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R1 1

QUESTÕES COMENTADAS
R1 2

Ponto 28 - Hemostasia e Anticoagulação .................. 68


Ponto 29 - Fisiologia e Farmacologia do Sistema
Sumário Urinário ..................................................................... 69
Ponto 30 – Anestesia em Urologia ............................ 70
R1................................................................................ 3 Ponto 31 – Anestesia em Obstetrícia ........................ 71
Ponto 1 - Ética Médica e Bioética. Responsabilidade Ponto 32 – Anestesia em Ortopedia ......................... 72
Profissional do Anestesiologista ................................. 4
Ponto 33 - Anestesia para Cirurgia Abdominal ......... 73
Ponto 2 - Organização da SBA, Cooperativismo e SUS 6
Ponto 34 - Anestesia para Otorrinolaringologia ........ 74
Ponto 3 - Risco Profissional do Anestesiologista ......... 7
Ponto 35 - Anestesia para Oftalmologia ................... 75
Ponto 4 - Avaliação e Preparo Pré-Anestésico ............ 9
Ponto 36 – Anestesia Ambulatorial ........................... 76
Ponto 5 - Vias Aéreas ................................................ 12
R3 .............................................................................. 77
Ponto 6 – Posicionamento ........................................ 13
Ponto 37 - Anestesia e Sistema Endócrino ................ 78
Ponto 7 – Equipamentos........................................... 14
Ponto 38 – Anestesia em Urgências e no Trauma ..... 79
Ponto 8 – Sistema Nervoso Central e Autônomo...... 15
Ponto 39 - Anestesia para Cirurgia Plástica ............... 80
Ponto 9 – Fisiologia e Farmacologia do Sistema
Ponto 40 - Anestesia para Buco-Maxilo-Facial e
Cardiocirculatório ..................................................... 20
Odontologia .............................................................. 80
Ponto 10 – Fisiologia e Farmacologia do Sistema
Ponto 41 - Anestesia para Cirurgia Torácica ............. 80
Respiratório .............................................................. 26
Ponto 42 - Anestesia e Sistema Cardiovascular ........ 81
Ponto 11 – Farmacologia Geral ................................. 30
Ponto 43 - Anestesia para Neurocirurgia .................. 82
Ponto 12 – Farmacologia dos Anestésicos Venosos.. 33
Ponto 44 – Hipotermia e Hipotensão Arterial Induzida
Ponto 13 – Farmacologia dos Anestésicos Inalatórios
.................................................................................. 82
.................................................................................. 38
Ponto 45 – Choque ................................................... 82
Ponto 14 - Farmacologia dos Anestésicos Locais ...... 42
Ponto 46 – Anestesia em Geriatria ........................... 82
Ponto 15 - Transmissão e Bloqueio Neuromuscular . 46
Ponto 47 – Anestesia em Pediatria ........................... 82
Ponto 16 - Parada Cardíaca e Reanimação ............... 50
Ponto 48 – Anestesia para Transplantes ................... 82
Ponto 17 – Bloqueios Subaracnóideo e Peridural ..... 51
Ponto 49 - Anestesia para Procedimentos fora do
Ponto 18 - Complicações da Anestesia ..................... 55
Centro Cirúrgico ........................................................ 82
Ponto 19 - Recuperação Pós-Anestésica ................... 56
Ponto 50 - Dor Aguda e Inflamação .......................... 82
R2.............................................................................. 57
Ponto 20 – Metodologia Científica ........................... 58
Ponto 21 – Monitorização ........................................ 59
Ponto 22 – Sistemas de Administração de Anestesia
Inalatória .................................................................. 60
Ponto 23 – Anestesia Inalatória ................................ 63
Ponto 24 – Anestesia Venosa ................................... 64
Ponto 25 – Bloqueios Periféricos .............................. 65
Ponto 26 – Equilíbrio Hidroeletrolítico e Ácido Base 66
Ponto 27 - Reposição Volêmica e Transfusão ........... 67
R1 3

R1
Ponto 1 - Ética Médica e Bioética. Responsabilidade Profissional do Anestesiologista 4

Ponto 1 - Ética Médica e Bioética.


(2006 – S01) O residente de anestesiologia começa um
Responsabilidade Profissional do ato anestésico-cirúrgico sem um instrutor responsável.
Anestesiologista No intraoperatório, o paciente apresenta uma parada
cardíaca e sequelas irreversíveis. A responsabilidade
médica dos atos praticados será do:
1.1. Ética Médica 1.1.1. Código de Ética Médica 1.2.
Responsabilidade Profissional do Anestesiologista A) residente de anestesiologia, ou havendo culpa
1.2.1. Responsabilidade Ética, Civil e Penal 1.2.1.1. concorrente, residente e cirurgião
Resoluções do CFM, Conselhos Regionais e B) instrutor de plantão
CONEPE 1.2.1.2. Caracterização do Erro Médico 1.3. C) diretor clínico
Bioética e Anestesia 1.3.1. Relação Médico-Paciente D) diretor clínico e cirurgião
E) cirurgião responsável da equipe
1.3.2. Pesquisa 13.3. Documentação 13.4. Perícia
1.4.Vigilância Sanitária Resposta: A Nível: Fácil

Comentário: Uma equipe médica pode ser composta


igualmente por médicos residentes e estudantes de
(2005 – S01) O médico anestesiologista, discordando da medicina e estes podem praticar atos culpáveis e danosos.
realização de ato anestésico-cirúrgico eletivo, por A doutrina frente a esse fato, em se tratando do residente,
características clínicas do paciente, deve: considera a responsabilidade do mesmo, ou então, divide-
se, havendo culpa concorrente, entre o residente e o
A) contraindicar o ato anestésico, informando ao paciente do cirurgião.
motivo
B) realizar a anestesia, anotando no prontuário seus pontos Referência:
de discordância Costa JM, Bortolon LA – Aspectos médicos legais em
C) realizar a anestesia, respaldado por parecer clínico que anestesia, em: Manica J - Anestesiologia Princípios e
atesta estar o paciente o apto à cirurgia proposta Técnicas, 3a Ed, Artmed, Porto Alegre, 2004;117-118.
D) realizar a anestesia, pois a responsabilidade geral é do
cirurgião
E) realizar a anestesia, porém, reservando vaga na unidade
de terapia intensiva (UTI) para qualquer infortúnio (2006 – S03) O abandono de um paciente na sala
cirúrgica, pelo anestesiologista, sob anestesia local e
Resposta: A Nível: Fácil sedação é exemplo de:

Comentário: A responsabilidade do ato médico praticado A) negligência


pelo anestesiologista é intransferível, sendo sua capacidade B) imprudência
soberana para avaliar as condições clínicas do paciente com C) crime doloso
objetivo à anestesia. Nenhuma outra atitude exclui sua D) imperícia
responsabilidade caso algum resultado adverso venha a E) iatrogenia
ocorrer com o paciente.
Resposta: A Nível: Fácil
Referência:
Brasil, Conselho Federal de Medicina. Resolução No. 1363, Comentário: A negligência é o resultado do descuido, da
1993. falta de atenção. A resolução 1363, de 01 de março de
1993, determina em um de seus artigos, aos médicos que
praticam a anestesia que, para conduzir as anestesias
gerais ou regionais com segurança, assim como manter a
(2005 – M02) Durante a realização de uma anestesia, o vigilância permanente ao paciente anestesiado durante o ato
paciente evolui para parada cardiorrespiratória (PCR) operatório, o médico anestesiologista deve estar sempre
quando, só então, o anestesiologista constata a junto a este paciente. A imprudência é o ato de agir
inexistência de um desfibrilador. O paciente evolui para perigosamente, com falta de moderação ou precaução. A
óbito. Ocorreu: imperícia é a falta de experiência ou conhecimentos práticos
necessários ao exercício da profissão, inabilidade. A
A) negligência, por parte do anestesiologista responsabilidade dolosa é quando o agente quis o resultado
B) imprudência, por parte do anestesiologista ou assumiu o risco de produzi-lo.
C) imperícia, por parte do anestesiologista
D) acidente, já que a PCR é um evento imprevisível Referência:
E) dolo, por parte do hospital CFM.Resolução No. 1363/93. Costa JM, Bortolon LA –
Aspectos médico-legais em anestesia, em: Manica J -
Resposta: A Nível: Fácil Anestesiologia Princípios e Técnicas, 3a Ed, Artmed, Porto
Alegre, 2004;108.
Comentário: Houve atitude de desleixo, típica de
negligência. Caso ele já tivesse tomado ciência da falta do
desfibrilador e, ainda assim, tivesse optado por prosseguir
com o ato anestésico, configuraria imprudência. Ele é perito, (2005 – S28) Princípio(s) da bioética:
já que possui especialização em anestesiologia. Dolo não
houve, já que não havia o interesse voluntário de morte. A) integridade
B) compaixão
Referência: C) beneficência
Brasil, Conselho Federal de Medicina. Resolução No. 1363, D) discernimento
1993. E) confidência
Ponto 1 - Ética Médica e Bioética. Responsabilidade Profissional do Anestesiologista 5

Resposta: C Nível: Média exercício profissional de trinta dias e cassação do exercício


profissional, ad referendum do Conselho Federal de
Comentário: Bioética é o estudo sistemático das dimensões Medicina.
morais das ciências da vida e do cuidado da saúde.
Originou-se em 1971, alcançando grande avanço nos dias Referência:
atuais, cada vez mais integrada às ciências da saúde, à Posso I P –Responsabilidade Ética e Legal do
medicina e à anestesiologia, em particular. Descritos em Anestesiologista, em: Yamashita AM, Takaoka F, Alves Jr.
1979, os chamados princípios da bioética são base de sua JOC et al - Anestesiologia SAESP, 5a Ed, Atheneu, São
sustentação filosófica, principalmente na chamada ética Paulo, 2001; 15-30.
prática ou ética aplicada. Estes princípios têm sido
importantes ferramentas na análise e busca de solução dos
conflitos éticos, principalmente em nível jurídico. Os 4
princípios norteadores da bioética são: beneficência, não-
maleficência, autonomia e justiça, existindo virtudes e ideais
que são desejáveis na vida profissional como compaixão,
discernimento, confidência e integridade.

Referência:
Alves-Neto O, Garrafa, V – Anestesia e Bioética. Rev Bras
Anestesiol, 2000; 50:2:178-188.
Meneses JAG – A bioética e a Prática da Anestesia, em:
Manica J – Anestesiologia Princípios e Técnicas, 3ª
Ed, Artmed, Porto Alegre, 2004;123-126.

QUESTÕES DO TIPO M MARQUE:


LETRA A, SE SOMENTE 1, 2 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA B, SE SOMENTE 1 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA C, SE SOMENTE 2 E 4 SÃO CORRETAS
LETRA D, SE SOMENTE 4 É CORRETA
LETRA E, SE TODAS SÃO CORRETAS

(2003 - M26) De acordo com a resolução CFM 1363/1993:

1- o anestesista deve registrar os sinais vitais do paciente


em ficha própria durante o ato anestésico
2- a decisão da prática do ato anestésico é do
anestesiologista e intransferível
3- desfibrilador deve estar disponível para a realização de
qualquer ato anestésico
4- todas as consequências do ato anestésico são de
responsabilidade do anestesiologista.

Resposta: E

Comentário: A resolução 1363/93 tem o objetivo de melhorar


a segurança do paciente submetido à anestesia. Todas as
assertivas estão de acordo com a resolução 1363/93 do CFM.

Referência:
Posso IP – Responsabilidade Ética e Legal do
Anestesiologista, em: Yamashita AM, Takaoka F, Auler Jr
JOC et al – Anestesiologia SAESP, 5ª Ed, Atheneu, 2001; 21-
22

31- Pena(s) disciplinar(es) aplicável(eis) pelo Conselho


Regional de Medicina (CRM) aos seus membros é(são)
a(s) seguinte(s):

1- advertência confidencial em aviso reservado


2- censura confidencial em aviso reservado
3- censura pública em publicação oficial
4- suspensão do exercício profissional de trinta dias

Resposta: E Nível: MÉDIA

Comentário: As penas disciplinares que podem ser


aplicadas pelo CRM são advertência confidencial em aviso
reservado, censura confidencial em aviso reservado,
censura pública em publicação oficial, a suspensão do
Ponto 2 - Organização da SBA, Cooperativismo e SUS 6

Ponto 2 - Organização da SBA, A) presidentes da regionais


B) conselho superior da SBA
Cooperativismo e SUS C) diretoria da SBA
D) assembleia de representantes (AR)
2.1. Organização da SBA 2.2. Cooperativismo 2.3. E) assembleia geral (AG)
SUS
Resposta: E Nível: Média.

Comentário: Art. 24 - A SBA reunir-se-á em Assembleia


(2005 – S03) O estatuto da SBA só poderá ser alterado Geral para: II Eleger a Diretoria, incluindo o Presidente, e o
pelo(a): Conselho Fiscal
CAPÍTULO XII - DAS ELEIÇÕES.
A) Comissão de Normas Técnicas Art. 54 - As eleições para os cargos de Diretoria e Conselho
B) Conselho Superior Fiscal serão realizadas pela Assembleia Geral, mediante
C) Presidente da SBA regulamento próprio.
D) Assembleia de Representantes (AR) Art. 55 As reeleições são permitidas, exceto para o cargo de
E) Assembleia Geral (AG) Presidente da SBA.
Resposta: E Nível: Média Referência:
SBA. Estatuto 2005;1-4.
Comentário: Art. 24 - A SBA reunir-se-á em Assembleia
Geral para: V Alterar o Estatuto.
QUESTÕES DO TIPO M MARQUE:
Referência: LETRA A, SE SOMENTE 1, 2 E 3 SÃO CORRETAS
Brasil, Sociedade Brasileira de Anestesiologia. Estatuto, LETRA B, SE SOMENTE 1 E 3 SÃO CORRETAS
2004. LETRA C, SE SOMENTE 2 E 4 SÃO CORRETAS
LETRA D, SE SOMENTE 4 É CORRETA
LETRA E, SE TODAS SÃO CORRETAS
(2006 – S04) A eleição para o cargo de Presidente da
Sociedade Brasileira de Anestesiologia é realizada por: (2005 - M37) Motivo(s) para desligamento do sócio da
Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA):
A) assembleia geral
B) assembleia dos representantes 1- a pedido
C) conselho superior 2- atraso no pagamento da anuidade (até 30 de abril)
D) conselho de defesa profissional 3- deixar de ser membro da regional
E) indicação das regionais 4- recusa a participar da Assembleia de Representantes
(AR)
Resposta: A Nível: Fácil
Resposta: A Nível: Fácil
Comentário: As eleições para cargos de Diretoria e
Conselho Fiscal serão realizadas pela Assembleia Geral, Comentário: O sócio pode ter seu afastamento da SBA a
mediante regulamento próprio. pedido, por não estar quite com a entidade até a data de 30-
04 do ano vigente, por ter deixado de ser sócio da regional,
Referência: por infração prevista no Estatuto, Regulamentos ou
Estatuto da SBA-2006. Regimentos ou, por fato grave levado a apreciação da AR.

Referência:
Brasil, Sociedade Brasileira de Anestesiologia. Estatuto,
(2006 - S20) O Conselho Superior da Sociedade 2004.
Brasileira de Anestesiologia é constituído pelo(s):

A) membros da diretoria
B) últimos três presidentes da Sociedade Brasileira de
Anestesiologia e presidentes das regionais
C) comissão de ensino e treinamento
D) conselho fiscal e comitês
E) conselho de defesa profissional e conselho fiscal

Resposta: B Nível: Média

Comentário: O Conselho Superior é constituído pelos três


últimos presidentes da Sociedade Brasileira de
Anestesiologia e pelos Presidentes das Regionais.

Referência:
Estatuto da SBA 2006.

(2006 – S01) O Presidente da Sociedade Brasileira de


Anestesiologia (SBA) é escolhido pelo(a)(s):
Ponto 3 - Risco Profissional do Anestesiologista 7

Ponto 3 - Risco Profissional do conforme estabelecido pelo Ministério da Saúde, as


precauções universais incluem: usar luvas (duplas), as mãos
Anestesiologista devem ser lavadas após a remoção das luvas, usar
máscaras, óculos, aventais e botas, não reencapar agulhas
3.1. Ruídos 3.2. Radiações 3.3. Acidentes elétricos e descartá-las em recipiente adequado, evitar ressuscitação
3.4. Infecções 3.5. Poluição anestésica 3.6. Agressões boca a boca, profissionais com lesões descamativas ou
exsudativas não devem ter contato direto com o paciente,
psicológicas. Síndrome de Exaustão 3.7. Dependência
transportar de forma adequada material que contém sangue,
química e abuso de drogas 3.8. Profilaxia e tratamento evitar transfusão de sangue e isolar substâncias corpóreas.

Referência:
Braz JRC, Vane LA - Risco Profissional do Anestesiologista,
(2003 - S01) Qual das alternativas abaixo representa uma em: Yamashita AM, Takaoka F, Auler Jr JOC et al -
afirmação verdadeira sobre prevenção de infecções em Anestesiologia SAESP, 5a Ed, Atheneu, São Paulo 2001;03-
anestesiologistas na Sala de Operações e na Sala de 13.
Recuperação Pós-Anestésica:

A) a principal estratégia de prevenção da hepatite B é a


vacinação que produz anticorpos em 99,99% dos adultos (2005 - M45) A dependência química entre médicos, se
vacinados não diagnosticada e tratada, está relacionada, em
B) a utilização de luvas duplas não tem utilidade como algumas publicações, a uma taxa de 30% de
precaução universal desabilitação ao trabalho e 10% de óbito em um período
C) a possibilidade de contágio com HIV após uma exposição de evolução de dez anos. Causa(s) da alta incidência de
percutânea é 100 vezes menor que a possibilidade de contrair dependência química entre os anestesiologistas:
o vírus da hepatite B
D) após a exposição ao vírus da hepatite C é recomendada a 1- auto-prescrição de medicamentos
administração de imunoglobulina hiperimune 2- insatisfação no ambiente de trabalho
E) a vacinação do pessoal médico com a BCG é 3- fácil acesso aos psicotrópicos
mundialmente recomendada. 4- curiosidade em vivenciar os efeitos psicoafetivos dos
fármacos
Resposta: C
Resposta: E Nível: Fácil
Comentário: A vacina da hepatite B produz anticorpos em
95% dos vacinados e a utilização de luvas duplas está Comentário: O baixo controle do consumo dos anestésicos,
relacionada entre as precauções universais. Após a em especial os opioides, em nossos centros cirúrgicos,
exposição ao vírus da hepatite C não é recomendada a aliados às práticas de autoadministração de medicamentos,
administração de imunoglobulina ou interferon. A vacinação comum entre médicos e ao crescente consumo recreativo de
BCG não é recomendada amplamente em outros países onde toda sorte de drogas, expõe os anestesiologistas à
o controle da infecção é feito pelo aparecimento da infecção dependência química. Concorre como pano de fundo:
primária no pulmão A possibilidade do contágio de condições desgastantes de trabalho, horários irregulares,
anestesiologistas pelo vírus da hepatite B é 100 vezes maior sono desregrado e insatisfação na valorização pessoal e
(30%) e pelo vírus da hepatite C é 10 vezes maior (3%) do profissional.
que pelo HIV.
Referência:
Referência: Berry AJ, Katz JD - Hazards of Working in the Operating
Braz JRC, VANE LA – Risco Profissional do Room, in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK - Clinical
Anestesiologista, em: Yamashita AM, Takaoka F, Auler Jr Anesthesia, 4th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams &
JOC et al – Anestesiologia SAESP, 5ª Ed, São Paulo, Wilkins, 2001;78-82.
Atheneu, 2001; 6-10

(2005 - M48) Principal(is) causa(s) de dependência de


drogas entre anestesiologistas:
QUESTÕES DO TIPO M MARQUE:
LETRA A, SE SOMENTE 1, 2 E 3 SÃO CORRETAS 1- dor física ou emocional
LETRA B, SE SOMENTE 1 E 3 SÃO CORRETAS 2- facilidade de obtenção
LETRA C, SE SOMENTE 2 E 4 SÃO CORRETAS 3- baixa autoestima
LETRA D, SE SOMENTE 4 É CORRETA 4- predisposição genética
LETRA E, SE TODAS SÃO CORRETAS
Resposta: E Nível: Média
(2004 - M32) Na manipulação da via aérea em paciente
portador de AIDS, deve -se: Comentário: A incidência de dependência de drogas entre
anestesiologistas é de 1% a 2%. As drogas mais
1- usar luvas e máscara frequentemente usadas são o álcool, opioides, cocaína,
2- lavar as mãos após a remoção das luvas maconha e benzodiazepínicos. As principais causas são:
3- usar óculos protetores e aventais facilidade de obtenção, estresse ocupacional, desejo de
4- desinfetar o laringoscópio com álcool a 70% experimentação, dor física e emocional, baixa autoestima e
predisposição genética.
Resposta: A Nível: FÁCIL
Referência:
Comentário: Embora seja baixo o risco de contaminação Braz JRC, Vane LA – Risco Profissional, em: Manica J -
por HIV para os profissionais de saúde após a exposição Anestesiologia Princípios e Técnicas, 3a Ed, Porto Alegre,
percutânea (0,3% dos casos), a proteção é obrigatória Artmed, 2004: 154-160.
Ponto 3 - Risco Profissional do Anestesiologista 8
Ponto 4 - Avaliação e Preparo Pré-Anestésico 9

Ponto 4 - Avaliação e Preparo Pré- (2006 – S07) Considerando a indicação de cirurgia de


hérnia inguinal sob anestesia regional, indica-se como
Anestésico período de jejum adequado para leite não materno e
líquidos claros respectivamente:
4.1. Consultório de avaliação pré-anestésica 4.2.
Risco anestésico-cirúrgico 4.2.1. O paciente 4.2.2. Os A) 2 e 4h
B) 4 e 2h
fármacos 4.2.3. A anestesia 4.2.4. A cirurgia 4.3.
C) 6 e 2h
Exames complementares 4.4. Jejum 4.5. Medicação D) 3 e 6h
pré-anestésica 4.6. Planejamento anestésico E) 2 e 1h

Resposta: C Nível: Fácil


(2005 – S04) Paciente séptico, em insuficiência renal e
em uso de noradrenalina é classificado como estado Comentário: O jejum preconizado para leite não humano e
físico ASA: refeições leves é de seis horas, enquanto para líquidos
claros e leite materno o jejum é de respectivamente de 2 e 4
A) I horas. O período de jejum independe do tipo de cirurgia e ou
B) II da técnica anestésica.
C) III
D) IV Referência:
E) V Moyers JR et Vincent CM - Preoperative Medication, in:
Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 4ª
Resposta: D Nível: Fácil Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001, 557.

Comentário: A classificação do estado físico pela ASA,


propõe como ASA IV aquele paciente com doença com
comprometimento sistêmico grave, podendo evoluir ao óbito (2006 – S08) Reflexo cardíaco caracterizado por
independente da cirurgia. ASA I, seria o paciente sem co- aumento do tônus parassimpático, que tem sua gênese
morbidades; ASA II, com doença com comprometimento na estimulação de mecanorreceptores ventriculares
sistêmico leve a moderado; ASA III, com doença com esquerdos com via aferente em fibras C vagais não
comprometimento sistêmico grave; ASA V, o paciente mielinizadas:
moribundo, com risco iminente de morte e que esta é um ato
heróico e ASA VI, paciente com morte encefálica A) Valsalva
diagnosticada, que será doador de órgãos. B) Cushing
C) Bezold-Jarisch
Referências: D) Bainbridge
Fleisher LA - Preoperative Evaluation, in: Barash PG, Cullen E) oculocardíaco
BF, Stoelting RK - Clinical Anesthesia, 4th Ed, Philadelphia,
Lippincott Williams & Wilkins, 2001;474. Resposta: C Nível: Média
Lorenzini C O risco e o prognóstico em anestesiologia, em:
Manica J Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto Comentário: O reflexo de Bezold Jarisch é caracterizado
Alegre, Artmed, 2004;351. por aumento do tônus parassimpático e sua gênese se deve
provavelmente à estimulação de mecanorreceptores
ventriculares esquerdos com via aferente em fibras C vagais
não mielinizadas. O reflexo de Cushing é decorrente de
(2005 – S05) O período de jejum adequado, para suco de resposta à isquemia cerebral e aumento da pressão
laranja peneirado, em paciente adulto, ASA I, no pré- intracraniana, comprimindo as artérias cerebrais. O reflexo
operatório para cirurgia eletiva, seria de: atrial de Bainbridge ocorre por variações da pressão venosa
central, através de receptores de estiramento presentes na
A) 3h parede atrial. A tração dos músculos extraoculares ou
B) 6h pressão sobre o globo ocular podem levar à hipotensão e à
C) 8h bradicardia, caracterizando o reflexo oculocardíaco. A
D) 10h manobra de Valsalva refere-se à expiração forçada contra a
E) 12h glote fechada.

Resposta: A Nível: Fácil Referência:


Lake CL - Cardiovascular Anatomy And Physiology, in
Comentário: O jejum preconizado para líquidos claros é de Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 5ª
2 a 3h; para leite materno de 4h; para leite não humano e Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006, 878.
refeições leves de 6 a 8h.

Referências:
Moyers JR, Vincent CM - Preoperative Medication, in: (2005 - S27) Fitoterápico que deve ser interrompido pelo
Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, menos 36 horas antes da cirurgia.
4th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins,
2001;557. A) ginseng
Macuco MV - Jejum Pré-Operatório: Validade de Critérios. B) erva de São João
Rev Bras Anestesiol, 1998;48(4):295-308. C) valeriana
D) ginkgo biloba
E) alho

Resposta: D Nível: Difícil


Ponto 4 - Avaliação e Preparo Pré-Anestésico 10

Comentário: O ginseng inibe a agregação plaquetária e a Comentário: O American College of Cardiology e a


cascata da coagulação e deve ser suspenso pelo menos 7 American Heart Association publicaram guia para avaliação
dias antes da cirurgia. A erva de São João inibe a perioperatória cardiovascular para cirurgia não cardíaca
serotonina, a noradrenalina e a recaptação de dopamina baseado em marcadores clínicos: 1- marcadores maiores –
pelos neurônios, além de causar indução enzimática do síndromes coronarianas instáveis, como infarto agudo do
citocromo P450 e deve ser interrompida pelo menos 5 dias miocárdio recente (até 30 dias), com evidência de isquemia
antes da cirurgia. A Valeriana pode diminuir a CAM dos grave, insuficiência cardíaca congestiva descompensada,
anestésicos, devendo-se reduzir a dose gradualmente arritmia significativa, como bloqueio atrioventricular total,
semanas antes da cirurgia. O Ginkgo biloba inibe o fator arritmia sintomática na presença de doença cardíaca prévia,
ativador de plaquetas e deve ser suspenso pelo menos 36 arritmias supraventriculares com frequência ventricular
horas antes da cirurgia. O alho inibe de forma irreversível a elevada e doença valvar grave. 2- intermediários – angina
agregação plaquetária e deve ser suspenso pelo menos 7 moderada, infarto do miocárdio prévio, insuficiência cardíaca
dias antes da cirurgia. compensada, diabetes e insuficiência renal. 3- menores –
idade avançada, ECG alterado, ritmo não sinusal, história de
Referência: síncope e hipertensão arterial não controlada.
Morgan Jr GE, Mikhail MS, Murray MJ – Clinical
Anesthesiology, 4th Ed, International Edition, McGraw-Hill, Referência
2006; 9. Penna AMB. Avaliação Pré-anestésica, em: Manica J -
Anestesiologia Princípios e Técnicas, 3a Ed, Artmed, Porto
Alegre, 2004; 323-345.

