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Genérico é aquele gestor que quando encontra um problema pela primeira vez,
literalmente tem um ataque de desespero. Isso porque ele acha que aquele problema
sempre acontece no ambiente de trabalho e que, somente agora, é que chegou ao seu
conhecimento. Vamos a um exemplo: quando o gestor está passando por um
determinado setor da empresa, observa que algo está errado. Por ser um chefe estilo
genérico, ele imediatamente convoca uma reunião para discutir a questão. E observe:
de fato ele não vai discutir muita coisa.
Afinal, discutir significa debater ou contrapor idéias. É uma circunstância onde dois
pontos de vista são colocados. Mas, no caso do gestor genérico, as coisas acontecem
de uma forma bem diferente. Ele não dá sequer oportunidade para que nas pessoas
envolvidas expliquem o que aconteceu. Simplesmente exaltado ele apresentará uma
série de medidas para que aquele erro não volte a se repetir. E, evidentemente, não
deixará de chamar a atenção de todos sobre o quanto é difícil gerenciar uma empresa
onde as pessoas não têm competência sequer para respeitar uma regra ou, então,
para identificar o que está errado.
Infelizmente, o gestor estilo genérico não tem o hábito de escutar o que realmente
está acontecendo na empresa. Para ele, tudo é muito simples: “se eu encontrei o erro
uma vez, quem garante que todos não estão errando também? E como não há provas
sobre isso, o melhor é chamar a atenção de todos na empresa.”
Quando se trata de gestão de pessoas, não considero que exista o certo ou o errado.
Há apenas o que é recomendável, ou não. Isso porque, para cada situação, o gestor
deve sempre utilizar o bom senso. E no caso de gerenciar problemas, a principal
recomendação é a seguinte: procure generalizar somente os problemas de natureza
pessoal dos seus funcionários.
Note que, além de ser uma situação muito delicada, é importante ter em mente a
necessidade de se preservar a dignidade das pessoas. Nesses casos, onde a causa do
problema é de foro íntimo, nada melhor do que generalizar. Faça uma reunião e
comunique que “algumas pessoas” estão tendo problemas de relacionamento na
empresa. Peça de forma genérica para que todos concentrem suas energias nos
objetivos da equipe e que, ao mesmo tempo, auxiliem os colegas a melhorar a sua
postura pessoal.
É provável que o seu funcionário fique muito grato com a sua forma de “fazer de
conta” que não sabe quem é. E ainda, é provável também que ele corrija o problema,
fazendo de conta que não aconteceu nada. Resumindo: evite individualizar problemas
de natureza pessoal. Além de não se complicar com assuntos melindrosos, você
conseguirá manter o respeito e a motivação do funcionário pela empresa e por você!
E observe: com ironia ao extremo, eles ainda perguntam ao colega que é culpado se
ele concorda com tal punição. Segundo, porque há também um efeito reverso. Os
amigos desse funcionário podem voltar-se contra a gestão da empresa justamente
pela forma constrangedora de resolver o problema. Terceiro, porque outro efeito
possível de uma generalização é a revolta de toda a equipe por ser tratada em função
do comportamento que algumas pessoas apresentaram.
O que acontece depois, é que o gestor acaba tendo que se justificar com seus bons
funcionários para provar que a chamada de atenção era uma indireta apenas para
algumas pessoas. Há ainda mais um risco, que é dos funcionários tentarem se
aproveitar da fraqueza do colega para subir na empresa. Resumindo: generalizar
problemas profissionais pode apenas complicar ainda mais uma situação. Observe que
ninguém gosta de ser responsabilizado por aquilo que não fez.
Logo, a dica é para que os problemas de natureza profissional sejam conduzidos pelo
gestor numa conversa particular com o funcionário. Um gestor deve ensinar aos seus
funcionários um ditado muito útil na vida empresarial: “Se eu trabalho bem, fale de
mim. Agora, se eu estiver errado, fale pra mim!”.
Para um gestor agir com tranqüilidade, ele deve concentrar os seus esforços na
classificação correta do problema que está enfrentando. Tenho observado que o
enquadramento de cada problema, apesar de ser simples, é justamente o ponto onde
as pessoas mais se confundem. E eu utilizo um exemplo que causa muita confusão
para explicar essa situação. É o caso daquele funcionário que está se relacionando de
forma ríspida e grosseira com os seus colegas.
O hábito de ser genérico é adquirido aos poucos pelo gestor. Observe que quando um
profissional começa a trabalhar em uma empresa, ele costuma apresentar um alto
grau de confiança nas pessoas que compõe a equipe. Acontece que, na medida em
que o tempo vai passando, esse gestor “acha” que vai conhecendo a competência de
cada um, ou melhor, a incompetência de cada um. Eu utilizo o termo “acha” para
destacar que, muitas vezes, a incompetência do funcionário não é tão grande assim.
O problema é que o gestor é do estilo genérico e, por conta disso, costuma lembrar
apenas dos erros que a sua equipe comete. Geralmente o gestor genérico não confia
nas pessoas. Ele acha que todos estão a lhe esconder o que realmente acontece na
empresa. Para um gestor do estilo genérico, é certo que os erros acontecem na
empresa, só que estão sendo escondidos pelos funcionários. E quando finalmente ele
encontra algo errado, acha que a sua teoria foi confirmada.
A partir daquele momento, o genérico acredita que todos na empresa cometem aquele
erro. A questão é que somente agora ele, gestor, achou um destes erros. De forma
objetiva, um gestor genérico se forma por dois motivos: primeiro, pela insegurança
gerada pelo medo de que sempre haverá alguém lhe ocultando algum tipo de erro.
Mas o segundo motivo é provocado pela própria equipe. Isso mesmo! Algumas vezes,
os integrantes da equipe não percebem que o seu chefe tem o estilo genérico e
acabam praticando atitudes que despertam ainda mais a sua desconfiança.
Logo, a dica é simples: para trabalhar com um chefe genérico, cada ato que você
pratica não pode gerar dupla interpretação. Lembre-se: não basta ser honesto. Tem
que ter fama de honesto!