremo. A escolha desse tema se justifica pela relevância de Rubem Fonseca no
cenário da literatura brasileira e mundial, em especial no desenvolvimento do gênero conto. O
objetivo é constatar como assuntos polêmicos e cenas chocantes alcançaram o grande público
a partir da obra do autor, cujos livros chegaram a ser censurados por serem “contrários à moral
e aos bons costumes”.
1. Considerações iniciais
2. Desenvolvimento
Essas figuras aparecem imersas num mundo sem Deus, sem ética,
sem moral. São figuras degradantes e irreverentes que marcam essa
narrativa que, com apurada técnica cinematográfica, reinventa uma
literatura capaz de conduzir o leitor a uma desmistificação da violência,
que reina operante. Nesse entorno, a presença do outro é rechaçada, e
o individualismo e a solidão apresentam-se como rota de fuga. (SILVA,
2017, p.469)
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Por esses e outros motivos, Alfredo Bosi classifica o autor mineiro como
“brutalista” (LAFETÁ, 2000). Observando-se os livros de contos de Rubem
Fonseca, destaca-se a obra Feliz Ano Novo, em que a violência gratuita salta
aos olhos. Os contos reunidos espelham, de alguma forma, uma realidade que
assola algumas capitais brasileiras, em especial o Rio de Janeiro, que serve de
palco para muitas das narrativas do escritor mineiro.
3. Metodologia
REFERÊNCIAS
FONSECA, Rubem. Feliz Ano Novo. Rio de Janeiro: Arte Nova, 1975.
VIDAL, Ariovaldo José. Roteiro para um narrador: uma leitura dos contos
de Rubem Fonseca. Ateliê Editorial, 2000.