(2005 - S35) Fator preditor clínico intermediário na


avaliação de risco cardíaco para cirurgia não cardíaca:
(2004 - M36) Apresentam alto risco para ocorrência de
A) doença valvar grave endocardite bacteriana, os pacientes:
B) idade avançada
C) diabete melito 1- portadores de prótese em valvas cardíacas
D) baixa capacidade funcional 2- com história prévia de endocardite
E) hipertensão arterial não controlada 3- com valvas cardíacas lesadas por febre reumática
4- com prolapso de valva mitral
Resposta: C Nível: Média
Resposta: A Nível: FÁCIL
Comentário: A Associação Americana do Coração (AHA)
publicou diretriz de risco cardíaco para cirurgias não Comentário: A endocardite bacteriana é a infecção da
cardíacas, na qual o paciente com doença cardiopulmonar é camada interna (endocárdio) das valvas cardíacas, que
avaliado sob três aspectos: preditores clínicos, capacidade pode lesá-las ou até destruí-las. Ocorre quando bactérias,
funcional e risco específico do procedimento. Entre os através da corrente sanguínea, se alojam nas valvas
preditivos intermediários estão: diabete melito, insuficiência cardíacas ou em outros tecidos cardíacos alterados. Os
renal, insuficiência cardíaca prévia ou controlada e angina pacientes de alto risco para ocorrência de endocardite
moderada (classe funcional I e II). A idade avançada, baixa bacteriana são portadores de prótese em valvas cardíaca,
capacidade funcional e hipertensão arterial não controlada com história prévia de endocardite, com valvas cardíacas
constam como aspectos preditores menores. A doença lesadas por febre reumática e com doenças cardíacas
valvar grave está relacionada como preditor maior. congênitas complexas como tetralogia de Fallot,
transposição de grandes vasos e ventrículo único. Pacientes
Referência: com prolapso de valva mitral apresentam risco moderado de
Mathias LAST, Guaratini AA – Avaliação Pré-Anestésica - endocardite. A profilaxia é realizada com antibioticoterapia.
Curso de Educação à Distância em Anestesiologia
CET/SBA, v.5, Rio de Janeiro, Office Editora e Publicidade Referência
Ltda, 2005;24. Penna AMB. Avaliação Pré-anestésica, em: Manica J -
Anestesiologia Princípios e Técnicas, 3a Ed, Artmed, Porto
Alegre, 2004; 323-345.

QUESTÕES DO TIPO M MARQUE:


LETRA A, SE SOMENTE 1, 2 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA B, SE SOMENTE 1 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA C, SE SOMENTE 2 E 4 SÃO CORRETAS (2005 - M38) Critério(s) maior(es) na estratificação do
LETRA D, SE SOMENTE 4 É CORRETA risco cardiovascular para cirurgia não cardíaca:
LETRA E, SE TODAS SÃO CORRETAS
1- infarto agudo do miocárdio (IAM) prévio (entre 1 e 6
(2004 - M33) Paciente de 70 anos, cardiopata isquêmico, meses)
será submetido à ressecção de sigmoide. Na avaliação 2- angina instável
pré-operatória, pelos critérios do American College of 3- hipertensão arterial não controlada
Cardiology e da American Heart Association, o(s) 4- bloqueio atrioventricular de 3º grau (BAV 3º ou BAVT)
marcador(es) clínico(s) mais relevante(s) é(são):
Resposta: C Nível: Média
1- hipertensão arterial não controlada
2- bloqueio atrioventricular de terceiro grau Comentário: Pelos critérios contidos nos Guidelines da
3- idade avançada American Heart Association (AHA), Angina instável e
4- insuficiência cardíaca congestiva descompensada Bloqueio atrioventricular de 3º grau ou de 2º grau do tipo II
são considerados riscos clínicos altos; infarto agudo do
Resposta: C Nível: DIFÍCIL miocárdio acima de um mês de evolução é considerado
risco intermediário e a hipertensão arterial, mesmo não
controlada, desde que não esteja ocorrendo lesão de órgão
Ponto 4 - Avaliação e Preparo Pré-Anestésico 11

alvo (IAM, acidente vascular encefálico (AVC)) é


considerada de risco clínico baixo.

Referência:
Fleisher LA - Preoperative Evaluation, in: Barash PG, Cullen
BF, Stoelting RK - Clinical Anesthesia, 4th Ed, Philadelphia,
Lippincott Williams & Wilkins, 2001;476.
Lorenzini C O risco e o prognóstico em anestesiologia, em:
Manica J Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto
Alegre, Artmed, 2004;351.

(2005 - M42) Com relação ao eletrocardiograma (ECG) de


doze derivações realizado na avaliação pré-operatória:

1- a ausência de ondas q não exclui a ocorrência de infarto


do miocárdio com onda Q no passado
2- anormalidades no segmento ST e onda T estão
relacionadas a eventos perioperatório mais graves
3- a presença de ondas q anormais em paciente de alto
risco é um alerta para o risco perioperatório aumentado e a
possibilidade de isquemia
4- as recomendações atuais não incluem a necessidade de
ECG na presença de doença vascular sistêmica

Resposta: A Nível: Difícil

Comentário: A ausência de onda q no ECG de 12


derivações não exclui a ocorrência de infarto do miocárdio
com onda q no passado, já que 5 a 27% das ondas q
desaparecem em um período de 10 anos. Ondas q
presentes em paciente de alto risco alertam o
anestesiologista para o risco aumentado e a possibilidade de
isquemia. Recomendações atuais incluem a necessidade de
ECG na presença de doença cardiovascular sistêmica.

Referência:
Hata TM, Moyers JR – Preoperative evaluation and
management, in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK –
Clinical Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams
& Wilkins, 2006; 481.
Ponto 5 - Vias Aéreas 12

Ponto 5 - Vias Aéreas

5.1. Anatomia 5.2. Avaliação 5.3. Algoritmos 5.4.


Anestesia da via aérea 5.5. Técnicas para abordagem
da via aérea 5.5.1. posicionamento 5.5.2. Intubação
traqueal: oral e nasal 5.5.3. Intubação retrograda
5.5.4. Intubação às cegas 5.5.5. Fibroscopia 5.5.6.
Acesso cirúrgico 5.6. Equipamentos: 5.6.1.
Laringoscópios e laminas 5.6.2. Cânulas e sondas
trocadoras 5.6.3. Dispositivos supra-glóticos 5.6.4.
Estiletes luminosos 5.7. Particularidades da via aérea:
pediatria, gestante e trauma
Ponto 6 – Posicionamento 13

Ponto 6 – Posicionamento

6.1. Posições 6.2. Fisiopatologia 6.3. Complicações


Ponto 7 – Equipamentos 14

Ponto 7 – Equipamentos

7.1.Princípios de funcionamento e checagem 7.2.


Monitores de pressão 7.3. Eletrocardioscópio 7.4.
Monitor de função neuromuscular 7.5. Analizadores de
gases 7.6. Oxímetro de pulso 7.7. Capnógrafo 7.8.
Termômetros 7.9. Bombas de Infusão 7.10. Monitores
de profundidade anestésica 7.11. Aparelho de
anestesia
Ponto 8 – Sistema Nervoso Central e Autônomo 15

Ponto 8 – Sistema Nervoso Central e alterações de concentração se limitam aos nódulos de


Ranvier.
Autônomo
Referência:
8.1. Anatomia 8.2. Fisiologia 8.3. Farmacologia Stoeling RK – Pharmacology and Physiology, in: Anesthetic
Practice 3rd Ed, Philadelphia, Lippincott-Raven, 1999, 600-
601.

(2003 - S09) Com relação à síntese, estocagem e


(2003 - S03) Com relação aos neurotransmissores do degradação da acetilcolina, é correto afirmar:
sistema nervoso central (SNC):
A) acetilcoenzima-A e colina são os precursores deste
A) a substância P é um neurotransmissor inibitório liberado neurotransmissor
nos terminais nervosos que fazem sinapse na substância B) a síntese da acetilcolina é comandada pela enzima colina
gelatinosa da medula espinhal acetil-transferase que não existe no sistema nervoso central
B) a serotonina é um neurotransmissor excitatório presente C) ocorre influxo intraneuronal de cálcio não essencial no
em altas concentrações no cérebro que exerce efeitos sobre processo de liberação de vesículas de acetilcolina no terminal
o humor e o comportamento sináptico
C) a glicina é um neurotransmissor inibitório na medula D) acetato e colina são os metabólitos da acetilcolina, sendo
espinhal, que aumenta a condutância do íon cloreto responsáveis por cerca de 50% da atividade farmacológica
D) o glutamato é um aminoácido que age como deste neurotransmissor
neurotransmissor inibitório no sistema nervoso central E) a maior parte da acetilcolina liberada no terminal sináptico
E) a resposta à noradrenalina no sistema nervoso central é é hidrolizada através da ação da butirilcolinesterase.
excitatória.
Resposta: A
Resposta: C
Comentário: A acetilcolina é sintetizada no axônio neuronal,
Comentário: A substância P é um neurotransmissor sendo a colina e a acetilcoenzima-A os seus substratos. Esta
excitatório. A serotonina é um neurotransmissor inibitório. O reação catalítica é mediada pela enzima colina acetil-
glutamato é o principal neurotransmissor excitatório do SNC. transferase que está presente em todo o organismo, inclusive
A resposta à noradrenalina no SNC é inibitória, seus no sistema nervoso central. Entretanto, a acetilcolina aí
neurônios estando presentes no sistema reticular ativador e utilizada parece ser transferida de outras partes. O influxo de
no hipotálamo. A glicina é o principal neurotransmissor cálcio é essencial mas não suficiente para que ocorra a
inibitório na medula espinhal, aumentando a condutância ao liberação sináptica das vesículs de acetilcolina no momento
íon cloreto. da despolarização. A acetilcolina é metabolizada em acetato
e em colina que não apresentam atividade farmacológica
Referência: significativa. Esta reação é predominantemente mediada
Stoelting RK – Pharmacology and Physiology, em: através da ação da acetilcolinesterase que está presente nos
Anesthetic Practice, 3rd Ed, Philadelphia, Lippincott-Raven, terminais sinápticos, ao contrário da butirilcolinesterase
1999; 602-603 (pseudocolinesterase) que se encontra preferencialmente no
plasma.
(2003 - S04) O fenômeno da excitação saltatória na
condução dos impulsos nervosos: Referência:
Moss J, Renz CL – The Autonomic Nervous System, em:
A) ocorre nas fibras não mielinizadas Miller RD – Anesthesia 5th Ed, Philadelphia, Churchill
B) os nódulos de Ranvier são estruturas anatômicas Livingstone 2000; 544-547
responsáveis por tal fenômeno
C) é responsável pela diminuição na velocidade de condução
do impulso nervoso
D) o metabolismo adicional necessário para o
restabelecimento das concentrações de sódio e potássio (2003 - S11) Fármaco com efeitos antimuscarínicos sem
pré-excitatórias é grande ação no sistema nervoso central:
E) os nódulos de Ranvier funcionam como barreira ao fluxo
iônico. A) atropina
B) escopolamina
Resposta: B C) glicopirrolato
D) dopamina
Comentário: A bainha de mielina que envolve as fibras E) dobutamina.
nervosas do tipo A e B agem como isolantes para prevenir o
fluxo iônico através da membrana nervosa, interrompida Resposta: C
aproximadamente a cada milímetro, pelos nódulos de
Ranvier. Os íons podem cruzar livremente a membrana Conduta: A atropina, a escopolamina e o glicopirrolato são
celular nestes locais. O potencial de ação é conduzido de fármacos antimuscarínicos, contudo o glicopirrolato, por
nódulo a nódulo pelas fibras mieliniadas, em vez possuir molécula grande (amina quaternária), não atravessa
continuamente ao longo de toda a membrana. Esta excitação a barreira hematoencefálica e, portanto, não tem ação sobre
sucessiva dos nódulos de Ranvier é conhecida como o sistema nervoso central. A dopamina e a dobutamina são
excitação saltatória. A excitação saltatória aumenta a agentes adrenérgicos.
velocidade de transmissão nas fibras mielinizadas e
conservam energia, pois somente os nódulos de Ranvier se Referência:
despolarizam, resultando em menor perda iônica. Pequeno Lawson NW, Johnson JO – Autonomic Nervous System:
metabolismo adicional é necessário para o restabelecimento Physiology and Pharmacology, em: Barash PG, Cullen BF,
das concentrações de sódio e potássio prévias, pois Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 4th Ed, Philadelphia,
Lippincott Williams & Wilkins, 2001; 261-325
Ponto 8 – Sistema Nervoso Central e Autônomo 16

QUESTÂO ANULADA
(2005 - S11) Com relação às interações no sistema
(2004 – S03) Em relação ao fluxo sanguíneo encefálico nervoso autônomo, podemos afirmar que ocorre
(FSE): aumento da liberação de noradrenalina pelo estímulo do
receptor pré-sináptico:
A) a hipercarbia aumenta
B) a hipotermia não altera A) muscarínico
C) a hiperóxia aumenta B) dopaminérgico tipo 2
D) o posicionamento do segmento cefálico não o modifica C) adrenérgico alfa 2
E) a viscosidade não o influencia D) adrenérgico beta 1
E) adrenérgico beta 2
Resposta: A MÉDIA
Resposta: E Nível: Difícil
Comentário: O fluxo sanguíneo encefálico (FSE) pode ser
modificado por fatores que atuam diretamente no SNC e que Comentário: Os receptores muscarínico, dopaminérgico 2 e
aumentam ou reduzem a resistência vascular encefálica, ou alfa adrenérgico 2, pré-sinápticos, reduzem a liberação de
fatores que atuam indiretamente aumentando o volume noradrenalina. O receptor adrenérgico beta 1 é de
sanguíneo encefálico. A PaCO2 é um dos fatores mais localização pós-sináptica e o beta 2 é o que, atuando na
importantes na regulação do FSE. O FSE é diretamente membrana pré-sináptica, aumenta a liberação de
proporcional à PaCO2, entre os valores de 20mmHg a noradrenalina.
80mmHg. Somente alterações importantes de PaO2
interferem no FSE. A hiperóxia está associada a mínima Referência:
redução no FSE, porém a hipoxemia grave (PaO2 < Lawson NW, Johnson JO - Autonomic Nervous System:
50mmHg) produz aumento importante do FSE. O FSE se Physiology and Pharmacology, in: Barash PG, Cullen BF,
altera em 5 a 7% para cada aumento ou redução de 1oC. A Stoelting RK - Clinical Anesthesia, 4th Ed, Philadelphia:
hipotermia reduz tanto o FSE quanto o metabolismo Lippincott Williams & Wilkins, 2001;274.
cerebral, enquanto o aumento da temperatura manifesta o Andrade JC, Martins VF, Oliveira ALM Fisiologia e
efeito oposto. Normalmente, a viscosidade sanguínea farmacologia do sistema nervoso autônomo, em: Manica J
produz pequena alteração no FSE. O posicionamento da Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto Alegre,
cabeça também interfere no FSE. Por exemplo, a cabeça Artmed, 2004;234.
em nível mais baixo que o átrio direito aumenta o volume
sanguíneo encefálico e diminui o FSE.

Referência:
Morgan Jr GE, Mikhail MS, Murray MJ, et al. (2005 - S26) Tratamento eficaz para quadro de agitação,
Neurophysiology & Anesthesia, in: Clinical Anesthesiology, desorientação e alucinação pós-operatórias, associadas
3rd Ed, New York, Lange Medical Books/Mc Grawl-Hill, 2002, ao uso de atropina no per-operatório:
552-582.
Mizumoto N. Anestesia para Neurocirurgia – Bases, em: A) piridostigmina
Yamashita AM, Takaoka F, Auler JOC et al, Anestesiologia B) neostigmina
SAESP, 5ª ed, São Paulo, Atheneu, 2001;197-216. C) escopolamina
Mizumoto N - Fisiologia e Fisiopatologia do Sistema Nervoso D) edrofônio
Central, em: Manica J-Anestesiologia, Princípios e E) fisostigmina
Técnicas, 3a ed, Porto Alegre, Artmed, 2004;213-226.
Resposta: E Nível: Média

Comentário: O quadro de agitação psicomotora é típico de


(2005 - S10) Em relação ao líquor, pode-se afirmar que: síndrome anticolinérgica central, desencadeada pela
passagem da atropina através da barreira hemato-encefálica
A) não possui proteínas em seu conteúdo (BHE), exercendo seu efeito antagonista dos receptores
B) possui osmolaridade igual à plasmática colinérgicos muscarínicos. A fisostigmina possui na sua
C) é absorvido pelo plexo coroide estrutura uma amônia terciária, conseguindo se difundir pela
D) sua dinâmica não interfere com a pressão intracraniana BHE e diminuir a degradação de acetilcolina contrapondo-se
E) é produzido a uma velocidade de 1 a 2 ml.min-1 aos efeitos da atropina no SNC. A neostigmina, o cloreto de
edrofônio e a piridostigmina possuem uma amônia
Resposta: B Nível: Média quaternária na sua estrutura química, que as impede de
atravessar a BHE. A escopolamina, a exemplo da atropina,
Comentário: O líquor possui osmolaridade igual à causa antagonismo do receptor muscarínico.
plasmática e pequena quantidade de proteínas. É produzido
pelo plexo coróide, a uma velocidade de 0,3 a 0,4 ml.min-1 e Referência:
absorvido pelas vilosidades aracnóides, sendo renovado três Lawson NW, Johnson JO - Autonomic Nervous System:
a quatro vezes por dia. A redução na velocidade de Physiology and Pharmacology, in: Barash PG, Cullen BF,
absorção provoca aumento da pressão intracraniana. Stoelting RK - Clinical Anesthesia, 4th Ed, Philadelphia,
Lippincott Williams & Wilkins, 2001;288-289.
Referência: Freitas JCM, Savaris N Complicações em anestesia, em:
Bendo AA, Kass IS, Hartung J et al - Anesthesia for Manica J Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto
Neurosurgery, in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK - Alegre, Artmed, 2004;1180-1182.
Clinical Anesthesia, 4th Ed, Philadelphia: Lippincott Williams
& Wilkins, 2001;747.
Ponto 8 – Sistema Nervoso Central e Autônomo 17

(2005 - S27) O uso de antidepressivo tricíclico está Resposta: B


associado ao(à):
Comentário: Os anestésicos alteram a secreção e absorção
A) atenuação dos efeitos simpaticomiméticos da cetamina do LCR. 1 CAM do halotano reduz a secreção e a absorção;
B) exacerbação dos efeitos anticolinérgicos da atropina o enflurando eleva a secreção e reduz a absorção; o
C) antagonismo da sedação pelo tiopental isoflurano e o fentanil não alteram a secreção e aumentam a
D) aumento do metabolismo dos neurolépticos absorção; 1 CAM do desflurano não altera a secreção nem a
E) redução da atividade arritmogênica do pancurônio absorção, porém em hipocapnia aumenta a secreção. Estes
estudos, em adição ao efeito epileptogênico do enflurano,
Resposta: B Nível: Fácil corroboram para a sua não utilização na presença de lesão
cerebral e hipocapnia.
Comentário: Os antidepressivos tricíclicos possuem efeito
anticolinérgico, acentuando os efeitos de outras drogas Referências:
anticolinérgicas. Estão associados à hipertensão e arritmia Drummond JC, Patel PM – Cerebral Physiology and the
com o uso da cetamina, ao prolongamento da sedação pelo Effects of Anesthetics and Techniques, em: Miller RD –
tiopental, ao desenvolvimento de arritmia ventricular com o Anesthesia, 5th Ed, Pennsylvania, Churchill-Livingstone,
uso do pancurônio e competem pela metabolização hepática 2000;712
com os fármacos neurolépticos. Ebert TJ, Schmid Ili PF – Inhalation Anesthesia, em: Barash
PG. Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 4th Ed,
Referência: Philadelphia, Lippincott-Raven, 2001;392
Lawson NW, Johnson JO - Autonomic Nervous System:
Physiology and Pharmacology, in: Barash PG, Cullen BF,
Stoelting RK - Clinical Anesthesia, 4th Ed, Philadelphia,
Lippincott Williams & Wilkins, 2001;308. (2003 - M35) É (são) considerado(s) bloqueador(es)
Roizen MF Anesthetic Implications of Concurrent Diseases, ganglionar(es):
in: Miller RD - Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Churchill
Livingstone, 2000;996. 1- betanecol
2- hexametônio
3- edrofônio
4- trimetafan
(2006 - S11) O líquido cefalorraquidiano tem:
Resposta: C
A) pressão osmótica aproximadamente igual à do plasma
B) concentração de glicose igual à do plasma Comentário: Os bloqueadores ganglionares foram os
C) concentração de sódio maior que a do plasma primeiros fármacos efetivos no controle da hipertensão
D) concentração de glicose cerca de 70% maior que a do arterial no intra-operatório. O seu uso se associa a inúmeros
plasma efeitos indesejáveis por inibirem os gânglios simpáticos e
E) concentração de potássio cerca de 80% maior que a do parassimpáticos. O hexametônio e o trimetafam constituem
plasma exemplos desta categoria de fármacos. Por sua vez, o
betanecol é um agonista colinérgico com ação especialmente
Resposta: A Nível: Média marcante sobre o trato urinário e sobre o trato gastrointestinal.
O edrofônio é um anticolinesterásico, não apresentando
Comentário: As características do líquido cefalorraquidiano atividade bloqueadora ganglionar significativa.
são as seguintes: pressão osmótica e concentração de sódio
semelhante à do plasma; concentrações de cloretos 15% Referência:
maior do que a do plasma, de potássio e glicose menor que Moss J, Renz CL – The Autonomic Nervous System, em:
a do plasma, 40% e 30% respectivamente. Miller RD – Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Churchill
Livingstone, 2000;563;566
Referência:
Guyton AC, Hall JE - Fluxo Sangüíneo Cerebral, o Líquido
Cefalorraquidiano e o Metabolismo Cerebral, em: Tratado de
Fisiologia Médica,10a Ed, Philadephia, WB Saunders, 2000, (2004 - M30) A acetilcolina é neurotransmissor de fibras:
663.
1. pré-ganglionares parassimpáticas
2. pré-ganglionares simpáticas
3. pós-ganglionares parassimpáticas
QUESTÕES DO TIPO M MARQUE: 4. pós-ganglionares simpáticas das glândulas sudoríparas
LETRA A, SE SOMENTE 1, 2 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA B, SE SOMENTE 1 E 3 SÃO CORRETAS Resposta: E Nível: MÉDIA
LETRA C, SE SOMENTE 2 E 4 SÃO CORRETAS
LETRA D, SE SOMENTE 4 É CORRETA Comentário: A acetilcolina é neurotransmissor de todas as
LETRA E, SE TODAS SÃO CORRETAS fibras pré-ganglionares simpáticas e parassimpáticas, de
todas as fibras pós-ganglionares parassimpáticas e de
(2003 - M28) Efeito(s) dos anestésicos sobre a dinâmica algumas fibras pós-ganglionares simpáticas, tais como
de líquido cefalorraquidiano (LCR): glândulas sudoríparas e vasos da musculatura esquelética.

1- 1 CAM do halotano reduz a secreção e absorção Referências:


2- o enflurano diminui a secreção e aumenta a absorção Fernandes F, Figueiredo HG. Anatomia, Fisiologia e
3- 1 CAM do desflurano não altera a secreção e nem a Farmacologia do Sistema Nervoso, em: Yamashita AM,
absorção, porém em hipocapnia aumenta a secreção Takaoka F. Auler Jr JOC et al – Anestesiologia - SAESP, 5ª
4- o isoflurano e fentanil alteram a secreção, porém produzem ed, Atheneu, São Paulo, 2001; 173-196.
diminuição na absorção.
Ponto 8 – Sistema Nervoso Central e Autônomo 18

aumento dos íons sódio e cálcio e a diminuição do potássio


(2004 - M38) O potencial excitatório pós-sináptico intracelulares. A despolarização leva a um aumento da
(PEPS): liberação do glutamato, que por sua vez, promove através
dos receptores N-metil-D-aspartato (NMDA) despolarização
1. é decorrente de aumento da permeabilidade ao sódio adicional, com aumento do influxo de cálcio.
2. promove hiperpolarização da membrana pré-sináptica
3. promove despolarização da membrana pós-sináptica Referência:
4. ocorre na membrana pré-sináptica Bendo AA, Kass IS, Hartung J et al - Anesthesia for
Neurosurgery, in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK -
Resposta: B Nível: DIFÍCIL Clinical Anesthesia, 4th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams
& Wilkins, 2001;748.
Comentário: A combinação do neurotransmissor excitatório Drummond JC, Patel PM Cerebral Physiology and the Effect
com os receptores pós-sinápticos produz despolarização of Anesthetics, in: Miller RD - Anesthesia, 5th Ed,
localizada, denominada potencial excitatório pós-sináptico Philadelphia, Churchill Livingstone, 2000;714-717.
(PEPS), através de um aumento da permeabilidade aos
cátions, mais precisamente ao sódio. O PEPS inicia um
potencial de ação conduzido ao neurônio pós-sináptico. O
neurotransmissor inibitório causa aumento seletivo na (2005 - S25) A interrupção abrupta da terapia com beta-
permeabilidade aos íons menores (potássio e cloro), bloqueadores causa taquicardia e aumento da
resultando em hiperpolarização localizada, que constitui o incidência de infarto do miocárdio. Este fenômeno pode
potencial inibitório pós-sináptico (PIPS). ser explicado por:

Referência: A) redução do número de receptores muscarínicos


Fernandes F, Figueiredo HG. Anatomia, Fisiologia e B) redução do número de receptores nicotínicos
Farmacologia do Sistema Nervoso, em: Yamashita AM, C) aumento do número de receptores alfa-adrenérgicos
Takaoka F, Auler Jr JOC et al – Anestesiologia SAESP, 5a D) aumento do número de receptores beta-adrenérgicos
Ed. São Paulo: Atheneu, 2001;173-196. E) diminuição da atividade do nervo vago

Resposta: D Nível: Média

(2004 - M39) O término de ação da noradrenalina como Comentário: O número de receptores beta-adrenérgicos
neurotransmissor no terminal sináptico ocorre por: varia de forma significativa em resposta à quantidade de
norepinefrina na fenda sináptica e no plasma. O bloqueio
1- recaptação pelo terminal nervoso adrenérgico faz com que haja aumento do número de
2- difusão a partir dos sítios receptores receptores beta. Este fenômeno, conhecido como
3- metabolismo pela mono-amino-oxidase (MAO) e catecol- upregulation, pode explicar a taquicardia rebote que ocorre
O-metiltransferase (COMT) após a interrupção repentina do tratamento com beta-
4- antagonismo pela acetilcolina bloqueador.

