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ALERTA AGROCLIMÁTICO

29 Dezembro 2021
La Niña e chuvas registradas

• Mesmo a La Niña sendo mais fraca do que a registrada na


safra passada, os seus efeitos estão sendo bem mais
intensos, visto que esse é o 2° ano consecutivo de La Niña.
Por isso, a percepção de que essa La Niña está sendo mais
intensa. Algo que não é verdade;

• Pelo efeito La Niña, observasse que desde meados de


novembro e, principalmente ao longo desse mês de
dezembro, as chuvas ficaram bem mais concentradas sobre
a metade norte do Brasil do que sobre a metade sul;

• Registrando perdas significativas na soja e milho do RS, SC,


PR, sul do MS e Paraguai;

• Já no MT, RO, GO, MG, BA, TO, PI, MA e PA a preocupação


é com o excesso de dias chuvosos e o atraso na realização
dos tratos culturais e finalização do plantio do milho e
algodão.
Previsão de La Niña – verão/2022

• Quando se analisa todos os modelos de previsão de La Niña para os


próximos meses, observasse que há uma tendencia de enfraquecimento
rápido do fenômeno ao longo do verão. Porém, apenas o modelo da NOAA
sinaliza um enfraquecimento mais lento, persistindo a La Niña até o
outono/22;

• O pico da La Niña deve realmente ocorrer agora no mês de dezembro;

• Mesmo com o seu enfraquecimento ao longo do verão, os seus efeitos


sobre o regime de chuvas ainda persistirá durante a primeira metade do
verão, uma vez que existe um “delay” entre o que acontece no oceano e sua
resposta na atmosfera;

• Somente ao longo da 2ª metade do verão é que o clima entrará numa fase


de neutralidade.
Previsão de La Niña – verão/2022

• Observem nessa sequencia de previsões de La Niña do modelo da NOAA que há adequação do pico da La Niña,
passado, no primeiro gráfico, de janeiro, para dezembro, no 3° gráfico;

• Essa “revisão” do modelo sinaliza que realmente o pico da La Niña vem ocorrendo agora no mês de dezembro e
que ao longo do verão ocorrerá seu enfraquecimento, apesar de seus efeitos ainda serem previstos para a
estação. Algo muito diferente que muitos analistas estavam sinalizando e que a Rural Clima sempre alertou.
Anomalia da temperatura das águas do Atlântico

• Além das águas do Pacífico estarem, em toda a sua extensão


equatorial, bem mais fria do que o normal, indicando a La Niña, as
águas do Atlântico, em toda costa Sul e Sudeste também estão bem
mais frias do que o normal, o que dificulta ainda mais a ocorrência de
chuvas generalizadas e em bons volumes sobre as áreas produtoras do
RS, SC, PR, SP, sul do MS e Paraguai;

• Em contrapartida, as águas do Atlântico equatorial estão mais quentes


do que o normal, favorecendo que os corredores de umidade – visto da
Amazônia, se posicione sobre a metade norte do Brasil;

• É por esses motivos que estão ocorrendo secas severas na metade sul e
chuvas em excesso na metade norte do Brasil;

• No entanto, observasse muito água quente em toda costa da


Argentina, o que possibilitará que venham ocorrer pancadas de chuvas
mais regulares sobre as áreas produtoras da Argentina quando
comparada ao sul do BR.
Previsão de chuvas – próximos 15 dias

• Os próximos dias ainda serão marcados pelas chuvas regulares e intermitentes sobre as áreas produtoras de RO, MT,
GO, MG, MATOPIBA. E tempo mais firme e quente sobre grande parte da metade sul do Brasil;

• Entre os dias 01, 02 e 03/01/22 uma frente fria avançará sobre o sul do Brasil e ocasionará chuvas sobre o RS, SC, PR,
MS e Paraguai. Porém, como já vem ocorrendo, essas chuvas deverão ser irregulares e de baixa intensidade;

• Na 1ª semana de janeiro as chuvas ainda continuarão bastante regulares sobre a faixa centro-norte e chuvas mais
irregulares no Sul;

• Na 2ª semana de janeiro a tendencia é que venham ocorrer chuvas mais regulares no Sul e ainda uma continuidade
das chuvas regulares e contínuas sobre a metade norte.
Previsão de chuvas semanais_27-12-2021 (ECMWF)
Previsão de chuvas semanais_27-12-2021 (ECMWF)

• Como se pode observar nos mapas de previsão semanal, o mês de janeiro ainda será de chuvas irregulares
no Sul, em especial sobre o RS e Argentina. Sendo que sobre a faixa norte do RS – divisa com SC, SC, PR,
Paraguai e MS a tendencia é de um retorno das chuvas regulares e em bons volumes a partir da segunda
semana de janeiro, ou seja, a partir do dia 10/01;

• E um diminuição das chuvas intermitentes, ao longo da 2ª quinzena de janeiro, sobre a metade norte do
BR;

• Sendo que esperasse um período extremamente chuvoso sobre as regiões produtoras de RO, MT, GO, MG
e do MATOPIBA ao longo da 1ª quinzena de fevereiro – o que poderá trazer problemas à realização da
colheita da soja e posterior plantio das lavouras de 2ª safra, em especial milho safrinha;

• Com o retorno das chuvas mais frequentes sobre o PR, SC, Paraguai e sul do MS ao longo de janeiro a
tendencia é que as condições venham a melhorar ao desenvolvimento das lavouras de soja, mas tais
chuvas não irão reverter as terríveis perdas de produtividade que já são irreversíveis. Apenas poderão
estanca-las;

• Para o café e cana de açúcar, as chuvas frequentes manterão as condições favoráveis ao desenvolvimento
das plantas.
Previsão de chuvas totais (CFSv2) – Jan/Fev/Mar

Rodada: 28/12/2021
Anomalia de previsão de chuvas (CFSv2) – Jan/Fev/Mar

Rodada: 28/12/2021
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