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AULA 3

O BARÃO DO RIO BRANCO: O DIPLOMATA


QUE AMPLIOU O TERRITÓRIO E REDEFINIU A
POLÍTICA EXTERNA (1902-1912)

Rubens Ricupero
AULA 3
O BARÃO DO RIO BRANCO
(1902-1912)

Ninguém como Rio Branco encarnou tão bem as melhores qualidades


da diplomacia brasileira:

• Ênfase no conhecimento
• Moderação no uso do poder
• Percepção realista das tendências do mundo
• Uma ideia de Brasil baseada nos valores da paz, do Direito
• Busca de aliança para reforçar o poder do país
• Construção de soft power
• Sentido de prioridades
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O BARÃO DO RIO BRANCO
(1902-1912)

RESUMO BIOGRÁFICO

• José Maria da Silva Paranhos Júnior


nasceu na Travessa da Rua do Senado no
Rio de Janeiro, num sobrado ainda
existente, em 20 de abril de 1845, filho
do Visconde do Rio Branco

Travessa do Senado nº 8, Rio de


Janeiro
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RESUMO BIOGRÁFICO

Viscondessa do Rio Branco Visconde do Rio Branco


Paranhos Júnior com 5 anos
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RESUMO BIOGRÁFICO

Marie Philomène Stevens

Juca Paranhos aos 17 anos, com


amigos da Faculdade de Direito de
São Paulo
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RESUMO BIOGRÁFICO

Paranhos Júnior, aos 31 anos, vestindo fardão de Cônsul-Geral


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RESUMO BIOGRÁFICO

Presidente Grover Cleveland


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RESUMO BIOGRÁFICO

Presidente Rodrigues Alves Presidente Afonso Pena Presidente Nilo Peçanha Presidente Hermes da Fonseca
(1902-1906) (1906-1909) (1909-1910) (1910-1914)
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REALIZAÇÕES

José Plácido de Castro


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FATORES DO ÊXITO
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O PARADIGMA RIO BRANCO

Na visão dos estadistas do Império, o foco principal da atenção


continuava a se concentrar, como nos tempos coloniais, no círculo dos
países platinos, Argentina, Uruguai, Paraguai
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(1902-1912)

O PARADIGMA RIO BRANCO

Os três principais eixos do paradigma foram:

• A política territorial

• O relacionamento assimétrico de poder com as grandes potências

• As relações de relativa simetria com os vizinhos sul-americanos


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A POLÍTICA TERRITORIAL

Assinatura do Tratado em que o Brasil concedeu o


condomínio da Lagoa Mirim e o Rio Jaguarão ao
Uruguai (1909)

Após a assinatura com a Bolívia do Tratado de Petrópolis (1903)


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A POLÍTICA TERRITORIAL
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AS RELAÇÕES ASSIMÉTRICAS
DE PODER
Como lidar com potências muito mais
poderosas?

Nesse eixo de desigualdade, as nações europeias apareciam


como ameaças potenciais. O Brasil era o único sul-americano
limítrofe a três potências da Europa, duas das quais
exemplos do agressivo imperialismo da época, o Reino Unido,
que aproveitara a confusão dos primeiros dias da República Barão do Rio Branco, o gigante da diplomacia
para ocupar a ilha da Trindade e a França, com a qual brasileira. Charge feita por J. Ramos Lobão e
publicada em 1908 na revista Malho
tivéramos sangrentos incidentes no Calçoene, no Amapá.
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AS RELAÇÕES ASSIMÉTRICAS
DE PODER

Ecos de uma diplomacia consciente da fraqueza militar e


necessitada de aliado poderoso, essas palavras preanunciavam
a busca do que Bradford Burns chamou de “aliança não
escrita com os Estados Unidos”.

Tal desígnio se consubstanciaria em dois momentos decisivos:


a criação da embaixada em Washington e a realização da IIIª
Conferência Interamericana no Rio de Janeiro.
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AS RELAÇÕES ASSIMÉTRICAS
DE PODER

Rio Branco aparece ao lado de outros delegados em


frente ao Palácio Monroe, por ocasião da III Conferência
Interamericana, realizada em 1906, na cidade do Rio de
Janeiro
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RELAÇÕES DE RELATIVA
IGUALDADE OU SIMETRIA

Barão do Rio Branco e General Julio Roca a caminho de


Petrópolis

Recepção ao ex-Presidente da Argentina, Gen. Julio A. Roca


(1907)
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A TENSÃO DIALÉTICA ENTRE


ASPIRAÇÕES E CAPACIDADES

Ao discursar no III Congresso Científico Latino-


Americano no Rio de Janeiro (1905), o Barão
afirmava ser “indispensável que, antes de meio
século, quatro ou cinco, pelo menos, das maiores
nações da América Latina, cheguem, como a nossa
grande e querida irmã do Norte, a competir em
recursos com os mais poderosos Estados do mundo”

Hoje, depois de 115 anos, vemos que Rio Branco


subestimou o tempo necessário para alcançar os
desenvolvidos.
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A TENSÃO DIALÉTICA ENTRE


ASPIRAÇÕES E CAPACIDADES

Revolta da Chibata (1910)


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O PODER BRANDO E O PODER


INTELIGENTE

Questão do Acre - Definições do Tratado de Petrópolis (1903)

O Barão em sua biblioteca na Villa Molitor, em Auteil, Paris


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(1902-1912)

UM BRASIL PACÍFICO, AMANTE


DO DIREITO E DA MODERAÇÃO
Em discurso no Instituto Histórico (1909), no
qual esclarece a motivação da decisão unilateral
de retificar a fronteira na Lagoa Mirim e no rio
Jaguarão em favor do Uruguai, sem aceitar as
compensações oferecidas, Rio Branco afirma:
“Se queremos hoje corrigir parte da nossa
fronteira meridional em proveito de um povo
vizinho e amigo, é principalmente porque este
testemunho de nosso amor ao Direito fica bem
ao Brasil e é uma ação digna do povo Rio Branco preside uma sessão no IHGB, ainda na antiga sede no Rio de Janeiro
brasileiro”.
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(1902-1912)

SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO E DEFINIÇÃO DE


VALORES SUPERIORMENTE NACIONAIS

Guerra de Canudos (1896-97) Revolução Federalista (1893-95)


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(1902-1912)

SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO E DEFINIÇÃO DE


VALORES SUPERIORMENTE NACIONAIS

Não é de surpreender, portanto, que os


contemporâneos se identificassem ao ministro e
o confundissem com a encarnação do país ideal,
conforme observou o diplomata argentino José
Maria Cantilo (1935) ao escrever: “Rio Branco
tinha uma popularidade extraordinária. Era o
próprio Brasil.” (grifo nosso)

Capa da Revista O Malho após a morte


do Barão
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(1902-1912)

A CONTÍNUA VALIDADE DO
IDEÁRIO DE RIO BRANCO

Representação da Guerra Fria

Imagens da Segunda Guerra Mundial (1939-1945)


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A CONTÍNUA VALIDADE DO
IDEÁRIO DE RIO BRANCO

Bandeiras dos países do Mercosul

Conselho de Segurança das Nações Unidas

Bandeiras dos países do BRICS


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A CONTÍNUA VALIDADE DO
IDEÁRIO DE RIO BRANCO

O paradigma herdado do fundador da diplomacia


republicana não é um museu de troféus do passado, mas
um desafio dirigido aos brasileiros de hoje para virem a
ter uma política externa à altura das qualidades
sonhadas pelo Barão do Rio Branco
Muito obrigado.

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