Resposta: A Nível: DIFÍCIL Referência:


Moss J, Glick D - The Autonomic Nervous System, in: Miller
Comentário: Após sua liberação no terminal sináptico por RD - Miller’s Anesthesia, 6th Ed, Elsevier. 2005; 617-677.
um processo de exocitose, a ação da noradrenalina é
terminada por recaptação no terminal nervoso, difusão a
partir dos sítios receptores e por metabolismo pela
monoaminooxidadase (MAO) e catecol-O-metiltransferase (2005 - M43) O metabolismo da noradrenalina ocorre:
(COMT). A acetilcolina não atua como antagonista da
noradrenalina no terminal sináptico. 1- pela ação da monoaminooxidase (MAO)
2- no sangue, no fígado e nos rins
Referência: 3- pela ação da catecol-O-metil transferase (COMT)
Stoelting RK. Autonomic Nervous System, in: Pharmacology 4- na fenda sináptica sendo parte recaptada
&Physiology in Anesthetic Practce, 3rd Ed,Philadelphia,
Lippincott-Raven, 1999; 619-627. Resposta: E Nível: Fácil
Morgan GEM, Mikhail MS, Murray MJ - Adrenergic Agonists
& Antagonists, in: Clinical Anesthesiology, 3rd Ed, New Comentário: A noradrenalina é metabolizada pelas enzimas
York, Lange Medical Books/Mc Grawl-Hill, 2002; 212-223. MAO e COMT presentes no sangue, fígado e rins. Uma
pequena parte da noradrenalina liberada na fenda sináptica
escapa à recaptação, cai na circulação e é então
metabolizada.
(2005 - M41) Fator(es) relacionado(s) ao mecanismo de
lesão e morte neuronal, durante o processo de Referência:
isquemia-reperfusão: Moss J, Glick D - The Autonomic Nervous System, in: Miller
RD - Miller’s Anesthesia, 6th Ed, Elsevier, 2005;
1- aumento do cálcio intracelular 617-677.
2- aumento do glutamato extracelular
3- diminuição do potássio intracelular
4- aumento do sódio extracelular

Resposta: A Nível: Média (2005 - M49) O Sistema Nervoso Autônomo é ativado por
centros localizados no(a):
Comentário: Com o processo de isquemia e redução dos
níveis de ATP, ocorre a despolarização celular por 1- medula espinhal
ineficiência da bomba de sódio-potássio, permitindo o 2- tronco cerebral
Ponto 8 – Sistema Nervoso Central e Autônomo 19

3- hipotálamo
4- córtex cerebral

Resposta: E Nível: Difícil

Comentário: O Sistema Nervoso Autonômico é ativado


principalmente por centros localizados na medula espinhal,
tronco cerebral, hipotálamo, córtex cerebral, especialmente
no córtex límbico, podendo transmitir impulsos para os
centros inferiores, influenciando o controle autonômico.

Referência:
Guyton AC, Hall JE - O Sistema Nervoso Autonômico e a
Medula da Adrenal, em: Tratado de Fisiologia Médica.10a
Ed, Philadephia, WB Saunders, 2000; 649.

(2005 - M50) São neurotransmissores excitatórios:

1- glutamato
2- serotonina
3- substância P
4- glicina

Resposta: B Nível: Média

Comentário: O glutamato é o principal neurotransmissor


excitatório do SNC. Acetilcolina é um neurotransmissor
excitatório que interage com receptores nicotínicos e
muscarínicos no SNC. A substancia P é um
neurotransmissor excitatório liberado pelos terminais de
fibras dolorosas que fazem sinapse na substância gelatinosa
da medula espinhal. A serotonina presente em altas
concentrações no córtex cerebral é um neurotransmissor
inibitório, exercendo efeitos significativos no humor e
comportamento. A glicina é o principal neurotransmissor
inibitório na medula espinhal.

Referência:
Stoelting RK – Pharmacology and Physiology in: Anesthetic
Practice, 3rd Ed, Philadelphia, Lippincott Raven,
1999, 602-603.
Ponto 9 – Fisiologia e Farmacologia do Sistema Cardiocirculatório 20

Ponto 9 – Fisiologia e Farmacologia do (2004 - S14) Efeitos farmacológicos da noradrenalina:

Sistema Cardiocirculatório A) ausência de estimulação beta-adrenérgica


B) diminuição significativa da resistência periférica
9.1. Bioeletrogênese cardíaca 9.2. Cronotropismo, C) desencadeamento de taquicardia reflexa
batmotropismo, dromotropismo e inotropismo 9.3. D) vasoconstrição coronariana
E) diminuição do fluxo sanguíneo cerebral
Fases do ciclo cardíaco 9.4. Débito cardíaco 9.5.
Controle do sistema cardiovascular 9.6. Circulação Resposta: E Nível: FÁCIL
coronariana 9.7. Consumo de oxigênio pelo miocárdio
9.8. Fármacos inotrópicos e vasopressores 9.9. Comentário: A noradrenalina é um potente alfa-estimulante
Fármacos anti-hipertensivos 9.10. Vasodilatadores com fraca ação beta-adrenérgica. A noradrenalina, como
9.11.Inibidores do sistema renina-angiotensina- alfa-adrenérgico, aumenta significativamente a resistência
aldosterona 9.12. Alfa e beta-bloqueadores 9.13. periférica e por conseguinte a pressão arterial e leva a
Antiarrítmicos 9.14. Outros agentes com ação vasoconstrição coronariana. O aumento dos níveis
terapêutica sobre o sistema cardiovascular pressóricos desencadeia reflexamente bradicardia, via
barorreceptores carotídeos e aórtico. Deve ser
preferencialmente administrada por um cateter venoso
(2003 - S10) O isoproterenol:
central para minimizar os riscos de extravasamento. A
velocidade de infusão deve ser gradualmente aumentada a
A) tem meia-vida longa
fim de se obter o efeito desejado. A noradrenalina causa
B) aumenta o risco de disritmias cardíacas
diminuição do fluxo sanguíneo cerebral. Há aumento do
C) pode ser administrado por via oral
fluxo coronariano tanto pela vasodilatação como pela
D) tem potente ação nos receptores alfa e beta
elevação da pressão arterial.
E) causa bradicardia
Referência:
Resposta: B
Machado RC, Almeida Jr JS – Farmacologia do Sistema
Cardiovascular, em: Yamashita AM, Takaoka F, Alves Jr
Comentário: O isoproterenol tem meia-vida curta,
JOC, et al - Anestesiologia SAESP, 5ª Ed, São Paulo,
rapidamente metabolizado pela catecol-o-metiltransferase
Atheneu, 2001; 309-332.
(COMT), por isso é indicado em infusão contínua. Aumenta o
Carlos RV, Cagnolati DC, Galas FRBG et al – Fisiologia e
risco de disritmias cardíacas e causa taquicardia. A via de
Farmacologia Cardiovascular, em: Manica JT et al –
administração é parenteral ou inalatória. É um potente
Anestesiologia Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto Alegre,
agonista beta-adrenérgico com muito baixa afinidade para os
Artmed, 2004; 243-267.
receptores alfa.

Referência:
Hoffmann BB – Cathecolamines Sympathomimetic Drugs,
(2004 - S20) Agonista adrenérgico de ação predominante
and Adrenergic Receptor Antagonists, em: Gillman AG,
indireta:
Limbird LE, Hardman JG – Goodman’s & Gilmlman – The
Pharmacological Basis of Therapeutics, 10th Ed, New York,
A) isoproterenol
McGraw-Hill, 2001; 212.
B) metaraminol
C) noradrenalina
D) efedrina
E) adrenalina
(2003 - S06) Eletrofisiologia das células do miocárdio:
Resposta: D Nível: FÁCIL
A) durante a fase 2, a saída lenta do Ca+2 leva ao
prolongamento do potencial de ação Comentário: Os fármacos adrenérgicos são aqueles que
B) a ativação dos canais de K+ dá início a fase 3, ou fase de provocam efeitos semelhantes aos da estimulação dos
repolarização nervos simpatoadrenérgicos. Podem ser classificados em de
C) período refratário absoluto corresponde ao intervalo P-R ação direta quando agem diretamente no receptor
do ECG adrenérgico como o isoproterenol, adrenalina e
D) a despolarização das células corresponde à saída de Na+ noradrenalina; de ação indireta quando atuam interferindo
e entrada de K+ na biossíntese armazenamento, liberação, recaptação ou
E) a permeabilidade de membrana ao K+ é 10 vezes maior inativação natural do neurotransmissor (tiramina e
que ao Na+. anfetamina); de ação mista, quando atuam das duas
maneiras, sendo o metaraminol predominantemente direto e
Resposta: B a efedrina predominantemente indireta.
Comentário: A ativação dos canais de K+ dá início à fase 3 Referência:
ou repolarização com entrada de K. Durante a fase 2, do Morgan Jr GE, Mikhail MS, Murray MJ. Adrenergic Agonists
platô, existe um prolongamento do potencial de ação às & Antagonists, in: Clinical Anesthesiology, 3 rd ed, New
custas da entrada lenta de Ca2+. O período refratário absoluto, York, Lange Medical Books/McGraw- Hill, 2002;212-223.
período de repolarização, corresponde no ECG ao intervalo
Q-T. Na despolarização sai K+ é cerca de 100 vezes maior
que ao Na+.
(2005 – S06) O diagnóstico do eletrocardiograma,
Referência: abaixo, é:
Auler Jr JOC – Fisiologia do Sistema Cardiovasular, em:
Yamashita A, Takaoka F, Auler Jr JOC et al – Anestesiologia
– SAESP, 5ª Ed, São Paulo, Atheneu, 2001; 291-293
Ponto 9 – Fisiologia e Farmacologia do Sistema Cardiocirculatório 21

Comentário: O aumento da pré-carga, associado à infusão


de adrenalina, é o evento inicial que promove o aumento do
débito cardíaco. Apesar da adrenalina aumentar o
inotropismo miocárdico e a frequência cardíaca, o volume
sistólico só é aumentado secundariamente à venoconstrição.
A) bloqueio do nó sinusal O aumento da pós-carga tende a reduzir o débito cardíaco,
B) bloqueio atrioventricular (BAV) do 1º grau já que impõe maior trabalho ao miocárdio.
C) BAV 2º grau tipo I
D) BAV 2º grau tipo 2 Referência:
E) BAVT Lawson NW, Johnson JO - Autonomic Nervous System:
Physiology and Pharmacology, in: Barash PG, Cullen BF,
Resposta: B Nível: Fácil Stoelting RK - Clinical Anesthesia, 4th Ed, Philadelphia,
Lippincott Williams & Wilkins, 2001;293.
Comentário: No BAV 1º grau existe apenas um
alargamento do intervalo PR; no BAV de 2º tipo I, ocorre o
fenômeno de Wenckebach, onde há aumento progressivo do
PR até que uma onda P não conduza; no tipo 2, não há (2005 - S24) Fármaco mais indicado no tratamento do
prolongamento do PR, apenas uma onda P que por vezes choque cardiogênico:
conduz, e outras não; no BAVT, há dissociação entre os
batimentos do átrio e do ventrículo. A) noradrenalina
B) metaraminol
Referência: C) isoproterenol
Zaidan JR, Barash PG - Appendix: Eletrocardiography, in: D) milrinona
Barash PG Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, E) fenilefrina
4th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins,
2001;1508-1509. Resposta: D Nível: Fácil
Hillel Z, Thys DM - Eletrocardiography, in: Miller RD -
Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, Comentário: A milrinona é o fármaco que combina os
2000;1246. efeitos benéficos de aumento da contratilidade miocárdica e
vasodilatação periférica, otimizando o débito cardíaco, sem
alterar significativamente a freqüência cardíaca ou a pressão
arterial média. Ainda, não possui potencial arritmogênico e
(2005 – S07) Principal(is) substrato(s) energético(s) para pode ser administrada por via venosa e oral. A noradrenalina
o miocárdio, em condições fisiológicas, é(são): e o metaraminol produzem redução do débito cardíaco no
choque cardiogênico, na medida em que o efeito alfa-
A) glicose adrenérgico vasoconstritor predomina sobre o efeito
B) ácidos graxos betaadrenérgico (contratilidade miocárdica). Aumentam o
C) acetato consumo miocárdico de oxigênio e a hipóxia tissular,
D) triglicerídeos resultante da vosoconstrição e do baixo fluxo. O
E) piruvato isoproterenol possui alto poder arritmogênico, aumenta em
muito a freqüência cardíaca e o consumo miocárdico de
Resposta: B Nível: Fácil oxigênio, faz redistribuição do débito cardíaco para áreas
não vitais e possui resposta inconstante sobre o débito
Comentário: A oxidação dos ácidos graxos responde por cardíaco.
90% das necessidades energéticas do miocárdio. Glicose,
piruvato, acetato e triglicerídeos podem ser utilizados, mas Referência:
em proporções menores, salvo situações especiais. Lawson NW, Johnson JO - Autonomic Nervous System:
Physiology and Pharmacology, in: Barash PG, Cullen BF,
Referência: Stoelting RK - Clinical Anesthesia, 4th Ed, Philadelphia,
Lake CL - Cardiovascular Anatomy and Physiology, in: Lippincott Williams & Wilkins, 2001;296- 306.
Barash PG Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, Carlos RV, Cagnolati DC, Galas FRBG et al Fisiologia e
4th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, farmacologia cardiovascular, em: Manica J Anestesiologia:
2001;872-873. Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto Alegre, Artmed,
Blanck TJJ, Lee DL Cardiac Physiology, in: Miller RD - 2004;254-255.
Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone,
2000;632.

(2005 - S25) Fármaco indicado na bradicardia refratária


sintomática, por intoxicação com altas doses de
(2005 - S23) O aumento inicial do débito cardíaco, propranolol:
observado com a infusão venosa de adrenalina, é
secundário ao aumento de: A) isoproterenol
B) atropina
A) pré-carga C) glucagon
B) inotropismo D) noradrenalina
C) pós-carga E) dopamina
D) cronotropismo
E) dromotropismo Resposta: C Nível: Média

Resposta: A Nível: Média Comentário: O glucagon, através da ativação de uma


proteína G estimuladora (Gs), aumenta os níveis de AMPc, a
frequência e a contratilidade cardíacas, independentemente
da função do receptor beta-adrenérgico. O isoproterenol, a
Ponto 9 – Fisiologia e Farmacologia do Sistema Cardiocirculatório 22

dopamina e a noradrenalina são fármacos de escolha no e aVF e anormalidades de condução. As alterações


tratamento das bradicardias sintomáticas, porém atuam via eletrocardiográficas resultantes de doença na artéria
receptor beta-adrenérgico. A atropina diminui o tônus circunflexa são vistas nas derivações DI e aVL. As oclusões
colinérgico e aumenta o tônus simpático, sendo na artéria descendente anterior são visualizadas de VI a V6.
indiretamente dependente do receptor beta-adrenérgico.
Referência:
Referência: Lake CL - Cardiovascular Anatomy And Physiology, in:
Lawson NW, Johnson JO - Autonomic Nervous System: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 5ª
Physiology and Pharmacology, in: Barash PG, Cullen BF, Ed,Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006, 878.
Stoelting RK - Clinical Anesthesia, 4th Ed, Philadelphia,
Lippincott Williams & Wilkins, 2001;306.

(2006 - S10) Em relação à fisiologia circulatória


coronariana pode-se afirmar que o(s):
(2006 – S05) A fase 2 do potencial de ação na fibra
ventricular cardíaca representa a: A) agonistas α2 também mediam a liberação de fator de
relaxamento endotélio-derivado nas artérias coronárias
B) vasos epicárdicos são de grande resistência
C) estímulos neurais não modificam o fluxo das artérias
coronárias
D) fluxo da artéria coronária é regulado exclusivamente por
fatores metabólicos
E) fluxo da artéria coronária direita ocorre somente na
sístole

Resposta: A Nível: Difícil

Comentário: Cerca de 5% do débito cardíaco perfundem as


artérias coronarianas. O fluxo da artéria coronária direita
ocorre na sístole e diástole. A circulação coronariana
consiste em grandes vasos epicárdicos de baixa resistência
e artérias intra-miocárdicas de alta resistência. O fluxo
sanguíneo coronariano é regulado por fatores metabólicos,
anatômicos e possivelmente miogênicos e sofre alterações
por estímulos neurais. O principal local de autorregulação
A) abertura dos canais rápidos de Na+ coronariana é a arteríola coronária. Os agonistas α 2
B) inativação dos canais de Na+ e aumento da também mediam a liberação de fator de relaxamento
permeabilidade ao K+ endotélio-derivado nas artérias coronárias
C) ativação dos canais lentos de Ca++
D) inativação dos canais de Ca++ e aumento da Referência:
permeabilidade ao K+ Lake CL: Cardiovascular Anatomy and Physiology. In Barash
E) inativação dos canais de K+ e aumento da PG, Cullen BF, Stoelting RK: Clinical Anesthesia, 5ª
permeabilidade ao Na+ ed.Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2001, 868-
869.
Resposta: C Nível: Média

Comentário: O gráfico acima mostra o potencial de ação da


célula cardíaca: na fase 0 ocorre a entrada do Na+ na célula, (2006 - S18) Fator que diminui a resistência vascular
na fase 1 a inativação dos canais de Na+ e o aumento da pulmonar:
permeabilidade ao K+, na fase 2 (platô), ativação dos canais
lentos de Ca++ nas células e na fase 3 saída de K+ da A) catecolaminas
célula. B) angiotensina
C) serotonina
Referência: D) hipóxia
MorganGE Jr,Mikhail MS, Murray MJ. Clinical Anesthesiology. E) acetilcolina
4th Ed. New York: McGraw-Hill, 2006;417.
Resposta: E Nível: Média

Comentário: A circulação pulmonar é caracterizada por


(2006 – S06) A oclusão significativa da artéria coronária baixa pressão e alto fluxo. Estímulos autonômicos,
direita causa alterações isquêmicas nas derivações: broncoespasmo e outras condições fisiológicas ou não
alteram de forma ativa ou passiva a vasculatura pulmonar,
A) DI e aVL ou modificam a sua resposta a drogas. Entre os fármacos
B) DII, DIII e aVF que diminuem a resistência pulmonar estão a acetilcolina e a
C) V3-V5 bradicinina. Catecolaminas, estimulação simpática, hipóxia,
D) V1-aVL angiotensina, acidemia e hipercarbia tendem a aumentar a
E) V1-V6 resistência vascular pulmonar.

Resposta: B Nível: Fácil Referência:


Lake CL - Cardiovascular Anatomy and Physiology, in:
Comentário: A oclusão significativa da artéria coronária Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia,
direita causa alterações isquêmicas nas derivações DII, DIII
Ponto 9 – Fisiologia e Farmacologia do Sistema Cardiocirculatório 23

5th Ed, Philadelphia, Lippincott, Williams & Wilkins, 2006, LETRA D, SE SOMENTE 4 É CORRETA
881-883. LETRA E, SE TODAS SÃO CORRETAS

(2003 - M30) Em relação à perfusão coronariana, pode-se


afirmar:
(2005 - S33) Em relação aos betabloqueadores sabe-se
que o: 1- é diretamente proporcional ao gradiente de pressão entre
a aorta e leito coronariano
A) nadolol é cardiosseletivo e com atividade estabilizadora 2- varia com a frequência cardíaca
de membrana 3- a resistência ao fluxo coronariano aumenta com a
B) timolol na forma de colírio não apresenta efeitos taquicardia e a hipertensão
sistêmicos 4- os ventrículos direito e esquerdo são perfundidos apenas
C) atenolol é excretado principalmente pelo fígado e tem na diástole
meia-vida de eliminação de 24 horas
D) esmolol é metabolizado no sangue por uma esterase Resposta: A
localizada no citoplasma dos eritrócitos
E) acebutamol não é cardiosseletivo Comentário: A perfusão coronariana é maior quanto maior o
gradiente de pressão entre a aorta e o leito coronariano,
Resposta: D Nível: Difícil beneficiando-se principalmente em baixas frequências e com
a periferia aberta ou normotensão. O ventrículo direito, por ser
Comentário: O propranolol, betabloqueador não seletivo, fino e delgado, é perfundidos tanto na sístole quanto na
apresenta metabolismo hepático de primeira passagem e diástole.
meia-vida de aproximadamente 4 horas, embora a ação
farmacológica dure em torno de 12 horas. O nadolol é um Referências:
beta bloqueador não cardiosseletivo e sem atividade Auler Jr JOC – Fisiologia do Sistema Cardiovascular, em:
estabilizadora de membrana. Na forma de colírio o timolol Yamashita AM, Takaoka F, Auler Jr JOC et al –
pode apresenta manifestações sistêmicas como bradicardia Anestesiologia SAESP, 5ª Ed, São Paulo, Atheneu, 2001; 291
e hipotensão. O atenolol é cardiosseletivo. É eliminado
principalmente por excreção renal e tem meia-vida de 6 a 7
horas. O acebutamol apresenta cardiosseletividade com (2003 - M31) Fisiologia da circulação coronariana:
atividade estabilizadora de membrana.
1- a pressão parcial de oxigênio no seio coronariano é a mais
Referência: baixa em relação a qualquer órgão do corpo humano
Lawson NW, Johnson JO – Autonomic Nervous System: 2- a reserva de fluxo coronariano existe para satisfazer as
Physiology And Pharmacology, in: Barash PG, necessidades de aumento de oxigênio para o miocárdio
Cullen BF, Stoelting RK - Clinical Anesthesia, 5th Ed, durante o estresse
Philadelphia, Churchill Livingstone, 2006; 321-323. 3- o principal fator determinante do tônus da vasculatura
coronariana é o metabolismo do músculo cardíaco
4- a maior parte do fluxo sanguíneo na artéria coronária direita
ocorre na diástole.
(2005 - S34) Antiarrítmico da classe IV:
Resposta: A
A) lidocaína
B) verapamil Comentário: O fluxo sanguíneo coronariano depende
C) amiodarona principalmente do controle metabólico, como acontece
D) procainamida também no cérebro. A diferença deste fluxo em situação de
E) esmolol repouso, em relação ao fluxo em situação de dilatação
coronariana máxima é chamada de reserva de fluxo
Resposta: B Nível: Média coronariano. Embora a maior parte do fluxo sanguíneo na
artéria coronária esquerda se faça durante a diástole, na
Comentário: Os antiarrítmicos podem ser divididos em artéria coronária direita é feito tanto na sístole quanto na
cinco classes. Os fármacos da classe IV bloqueiam os diástole, porque a pressão intramiocárdica é mais baixa no
canais de cálcio e incluem: verapamil, diltiazem, nifedipina e ventrículo direito, com parede mais fina. O consumo de
outros. Os bloqueadores dos canais de potássio prolongam oxigênio pelo miocárdio é muito alto, consequentemente, o
a repolarização (bretílio e amiodarona) e pertencem à classe sangue venoso coronariano é apenas 30% saturado e sua
III. Os bloqueadores dos receptores beta-adrenérgicos PO2 é de 18-20 mmHg.
(propranolol, timolol e metoprolol) e os que bloqueiam os
canais rápidos de sódio (quinidina, procainamida lidocaína) Referências:
pertencem às classes II e I respectivamente. Na classe Lake CL – Cardiovascular Anatomy and Physiology, em:
“outros” são incluídos: adenosina e digitálicos. Barash PG. Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 4th
Ed, Philadelphia, Lippincott-Raven, 2001;31
Referência: Auler Jr JOC – Messias ERR, Galas FRBG – Fisiologia do
Carlos RV, Cagnolati DC, Galas FRBG, AulerJAC – Sistema Cardiovascular, em: Yamashita AM, Takaoka F,
Fisiologia e Farmacologia Cardiovascular, em: Manica J Auler Jr JOC et al – Anestesiologia SAESP, 5ª Ed, São Paulo,
- Anestesiologia Princípios e Técnicas, 3a Ed, Artmed, Porto Atheneu, 2001; 302-304
Alegre,2004;260-261.

(2004 - M27) A pré-carga depende:


QUESTÕES DO TIPO M MARQUE:
LETRA A, SE SOMENTE 1, 2 E 3 SÃO CORRETAS 1- do retorno venoso
LETRA B, SE SOMENTE 1 E 3 SÃO CORRETAS 2- do tônus venoso
LETRA C, SE SOMENTE 2 E 4 SÃO CORRETAS 3- do aumento da atividade metabólica
Ponto 9 – Fisiologia e Farmacologia do Sistema Cardiocirculatório 24

4- da posição do paciente o desenvolvimento de insuficiência renal no paciente


criticamente enfermo ou traumatizado, embora um princípio
Resposta: E atraente, é muito menos certo. A prevenção da insuficiência
renal pela dopamina “em dose renal” profilática (com ou sem
Comentário: A pré-carga depende do enchimento furosemida) no paciente criticamente enfermo ou
ventricular que pode ser influenciado por diversos fatores. traumatizado não foi conclusivamente demonstrada, mesmo
Dentre eles o retorno venoso, que sofre alterações quando usada precocemente.
fisiológicas, principalmente do tônus venoso. O tônus é
diretamente proporcional à atividade metabólica. Quando a Referência:
atividade metabólica se eleva, há aumento da pressão Machado RC, Almeida JS. Farmacologia do Sistema
venosa com desvio do sangue para os vasos de Cardiovascular, em: Yamashita AM, Takaoka F, Auler JOC
capacitância. Os fatores que direta ou indiretamente alteram et al –Anestesiologia SAESP. 5a ed, São Paulo, Atheneu,
o retorno venoso, interferem com a pré-carga, por exemplo, 2001; 309-332.
a posição de Tremdelemburg.

Referência:
Lake CL – Cardiovascular Anatomy and Physiology, in: (2004 - M47) São fatores envolvidos no equilíbrio
Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, suprimento-demanda de oxigênio ao miocárdio:
4th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001;853-
881. 1. frequência cardíaca e pressão de perfusão coronariana
2. conteúdo arterial de O2 e pressão diastólica final do
ventrículo esquerdo
3. necessidades basais de O2 e contratilidade cardíaca
(2004 - M43) Antiarrítmico(s), classe III, indicado(s) para 4. pós-carga e diâmetro das coronárias
tratamento de arritmias supraventriculares e
ventriculares: Resposta: E Nível: MÉDIA

1. lidocaína Comentário: O consumo miocárdico de O2 é determinado


2. esmolol pela frequência cardíaca, tensão na parede ventricular
3. verapamil durante a sístole (pós-carga) e contratilidade miocárdica. O
4. amiodarona suprimento de O2 ao miocárdio depende da frequência
cardíaca, tempo diastólico, pressão de perfusão
Resposta: D Nível: MÉDIO coronariana, diâmetro das artérias coronárias e conteúdo
arterial de O2. A pós-carga, contratilidade e a frequência
Comentário: A lidocaína é um antiarrítmico da classe I cardíaca correspondem a 80% do consumo de oxigênio pelo
indicada para arritmias ventriculares e intoxicação digitálica, miocárdico, enquanto as necessidades basais são
o esmolol (classe II) e o verapamil (classe IV) são indicados responsáveis por aproximadamente 20%.
para tratar arritmias supraventriculares. O bretílio e a
amiodarona, ambos pertencentes à classe III, são indicados Referências:
para tratar arritmias ventriculares. A amiodarona é Morgan GEM, Mikhail MS, Murray MJ. Cardiovascular
atualmente o fármaco de primeira escolha para tratar parada Physiology & Anesthesia, in: Clinical Anesthesiology, 3rd ed,
cardiorrespiratória por taquicardia ou fibrilação ventricular, New York, Lange Medical Books/Mc Grawl-Hill, 2002; 359-
além disso, está também indicada em arritmias 385.
supraventriculares. Auler Jr JOC, Messias ERR, Galas FRBG. Fisiologia do
Sistema Cardiovascular, em: Yamashita AM, Takaoka F,
Referência: Auler Jr JOC et al – Anestesiologia SAESP, 5a Ed. São
Carlos RV, Cagnolati DC, Galas FRBG, Auler Jr JOC. Paulo: Atheneu, 2001;291-308.
Fisiologia e Farmacologia Cardiovascular, em: Manica J –
Anestesiologia Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto Alegre,
Artes Médicas, 2004; 243-267.
(2005 - M39) Considerando-se a bioeletrogênese das
células cardíacas, o cálcio participa na(s) fase(s):

(2004 - M45) A infusão de dopamina (0,1 a 2 mmg-1.kg-


1.min) promove:

1- aumento do fluxo sanguíneo renal


2- proteção da função renal
3- natriurese
4- redução do fluxo mesentérico

Resposta: B Nível: MÉDIA

Comentário: A dopamina é um precursor da noradrenalina.


O aumento do fluxo sanguíneo renal e da diurese
desencadeados pela dopamina são a somatória de sua ação
nos receptores dopaminérgicos da vasculatura renal e b-
adrenérgicos do coração, que promovem, respectivamente,
vasodilatação renal e elevação do débito cardíaco. Em
baixas doses, 0,1 a 2 mg-1kg-1min, predomina a ação
dopaminérgica que além do aumento do fluxo sanguíneo
renal, aumenta o débito urinário, natriurese, fluxo sanguíneo
cerebral e mesentérico. O efeito protetor da dopamina sobre
Ponto 9 – Fisiologia e Farmacologia do Sistema Cardiocirculatório 25

(taquicardia) com redução da pré-carga. O diltiazem é um


excelente dilatador de artérias coronárias, mas um mau
vasodilatador periférico. A nimodipina é altamente lipofílica,
apresentando efeito vasodilatador cerebral significativo em
função desta característica.

Referência:
Lawson NW, Johnson JO – Autonomic Nervous System:
Physiology And Pharmacology, in: Barash PG, Cullen BF,
Stoelting RK - Clinical Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia,
Churchill Livingstone, 2006, 325-327.

1- 1
2- 2
3- 3
4- 4

Resposta: C Nível: Média

Comentário: O cálcio tem papel fisiológico na formação do


platô (fase 2) e na gênese do automatismo (fase 4).

Referência:
Lake CL - Cardiovascular anatomy and physiology, in:
Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia,
4th Ed, Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins,
2001;862-863.
Stoelting RK - Pharmacology & Physiology, in: Anesthetic
Practice, 3rd Ed, Philadelphia, Lippincott-Raven,
1999;660.
Carlos RV, Cagnolati DC, Galas FRBG et al Fisiologia e
farmacologia cardiovascular, em: Manica J Anestesiologia:
Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto Alegre, Artmed,
2004;244.

(2005 - M47) Quanto aos bloqueadores do canal de


cálcio, sabe-se que:

1- o verapamil aumenta a condução através do nó


atrioventricular (diminui o intervalo P-R)
2- a nifedipina altera os mecanismos de barorreflexos
3- o diltiazem é um excelente vasodilatador periférico
4- a nimodipina é apresenta efeito vasodilatador cerebral
significativo

Resposta: D Nível: Difícil

Comentário: Os bloqueadores do canal de cálcio são


indicados principalmente no tratamento de transtornos
vasculares, hipertensão arterial sistêmica, pulmonar,
espasmo arterial cerebral e enxaqueca. O verapamil diminui
a condução através do nodo atrioventricular (aumenta o
intervalo P-R). A nifedipina não altera os mecanismos de
barorreflexos e, portanto, durante a acentuada vasodilatação
por ele provocada há um aumento do tônus simpático
Ponto 10 – Fisiologia e Farmacologia do Sistema Respiratório 26

Ponto 10 – Fisiologia e Farmacologia do (2003 - S12) O óxido nítrico (NO) inalado para controle da
hipertensão pulmonar promove redução da resistência
Sistema Respiratório vascular pulmonar por:

10.1. Funções respiratórias e não-respiratórias do A) reduzir a pré-carga após vasodilatação sistêmica


pulmão 10.2. Mecânica respiratória 10.2.1. Curvas de B) vasodilatar áreas com alvéolos não ventilados
C) aumentar concentração da guanosinamonofosfato cíclica
pressão/volumes intratorácicos 10.2.2. Complacência
(GMPc)
pulmonar estática e dinâmica 10.2.3. Fluxos e D) aumentar concentração da guanosina trifosfato
resistência nas vias aéreas 10.3. Ventilação pulmonar E) inativação da guanilato ciclase solúvel intracitoplasmática
10.3.1. Volumes e capacidades pulmonares 10.3.2.
Trocas gasosas 10.4. Trabalho respiratório 10.5. Resposta: C
Difusão pulmonar 10.6. Circulação pulmonar 10.6.1.
Hemodinâmica pulmonar: pressões, fluxo e resistência Comentário: Estudos demonstraram ser o NO inalado capaz
10.6.2. Regulação da circulação pulmonar 10.7. de diminuir a resistência vascular pulmonar com mínimas
Relação ventilação-perfusão 10.7.1. Zonas alterações na resistência vascular sistêmica. A melhora da
oxigenação ocorre pela ventilação preferencial para alvéolos
respiratórias 10.7.2. "Shunt" e espaço morto fisiológico
pérvios, melhorando a relação ventilação/perfusão. O efeito
10.8. Transporte de gases: O2 e CO2 10.9. Controle farmacológico de vasodilatação decorre do aumento da
central e reflexo da respiração 10.10. concentração da GMPc, ou guanosina monofosfato cíclica,
Farmacocinética, farmacodinâmica, indicações, com consequente redução da concentração da guanosina
contra-indicações, toxicidade e interação com a trifosfato, pela ativação da guanilato ciclase solúvel. O GMPc
anestesia 10.10.1. Broncodilatadores 10.10.2. ativa uma família de GMP cinases que promovem redução do
Oxigênio 10.10.3. Óxido Nítrico 10.10.4. cálcio intracitoplasmático.
Prostaglandinas 10.10.5. Outros agentes com ação
terapêutica sobre o sistema respiratório Referências:
Lang Jr JD – Clinical Applications of Nitric Oxide, em: Schwarz
AJ – ASA Refresher Courses in Anesthesiology, Philadelphia,
Lippincott-Raven, 2000;28:99-107
(2003 - S05) Controle neural da ventilação:
Carmona MJC, Auler Jr JOC – Óxido nítico: emprego na
prática médica. Ver Bras Anestesiol, 1994; 44:321-330
A) os quimiorreceptores periféricos apresentam estimulação
máxima quando a PaO2 é próxima a 80 mmHg
B) os quimiorreceptores centrais localizados no bulbo são
sensíveis ao CO2 dissolvido do líquor
C) as respostas ventilatórias desencadeadas por alterações (2004 - S13) Substância que produz broncodilatação:
na PaCO2 são de início precoce (1-2 minutos)
D) PaCO2 ao redor de 75 mmHg apresenta efeito depressor A) leucotrieno D4
do sistema nervoso central, inclusive com diminuição B) prostaglandina D2
paradoxal da ventilação C) fator de agregação plaquetária
E) na hipoxemia os receptores periféricos são mais sensíveis D) interleucina 4
à ação dos anestésicos inalatórios do que os receptores E) teofilina
centrais.
Resposta: E Nível: FÁCIL
Resposta: C
Comentário: A prostaglandina D2, o leucotrieno D4, o fator
Comentário: Os quimiorreceptores periféricos localizados de agregação plaquetária e a interleucina 4 contraem a
nos corpos carotídeos e aórticos são sensíveis à hipoxemia. musculatura lisa traqueal e brônquica. A teofilina é uma
Apresentam estimulação máxima quando a PaO2 está metilxantina, que promove relaxamento da musculatura lisa
próxima a 60 mmHg. Os quimiorreceptores centrais são das vias aéreas.
sensíveis às variações na PaCO2. Entretanto, o CO2 exerce
pouca influência direta sobre tais quimiorreceptores, cujo Referência:
principal estímulo é a concentração de íons H+ no líquor. É Morgan Jr GE, Mikhail MS, Murray MJ – Adrenergic Agonist
necessário que o CO2 dissolvido no plasma atravesse a & Antagonists, in: Clinical Anesthesiology, 3rd Ed, New
barreira hematoencefálica e seja convertido em H+ para York, Lange Medical/McGraw-Hill, 2002;212-223.
exercer seus efeitos. Uma vez que o CO2 atravessa
rapidamente a barreira hematoencefálica, as respostas
ventilatórias desencadeadas por alterações da PaCO2
surgem em 1-2 minutos. Embora as respostas ventilatórias (2004 - S17) Em relação à toxicidade pulmonar do
sejam diretamente proporcionais às alterações da PaCO2, oxigênio, pode-se afirmar que:
quando este atinge valores acima de 100 mmHg, há
depressão do sistema nervoso central, ocasionando a A) a PaO2 não influencia na sua gênese
chamada “narcose por CO2” com hipoventilação acentuada. B) é dependente da fração inspirada de oxigênio e da
Na hipoxemia, os quimiorreceptores periféricos são mais duração da exposição
resistentes à ação dos anestésicos inalatórios do que os C) os radicais livres têm pouca relevância na etiopatogenia
receptores centrais. D) as lesões são distintas da síndrome de angústia
respiratória aguda
Referência: E) os antioxidantes são usados de rotina na sua prevenção
Stock MC – Respiratory Function in Anesthesia, em: Barash
PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 4th Ed, Resposta: B Nível: MÉDIA
Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001; 796-800
Comentário: O uso por tempo prolongado de altas
concentrações de oxigênio leva a lesões pulmonares. A
Ponto 10 – Fisiologia e Farmacologia do Sistema Respiratório 27

toxicidade é dependente da pressão parcial de oxigênio nos enquanto receptores adrenérgicos reduzem o mesmo. Os
gases inspirados e da duração da exposição. A pressão de anestésicos halogenados (halotano, isoflurano e
oxigênio alveolar ao invés da arterial é mais importante no sevoflurano) promovem broncodilatação, portanto, reduzem
desenvolvimento da toxicidade. Acredita-se que a o tônus broncomotor.
intoxicação por oxigênio seja gerada pela produção
intracelular de metabólitos de oxigênio altamente reativos Referência:
(radicais livres). A lesão da membrana alvéolo-capilar Ebert TJ, Schmidt III PG - Inhalation Anesthesia, in: Barash
mediada pelo oxigênio produz uma síndrome que é PG, Cullen BF, Stoelting RK-Clinical Anesthesia, 4th Ed,
indistinguível, em nível patológico e clínico, da síndrome da Philadelphia, Lippincott Williams&Wilkins,2001; 377-418.
angustia respiratória aguda. Atualmente, não existem
evidências clínicas que sustentem o uso de agentes
antioxidantes e depuradores de radicais livres como as
vitaminas E e C, glutationaperoxidase e acetilcisteína na (2005 – S08) Paciente com doença pulmonar, do tipo
prevenção da intoxicação pulmonar pelo oxigênio. restritivo, apresenta na espirometria os seguintes
valores em relação à capacidade vital forçada (CVF), ao
Referência: volume expirado forçado no primeiro segundo
Morgan JR GE,Mikhail MS, Murray MJ – Critical Care, in: (VEF1) e à relação VEF/CVF:
Clinical Anesthesiology, 3rd Ed, New York, Lange Medical
Books/McGraw-Hill, 2002, 951-994. A) aumento, diminuição, diminuição
B) aumento, aumento, diminuição
C) diminuição, diminuição, normal
D) diminuição, aumento, aumento
(2004 - S22) A capacidade residual funcional (CRF): E) diminuição, normal, normal

A) é diretamente proporcional à altura Resposta: C Nível: Média


B) no sexo feminino é maior do que no masculino
C) aumenta quando o indivíduo passa da posição ortostática Comentário: Espirometria ou prova de função pulmonar é
para a posição supina um exame laboratorial auxiliar de propedêutica clínica e que
D) não sofre interferência de doenças pulmonares restritivas detecta os volumes pulmonares e os fluxos expiratórios em
E) aumenta com a obesidade função do tempo. O padrão restritivo pode ser observado em
traumas torácicos com fraturas de múltiplas costelas,
Resposta: A Nível: MÉDIA síndrome da angústia respiratória no adulto (SARA),
pneumonite aspirativa, edema pulmonar, pneumonias e
Comentario: A capacidade residual funcional (CRF) fibroses pulmonares. O paciente com padrão ventilatório
depende das propriedades elásticas do pulmão e do tórax. restritivo tem redução da CVF e do VEF, contudo a relação
Pode ser medida pelo “wash out” do nitrogênio ou hélio em VEF/CVF está normal.
aparelhos especiais. Vários fatores são conhecidos por
alterar a CRF. A altura é diretamente proporcional à CRF, Referência:
contudo a obesidade pode reduzi-la marcadamente. A CRF Stock MC - Respiratory Function in Anesthesia, in: Barash
é reduzida em 10% nas mulheres, quando comparadas com PG, Cullen BF, Stoelting RK - Clinical Anesthesia, 4th Ed,
os homens. Quando um paciente muda da posição Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001;806-808.
ortostática para a posição supina ou prona, a CRF diminui. Ramos G, Ramos P, Pereira E et al Avaliação Per-operatória
Isto é o resultado da diminuição da complacência com o do Pneumopata, em: Rev Bras Anestesiol,
deslocamento do conteúdo abdominal contra o diafragma. 2003;53:114-126.
As doenças pulmonares restritivas diminuem a CRF.

Referência:
Morgan GE Jr, Mikhail MS, Murray MJ. Respiratory (2005 – S09) Pela classificação de West, a ventilação e a
Physiology & Anesthesia, in: Clinical Anesthesiolology, 3rd perfusão pulmonares, respectivamente, distribuem-se
Ed, New York, Lange Medical Books/Mc Graw-Hill, prioritariamente à(s) zona(s):
2002;475-510.
A) 1
B) 1 e 2
C) 1 e 3
(2004 - S23) O tônus dos músculos lisos bronquiolares: D) 2 e 3
E) 3
A) é reduzido por estimulação dos receptores muscarínicos-
M3 Resposta: E Nível: Difícil
B) é aumentado pela maior concentração de AMPc
intracelular Comentário: Na zona 1 de West, os alvéolos mantêm-se
C) é reduzido pela estimulação dos receptores adrenérgicos muito distendidos, situando-se na curva de complacência em
D) não sofre influência dos anestésicos inalatórios um ponto, onde insuflação adicional requer uma grande
E) pode ser aumentado pela ação do sevoflurano variação de pressão (baixa complacência); já os alvéolos da
zona 3, situam-se no ponto ótimo da curva de complacência,
Resposta: C Nível: MÉDIA permitindo que para qualquer pequena variação de pressão,
haja uma grande variação no volume, recebendo, pois, o
Comentário: O tônus broncomotor é modulado pela ação maior percentual da ventilação alveolar. Por motivos
parassimpática, sendo estimulado pela ação de receptores gravitacionais, a zona 3 de West recebe o maior percentual
muscarínicos do tipo M3. Os receptores adrenérgicos, do débito cardíaco. A zona 2 tem situação intermediária
notadamente do tipo beta-2, promovem broncodilatação pelo entre as zonas 1 e 3, apresentando a melhor relação
aumento intracelular de AMP cíclico. Assim, receptores ventilação/perfusão (próxima de 1). Contudo, não é a mais
muscarínicos atuam aumentando o tônus broncomotor, ventilada, nem a mais perfundida.
Ponto 10 – Fisiologia e Farmacologia do Sistema Respiratório 28

Referência: B) serrátil anterior


Stock MC - Respiratory Function in Anesthesia, in: Barash C) intercostais internos
PG Cullen BF, Stoelting RK - Clinical Anesthesia, 4th Ed, D) intercostais externos
Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001;794-795. E) escalenos
Ferez D Fisiologia respiratória e ventilação monopulmonar,
em: Manica J Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Resposta: C Nível: Média
Porto Alegre, Artmed, 2004;277-278.
Comentário: Os músculos mais importantes que elevam a
caixa torácica pelo movimento inspiratório são: intercostais
externos, esternocleidomastóideo, serrátil anterior e
(2005 - S21) A terbutalina tem seus efeitos mediados escalenos. Os músculos classificados como expiratórios e
por: que tracionam a caixa torácica para baixo são: retos
abdominais e intercostais internos.
A) aumento da síntese de AMPc
B) aumento da síntese de GMPc Referência:
C) diminuição da degradação de GMPc Guyton AC – Ventilação Pulmonar, em: Tratado de Fisiologia
D) diminuição da síntese de AMPc Médica, 10ª Ed, Rio de Janeiro, Editora Guanabara Koogan,
E) aumento da degradação de GMPc 2000; 406.

Resposta: A Nível: Difícil

Comentário: O efeito farmacológico da terbutalina, através (2006 - S17) Define-se como padrão respiratório de Biot:
do estímulo do receptor beta-adrenérgico, é mediado pelo
aumento da síntese de AMPc. Os inibidores não específicos A) movimentos inspiratório e expiratório contínuos sem
das fosfodiesterases, como a aminofilina, atuam reduzindo a interrupção
degradação dos níveis intracelulares de AMPc. A redução B) ausência de respiração
dos níveis de AMPc e o aumento dos níveis de GMPc estão C) cessação do esforço ventilatório com pulmões insuflados
associados à constrição pulmonar. D) arquejos ventilatórios interpostos entre períodos de
apnéia
E) apneuse com espasmos expiratórios periódicos
Referência:
Eisenkraft JB, Cohen E, Neustein SM - Anesthesia for Resposta: D Nível: Difícil
Thoracic Surgery, in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting
RK - Clinical Anesthesia, 4th Ed, Philadelphia, Lippincott Comentário: O conhecimento dos padrões respiratórios é
Williams & Wilkins, 2001;817. muito importante dentro da clínica médica. A eupnéia é
Andrade JC, Martins VF, Oliveira ALM Fisiologia e definida como uma boa respiração: movimentos inspiratórios
farmacologia do sistema nervoso autônomo, em: Manica J e expiratórios contínuos, sem interrupção, a apneia, como
Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto Alegre, ausência de respiração. Dois padrões respiratórios são
Artmed, 2004;230-233. definidos como ventilação agônica: a ventilação apnêustica
e o ritmo de Biot. A ventilação apnêustica caracteriza-se
pela apneuse (cessação do esforço ventilatório como
pulmões insuflados) e o ritmo de Biot pelos arquejos
(2005 - S22) Produz vasodilatação e redução da ventilatórios interpostos entre períodos de apnéia.
resistência vascular pulmonar:
Referência:
A) serotonina Stosk MC - Respiratory Function Anesthesia, in: Barash PG,
B) angiotensina Cullen BF, Stoelting RK - Clinical Anesthesia, 5th Ed,
C) agonista do receptor H1 da histamina Philadelphia, Lippincott, Williams & Wilkins, 2006, 796.
D) agonista alfa-adrenérgicos
E) óxido nítrico

Resposta: E Nível: Fácil QUESTÕES DO TIPO M MARQUE:


LETRA A, SE SOMENTE 1, 2 E 3 SÃO CORRETAS
Comentário: Vários fármacos produzem vasodilatação LETRA B, SE SOMENTE 1 E 3 SÃO CORRETAS
pulmonar através da liberação de óxido nítrico, a partir das LETRA C, SE SOMENTE 2 E 4 SÃO CORRETAS
células endoteliais da circulação pulmonar. O óxido nítrico é LETRA D, SE SOMENTE 4 É CORRETA
produzido pela óxido nítrico-sintase a partir do aminoácido L- LETRA E, SE TODAS SÃO CORRETAS
arginina. Exerce seus efeitos elevando os níveis celulares de
GMPc e promovendo a abertura de canais de potássio. Os (2003 - M29) Com relação à divisão funcional do
demais mediadores são vasoconstritores da circulação parênquima pulmonar nas chamadas “Zonas de West”, é
pulmonar, aumentando sua resistência. correto afirmar que:

Referência: 1- existem poucas áreas de zonas I em condições normais de


David Ferez Fisiologia respiratória e ventilação ventilação e perfusão
monopulmonar, em: Manica J Anestesiologia: Princípios e 2- na hipovolemia pode aumentar as áreas de zona I em
Técnicas, 3ª Ed, Porto Alegre, Artmed, 2004;276-277. detrimento das áreas de zona II, afetando principalmente a
eliminação de CO2
3- nas áreas de zona II ocorre o melhor equilíbrio entre
ventilação e perfusão alveolares
(2006 – S09) Músculo(s) que traciona(m) a caixa torácica 4- os alvéolos de áreas de zona III possuem pressões parciais
para baixo durante a expiração: de CO2 (PACO2) maiores que os alvéolos da zona I

A) esternocleidomastóideo Resposta: E
Ponto 10 – Fisiologia e Farmacologia do Sistema Respiratório 29

Comentário: A divisão funcional do parênquima pulmonar Comentário: Laplace equacionou a pressão dentro do
nas chamadas zonas de West permite estudar as relações alvéolo, relacionando-a com a tensão superficial do líquido
dinâmicas existentes entre ventilação e perfusão alveolares, em seu interior e com o seu raio (Pressão= 2Tensão.raio-1).
não existindo limites anatômicos precisos entre as várias A tensão superficial contribui em grande parte para a
zonas. Em condições normais, a maior parte do parênquima resistência elástica do pulmão, mas a pressão nos pequenos
pulmonar comporta-se como zona II, permitindo ótimo alvéolos pode ser maior que nos grandes e poder-se-ia
equilíbrio entre ventilação e perfusão pulmonares. Existem esperar o esvaziamento de pequenos alvéolos nos maiores.
poucas áreas com comportamento fisiológico compatível com Entretanto, isso não ocorre pois a tensão superficial sofre
zona I. Entretanto, em situações de baixo débito cardíaco interferência das concentrações de surfactante. À medida
(p.ex.: hipovolemia) ou de altas pressões de vias aéreas, que o alvéolo se expande, cai a concentração de surfactante
algumas regiões de zona II passam a se comportar como e aumenta a tensão superficial. Isto contribui para a
zona I. Uma vez que estas regiões apresentam manutenção da estabilidade dos alvéolos. A tensão
comportamento de espaço morto, o aumento das áreas de superficial ajuda a manter o alvéolo seco.
zona I tende a comprometer a eliminação do CO2. As regiões
de zona III caracterizam-se por uma hipoventilação alveolar Referência:
relativa à perfusão recebida. O oposto acontece com os Castiglia YMM, Vane LA. Anatomia e Fisiologia
alvéolos da zona I, isto é, hiperventilação em relação à Respiratórias. Ventilação, Difusão e Circulação, em:
perfusão. Assim, os alvéolos da zona III tendem a eliminar o Yamashita AM, Takaoka F, Auler Jr JOC et al –
CO2 de maneira menos eficiente e, por isso, apresentam Anestesiologia SAESP, 5a ed, São Paulo, Atheneu, 2001;
PACO2 mais elevadas do que os alvéolos da zona I 245-264.

Referências:
Benumof JL – Respiratory Physiology and Respiratory
Function during Anesthesia, em: Miller RD – Anesthesia, 5th (2005 - M40) Contribui(em) para manter os alvéolos
Ed, Pennsylvania, Churchill-Livingstone, 2000;578 abertos:

1- surfactante
2- força elástica pulmonar
(2003 - M36) Fármaco(s) usado(s) no tratamento do 3- pressão intrapleural
broncoespasmo, na crise asmática grave: 4- pressão atmosférica

1- simpatomiméticos Resposta: B Nível: Média


2- metilxantinas
3- glicocorticoides Comentário: O surfactante, por reduzir a tensão superficial
4- cromoglicato de sódio e a pressão intrapleural, negativa em relação à atmosférica,
contribuem para a manutenção da patência alveolar.
Resposta: A
Referência:
Comentário: Os fármacos usados para o tratamento da asma Stock MC - Respiratory Function in Anesthesia, in: Barash
incluem agonistas beta-adrenérgicos, metilxantinas, PG Cullen BF, Stoelting RK - Clinical Anesthesia, 4th Ed,
glicocorticoides, anticolinérgicos, bloqueadores de Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001;794-795.
leucotrienos e agentes estabilizadores dos mastócitos. O Ferez D Fisiologia respiratória e ventilação monopulmonar,
cromoglicato se sódio é efetivo somente na profilaxia do em: Manica J Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed,
broncoespasmo, em pacientes com asma extrínseca, e em Porto Alegre, Artmed, 2004;271-273.
alguns com asma intrínseca. Apesar de desprovido de
propriedades broncodilatadores, este agente bloqueia a
degranulação de mastócitos. Agentes simpaticomiméticos
produzem broncodilatação via atividade beta2-agonista.
Metilxantinas produzem broncodilatação por inibição da
fosfodiesterase. Os glicocorticoides são usados no
tratamento da asma aguda e na terapia de manutenção,
devido aos seus efeitos antinflamatórios e estabilizador de
membrana.

Referência:
Morgan GEM, Mikhail MS, Murray MJ – Anesthesia for
Patients with Respiratory Disease – Clinical Anesthesiology,
3rd Ed, Lange Medical/McGraw-Hill, 2001;511

(2004 - M42) A tensão superficial na camada líquida do


alvéolo:

1- contribui para a resistência elástica do pulmão


2- independe do raio do alvéolo
3- está reduzida na presença de alta concentração de
surfactante
4- força o líquido intersticial a entrar no alvéolo

Resposta: B Nível: DIFÍCIL


Ponto 11 – Farmacologia Geral 30

Ponto 11 – Farmacologia Geral


(2004 - S18) Em relação aos princípios da farmacologia
geral é correto afirmar:
11.1. Princípios Gerais de Farmacocinética 11.2.
Princípios Gerais de Farmacodinâmica 11.3. A) a farmacocinética estuda a eficácia do fármaco
Interações Medicamentosas B) a farmacodinâmica é o estudo dos efeitos terapêuticos e
tóxicos do fármaco sobre os vários sistemas
C) o clearance expressa a relação entre o metabolismo do
(2003 - S13) Em pacientes fazendo uso de inibidores da fármaco e a eliminação renal
monoaminaoxidase (IMAO) é contraindicado (a): D) os receptores são pequenas moléculas, usualmente
lipídicas, incrustadas nas membranas celulares
A) rocurônio E) a eliminação de um fármaco ocorre pela sua
B) morfina biotransformação
C) midazolam
D) meperidina Resposta: B Nível: FÁCIL
E) atropina
Comentário: A farmacocinética é o estudo da relação entre
Resposta: D a dose da fármaco, concentração tecidual e tempo decorrido
desde a administração. De maneira simplificada, pode-se
Comentário: Os IMAO são usados para tratamento da dizer que ela descreve como o organismo interfere na ação
depressão psicótica. Estes fármacos são fonte de interações do fármaco. A farmacocinética é definida por quatro
graves durante a anestesia. A ação de aminas parâmetros: absorção, distribuição, biotransformação e
simpatomiméticas de ação indireta é potencializada porque excreção. Eliminação compreende a remoção da fármaco
produzem uma liberação de catecolaminas acumuladas. A tanto pela biotransformação como pela excreção. Clearance
meperidina provoca crise hipertensiva, convulsões e coma na é a medida da velocidade de eliminação. A farmacodinâmica
interação com IMAO. Os outros fármacos não apresentam é o estudo dos efeitos terapêuticos e tóxicos da fármaco
interação com IMAO. sobre os vários órgãos (como a fármaco afeta o corpo).
Estes efeitos determinam a eficácia da fármaco, a sua
Referência: potência e seu efeito terapêutico. A farmacodinâmica
Lawson NW, Johson JO – Autonomic Nervous System: também estuda mecanismo de ação, interação de fármacos
Phisiology and Pharmacology, em: Barash PG, Cullen BF, e relação estrutura-atividade. A compreensão da curva
Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 4th Ed, Philadelphia, dose-resposta e dos receptores ajuda a entender os
Lippincott Williams & Wilkins, 2001;308 diversos parâmetros da farmacodinâmica. A curva dose-
resposta expressa uma relação ente a dose da fármaco e
seu efeito farmacológico. Os receptores das fármacos são
macromoléculas, usualmente proteínas incrustadas na
membrana celular, que interagem com a fármaco mediando
(2004 - S10) Interação farmacológica observada com os
mudanças intracelulares características. O mecanismo de
agentes anti-hipertensivos durante anestesia geral:
ação de diversas fármacos depende desta interação com o
receptor.
A) clonidina aumenta a concentração alveolar mínima de
anestésico volátil (CAM)
Referência:
B) prazosina induz vasoconstrição
Morgan Jr GE, Mikhail MS, Murray MJ – Nonvolatile
C) captopril pode causar hipotensão arterial grave
Anesthetic Agents, in: Clinical Anesthesiology, 3rd Ed, New
D) labetalol aumenta o inotropismo cardíaco
York, Lange Medical Books/McGraw-Hill, 2002;151-177.
E) nifedipina produz bradicardia

Resposta: C Nível: MÉDIA

Comentário: O anestesiologista deve estar atento aos (2004 - S21) A excreção renal de um fármaco:
fármacos utilizados no tratamento da hipertensão arterial
devido à interação com os anestésicos. A clonidina atua A) não se altera no paciente idoso hígido
sobre receptores alfa-adrenérgicos inibindo a liberação de B) aumenta proporcionalmente à lipossolubilidade
norepinefrina dos terminais simpáticos, resultando em C) em neonatos é alta comparada à superfície corpórea
reduzida atividade do sistema simpático. Diminui a CAM dos D) independe do grau de ligação proteica
anestésicos inalatórios. A prazosina produz bloqueio seletivo E) envolve filtração glomerular, secreção e reabsorção
de receptores alfa-1 adrenérgicos pós-sinápticos e leva à tubulares
vasodilatação arteriolar. O captopril é um inibidor da enzima
conversora da angiotensina e pode produzir hipotensão Resposta: E Nível: MÉDIA
arterial grave principalmente na presença de hiponatremia
ou hipovolemia. O labetalol é antagonista competitivo dos Comentário: A excreção de fármacos na urina depende de
receptores beta e alfa-1 adrenérgicos, inibe a reabsorção três processos: filtração glomerular, secreção e reabsorção
neuronal de norepinefrina sendo contraindicado em tubulares. Em neonatos, a função renal é baixa em relação à
pacientes asmáticos e com insuficiência cardíaca. A superfície corpórea. A função renal deteriora-se 1% ao ano a
nifedipina é um bloqueador de canal de cálcio que promove partir da quarta década da idade adulta e, portanto, espera-
vasodilatação coronariana e taquicardia. se que a excreção renal esteja diminuída mesmo no idoso
hígido. Substâncias lipossolúveis não são prontamente
Referência: eliminadas até que sejam transformadas em compostos
Penna AMB - Avaliação Pré-anestésica, em: Manica J. polares ou hidrossolúveis. A quantidade de fármaco que
Anestesiologia Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto Alegre, penetra na luz tubular após a filtração depende do grau de
Artmed, 2004;323-345. ligação às proteínas plasmáticas.

Referência:
Ponto 11 – Farmacologia Geral 31

Wilkinson GR-Pharmacokinetics. The Dynamics Of Drug Hudson RJ - Basic Principals of Clinical Pharmacology, in:
Absorption, Distribution and Elimination, in: Hardman JG, Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia,
Limbird LE, Gilman AG - Goodman&Gilman´s the 4th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins,
Pharmacological Basis of Therapeutics,10th Ed, New 2001;256.
York,Mc Graw-Hill,2001; 3-30. Durval Neto GF Anestesia venosa, em: Manica J
Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto Alegre,
Artmed, 2004;602-607.

(2005 - S12) Com relação à figura, podemos afirmar que,


o fármaco:
QUESTÕES DO TIPO M MARQUE:
LETRA A, SE SOMENTE 1, 2 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA B, SE SOMENTE 1 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA C, SE SOMENTE 2 E 4 SÃO CORRETAS
LETRA D, SE SOMENTE 4 É CORRETA
LETRA E, SE TODAS SÃO CORRETAS

(2004 - M50) Na biotransformação de fármacos, a reação


de fase I é classificada em:

1- oxidativa.
2- conjugação
3- hidrólise
4- acetilação

Resposta: B Nível: DIFÍCIL

A) C é o menos potente Comentário: As quatro reações químicas básicas são:


B) B é um agonista parcial oxidação, redução, hidrólise e conjugação. A reação de fase
C) A pode representar o B, associado a um antagonista não- I inclui a oxidação, redução e hidrólise. As reações de fase II
competitivo ocorrem quando o fármaco ou um dos seus metabólicos
D) B pode representar o A, associado a um antagonista reagem com substrato endógeno para formar um conjugado
competitivo hidrossolúvel. As enzimas microssomiais são responsáveis
E) C pode representar o B, associado a um antagonista não- pela maioria do metabolismo dos fármacos. Outros locais de
competitivo metabolismo incluem o plasma, os pulmões, rins e o trato
gastrointestinal.
Resposta: D Nível: Difícil
Referência:
Comentário: A é o fármaco mais potente; B é o menos Stoelting RK. Pharmacokinetics and Pharmacodynamics of
potente, ou a associação de A a um antagonista competitivo; Injected and Inhaled Drugs, in: Pharmacology &
C é um agonista parcial, ou a associação de A a um Physiology in Anesthetic Practice, 3ª ed, Philadelphia,
antagonista não-competitivo. Lippincott Williams & Wilkins, 1999; 03-35.

Referência:
Hudson RJ - Basic Principals of Clinical Pharmacology, in:
Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, (2005 - M42) Os fármacos com alta taxa de extração
4th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, hepática (>70%) apresentam, para sua eliminação,
2001;255. dependência prioritária de:
Schwinn DA, Shafer SL Basic Principles of Pharmacology
Related to Anesthesia, in: Miller RD - Anesthesia, 5th Ed, 1- percentual de ligação proteica
Philadelphia, Churchill Livingstone, 2000;35-47. 2- capacidade intrínseca de metabolização
3- pH plasmático
4- fluxo sanguíneo hepático
(2005 - S13) O parâmetro farmacocinético melhor
relacionado ao término do efeito de um anestésico Resposta: D Nível: Difícil
venoso, após infusão contínua prolongada, é o(a):
Comentário: Os fármacos que apresentam alta taxa de
A) meia-vida de distribuição extração hepática são dependentes quase que
B) meia-vida de eliminação exclusivamente do fluxo sanguíneo hepático, para sua
C) meia-vida contexto-dependente eliminação; os que apresentam baixa taxa de extração
D) volume de distribuição hepática são dependentes da capacidade intrínseca de
E) depuração plasmática metabolização hepática, estando sujeitos à inibição ou
indução enzimáticas; já aqueles fármacos com extração
Resposta: C Nível: Fácil intermediária, estão sujeitos às variações de fluxo,
metabolização ou ligação às proteínas.
Comentário: A meia-vida contexto-dependente, que
correlaciona o tempo para redução à metade da Referência:
concentração plasmática ao final de um período de infusão Hudson RJ - Basic Principals of Clinical Pharmacology, in:
venosa contínua, é o melhor parâmetro farmacocinético para Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia,
estimar o tempo de recuperação. 4th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins,
2001;242-243.
Referência:
Ponto 11 – Farmacologia Geral 32

Schwinn DA, Shafer SL Basic Principles of Pharmacology


Related to Anesthesia, in: Miller RD - Anesthesia, 5th Ed,
Philadelphia, Churchill Livingstone, 2000;15-34.
Ponto 12 – Farmacologia dos Anestésicos Venosos 33

Ponto 12 – Farmacologia dos Anestésicos


Venosos (2004 - S19) Característica do remifentanil:

12.1. Classificação dos agentes venosos 12.2. A) volume de distribuição menor do que o alfentanil
Mecanismos de ação, farmacocinética e B) meia-vida contexto-dependente de infusão igual à dos
farmacodinâmica 12.2.1. Agentes opioides 12.2.2. demais opioides
C) clearance dependente da taxa de extração hepática
Agentes não opioides
D) dose usada no espaço peridural maior do que a usada no
espaço subaracnóideo
E) a indução deve ser feita em bolus
(2003 - S14) O midazolam:

A) é hidrossolúvel em pH fisiológico e lipossolúvel em pH Resposta: A Nível: MÉDIA


ácido
B) possui depuração hepática menor que o diazepam Comentário: O remifentanil é um opioide com baixa
C) quando utilizado como medicação pré-anestésica em penetração no SNC e com volume de distribuição 1,6 vezes
pacientes hígidos causa frequentemente depressão menor que o do alfentanil. A meia-vida de eliminação é
respiratória insensível ao contexto de infusão e o despertar ocorre
D) diminui o fluxo sanguíneo cerebral, mas não causa padrão imediatamente ao término da mesma. O clearance depende
isoelétrico no EEG do metabolismo pelas esterases teciduais e sanguíneas,
E) em doses elevadas não diminui a resistência sistêmica e a independendo, portanto, da extração hepática. Não é usada
pressão arterial por via peridural ou subaracnóidea devido à presença de
glicina na fórmula atualmente disponível para uso. A indução
Resposta: D não deve ser feita em bolus, devido à frequência de
aparecimento de depressão respiratória e/ou rigidez
Comentário: O midazolam é lipossolúvel em pH fisiológico e muscular.
hidrossolúvel em pH ácido. Possui depuração hepática 10
vezes maior que o diazepam, sendo o seu despertar mais Referência:
rápido. Não causa depressão respiratória em pacientes Vieira MA, Freire EMA. Opioides, em: Cangiani LM –
hígidos, mas esta frequência aumenta nos pacientes Anestesia Ambulatorial, São Paulo, Atheneu, 2002;123 –
pneumopatas. Diminui o consumo cerebral de oxigênio e fluxo 142.
sanguíneo cerebral, mas não causa padrão isoelétrico no
EEG. Em doses elevadas, produz diminuição na resistência
vascular sistêmica e pressão arterial.

Referência: (2005 - S16) Contraindicação ao uso de cetamina como


White PF, Chiu JW – Nonopioid Intravenous Anesthesia, em: agente indutor único:
Barash PG, Cullen BF – Clinical Anesthesia, 4th Ed, Lippincott
Williams, Philadelphia, 2001;334-335 A) asma
B) hipovolemia
C) tamponamento cardíaco.
D) cardiopatia cianótica
E) hipertensão intracraniana
(2004 – S07) A cetamina por via venosa produz:
Resposta: E Nível: Fácil
A) redução abrupta da pressão arterial e frequência cardíaca
B) vasodilatação
Comentário: Asma, hipovolemia, tamponamento cardíaco e
C) broncoconstrição
cardiopatia cianótica com desvio de fluxo sanguíneo da
D) aumento da pressão intracraniana e pressão intraocular
direita para a esquerda, são indicações do uso da cetamina.
E) supressão do reflexo da tosse e da deglutição
A cetamina aumenta a pressão intracraniana e pode agravar
a lesão cerebral, sendo, portanto, contraindicada nesta
Resposta: D FÁCIL
situação.
Comentário: A cetamina produz redução (dose-
Referência:
dependente) da frequência respiratória e do volume minuto.
Chiu JW, White PF - Nonopioide Intravenous Anesthesia, in:
Pode ser observada redução PaO2 em pacientes sob uso de
Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia,
opioides. Há depressão dos reflexos laríngeos e
4th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins,
conservação dos reflexos de tosse e deglutição. Produz
2001;332-342.
broncodilatação. Provoca elevação da pressão arterial e
Durval Neto GF Anestésicos venosos, em: Manica J
frequência cardíaca e vasoconstrição. O mecanismo básico
Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto Alegre,
parece incluir: aumento da liberação de catecolaminas;
Artmed, 2004;585.
inibição da recaptação das catecolaminas nas terminações
adrenérgicas e estimulação cardíaca por dessensibilização
do reflexo do seio carotídeo. A cetamina produz elevação da
pressão intracraniana secundária a aumento do fluxo
sanguíneo cerebral e da pressão intraocular de curta (2005 - S17) Hipnótico com menor meia-vida contexto-
duração. dependente:
Referência: A) etomidato
Nociti JR. Anestesia Venosa, em: Yamashita AM, Takaoka B) cetamina
F, Auler Jr JOC et al - Anestesiologia SAESP, 5ª Ed, São C) midazolam
Paulo, Atheneu, 2001;523-538. D) propofol
Ponto 12 – Farmacologia dos Anestésicos Venosos 34

E) tiopental (plasmáticas e teciduais). Em decorrência, possui meiavida


contexto-dependente muito apropriada à infusão contínua. O
Resposta: A Nível: Média tempo de recuperação, após infusão prolongada do
remifentanil, permanece inalterado, independente da
Comentário: O etomidato é o hipnótico com a menor meia- duração da infusão ou da presença de insuficiência hepática
vida contexto-dependente, não sendo utilizado como ou renal. A butirocolinesterase (pseudocolinesterase) não
componente da anestesia venosa total (AVT) pelo seu efeito participa da metabolização do remifentanil.
inibidor da síntese do cortisol. O propofol e a cetamina
apresentam, em seguida a segunda menor meia-vida Referência:
contexto-dependente, sendo o propofol largamente utilizado Coda BA - Opioids, in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK -
como hipnótico na AVT, principalmente em anestesia Clinical Anesthesia, 4th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams
ambulatorial; o midazolam tem um perfil intermediário, & Wilkins, 2001;364,366.
podendo ser utilizado em infusão continua (é o Durval Neto GF Anestésicos venosos, em: Manica J
benzodiazepínico com melhor meia-vida sensível Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto Alegre,
dependente), mas com a ocorrência de acúmulo Artmed, 2004;591.
significativo, em infusões prolongadas; o tiopental acumula
de maneira significativa com doses repetidas ou infusão
contínua, não sendo adequado o seu uso para este fim.
QUESTÃO ANULADA
Referência: (2005 - S30) O flumazenil:
Chiu JW, White PF - Nonopioide Intravenous Anesthesia, in:
Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, A) é um antagonista não-competitivo
4th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, B) é um agonista parcial
2001;341. C) apresenta eliminação renal
Durval Neto GF Anestésicos venosos, em: Manica J D) reverte, completamente, os efeitos dos
Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto Alegre, benzodiazepínicos
Artmed, 2004;579. E) aumenta a pressão intracraniana (PIC) nos pacientes
com traumatismo crânio-encefálico (TCE)

Resposta: E Nível: Média


(2005 - S18) Opioide que independe do metabolismo
hepático ou de eliminação renal: Comentário: O flumazenil pode aumentar a PIC nos
pacientes com TCE. O efeito depressor do benzodiazepínico
A) alfentanil sobre a ventilação não é completamente revertido pelo
B) fentanil flumazenil. O flumazenil é um antagonista competitivo e sua
C) morfina eliminação se faz por via hepática.
D) remifentanil
E) sufentanil Referência:
Chiu JW, White P - Nonopioid Intravenous Anesthesia, in:
Resposta: D Nível: Fácil Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia,
4th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins,
Comentário: O remifentanil independe de metabolismo 2001;335.
hepático ou eliminação renal, porque é metabolizado por Durval Neto GF Anestésicos venosos, em: Manica J
esterases teciduais não-específicas. O fentanil, o alfentanil e Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto Alegre,
o sufentanil são metabolizados por via hepática; a morfina Artmed, 2004;578.
possui metabolismo hepático e seu metabólito principal, 6 -
glucoronato de morfina, apresenta atividade farmacológica
importante e é eliminado por via renal.
(2006 - S15) O etomidato:
Referência:
Coda BA - Opioids, in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK - A) promove movimentos mioclônicos involuntários durante a
Clinical Anesthesia, 4th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams indução anestésica por desinibição subcortical
& Wilkins, 2001;348-366. B) apresenta baixa taxa de depuração pela diminuição da
Durval Neto GF Anestésicos venosos, em: Manica J hidrolização hepática
Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto Alegre, C) diminui a incidência de náuseas e vômitos no pós-
Artmed, 2004;591. operatório
D) é um composto estruturalmente relacionado ao grupo
alquilfenol
E) não interfere na atividade da 11 beta-hidroxilase
(2005 - S29) Ao final de infusão prolongada de
remifentanil, o tempo para o término do seu efeito: Resposta: A Nível: Fácil

A) aumenta com a deficiência da pseudocolinesterase Comentário: O etomidato aumenta a incidência de náuseas


B) aumenta na insuficiência hepática e vômitos no pós-operatório. É estruturalmente relacionado
C) aumenta na insuficiência renal a um composto carboxilado que contém imidazol, com alta
D) depende da dose administrada taxa de depuração pela intensa hidrolização hepática. Os
E) independe do tempo de infusão movimentos mioclônicos involuntários comuns durante a
indução anestésica ocorrem como resultado da desinibição
Resposta: E Nível: Fácil subcortical. Inibe a atividade da 11-beta-hidroxilase, mesmo
após dose única.
Comentário: O remifentanil apresenta pouca redistribuição
aos compartimentos periféricos e alta depuração plasmática, Referência:
sendo metabolizado por esterases não específicas
Ponto 12 – Farmacologia dos Anestésicos Venosos 35

White PF, Romero G - Nonopioid Intravenous Anesthesia, in: C) os órgãos que possuem maior fração do débito cardíaco
Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK - Anestesia Clínica, recebem o fármaco mais lentamente
5thEd, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2006; 344. D) os fármacos mais lipossolúveis passam lentamente pelas
membranas
E) o término da ação clínica significa que o fármaco venoso
foi completamente metabolizado
(2006 - S19) O midazolam:
Resposta: B Nível: Média
A) possui clearance plasmático menor que o diazepam
B) tem meia vida de eliminação de 10 a 12 horas Comentário: Os volumes de distribuição dos fármacos
C) apresenta baixa taxa de ligação proteica dentro do organismo são aparentes e não têm relação com a
D) tem seu clearance aumentado no tabagismo quantidade de água existente dentro do organismo. Os
E) é eliminado em sua maior parte in natura pelo rim órgãos que têm maior fração do débito cardíaco recebem a
droga mais rapidamente e em um primeiro momento. Os
Resposta: D Nível: Difícil locais que recebem maior débito são cérebro, rins, fígado,
baço, coração, pulmões e glândulas endócrinas. Em um
Comentário: O clearance plasmático do midazolam é maior paciente hipovolêmico a concentração final de propofol no
que do diazepam. O midazolam tem meia vida de 1 a 3 plasma será maior que no normovolêmico. O término da
horas. A sua taxa de ligação proteica é de aproximadamente ação clínica significa que 50% da droga foram eliminados do
95%. Menos de 1% do fármaco é eliminado in natura pelo plasma. Os órgãos que possuem maior fração do débito
rim. O clearance no tabagismo está aumentado em função cardíaco recebem o fármaco mais rapidamente. Os
da indução enzimática. fármacos mais lipossolúveis passam rapidamente por locais
cujas membranas são lipoprotéicas. Um exemplo deste
Referência: fenômeno é o que acontece na barreira hematoencefálica.
Duval Neto GF - Anestésicos Venosos, em: Manica J, et al -
Anestesiologia Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Referência:
Porto Alegre, Artmed, 2004;572-573. Nora F – Farmacocinética das Drogas Intravenosas - Curso
de Educação à Distância em Anestesiologia
CET/SBA, v.2, Rio de Janeiro, Office Editora e Publicidade
(2006 - S23) O propofol após dose de indução única: Ltda, 2002;84 -95.

A) tem atividade antiplaquetária


B) aumenta a resposta ventilatória ao CO2
C) não interfere no reflexo barorreceptor
D) induz depressão do miocárdio QUESTÕES DO TIPO M MARQUE:
E) altera a vasoconstrição pulmonar hipóxica LETRA A, SE SOMENTE 1, 2 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA B, SE SOMENTE 1 E 3 SÃO CORRETAS
Resposta: D Nível: Média LETRA C, SE SOMENTE 2 E 4 SÃO CORRETAS
LETRA D, SE SOMENTE 4 É CORRETA
Comentário: A injeção venosa de propofol, em dose LETRA E, SE TODAS SÃO CORRETAS
anestésica produz diferentes efeitos sistêmicos, sendo os
cardiovasculares e os respiratórios os de maior importância. (2003 - M38) A meperidina reduz o tremor causado por:
Produz efeito depressor direto sobre o miocárdio. O propofol
altera o reflexo barorreceptor, resultando em diminuição da 1- febre
pressão arterial, com aumento da frequência cardíaca. A 2- anestesia peridural
respiração e a resposta ventilatória ao CO2 são deprimidas 3- transfusão de sangue
de modo dose dependente. O propofol pode produzir 4- administração de anfotericina B
broncodilatação em pacientes com doenças respiratórias
obstrutivas crônicas e não altera a resposta à Resposta: E
vasoconstrição pulmonar hipóxica. Nenhuma alteração foi
evidenciada sobre a atividade plaquetária sobre as funções Comentário: A meperidina é usada com sucesso em todas
hepática e renal. as alternativas citadas, sendo este efeito mediado pelos
receptores opioides kapa.
Referência:
Guyton AC, Hall JE – Textbook e Medical Physiology, 10th Referência:
Ed, Philadelphia, Saunders, 2000, 213. Coda BA – Opioides, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK
White PF, Romero G – Nonopioid Intravenous Anesthesia, – Clinical Anesthesia – 4th Ed, Philadelphia, Lippincott
in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Williams & Wilkins, 2001;353
Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams &
Wilkins, 2006; 341-342.

(2003 - M39) O uso do remifentanil pode causar:


(2005 - S36) A anestesia venosa inclui conhecimentos 1- aumento da CAM dos anestésicos inalatórios
sobre o comportamento dos fármacos e dos 2- rigidez muscular
compartimentos corpóreos, a saber: 3- baixa incidência de náuseas e vômitos
4- bradicardia, em dose acima de 2 μg.kg-1.
A) os volumes de distribuição dos fármacos venosas são
volumes aparentes e têm relação com a quantidade de água Resposta: C
do organismo
B) o compartimento central é constituído por cérebro, rins, Comentário: Assim como os outros opioides, o remifentanil
fígado, baço, coração, pulmões e glândulas endócrinas diminui a CAM dos agentes inalatórios; causa rigidez
Ponto 12 – Farmacologia dos Anestésicos Venosos 36

muscular, bradicardia sinusal, provoca alta incidência de


náuseas e vômitos pela ação nos agonistas mu. 1- os barbitúricos alteram a percepção da dor e podem
causar agitação e delírio
Referência: 2- a diminuição dos níveis de cortisol pelo etomidato ocorre
Coda BA – Opioides, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK mesmo em pequenas doses
– Clinical Anesthesia – 4th Ed, Philadelphia, Lippincott 3- a hipotensão causada pelo propofol é consequência de
Williams & Wilkins, 2001;364-366 vasodilatação e depressão miocárdica
4- os barbitúricos deprimem significativamente os reflexos
protetores da via aérea

(2004 – S05) Em relação ao tiopental, é correto afirmar: Resposta: A Nível: MÉDIA

A) provoca depressão respiratória dose-dependente Comentário: Os barbitúricos não deprimem


B) promove vasoconstrição periférica significativamente os reflexos protetores da via aérea, sendo
C) tem meia-vida de eliminação curta o laringoespasmo uma das principais complicações da
D) aumenta o consumo de oxigênio cerebral anestesia com barbitúricos. Usados para sedação em
E) promove aumento do débito cardíaco pacientes com dor, os barbitúricos alteram a percepção da
dor e podem causar agitação e delírio. Propofol produz
Resposta: A MÉDIA depressão cardiocirculatória mais acentuada que
tionembutal, causada por vasodilatação e depressão da
Comentário: O tiopental causa depressão respiratória dose- contratilidade miocárdica. A diminuição dos níveis de cortisol
dependente, por depressão da sensibilidade dos centros pelo etomidato ocorre mesmo em pequenas doses, só que
bulbares à estimulação pelo gás carbônico. No entanto, sem manifestação clínica, que só acontece com o uso
broncoespasmo ou laringoespasmo subsequentes à indução prolongado (infusão).
com tiopental são geralmente resultantes de manipulação
em pacientes sob anestesia superficial. O tiopental diminui o Referência:
débito cardíaco, a pressão arterial sistêmica e a resistência Evers AS, Crowder M. General Anesthetics, in: Hardman JG,
vascular periférica. A redução do débito cardíaco é devida à Limbird LE. Goodman & Gilman´s The Pharmacological
diminuição do retorno venoso e à depressão miocárdica Basis of Therapeutics, 10a.Ed, New York, McGraw-Hill,
direta. Os barbitúricos em geral e o tiopental especialmente 2001: 337 – 365.
reduzem o consumo de oxigênio cerebral e, por
conseguinte, levam a uma diminuição da pressão
intracraniana. A metabolização do tiopental no fígado leva à
formação de compostos hidrossolúveis e com pouca ação (2004 - M48) Quanto ao propofol pode-se afirmar que:
no SNC. A velocidade de eliminação lenta contribui para a
meia-vida de eliminação longa do tiopental (t1/2 beta = 12h). 1- as crianças necessitam de doses maiores (mg.kg-1)
2- diminui o fluxo sanguíneo e o metabolismo cerebral
Referência: 3- é um potente depressor do sistema cardiovascular
Chin JW, White PF. Nonopioid Intravenous Anesthesia, in: 4- não altera a pressão intraocular
Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK - Clinical Anesthesia,4th
Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001;327- Resposta: A Nível: FÁCIL
344.
Comentário: A farmacocinética do propofol pode ser
alterada por vários fatores como a idade, obesidade e
doenças preexistentes. As crianças necessitam de doses
(2004 - S16) Fármacos capazes de reverter o aumento de mais altas de indução e manutenção do propofol devido ao
tônus do colédoco e do esfíncter de Oddi causado pela seu maior volume de distribuição central e maior taxa de
morfina: depuração. O propofol diminui o fluxo sanguíneo cerebral, a
pressão intraocular e o consumo cerebral de oxigênio. O
A) naloxona e atropina propofol é potente depressor cardiovascular, sendo esta a
B) neostigmina e naloxona principal desvantagem para utilização clínica. Promove
C) metoclopramida e metoprolol redução do débito cardíaco, da resistência vascular
D) sevoflurano e midazolam sistêmica, da pressão arterial sistêmica e do volume de
E) dexmedetomidina e nitroglicerina ejeção.

Resposta: A Nível: MÉDIA Referência:


Duval Neto GF. Anestésicos Venosos, em: Manica J.
Comentário: A morfina e outros opióides aumentam o tônus Anestesiologia Princípios e Técnicas. 3ª Ed, Porto Alegre,
do colédoco e do esfíncter de Oddi. Nitroglicerina, atropina e Artmed, 2004; 560-597.
naloxona revertem este efeito. A neostigmina,
metoclopramida, metoprolol, sevoflurano midazolam,
dexmedetomidina não interferem na via biliar. (2005 - M48) A concentração de um anestésico venoso
no sítio de ação (biofase) não é aferida diretamente,
Referência: devido à:
Coda BA. Opioids, in: Barash PB. Cullen BF, Stoelting RK –
Clinical Anesthesia, 4th Ed, Philadelphia, Lippincott 1- irrelevância, já que há equilíbrio instantâneo entre a
Williams & Wilkins, 2001; 345-376. concentração plasmática e a no sítio efetor
2- dificuldade de coleta das amostras de material para
análise
3- facilidade e precisão de cálculos alternativos indiretos,
que correlacionam a velocidade de infusão do anestésico e
(2004 - M44) Sobre os agentes indutores abaixo, pode-se a velocidade para obtenção do efeito desejado
afirmar que:
Ponto 12 – Farmacologia dos Anestésicos Venosos 37

4- ausência de correlação entre a concentração medida em broncodilatadora e na presença de broncoespasmo ativo é a


homogeneizados de fragmentos teciduais, eventualmente droga de escolha na indução venosa.
obtidos para análise e o efeito clinicamente mensurável
Referência:
Resposta: C Nível: Difícil White PF, Romero G – Nonopioid Intravenous Anesthesia,
in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical
Comentário: Durante a administração de anestésicos Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams &
venosos, há um lapso de tempo entre o momento em que se Wilkins, 2006; 344-346.
atinge a concentração plasmática pretendida e a obtenção
do efeito desejado. Isto é reflexo de retardo no equilíbrio
entre as concentrações do anestésico no plasma e no sítio
de ação. A quantificação deste retardo para cada fármaco é (2005 - M46) O propofol:
importante, por exemplo, para orientar o tempo de espera
entre a injeção do(s) agente(s) indutor(es) de anestesia e a 1- tem efeitos ansiolíticos com interações nos sítios da
intubação traqueal. A aferição da concentração de um glicina
anestésico venoso no seu sítio de ação é impraticável, 2- pode desencadear hipertermia maligna
devido à inacessibilidade deste ou devido à desestruturação 3- é utilizado no tratamento de prurido causado por doença
de seus componentes durante os processos que a análise hepática
laboratorial demandaria. A velocidade com que cada 4- é desprovido de ação antioxidante
fármaco se transfere do plasma para o sítio de ação, pode
ser estimada correlacionando-se as variações na sua Resposta: B Nível: Média
concentração arterial e os efeitos observados.
Comentário: O propofol em baixas doses têm propriedade
Referência: anti-emética, podendo ser usado no prurido desencadeado
Glass PSA, Shafer SL, Reves JG Intravenous Drug Delivery por opioides e doenças hepáticas. É uma opção para
Systems, in: Miller RD Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, anestesia em pacientes com hipertermia maligna.
Churchill Livigstone, 2000;377-411. Seus efeitos ansiolíticos incluem interações nos sítios da
glicina e de receptores GABA. Foi demonstrado que o
propofol possui atividade antioxidante comparável à vitamina
E.
(2005 - M40) Os benzodiazepínicos:
Referência:
1- são agentes amnésicos igualmente efetivos Duval Neto, GF - Anestésicos Venosos, in: Manica J et al –
2- produzem depressão cardiovascular discreta Anestesiologia Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto Alegre,
3- não induzem a depressão respiratória em pacientes Artmed, 2004, 570.
idosos Bagatini A, Falcão ACCL, Albuquerque MAC – Propofol -
4- são metabolizados pelo fígado Curso de Educação à Distância em Anestesiologia
CET/SBA, v.5, Rio de Janeiro, Office Editora e Publicidade
Resposta: C Nível: Fácil Ltda, 2005;170.

Comentário: Os benzodiazepínicos não apresentam


propriedades amnésicas iguais. Todos são metabolizados
pelo fígado e promovem discreta variação cardiovascular. A
depressão respiratória pode ocorrer principalmente em
pacientes idosos.

Referência:
Reves JG, Glass PSA, Lubarsk DA – Intravenous Nonopioid
Anesthetics, in: Miller Dr – Anesthesia, 6th Ed,
Philapelphia, Elsevier New York, Churchill Livingstone, 2005,
334-345.

(2005 - S44) A cetamina:

1- é estruturalmente relacionada à fenciclidina


2- produz depressão dose-dependente do sistema nervoso
central
3- atua na inibição eletrofisiológica das vias talamocorticais e
estimulação do sistema límbico
4- tem atividade broncoconstritora

Resposta: A Nível: Média

Comentário: A cetamina é uma arilcicloexilamina


estruturalmente relacionada à fenciclidina. Produz
depressão dose dependente do sistema nervoso central que
leva a um estado denominado anestesia dissociativa. Atua
na inibição eletrofisiológica das vias talamocorticais e
estimulação do sistema límbico. A cetamina tem atividade
Ponto 13 – Farmacologia dos Anestésicos Inalatórios 38

Ponto 13 – Farmacologia dos Anestésicos sanguínea e tissular que agentes inalatórios mais antigos,
como halotano e isoflurano. A administração de óxido nitroso
Inalatórios isoladamente não altera a pressão arterial. Todos os agentes
inalatórios diminuem o volume corrente em pacientes
13.1. Agentes inalatórios: gases e líquidos voláteis anestesiados mantidos sob ventilação espontânea e são
13.2. Farmacocinética e farmacodinâmica dos capazes de abolir a resposta reflexa de vasoconstrição
pulmonar hipóxica, mediante mecanismos ainda não bem
anestésicos inalatórios 13.3. Solubilidade. Coeficiente
esclarecidos.
de partição 13.4. Concentração alveolar mínima
(CAM): conceito e fatores que interferem. DA 50 e DA Referência:
90 13.5. Biotransformação. Toxicidade 13.6. Baden JM, Rice AS – Metabolism and Toxicity of Inhaled
Importância da ventilação, da circulação e das Anesthetic, em: Miller RD – Anesthesia 5th Ed, Philadelphia,
alterações da relação ventilação/perfusão na absorção Churchill Livingstone 2000; 147-173
e eliminação dos anestésicos inalatórios 13.6.1.
Efeitos da concentração e efeito segundo gás 13.6.2.
Influência do sistema de inalação 13.7. Distribuição
dos anestésicos inalatórios: influência do fluxo (2003 - S17) Em relação à formação do composto A
sanguíneo tecidual e dos coeficientes de solubilidade (Trifluorometil vinil-éter) com o uso do sevoflurano:
sangue/gás e tecido/sangue 13.7.1. Fatores que
A) a quantidade de composto A depende da temperatura da
interferem na eliminação dos anestésicos inalatórios
cal sodada
pelos pulmões B) é formado pelo metabolismo hepático do sevoflurano
C) independe do fluxo de gás fresco no sistema circular
D) determina lesão predominante do ducto coletor
E) liga-se à hemoglobina determinando hipóxia
(2003 - S08) Hepatite relacionada ao uso de halotano:
Resposta: A
A) é mais comum em crianças
B) não tem associação com fatores imunológicos Comentário: O composto A não é um metabólito formado in
C) relaciona-se com a exposição prévia ao halotano vivo, mas no aparelho de anestesia. É nefrotóxico em rato,
D) doenças hepáticas prévias aumentam a incidência de causando lesão do túbulo proximal caracterizada
hepatite por halotano clinicamente pela elevação da ureia e creatinina no sangue,
E) é mais comum em procedimentos cirúrgicos mais glicosúria e proteinúria. Elevadas concentrações de composto
demorados. A ocorrem quando existem altas temperaturas no sistema
com absorção de CO2, altas concentrações de sevoflurano e
Resposta: C baixos fluxos de gases frescos. O uso de outros agentes
inalatórios como desflurano pode levar à formação de
Comentário: A hepatite por halotano tem incidência de carboxihemoglobina e hipóxia.
1:3000 a 1:30.000, manifestando-se principalmente após
procedimentos curtos (< 30 minutos). Está associada com Referência:
fatores imunológicos, exposição prévia ao halotano, sendo Kharasch ED – Inhalation Anesthetic Current Controversies,
mais comum em mulheres obesas e pessoas com mais de 50 em: Barash PG - A–A Refresher Courses in Anesthesiology,
anos, sendo infrequente em crianças. A doença hepática Philadelphia, Lippincott-Raven, 1996; 24:11; 143-149
preexistente não foi identificada como fator de risco para
hepatite pós-halotano.
(2004 – S04) Dentre os anestésicos inalatórios em uso, o
Referência:
mais potente é:
Mushlin OS, Gelman S – Anesthesia and the Liver, em:
Barash PG, Culen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 4th
A) sevoflurano
Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001:1075
B) isoflurano
C) enflurano
D) halotano
E) óxido nitroso
(2003 - S16) Com relação aos anestésicos inalatórios:
Resposta: D FÁCIL
A) o isoflurano diminui a pressão atrial direita
B) o sevoflurano e desflurano apresentam maior solubilidade Comentário: A potência dos anestésicos inalatórios é
sanguínea e tissular que isoflurano e halotano determinada pela concentração alveolar mínima (CAM). A
C) o óxido nitroso administrado isoladamente promove concentração alveolar mínima (CAM) corresponde a uma
aumento da pressão arterial dose em que 50% dos pacientes não respondem com
D) em paciente com respiração espontânea não altera o movimento ao estímulo cirúrgico. Quanto menor a CAM,
volume corrente maior a potência (halotano – 0,75%, isoflurano – 1,17 %,
E) a resposta reflexa de vasoconstrição pulmonar está enflurano – 1,63%, sevoflurano – 1,8% e óxido nitroso –
aumentada 104%).

Resposta: E Referência:
Ebert TJ & Schmid III PG - Inhalation Anesthesia, in: Barash
Comentário: A pressão atrial direita é aumentada com a PG, Cullen BF, Stoelting RK - Clinical Anesthesia, 4th Ed,
administração de halotano, isoflurano, desflurano e óxido Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001;377-418.
nitroso. A administração de sevoflurano parece não aumentar
a pressão atrial direita. Novos agentes inalatórios como
sevoflurano e desflurano apresentam menor solubilidade
Ponto 13 – Farmacologia dos Anestésicos Inalatórios 39

(2004 – S08) Agente inalatório que induz aumento da Comentário: A CAM é a concentração alveolar em que 50%
resistência vascular periférica: dos indivíduos expostos à estimulação cirúrgica,
permanecem imóveis. A potência dos anestésicos inalatórios
A) óxido nitroso é expressa pela CAM e refletida pela sua partição entre óleo
B) sevoflurano e gás. A CAM é usada na definição da potência relativa dos
C) isoflurano anestésicos inalatórios e permite prever o comportamento
D) enflurano de misturas anestésicas. O conhecimento da CAM é
E) halotano essencial para o planejamento da anestesia. A CAM dos
diferentes anestésicos inalatórios é: sevoflurano = 1,9; óxido
Resposta: A MÉDIA nitroso = 104; halotano = 0,7; enflurano = 1,7; isoflurano =
1,17.
Comentário: Os agentes inalatórios halogenados reduzem a
pressão arterial sistêmica de forma dose-dependente, Referência:
enquanto o óxido nitroso tende a aumentá-la discretamente. Amaral JLG. Anestesia Inalatória, em: Yamashita AM,
O halotano não aumenta de forma significativa a frequência Takaoka F, Auler Jr JOC et al - Anestesiologia SAESP, 5ª
cardíaca, enquanto os demais agentes promovem seu Ed, São Paulo, Atheneu, 2001;551-577.
aumento. O débito cardíaco, volume sistólico e a
contratilidade diminuem, à medida que se eleva a pressão
de átrio direito. A resistência vascular periférica não se altera
com o halotano, é diminuída com os outros agentes 19) Halogenado com maior potencial nefrotóxico:
inalatórios halogenados e é aumentada com o óxido nitroso
(devido à estimulação simpática). A) halotano
B) enflurano
Referência: C) isoflurano
Amaral JLG. Anestesia Inalatória, em: Yamashita AM, D) sevoflurano
Takaoka F, Auler Jr JOC et al - Anestesiologia SAESP, 5a E) desflurano
Ed, São Paulo, Atheneu, 2001;551-577.
Resposta: B Nível: Média

Comentário: Entre os anestésicos inalatórios em uso no


Brasil, o enflurano e o sevoflurano, em função de suas
(2004 - S11) Em relação aos agentes inalatórios, a composições químicas e de suas taxas de metabolismo, são
pressão parcial no sistema nervoso central é: aqueles que produzem as maiores concentrações
plasmáticas de íons flúor. A nefrotoxidade associada ao flúor
A) sempre menor do que a pressão parcial nos alvéolos depende da concentração plasmática e do tempo de
B) sempre maior que a pressão parcial no sangue exposição (área sobre a curva: concentração x tempo).
C) em equilíbrio maior do que a pressão parcial nos alvéolos Desta forma, apesar de rara, já foi documentada alteração
D) em equilíbrio igual à pressão parcial no sangue na capacidade de concentração renal associada ao uso do
E) máxima após a saturação das gorduras enflurano. Não há relatos de nefrotoxidade em humanos
com o uso, mesmo prolongado, do sevoflurano, apesar da
Resposta: D Nível: MÉDIA produção do composto A que, assim como o íon flúor
apresenta potencial nefrotóxico em animais.
Comentário: Os anestésicos inalatórios são rapidamente
transferidos bidirecionalmente através dos pulmões para o Referência:
SNC, à medida que as pressões parciais se equilibram. Em Ebert TJ, Schmid III PG - Inhalation Anesthesia, in: Barash
equilíbrio, a pressão parcial de um agente inalatório no SNC PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 4th Ed,
é igual à pressão parcial no sangue, a qual por sua vez é Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001;387-388.
igual à pressão alveolar. Sendo o cérebro ricamente Nociti JR Farmacodinâmica dos anestésicos inalatórios, em:
vascularizado, atinge a concentração máxima antes das Manica J Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto
gorduras, consideradas pobremente vascularizadas. Alegre, Artmed, 2004;553.

Referência:
Ebert TJ, Schmid III PG. Inhalation Anesthesia, in: Barash
PG, Cullen BF, Stoelting RK - Clinical Anesthesia, 4th ed, (2005 - S20) Fator que aumenta a concentração alveolar
Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001;377-418. mínima (CAM) dos anestésicos inalatórios:

A) idade
B) acidose metabólica
C) etilismo crônico
D) hipotermia
(2004 - S12) Entre os agentes inalatórios disponíveis no
E) anemia
Brasil, apresenta a maior concentração alveolar mínima
(CAM):
Resposta: C Nível: Fácil
A) sevoflurano
Comentário: O uso agudo do álcool, como de qualquer
B) óxido nitroso
outro depressor do SNC, acarreta redução da CAM, porém,
C) halotano
seu uso crônico está associado ao aumento da CAM.
D) enflurano
Hipotermia, anemia, acidose metabólica e a idade são
E) isoflurano
fatores associados à diminuição da CAM.
Resposta: B Nível: MÉDIA
Referência:
Ponto 13 – Farmacologia dos Anestésicos Inalatórios 40

Ebert TJ, Schmid III PG - Inhalation Anesthesia, in: Barash


PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 4th Ed, Resposta: D Nível: Fácil
Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001;389-390.
Saraiva RA Farmacocinética dos anestésicos inalatórios, Comentário: Os halogenados possuem efeito dilatador
em: Manica J Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, sobre os vasos sanguíneos pulmonares, diminuindo a
Porto Alegre, Artmed, 2004;544. pressão na artéria pulmonar e inibindo a vasoconstrição
reflexa à hipóxia. Produzem, ainda: diminuição da
resistência vascular periférica, redução da contratilidade
uterina, aumento do FSC e broncodilatação.
(2005 - S31) O desflurano necessita de vaporizador
pressurizado, em função do seu (sua): Referência:
Ebert TJ, Schmid III PG - Inhalation Anesthesia, in: Barash
A) CAM PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 4th Ed,
B) ponto de ebulição Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001;392-400.
C) densidade Nociti JR Farmacodinâmica dos anestésicos inalatórios, em:
D) viscosidade Manica J Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto
E) condutividade elétrica Alegre, Artmed, 2004;554-556.

Resposta: B Nível: Fácil

Comentário: O ponto de ebulição e a pressão de vapor do (2006 - S16) A concentração alveolar mínima (CAM) de
desflurano são os fatores físicos que determinam a um anestésico inalatório aumenta com o (a):
necessidade de um vaporizador pressurizado, para sua
administração. À temperatura ambiente (> 22,8ºC) ele A) acidose metabólica grave
evapora-se completamente. B) hipernatremia
C) uso de lítio
Referência: D) hipotermia
Andrews JJ, Brockwell RC - Delivery Systems for Inhaled E) envelhecimento
Anesthetics, in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK -
Clinical Anesthesia, 4th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams Resposta: B Nível: Difícil
& Wilkins, 2001;574-577.
Fortis EAF, Jegier MA Física e anestesia inalatória, em: Comentário: Em geral os fatores que aumentam a atividade
Manica J Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto metabólica do SNC e a neurotransmissão também
Alegre, Artmed, 2004;195. aumentam a CAM. O inverso costuma ser verdadeiro. A
Fortis EAF O aparelho de anestesia, em: Manica J hipernatremia, o abuso crônico de etanol e a administração
Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto Alegre, aguda de efedrina e levodopa aumentam a CAM. Nenhum
Artmed, 2004;360. mecanismo isolado explica as alterações da CAM,
justificando a interpretação de que a anestesia é o resultado
de variadas alterações fisiológicas. Dentre os fatores que
diminuem a CAM pode-se citar a hiponatremia, a hipotermia,
(2005 - S32) Anestésico inalatório que produz o menor o envelhecimento, o uso do lítio e a acidose metabólica
relaxamento muscular: grave.

A) desflurano Referência:
B) enflurano Thomas JE – Inhalation Anesthesia, in: Barash PG, Cullen
C) halotano BF, Stoelting RK - Anestesia Clínica, 5th Ed,
D) isoflurano Philadelphia, Churchill Livingstone, 2006; 397-398.
E) sevoflurano

Resposta: C Nível: Média


QUESTÕES DO TIPO M MARQUE:
Comentário: Os halogenados éter-fluoretados, enflurano, LETRA A, SE SOMENTE 1, 2 E 3 SÃO CORRETAS
isoflurano, sevoflurano e desflurano produzem relaxamento LETRA B, SE SOMENTE 1 E 3 SÃO CORRETAS
muscular duas vezes maior que o halotano, que é um LETRA C, SE SOMENTE 2 E 4 SÃO CORRETAS
alcano. LETRA D, SE SOMENTE 4 É CORRETA
LETRA E, SE TODAS SÃO CORRETAS
Referência:
Ebert TJ, Schmid III PG - Inhalation Anesthesia, in: Barash (2004 - M37) A formação de composto A ocorre:
PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 4th Ed,
Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001;402. 1- com o uso de qualquer agente inalatório
Nociti JR Farmacodinâmica dos anestésicos inalatórios, em: 2- em maior frequência com sistema sem absorvedor,
Manica J Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto avalvular
Alegre, Artmed, 2004;556. 3- em sistema sem absorvedor de gás carbônico
4- em maior frequência com sistema de baixo fluxo

Resposta: D Nível: MÉDIA


(2005 - S33) Efeito clínico dos agentes halogenados:
Comentário: O sevoflurano sofre degradação catalisada por
A) aumento da resistência vascular periférica base em absorvedores de dióxido de carbono, formando um
B) aumento da contratilidade uterina vinil éter chamado composto A. A produção deste composto
C) diminuição do fluxo sanguíneo cerebral (FSC) é maior em sistemas de baixo fluxo, com reinalação total e
D) diminuição da resistência vascular pulmonar quando o absorvedor está muito aquecido ou seco. A cal
E) aumento da contratilidade das vias aéreas baritada produz mais composto A do que a cal sodada.
Ponto 13 – Farmacologia dos Anestésicos Inalatórios 41

Referências:
Ebert TJ, Schmid III PG. Inhalation Anesthesia, in: Barash
PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 4a Ed,
Philadelphia, Lippincott, 2004; 377- 417.

(2004 - M40) Fator(es) que acelera(m) a eliminação dos


agentes inalatórios:

1. solubilidade aumentada
2. fluxos elevados de gases frescos
3. ventilação diminuída
4. pequenos volumes dos circuitos anestésicos

Resposta: C Nível: MÉDIA

Comentário: A via mais importante de eliminação dos


anestésicos inalatórios é o alvéolo. Muitos dos fatores que
aceleram a indução, também aceleram a recuperação:
eliminação da reinalação, fluxos elevados de gases frescos,
pequenos volumes dos circuitos anestésicos, pequena
absorção nos circuitos anestésicos, solubilidade diminuída,
alto fluxo sanguíneo cerebral e ventilação aumentada.

Referência:
Morgan GEM, Mikhail MS, Murray MJ – Inhalation
Anesthetics, in: Clinical Anesthesiology, 3rd ed, New York,
Lange Medical Books/Mc Grawl-Hill, 2002; 127-150.

(2005 - M44) A indução anestésica inalatória é acelerada


por maior:

1- solubilidade do anestésico
2- capacidade residual funcional
3- débito cardíaco
4- ventilação alveolar

Resposta: D Nível: Média

Comentário: A anestesia inalatória depende da pressão


parcial do agente utilizado, estabelecida ao nível do sistema
nervoso central (SNC). Desta forma, depende da fração
inspirada administrada e do equilíbrio entre as pressões
parciais alveolar, sanguínea e no SNC. O aumento da
ventilação alveolar acarreta uma aceleração do aumento da
pressão parcial alveolar do agente inalatório, reduzindo o
tempo de indução. A maior solubilidade do anestésico, cria a
necessidade de administração de maiores quantidades do
mesmo, até que ocorra aumento da pressão parcial,
retardando o tempo de indução. A maior capacidade residual
funcional aumenta o volume no qual a fração inspirada do
agente inalatório é diluída, aumentando a constante de
tempo para o equilíbrio e retardando, assim, o tempo de
indução. O débito cardíaco aumentado produz uma diluição
constante do anestésico inalatório que atinge o sangue,
dificultando o aumento da pressão parcial, retardando o
tempo de indução.

Referência:
Ebert TJ, Schmid III PG - Inhalation Anesthesia, in: Barash
PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 4th Ed,
Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001;380-381.
Saraiva RA Farmacocinética dos anestésicos inalatórios,
em: Manica J Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed,
Porto Alegre, Artmed, 2004;544-546.
Ponto 14 - Farmacologia dos Anestésicos Locais 42

Ponto 14 - Farmacologia dos Anestésicos Referência:


Liu SS, Joseph RS - Local Anesthesic, in: Barash PG, Cullen
Locais BF, Stoelting RK - Clinical Anesthesia, 5ª Ed, Philadelphia,
Lippincott Williams & Wilkins, 2006,453.
14.1. Conceito e estrutura química. Classificação.
Propriedades físicas e químicas. Mecanismo de ação.
Estabilidade. Fatores que alteram a concentração (2005 - S39) Em relação aos opioides pode-se afirmar
que:
anestésica mínima 14.2. Anátomo-fisiologia da fibra
nervosa. Bloqueio nervoso diferencial 14.3. Absorção, A) a morfina não interfere no sono REM
distribuição e ligação proteica. Biotransformação. B) em virtude da sua meia vida de eliminação curta, a
Eliminação 14.4. Efeitos sistêmicos. Interação com metadona é usada nas síndromes de abstinência de opioide
outras drogas. Passagem placentária 14.5. Toxicidade C) o sufentanil apresenta uma razão de potência clínica de
dos anestésicos locais. Prevenção e tratamento 14.6. 10-15 em relação à morfina
Uso de adjuvantes D) a nalbufina é um derivado opioide fenantrênico e pode
ser utilizada para o tratamento do prurido induzido pela
morfina no neuroeixo
E) o butorfanol não produz depressão respiratória
(2003 - S18) Característica relacionada a anestésicos
Resposta: D Nível: Média
local:
Comentário: A morfina produz perturbações do sono,
A) cloroprocaína - hidrólise mais lenta do que a
incluindo redução no sono REM e de ondas lentas. A
levobupivacaína
metadona apresenta meia vida de eliminação longa e é
B) bupivacaína - lipossolubilidade intermediária
usada nas síndromes de abstinência de opioide. O sufentanil
C) lidocaína - maior ligação proteica que a bupivacaína
apresenta uma razão de potência clínica entre 10 a 15 em
D) ropivacaína - ação vasoconstritora
relação ao fentanil e 2000 a 4000 em relação à morfina. A
E) ropivacaína - baixo pKa
nalbufina é um derivado opioide fenantrênico e pelo seu
efeito antagonista pode também ser utilizada para o
Resposta: D
tratamento do prurido induzido pela morfina no neuroeixo. O
butorfanol, sendo um congênere da morfina, também produz
Comentário: Os anestésicos locais possuem propriedades
depressão respiratória.
físico-químicas que estão relacionadas com suas
características clínicas. A cloroprocaína é quimicamente
Referência:
relacionada com um aminoester, o que lhe confere hidrólise
Coda BA – Opioids, in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK -
pela enzima colinesterase no plasma. A levobupivacaína é
Clinical Anesthesia, 5ª Ed, Philadelphia, Lippincott Williams
metabolizada no fígado. A velocidade da hidrólise vai variar,
& Wilkins, 2006, 353-379.
sendo a da cloroprocaína mais rápida do que a da procaína;
a bupivacaína possui alta lipossolubilidade, que está
relacionada com a potência; a lidocaína tem menor
capacidade de ligação proteica do que a bupivacaína,
determinando um tempo de ação curto; a ropivacaína tem um (2004 – S01 - O anestésico local (AL) apresenta em sua
alto pKa, com uma latência longa. A ropivacaína tem ação estrutura:
vasoconstritora.
A) um radical aromático, uma cadeia intermediária e dois
Referências: ésteres
Delfino J, Vale N – Farmacologia dos Anestésicos Locais em B) radical aromático, responsável pela penetração do AL no
Anestesia Peridural, Atualização e Perspectiva, São Paulo, nervo
Atheneu, 2000;41-63. C) grupo amida hidrossolúvel
Spencer SL, Hodson OS – Local Anesthetics, em: Barash D) cadeia intermediária que pode ser éster ou amina
PGm Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 4th Ed, E) grupo amina lipossolúvel
Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001; 453-454
Resposta: B DIFÍCIL

Comentário: Os anestésicos locais apresentam três


estruturas fundamentais. O radical aromático é a porção
(2006 - S13) Anestésico local com menor ligação
lipossolúvel e é responsável pela penetração na membrana
proteica:
do nervo. A cadeia intermediária é a porção da molécula que
dá estrutura aos anestésicos locais e de acordo com sua
A) bupivacaína
natureza química são divididos em dois grandes grupos,
B) etidocaína
ésteres e amidas. Os ésteres são rapidamente
C) lidocaína
biotransformados no plasma pela pseucolinesterase,
D) ropivacaína
enquanto que as amidas dependem dos microssomas
E) tetracaína.
hepáticos para sua metabolização. O grupo amina,
geralmente terciária, é a porção ionizável da molécula. É a
Resposta: C Nível: Média
porção que determina a velocidade de ação dos anestésicos
locais.
Comentário: O grau de ligação à proteína afeta a atividade
dos anestésicos locais, uma vez que apenas a forma ligada
possui atividade farmacológica. Em geral, o aumento da
ligação à proteína associa-se com maior duração de ação. A
lidocaína apresenta a menor ligação proteica e a
bupivacaína a maior.
Ponto 14 - Farmacologia dos Anestésicos Locais 43

(2005 - S29) Anestésico local com menor pKa:

A) procaína
B) bupivacaína
C) lidocaína
D) tetracaína
E) cloroprocaína

Referência: Resposta: C Nível: Média


Carvalho JCA. Farmacologia dos anestésicos locais. Rev
Bras Anestesiol, 1994; 44:75-82. Comentário: O anestésico local em solução apresenta
Morgan Jr GE, Mikhail MS, Murray MJ et al. Local equilíbrio químico entre a forma básica (B+) e a catiônica
Anesthetics, in: Clinical Anesthesiology, 3rd Ed, New York, (BH+). Em determinado pH, para cada fármaco, as duas
Lange Medical Books/Mc Grawl-Hill 2002; 233-241. formas estão em equilíbrio sendo este pH denominado de
pKa. Os pKas da procaína, bupivacaína, lidocaína,
tetracaína e cloroprocaína são respectivamente: 8,9, 8,1,
7,8, 8,4 e 9,1.
(2005 - S14) A associação de lidocaína e bupivacaína
para realização de um bloqueio, ocasiona: Referência:
Strichartz GR, Berde CB - Local Anesthetics, in: Miller DR-
A) redução do tempo de latência Miller’s Anesthesia, 6th Ed, Philapelphia, Elsevier,
B) prolongamento da sua duração 2005, 576.
C) sinergismo na intensidade do bloqueio
D) adição dos efeitos tóxicos
E) aumento da frequência de taquifilaxia

Resposta: D Nível: Fácil QUESTÕES DO TIPO M MARQUE:


LETRA A, SE SOMENTE 1, 2 E 3 SÃO CORRETAS
Comentário: Os efeitos da associação de anestésicos LETRA B, SE SOMENTE 1 E 3 SÃO CORRETAS
locais são imprevisíveis, porém os efeitos tóxicos são LETRA C, SE SOMENTE 2 E 4 SÃO CORRETAS
aditivos, exigindo cuidados com a posologia total LETRA D, SE SOMENTE 4 É CORRETA
administrada. LETRA E, SE TODAS SÃO CORRETAS

Referências: (2003 - M44) Com relação aos anestésicos locais:


Liu SS, Hodgson PS - Local Anesthetics, in: Barash PG,
Cullen BF, Stoelting RK - Clinical Anesthesia, 4th. Ed, 1- quanto maior for o pKa, maior será a latência
Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001;454. 2- a bupivacaína é um anestésico local na forma racêmica
Berde CB, Strichartz GR Local Anesthetics, in: Miller RD - 3- a duração do bloqueio está relacionada com o grau de
Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, afinidade proteica do anestésico
2000;504. 4- quanto maior for a lipossolubilidade, menor será a potência

Resposta: A

(2005 - S15) No evento de crise convulsiva, por efeito Comentário: O pKa de um composto químico é o valor do pH
tóxico dos anestésicos locais, o tratamento principal é a no qual as formas ionizadas e não ionizadas estão em
administração de: equilíbrio. Somente a forma não ionizada atravessa a
membrana. Quanto maior for o pKa do anestésico local,
A) tiopental menor será o percentual não ionizado no pH fisiológico e
B) midazolam maior será a latência. A bupivacaína é racêmica, pois ela
C) succinilcolina contém partes iguais dos enantiômeros S e R e, assim, nesta
D) oxigênio forma, apesar de apresentar um carbono assimétrico, não
E) bicarbonato de sódio desvia a luz polarizada. A duração do bloqueio anestésico
está relacionada com o grau de ligação proteica. Acredita-se
Resposta: D Nível: Média que o anestésico local combina-se com um receptor proteico
localizado no canal de sódio da membrana nervosa,
Comentário: O tratamento é de suporte, objetivando evitar a interferindo na duração do bloqueio. Os composto lipofílicos
hipóxia. A suplementação de oxigênio e a ventilação penetram na membrana nervosa com maior facilidade, sendo
adequada são as primeiras medidas a serem instituídas. o fator determinante da potência. Quanto maior for a
Tiopental, midazolam ou succinilcolina podem ser utilizados lipossolubilidade, maior será a potência.
para garantir a oxigenação adequada. O bicarbonato de
sódio não tem indicação, já que a acidose que se instala é Referências:
respiratória. Pereira RIC – Anestésicos Locais, em: Yamashita AM,
Takaoka F, Auler Jr JOC et al – Anestesiologia SAESP, 5ª Ed,
Referência: Atheneu, 2001;580-582
Liu SS, Hodgson PS - Local Anesthetics, in: Barash PG, Simonetti MPB, Batista RA, Ferreira FMC – Estereoisomeria:
Cullen BF, Stoelting RK - Clinical Anesthesia, 4th Ed, a interface da tecnologia industrial de medicamentos e da
Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001;459-460. racionalização terapêutica. Rev Bras Anestesiol,
Carneiro AF, Carvalho JCA Anestésicos Locais, em: Manica 1998;48;394-398
J Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto Alegre,
Artmed, 2004;668.
Ponto 14 - Farmacologia dos Anestésicos Locais 44

(2003 - M45) Em relação aos anestésicos locais: da anestesia está relacionada ao grau de afinidade proteica
dos vários anestésicos locais. Acredita-se que estes se
1- gravidez, hipoxemia e acidose respiratória são fatores combinam com um receptor proteico localizado no canal de
predisponentes de risco para a cardiotoxicidade da sódio da membrana nervosa. Compostos que possuem
bupivacaína maior afinidade e se ligam mais firmemente aos sítios
2- a lidocaína administrada como aerossol, deve ser usada receptores, permanecem no canal por um período de tempo
nos pacientes com hiper-reatividade de vias aéreas mais longo.
3- a potência, o início de ação e duração de ação são
similares entre a bupivacaína e a ropivacaína Referência:
4- a ropivacaína tem índice terapêutico menor que a Pereira RIC. Anestésicos Locais, em: Yamashita AM,
bupivacaína Takaoka F. Auler Jr JOC et al – Anestesiologia SAESP, 5ª
Ed, Atheneu, São Paulo, 2001; 579-594.
Resposta: B

Comentário: Injeção intravascular não intencional de


bupivacaína durante anestesia regional produz reações (2005 - M43) Com relação aos princípios físico-químicos
cardiotóxicas graves, incluindo hipotensão, bloqueio dos anestésicos locais (AL), o fármaco com:
atrioventricular e disritmias com fibrilação ventricular.
Gravidez, hipoxemia e acidose respiratória são fatores 1- pKa próximo de 7,0 apresenta o menor tempo de latência
predisponentes de risco. A bupivacaína está relacionada a para o bloqueio
uma despolarização mais prolongada, alteração da função 2- maior lipossolubilidade possui maior potência
mitocondrial, além de alto grau de ligação proteica, tornando 3- maior porcentagem de ligação às proteínas apresenta
a reanimação prolongada e difícil. A lidocaína venosa (1,5 maior duração do bloqueio
mg.kg-1) pode ser efetiva em bloquear o reflexo de 4- maior lipossolubilidade apresenta maior duração do
broncoconstrição associado com intubação. Lidocaína como bloqueio
aerossol pode levar ao broncoespasmo em alguns pacientes
com doença reativa de vias aéreas. A ropivacaína é um Resposta: E Nível: Média
anestésico local tipo amida que tem suas propriedades físico-
químicas semelhantes à bupivacaína, exceto menor Comentário: A lipossolubilidade está associada à potência
lipossolubilidade. A potência, início de ação e duração de e duração de ação do anestésico local; a ligação proteica,
ação são similares, sendo que a ropivacaína produz menor também, está associada à duração do bloqueio, por maior
bloqueio motor. A ropivacaína tem um índice terapêutico permanência do AL ao seu local de ação; o pKa mais
maior, porque é 70% menos provável de causar disritmias próximo ao fisiológico está associado à redução da latência.
cardíacas graves do que a bupivacaína, estando também
associada a uma maior tolerância do sistema nervosos Referência:
central. Liu SS, Hodgson PS - Local Anesthetics, in: Barash PG,
Cullen BF, Stoelting RK - Clinical Anesthesia, 4th Ed,
Referência: Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001;453.
Morgan GE Jr, Mikhail MS, Murray MJ et al – Clinical Carneiro AF, Carvalho JCA Anestésicos Locais, em: Manica
Anesthesiology, 3rd Ed, New York, McGraw-Hill, 2002;239 J Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto Alegre,
Artmed, 2004;664-667.

(2004 – M28) A potência dos anestésicos locais depende (2005 - M41) Aumenta(m) a ação cardiodepressora da
de: bupivacaína:

1. grau de ionização (pKa) 1- hipercapnia


2. peso molecular 2- hipóxia
3. afinidade proteica 3- acidose
4. lipossolubilidade 4- insuficiência renal grave

Resposta: D Nível: MÉDIA Resposta: E Nível: Média

Comentário: As propriedades dos anestésicos locais Comentário: A hipercapnia, a acidose e a hipóxia


incluem potência, latência e duração da atividade potencializam o efeito cardiodepressor da bupivacaína. A
anestésica. Estas propriedades são determinadas depressão cardiovascular observada em alguns pacientes
essencialmente pelas propriedades físico-químicas destes após a injeção venosa acidental de bupivacaína pode ser
agentes. O peso molecular desempenha papel importante em parte relacionada às graves modificações ácido-base
na movimentação dos anestésicos locais através dos canais ocorridas durante as reações tóxicas deste fármaco. O
de sódio da membrana nervosa, além de ser um fator paciente com insuficiência renal grave apresenta quadro de
preponderante no grau de permeabilidade da dura-máter. A acidose metabólica e consequente aumento do efeito
lipossolubilidade parece ser o principal determinante da cardiodepressor da bupivacaína.
potência anestésica intrínseca. Os compostos lipofílicos
tendem a penetrar na membrana nervosa mais facilmente e Referência:
requerem menor número de moléculas para obtenção do Strichartz GR, Berde CB - Local Anesthetics, in: Miller DR -
bloqueio da condução nervosa. O pKa de cada anestésico é Miller’s Anesthesia, 6th Ed. Philadelphia, Elsevier,
o valor do pH no qual as formas ionizadas e não-ionizadas 2005; 596.
estão presentes em quantidades iguais. A forma
eletricamente não carregada de um agente é responsável
pela difusão através das bainhas nervosas e membrana
neuronal. O início da ação está diretamente ligado à
proporção do composto que existe nesta forma. A duração
Ponto 14 - Farmacologia dos Anestésicos Locais 45

(2005 - M45) Em relação à farmacologia e


farmacodinâmica dos anestésicos locais (AL):

1- têm na sua estrutura química anel benzênico


2- a penetração da forma lipossolúvel através da membrana
neural parece ser a forma principal de acesso das moléculas
de AL
3- todos os AL utilizados na clínica são bases fracas
4- a lidocaína não apresenta quiralismo

Resposta: E Nível: Média

Comentário: Os anestésicos locais clinicamente usados


apresentam em sua estrutura química o anel benzênico. Os
estereoisômeros possuem um carbono assimétrico em sua
molécula, também chamado carbono quiral. Os
pipecoloxilidídicos possuem carbono quiral, portanto, podem
possuir estereoisômeros. A lidocaína não possui quiralismo.
Os enantiômeros de um fármaco possuem propriedades
farmacocinéticas e farmacodinâmicas e toxicidades
diferentes. A penetração da forma lipossolúvel através da
membrana neural parece ser a forma principal de acesso
das moléculas de AL, embora algum acesso pela forma
carregada possa ocorrer através do poro aquoso do canal
de sódio. Todos os AL utilizados na clínica são bases fracas
que podem existir como forma neutra lipossolúvel ou como
forma hidrofílica carregada.

Referência:
Carneiro AF, Oliva ALF, Hamaji A – Anestésicos Locais -
Curso de Educação à Distância em Anestesiologia
CET/SBA, v. 2, Rio de Janeiro, Office Editora e Publicidade
Ltda, 2002; 102-106.
Liu SS, Joseph RS - Local Anesthesic, in: Barash PG, Cullen
BF, Stoelting RK - Clinical Anesthesia, 5ª Ed, Philadelphia,
Lippincott Williams & Wilkins, 2006,453.
Ponto 15 - Transmissão e Bloqueio Neuromuscular 46

Ponto 15 - Transmissão e Bloqueio cálcio intracelular é crítica para liberação de acetilcolina,


pela ativação de um grupo de proteínas especializadas que
Neuromuscular resulta na ativação da fusão das vesículas de acetilcolina na
membrana pré-sináptica e a liberação de seus conteúdos na
15.1. Fibra muscular. Anátomo-fisiologia e patologia fenda sináptica. O sódio e o potássio estão envolvidos no
15.2. Junção mio-neural. Anátomo-fisiologia e processo de despolarização da membrana muscular. A
propagação do potencial de ação é desencadeada pelo fluxo
patologia 15.3. Fasciculação, fadiga, facilitação pós-
iônico, entrada de sódio e cálcio e saída de potássio. O
tetânica, contração e contratura 15.4. Tipos de magnésio e o cloro não participam diretamente da liberação
bloqueios: conceito, mecanismos e características da acetilcolina.
15.5. Fatores que alteram a duração ou o grau de
bloqueio neuromuscular 15.6. Monitorização da função Referência
neuromuscular 15.7 Bloqueadores neuromusculares Tardelli MA– Transmissão Neuromuscular - Anatomia,
15.7.1. Tipos, estrutura química, propriedades físico- fisiologia e bloqueio, em: Tardelli MA, Cavalcanti IL, Jorge
químicas, ação farmacológica, absorção, distribuição e JC et al – Curso de Educação à Distância em Anestesiologia
eliminação 15.7.2. Metabolismo 15.7.3. Uso clínico CET/SBA, 1ª ed, Rio de Janeiro, Sociedade Brasileira de
Anestesiologia, 2001; 13-28.
15.7.4. Interação com outras drogas 15.8. Reversão
do bloqueio neuromuscular 15.8. Doenças e
problemas que afetam a transmissão neuromuscular
(2004 - S24) Após injeção de pancurônio, o paciente
apresenta taquicardia. A explicação mais provável é:

(2003 - S22) A colinesterase plasmática: A) estrutura química não esteroide do pancurônio


B) intensa deacetilação hepática do pancurônio
A) está aumentada em hepatopatias C) reação alérgica
B) hidroliza a acetilcolina rapidamente D) bloqueio vagal e liberação de catecolaminas
C) está localizada nos receptores colinérgicos nicotínicos E) diminuição da condução atrioventricular
D) hidroliza o mivacúrio e os anestésicos locais do tipo éster
(procaína, tetracaína) Resposta: D Nível: MÉDIA
E) nos pacientes obesos a sua atividade está diminuída.
Comentário: O pancurônio tem um anel esteroide com duas
Resposta: D moléculas modificadas de acetilcolina (relaxante
bisquartenário). O seu metabolismo é primariamente renal
Comentário: A colinesterase plasmática é encontrada no (40%) e em menor grau hepático (deacetilação). Reações
plasma e apresenta-se diminuída nas hepatopatias. É alérgicas ocorrem raramente, com quadro clínico variável,
responsável pela hidrólise de várias substâncias como a podendo comprometer os sistemas
succinilcolina, o mivacúrio e anestésicos locais do tipo éster. cutâneo/respiratório/cardiovascular. O pancurônio bloqueia
A acetilcolina é hidrolisada pela enzima acetilcolinesterase. os receptores muscarínicos vagais no nó sinoatrial,
Em pacientes obesos a sua atividade é aumentada. resultando em taquicardia. Os efeitos cardiovasculares são
causados pela combinação de bloqueio vagal e liberação de
Referências: catecolaminas nas transmissões nervosas adrenérgicas. O
Stoelting RK – Pharmacology and Physiology in Anesthetic pancurônio por aumentar a condução atrioventricular e
Practice, 3rd Ed, Philadelphia, Lippincott-Raven, liberar catecolaminas, propicia o aparecimento de arritmias
1999;165,188,190,217. ventriculares.
Tardelli MA – Função Neuromuscular: Bloqueio, Antagonismo
e Monitorização, em: Yamashita AM, Takaoka F, Auler Jr JOC Referência:
et al – Anestesiologia SAESP, 5ª Ed, Atheneu, 2001;223. Morgan GE Jr, Mikhail MS, Murray MJ – Neuromuscular
Blocking Agents, in: Clinical Anesthesiolology,3rd Ed, New
York, Lange Medical Books/Mc Graw-Hill, 2002;178-198.

(2004 – S09) Íon mais importante na liberação de


acetilcolina na membrana pré-sináptica da junção
neuromuscular:
(2005 - S28) O bloqueador neuromuscular (BNM) não-
A) sódio despolarizante tem por característica:
B) potássio
C) cálcio A) resposta clínica evidente após 50% de ocupação dos
D) magnésio receptores
E) cloro B) decaimento nas respostas à sequência de quatro
estímulos
Resposta: C Nível: MÉDIA C) modulação alostérica do receptor nicotínico
D) instalação simultânea em toda a musculatura esquelética
Comentário: Para que ocorra a transmissão neuromuscular E) mínimo bloqueio diafragmático
no terminal nervoso, é necessário, além do sinal elétrico,
liberação de acetilcolina na fenda sináptica. O potencial de Resposta: B Nível: Fácil
ação é um ativador da liberação da acetilcolina, mas se o
íon cálcio não estiver presente, nem a despolarização nem o Comentário: O fenômeno de fadiga, caracterizado na
fluxo de sódio produzirão liberação de acetilcolina. Quando o monitorização da transmissão neuromuscular pela redução
potencial de ação atinge o terminal nervoso, provoca da amplitude (decaimento) do 1º para o 4º estímulo, na
alterações na forma dos canais proteicos da membrana pré- sequência de quatro estímulos, é característico do BNM não
sináptica permitindo que o cálcio ligue-se à membrana e despolarizante, ou do bloqueio de fase dois com o BNM
entre nas células através desses canais. A presença de despolarizante. A resposta clínica é evidenciada após
Ponto 15 - Transmissão e Bloqueio Neuromuscular 47

ocupação de, ao menos, 70% dos receptores. O bloqueio Comentário: Os corpos celulares dos neurônios motores
neuromuscular é resultante de bloqueio competitivo e não que suprem os músculos esqueléticos estão situados na
por modulação alostérica do receptor. Grupamentos medula espinhal. A substância liberada nas terminações
musculares diferentes sofrem o bloqueio neuromuscular em nervosas da placa motora é a acetilcolina e esta ação
tempos diferentes e em um mesmo músculo, algumas fibras denomina-se nicotínica. É o cálcio que propicia a liberação e
já estão relaxadas, quando outras ainda contraem. O a fusão das vesículas de acetilcolina. A acetilcolina é
diafragma é o músculo mais resistente ao bloqueio rapidamente hidrolisada pela enzima acetilcolinesterase.
neuromuscular, mas, também nele, este se instala por
completo. Referência:
Donati F, Bevan DR – Neuromuscular Blocking Agents, in:
Referência: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 5ª
Bevan BR, Donati F - Muscle Relaxants, in: Barash PG, Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;421-
Cullen BF, Stoelting RK - Clinical Anesthesia, 4th Ed, 449.
Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001;419-426.
Martins RS, Martins ALC Bloqueadores neuromusculares,
em: Manica J Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed,
Porto Alegre, Artmed, 2004;620-624. QUESTÕES DO TIPO M MARQUE:
LETRA A, SE SOMENTE 1, 2 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA B, SE SOMENTE 1 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA C, SE SOMENTE 2 E 4 SÃO CORRETAS
(2006 - S12) Na monitorização da transmissão LETRA D, SE SOMENTE 4 É CORRETA
neuromuscular, é considerado o padrão de estimulação LETRA E, SE TODAS SÃO CORRETAS
que melhor avalia o bloqueio residual o (a):
(2003 - M48) Características do bloqueio neuromuscular:
A) estímulo isolado
B) estimulação tetânica 1- o grande queimado apresenta sensibilidade ao bloqueio
C) estimulação double-burst adespolarizante
D) sequência de quatro estímulos 2- os antibióticos aminoglicosídeos potencializam o bloqueio
E) contagem pós-tetânica dos agentes adespolarizantes
3- nos pacientes com pseudocolinesterase atípica está
Resposta: C Nível: Média indicado o mivacúrio
4- a succinilcolina no paciente politraumatizado aumenta a
Comentário: O estímulo isolado é a forma mais simples de potassemia
estimulação, sendo porém, um método pouco sensível. A
estimulação tetânica é uma estimulação simples levada ao Resposta: C
extremo. A contagem pós-tetânica permite estimar a
profundidade do bloqueio quando não há resposta ao Comentário: O grande queimado apresenta resistência aos
estímulo isolado (ou seja, permite avaliar a profundidade do bloqueadores adespolarizantes. Os aminoglicosídeos
bloqueio com mais de 95% dos receptores ocupados). A potencializam o bloqueio dos agentes adespolarizantes. A
sequência de quatro estímulos avalia o grau de relaxamento succinilcolina pode desencadear hipercalemia no
muscular pela altura da resposta ao segundo, terceiro e politraumatizado, queimaduras, doença neuromuscular,
quarto estímulo. No padrão double-burst, a avaliação do trauma craniano e insuficiência renal. Nas pessoas com
bloqueio residual pode ser feita com precisão, quando o pseudocolinesterase atípica (heterozigotos) a ação do
método de avaliar a intensidade da contração muscular é mivacúrio é aumentada de 30% a 100%. Nos homozigotos, o
subjetivo: visual ou tátil, sendo esta avaliação muito superior mivacúrio apresenta maior duração e é mais potente.
à promovida pela sequência de quatro estímulos.
Referências:
Referência: Savarese JJ, Caldwell JE, Lien CA et al – Pharmacology of
Tardelli MA – Função Neuromuscular: Bloqueio, Muscle Relaxants and Their Antagonists, em: Miller RD –
Antagonismo e Monitorização, em: Yamashita AM, Takaoka Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone,
F, Auler Jr JOC, Iwata NM - Anestesiologia-SAESP, 5ª Ed, 2000;412-490
São Paulo, Atheneu, 2001, 235-240. Tardelli MA – Função Neuromuscular – Bloqueio,
Antagonismo e Monitorização, em: Yamashita AM, Takaoka
F, Auler Jr JOC et al – Anestesiologia SAESP, 5ª Ed, Atheneu,
(2005 - S30) Na estrutura da transmissão 2001;217
neuromuscular:

A) os corpos celulares dos neurônios motores que suprem


os músculos esqueléticos estão situados nos gânglios
espinhais (2004 - M26) Na administração de bloqueador
B) a substância liberada nas terminações nervosas é a neuromuscular (BNM) em paciente obeso, a dose deve
acetilcolina que desenvolve ação muscarínica na placa ser calculada baseando-se no peso ideal, quando se
motora usar:
C) a acetilcolina é rapidamente hidrolisada pelos
anticolinesterásicos. 1- pancurônio
D) a presença do sódio propicia a ação da acetilcolina 2- atracúrio
ligando-a às proteínas da membrana sináptica 3- rocurônio
E) a acetilcolina é armazenada em vesículas que contém 4- mivacúrio
entre 5000 e 10000 moléculas, sendo rapidamente
hidrolisada pela enzima acetilcolinesterase. Resposta: B Nível: MÉDIA

Resposta: E Nível: Média Comentário: No paciente obeso, os BNM aminoesteroides


(pancurônio, vecurônio e rocurônio) devem ser
Ponto 15 - Transmissão e Bloqueio Neuromuscular 48

administrados considerando-se o peso ideal, enquanto que Jr JOC et al – Anestesiologia SAESP, 5a ed. São Paulo:
os benzilisoquinolínicos (atracúrio, mivacúrio e cisatracúrio), Atheneu, 2001;217-244.
o peso real. Tardelli MA– Transmissão Neuromuscular - Anatomia,
fisiologia e bloqueio, em: Tardelli MA, Cavalcanti IL, Jorge
Referência: JC, Turazzi JC, Pereira MNR, Filho Lins RLM – Curso de
Tardelli MA. Função Neuromuscular: Bloqueio, Antagonismo Educação à Distância em Anestesiologia CET/SBA, 1ª Ed,
e Monitorização, em: Yamashita AM, Takaoka F. Auler Rio de Janeiro, Sociedade Brasileira de Anestesiologia,
Jr JOC et al – Anestesiologia SAESP, 5ª Ed, Atheneu, São 2001; 13-28.
Paulo, 2001;217-244.

(2005 - M46) A succinilcolina:

1- é metabolizada na fenda sináptica pela acetilcolinesterase


2- produz contração prolongada no músculo desnervado,
(2004 - M41) Em relação ao metabolismo dos resultando em menor liberação de potássio sérico
bloqueadores neuromusculares adespolarizantes: 3- não atua nos receptores pré-sinápticos
4- promove contração prolongada nas fibras musculares
1- atracúrio e o cisatracúrio sofrem degradação no plasma com várias placas motoras terminais
em pH fisiológico
2- vecurônio é metabolizado no fígado Resposta: D Nível: Fácil
3- mivacúrio é metabolizado pela pseudocolinesterase
plasmática Comentário: A succinilcolina é hidrolisada pela
4- rocurônio sofre hidrólise pela colinesterase plasmática pseudocolinesterase no plasma. Nas fibras musculares onde
existe proliferação de receptores nicotínicos em toda sua
Resposta: A Nível: FÁCIL superfície, doença neuromuscular por deaferentação e
naquelas que apresentam várias placas terminais
Comentário: O metabolismo do atracúrio praticamente (musculatura extraocular), a succinilcolina produz
independe da função renal ou hepática, ocorrendo hidrólise despolarização intensa e contração prolongada, o que causa
por esterases plasmáticas não-específicas e degradação aumento na liberação de potássio sérico, no primeiro caso e
química não-enzimática de Hofmann, que acontece em pH aumento da pressão intraocular, no segundo. A
fisiológico. O vecurônio é metabolizado no fígado e depende succinilcolina atua nos receptores pré-sinápticos e promove
primariamente da excreção hepática e secundariamente de a mobilização da acetilcolina, fenômeno que impede o
excreção renal. O mivacúrio é um benzilisoquinoléico e da fenômeno de fadiga.
mesma forma que a succinilcolina, é metabolizado pela
pseudocolinesterase. O rocurônio não é metabolizado, Referência:
sendo eliminado principalmente pelo fígado. Martins RS, Martins ALC Bloqueadores Neuromusculares,
em: Manica J & Cols Anestesiologia Princípios e Técnicas.
Referência: 3ª Ed. Porto Alegre: Artmed Editora S.A., 2004;
Morgan GEM, Mikhail MS, Murray MJ. Neuromuscular 622,623,634,636,637. 2) Revan DR, Donati F. Muscle
Blocking Agents, in: Clinical Anesthesiology, 3rd Ed, New ,636,637.
York, Lange Medical Books/Mc Grawl-Hill, 2002; 178-198. Revan DR, Donati F Muscle Relaxants, in: Barash PG,
Cullen BF, Stoelting RK Clinical Anesthesia, 4th Ed,
Philadelphia, Lippincott Willians & Wilkins, 2002: 421-433.
Morgan Jr. GE, Mikhail MS, Murray MJ Neuromuscular
(2004 - M46) Quanto ao mecanismo de ação dos Blocking Agent, In: Clinical Anesthesiology, 3th Ed,
bloqueadores neuromusculares (BNM) adespolarizantes, New York, McGraw-Hill, 2002:181-189.
pode-se afirmar que:

1- provocam alterações conformacionais no receptor


colinérgico (2005 - M47) A cirrose hepática aumenta, de forma
2- permitem formação de potencial de ação na membrana clinicamente significativa, a duração do efeito do(a):
extrajuncional
3- causam paralisia espástica 1- pancurônio
4- competem com a acetilcolina no receptor juncional 2- vecurônio
3- rocurônio
Resposta: D Nível: DIFÍCIL 4- succinilcolina
Comentário: Os BNM adespolarizantes são compostos que Resposta: A Nível: Fácil
apresentam nitrogênio quaternário na sua estrutura
molecular e causam paralisia flácida através da competição Comentário: O fígado tem papel secundário na eliminação
com a acetilcolina nas subunidades alfa do receptor da maioria dos bloqueadores neuromusculares, com
juncional. Os BNM adespolarizantes não são capazes de exceção do vecurônio e do rocurônio. Por isso, na prática, a
provocar alterações conformacionais no receptor e doença hepática leve ou moderada altera pouco o efeito dos
consequente abertura do canal. Não havendo geração de bloqueadores neuromusculares. Na doença hepática grave,
potencial de placa motora, não há formação de potencial de contudo, pode haver aumento clinicamente importante da
ação na membrana extrajuncional e a fibra muscular não duração do pancurônio, vecurônio e rocurônio, secundário a
recebe estímulo para contrair-se permanecendo em redução do metabolismo. Na cirrose, o volume de
repouso. distribuição está aumentado, o que pode criar necessidade
de aumento da dose inicial. Na prática clínica, apesar da
Referências: pseudocolinesterase estar diminuída, o aumento da duração
Tardelli MA, Função Neuromuscular: Bloqueio, Antagonismo da succinilcolina é muito pequeno.
e Monitorização, em: Yamashita AM, Takaoka F, Auler
Referência:
Ponto 15 - Transmissão e Bloqueio Neuromuscular 49

Martins RS, Martins ALC Bloqueadores Neuromusculares,


em: Manica J et al, Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª
Ed, Porto Alegre, ArtMed, 2004; 621-657.
Ponto 16 - Parada Cardíaca e Reanimação 50

Ponto 16 - Parada Cardíaca e Reanimação Comentário: Durante a RCP ocorre acidose devido à baixa
perfusão com acúmulo de CO2 nos tecidos, o que resulta em
maior conteúdo de CO2 no sangue, de causa não
16.1. Conceito de parada cardiorrespiratória 16.2. respiratória. Por outro lado, o baixo débito se reflete na
Causas e diagnóstico diferencial 16.3. Suporte básico ausência de perfusão de muitos alvéolos não dependentes,
à vida 16.4.Suporte avançado à vida: equipamentos, ocasionando aumento do espaço morto alveolar e a PETCO2
fármacos, massagem cardíaca, desfibrilação, marca- será baixa. A melhora do débito cardíaco determinará uma
passos artificiais 16.5. Organização pré-hospitalar e melhor perfusão dos alvéolos, elevando a PETCO2.
hospitalar (comunicação, sistema de prevenção,
treinamento de pessoal, material de reanimação). Referência:
Otto CW – Current Concepts in Cardiopulmonary
16.6. Transporte e cuidados pós-reanimação
Resuscitation, em: Schwartz AL – ASA Refresher Courses in
16.7.Conceito e diagnóstico de morte clínica e Anesthesiology, Philadelhia, Lippincott-Williams & Wilkins,
cerebral. Aspectos médico-legais 16.8. Reanimação 1999;27;12;133-142
do recém-nascido e da criança 16.9.Reanimação em
situações especiais: obstetrícia, afogamento e
eletrocussão 16.10. Reanimação do paciente
anestesiado

(2003 - S25) Principais alterações de ritmo associadas à


parada cardíaca em adultos e crianças:

A) fibrilação ventricular e assistolia, respectivamente


B) dissociação eletromecânica e fibrilação ventricular,
respectivamente
C) fibrilação ventricular em ambos
D) assistolia em ambos
E) assistolia e dissociação eletromecânica, respectivamente

Resposta: A

Comentário: A principal causa de parada cardíaca em


adultos é um evento cardíaco primário, tal como infarto agudo
do miocárdio ou surgimento de disritmias extremamente
graves, os quais frequentemente cursam no ECG com
fibrilação ventricular. Já nos pacientes pediátricos, a parada
cardíaca geralmente é secundária à deterioração progressiva
da função respiratória e, posteriormente, da função
circulatória. Nesta situação, a alteração de ritmo mais
comumente encontrada é a assistolia.

Referência:
Otto CW – Cardiopulmonary Resuscitation, em: Barash PG,
Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 4th Ed,
Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001;1491-1500

QUESTÕES DO TIPO M MARQUE:


LETRA A, SE SOMENTE 1, 2 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA B, SE SOMENTE 1 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA C, SE SOMENTE 2 E 4 SÃO CORRETAS
LETRA D, SE SOMENTE 4 É CORRETA
LETRA E, SE TODAS SÃO CORRETAS

(2003 - M50) Nas manobras de reanimação


cardiopulmonar (RCP) com o paciente intubado,
massagem cardíaca externa no qual não se administrou
NaHCO3, observa-se que a
PETCO2 eleva-se rapidamente de 8 mmHg para 20 mmHg.
Ocorrência(s) provável(is):

1- aumento do volume minuto


2- melhora do débito cardíaco
3- acidose respiratória
4- melhora da ventilação do espaço morto alveolar

Resposta: C
Ponto 17 – Bloqueios Subaracnóideo e Peridural 51

Ponto 17 – Bloqueios Subaracnóideo e E) realizada abaixo de L2 são virtualmente isentas de risco de


lesão da medula espinhal.
Peridural
Resposta: E
17.1. Anatomia da coluna vertebral, medula espinhal,
meninges, raízes nervosas e cadeia ganglionar Comentário: A medula espinha termina entre L1-L2 no
adulto, podendo terminar em L2 nas crianças. Dessa forma,
simpática 17.2. Líquido cefalorraquidiano: formação,
as punções realizadas abaixo de L2 são virtualmente isentas
circulação, absorção, composição, densidade, função, de risco de lesão da medula espinhal. A linha de Tuffier é uma
volume e pressão 17.3. Alterações da fisiologia linha imaginária que une as bordas superiores das cristas
decorrentes dos bloqueios no neuroeixo Assepsia da ilíacas, passando sobre a apófise espinhosa de L5 ou do
pele, cuidados com material e indumentária 17.4. interespaço L4-L5. As contraindicações absolutas para as
Anestesia subaracnóidea 17.4.1. Anestésicos locais anestesias sobre a raqui incluem recusa do paciente e
utilizados: seleção, dose, volume, concentração, infecção localizada no local da punção. No acesso lateral, a
densidade da solução e baricidade 17.4.2. Drogas agulha é inserida um centímetro lateral à linha média e num
adjuvantes 17.4.3. Técnicas de punção lombar. Tipos ângulo de 25 graus com essa linha. Esse acesso evita a
penetração nos ligamentos sura e interespinhoso, o que não
de agulha 17.4.4. Distribuição da solução anestésica e
ocorre em relação ao ligamento amarelo, que é perfurado.
mecanismo de anestesia 17.4.5. Indicações,
contraindicações e complicações (prevenção e Referências:
tratamento) 17.5. Anestesia peridural 17.5.1. Brown DL – Spinal, Epidural and Caudal Anesthesia, em:
Anestésicos locais: seleção, dose, concentração e Miller RD – Anesthesia, Philadelphia, Churchill LIvingstone,
volume 17.5.2. Drogas adjuvantes 17.5.3. Técnicas de 2000;42:1491-1519
acesso e identificação do espaço peridural torácico, Bernards CM – Epidural and Spinal Anesthesia, em: Barash
lombar e sacral. Uso do cateter 17.5.4. Difusão do PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 4th Ed,
agente anestésico local e mecanismo de ação 17.5.5. Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001;689.
Indicações, contraindicações e complicações
(prevenção e tratamento) 17.6. Anestesia combinada
raqui-peridural. Indicações e complicações
(2004 – S02) Em relação à anatomia do canal espinhal:

A) ao nascer, a medula espinhal termina em S1


(2003 - S19) Paciente de 70 kg, 1,70 m, principal B) no adulto, a cauda equina estende-se de L4 a S2
determinante da extensão do bloqueio peridural: C) a dura-máter estende-se de C3 a S2
D) o espaço peridural está entre a pia-máter, paredes
A) densidade da solução anestésica ósseas e ligamentos
B) concentração do anestésico E) estende-se do forame magno até o hiato sacral
C) volume da solução anestésica
D) altura do paciente
E) posição do paciente durante a injeção do anestésico. Resposta: E MÉDIA

Resposta: C Comentário: O canal espinhal é o espaço que se estende


do forame magno até o hiato sacral. Contém em seu interior
Comentário: A concentração do anestésico é relativamente a medula espinhal, circundada pela três membranas, que do
sem importância na extensão do bloqueio peridural, bem interior para periferia, são a pia-máter, a aracnoide e a dura-
como a densidade da solução anestésica e a posição do máter. Na vida fetal (3º mês) a medula estende-se por todo o
paciente durante a injeção da solução anestésica. A dose do canal espinhal. Ao nascimento, ela estende-se até L3 e no
anestésico e o volume da solução anestésica são variáveis adulto até L1 a L2. No adulto, a cauda equina estende-se de
importantes na extensão e qualidade do bloqueio peridural. A L1 ou L2 a S2. O espaço peridural é o compartimento
correlação entre peso ou altura e extensão do bloqueio é formado entre a dura-máter, as paredes ósseas e
pequena e de pouco significado clínico, a não ser nos ligamentos do canal espinhal.
extremos desses parâmetros.
Referência:
Referências: Stanicia S. Bloqueio Subaracnóideo e Epidural, em:
Bernards CM – Epidural and Spinal Anesthesia, em Barash Yamashita AM, Takaoka F, Auler JOC et al. Anestesiologia
PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinica Anesthesia, 4th Ed, SAESP, 5ª ed, São Paulo, Atheneu, 2001;597-611.
Philadelphia, Lipincott, Williams & Wilkins, 2001; 702-703 Morgan Jr GE, Mikhail MS, Murray MJ, et al. Local
Anesthetics, in: Clinical Anesthesiology, 3rd ed, New York,
Lange Medical Books/Mc Grawl-Hill 2002; 233-241.

(2003 - S20) No adulto, a punção lombar:

A) realizada na linha traçada entre as espinhas ilíacas ântero-


superiores, sempre coincide com o interespaço L2-L3 (2005 - S34) Dentre os fatores abaixo, o mais importante
B) apresenta como uma contraindicação relativa a recusa do na determinação do nível sensitivo no bloqueio
paciente subaracnóideo, é:
C) pode ser realizada quando houver infecção restrita ao local
da punção A) uso de vasoconstritor
D) realizada através do acesso lateral evita a penetração da B) baricidade
agulha nos ligamentos interespinhoso e amarelo, que C) tosse
poderão estar calcificados nos pacientes mais idosos D) barbotagem
Ponto 17 – Bloqueios Subaracnóideo e Peridural 52

E) sexo Brown DL - Spinal, Epidural and Caudal Anesthesia, in:


Miller RD - Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Churchill
Resposta: B Nível: Fácil Livingstone, 2000;1514.
Stoelting RK Anticoagulants, in: Anesthetic Practice, 3rd Ed,
Comentário: A baricidade, o posicionamento do paciente, o Philadelphia, Lippincott-Raven, 1999;453-464.
nível da punção e a dose de anestésico local são os
principais determinantes do nível do bloqueio na anestesia
subaracnóidea.
(2006 - S14) É considerada resposta fisiológica
Referência: exacerbada na anestesia do neuroeixo:
Brown DL - Spinal, Epidural and Caudal Anesthesia, in:
Miller RD - Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Churchill A) sintoma neurológico transitório
Livingstone, 2000;1506. B) hematoma
Chaves IMM, Gusman PB Anestesia subaracnóidea, em: C) meningite
Manica J Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto D) injeção intravascular
Alegre, Artmed, 2004;680-683. E) retenção urinária

Resposta: E Nível: Média


(2005 - S35) Paciente ASA I após bloqueio
subaracnóideo com nível sensitivo em T2, apresentou Comentário: As complicações relacionadas à anestesia do
desconforto respiratório. A causa mais provável é: neuroeixo que podem ser consideradas respostas
fisiológicas exacerbadas são: retenção urinária, bloqueio
A) edema agudo de pulmão alto, parada cardíaca, anestesia espinhal total. Os sintomas
B) diminuição do volume corrente neurológicos transitórios têm sido relacionadas à toxicidade
C) nível alto do bloqueio dos anestésicos, enquanto outras complicações relatadas se
D) broncoconstrição devem ao trauma direto da agulha ou à colocação do
E) paralisia do nervo frênico cateter.

Resposta: C Nível: Fácil Referência:


Kleinman W, Morgan M - Regional Anesthesia and Pain
Comentário: A alteração da sensibilidade da parede Management, in: Morgan GE Jr, Mikhail MS, Murray MJ -
torácica, secundária aos bloqueios no neuroeixo com nível Clinical Anesthesiology, 4thEd, New York, McGraw-Hill,
sensitivo alto, pode propiciar ao paciente a sensação de não 2006;317.
estar ventilando adequadamente. As alterações respiratórias
são mínimas, sem repercussões clinicamente importantes. A
diminuição da pós-carga e da pré-carga pelo bloqueio
simpático, afasta o diagnóstico de edema agudo de pulmão.
A paralisia do nervo frênico não ocorre até o bloqueio das (2005 - S32) A aracnoidite adesiva:
raízes cervicais de C2-C4.
A) caracteriza-se por disfunção vesical, intestinal e fraqueza
Referência: muscular que se iniciam imediatamente após a reversão do
Brown DL - Spinal, Epidural and Caudal Anesthesia, in: bloqueio subaracnóideo
Miller RD - Anesthesia, 5th Ed, Philadelphia, Churchill B) apresenta regressão rápida sem deixar sequelas
Livingstone, 2000;1496-1498,1508. C) inicia-se lentamente, alguns dias após a realização do
Chaves IMM, Gusman PB Anestesia subaracnóidea, em: bloqueio, com reversão total dos sintomas em poucas
Manica J Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto semanas
Alegre, Artmed, 2004;679. D) é uma das complicações mais graves da anestesia
subaracnóidea, podendo levar à paraplegia completa e, em
alguns casos, à morte
E) é desencadeada por fatores etiológicos não conhecidos

Resposta: D Nível: Média


(2005 - S36) Durante o uso profilático de enoxiparina Comentário: A aracnoidite adesiva é uma das complicações
(20mg/sc/dia), considera-se segura a realização de mais graves da anestesia subaracnóidea. Consiste na
bloqueio peridural contínuo após: diminuição da força muscular e alterações de sensibilidade
nos membros inferiores e no períneo, acompanhadas por
A) 4h alterações vesicais e intestinais. O quadro inicia-se
B) 8h lentamente, alguns dias ou semanas após a realização do
C) 12h bloqueio, podendo levar à paraplegia completa e em alguns
D) 24h casos, à morte. Os principais fatores etiológicos são: a
E) 3 dias adição ao anestésico local, adição de substâncias com a
finalidade de alterar a gravidade especifica da solução,
Resposta: C Nível: Fácil contaminação do material anestésico (detergentes) e a
presença de antioxidantes (bissulfito).
Comentário: A enoxiparina é uma heparina de baixo peso
molecular. Nos pacientes em tratamento profilático para Referência:
trombose venosa profunda, com enoxiparina, considera-se Ganem EM, Castiglia YMM, Vianna PTG – Complicações
segura a realização de bloqueios no neuro-eixo, bem como Neurológicas Determinadas pela Anestesia Subaracnóidea,
a retirada do cateter peridural, somente após 10-12h da Rev Bras Anestesiol, 2002; 52: 474.
última administração do anticoagulante.

Referência:
Ponto 17 – Bloqueios Subaracnóideo e Peridural 53

(2005 - S37) Aspecto(s) da anatomia relacionados à espinhal, é relativamente segura e utilizada com frequência
anestesia peridural e raquidiana: em cirurgia vascular. A punção ou passagem de cateter deve
ser realizada 10 a 12 horas após a administração subcutânea
A) uma linha traçada entre as cristas ilíacas atravessa o de heparina de baixo peso molecular, quando a concentração
corpo vertebral de L-3 plasmática está baixa. Somente nos pacientes que
B) os corpos vertebrais são estabilizados por dois receberam altas doses (1 mg.kg-1 a cada 12 horas) é que a
ligamentos que diminuem de tamanho entre as vértebras instalação do bloqueio deve ser retardada em 24 horas.
cervicais e lombares
C) no espaço peridural encontra-se o plexo de Batson na Referência:
porção anterior e lateral Yamashita AM, Yassuda H – Tromboprofilaxia e bloqueio
D) a pia-máter é aderente à medula espinhal e é composta regional, Rev Bras Anestesiol, 2001;51;360-366
por uma camada grossa de células do tecido conjuntivo sem
colágeno
E) o ligamento amarelo é menos espesso na região lombar
medindo de 8 a 9 mm. (2004 - M29) Após anestesia subaracnóidea pode ocorrer
redução da frequência cardíaca devido a:
Resposta: C Nível: Média
1. vasoconstrição periférica
Comentário: 2. redução do retorno venoso
Uma linha traçada entre as cristas ilíacas atravessa o corpo 3. redução da pressão arterial
de L-5 ou o interespaço de L4-L5. Os corpos vertebrais são 4. bloqueio das fibras T1 a T4
estabilizados por cinco ligamentos que aumentam de
tamanho entre as vértebras cervicais e lombares. Uma rica Resposta: C Nível: FÁCIL
rede de veias desprovidas de válvulas (plexo de Batson)
corre na porção anterior e lateral do espaço peridural. A pia- Comentário: Os efeitos cardiovasculares dos bloqueios
máter é aderente à medula espinhal e é composta por uma subaracnóideo e peridural são a redução da frequência
camada fina de células do tecido conjuntivo com colágeno. A cardíaca e da pressão arterial. O bloqueio simpático se
aracnoide é uma delicada membrana vascular com fibras de estende de dois a seis dermátomos acima do bloqueio
tecido conjuntivo e a dura-máter é a mais externa e mais sensitivo, resultando em dilatação arterial e venosa,
espessa. O ligamento amarelo é mais espesso na região prevalecendo a venodilatação. A redução da pressão arterial
lombar, medindo de 3 a 5 mm. está relacionada principalmente à idade e à volemia. A
redução da frequência cardíaca acontece devido ao bloqueio
Referência: das fibras cardioaceleradoras (T1 a T4). Além disso, a
Bernads CM: Epidutal And Spinal Anesthesia. In: Barash frequência cardíaca diminui devido à redução do retorno
PG, Cullen BF, Stoelting RK (eds): Clinical venoso ao coração e à consequente falta de estímulos em
Anesthesia, 5ª ed.Philadelphia: Lippioncott Williams & receptores localizados no átrio direito e grandes veias.
Wilkins, 2006,692-693.
Referência:
Stanicia S. Bloqueios Subaracnóideo e Peridural, em:
Yamashita AM, Takaoka F. Auler Jr JOC et al –
Anestesiologia
QUESTÕES DO TIPO M MARQUE: SAESP, 5ª Ed, Atheneu, São Paulo, 2001; 597-613.
LETRA A, SE SOMENTE 1, 2 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA B, SE SOMENTE 1 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA C, SE SOMENTE 2 E 4 SÃO CORRETAS
LETRA D, SE SOMENTE 4 É CORRETA (2004 - M35) Com relação às complicações do bloqueio
LETRA E, SE TODAS SÃO CORRETAS espinhal:

46) Em relação ao hematoma peridural pós-punção 1- raquianestesia total pode ocorrer após anestesia peridural
espinhal: e caudal
2- hematoma espinhal pode ocorrer após punção
1- contra indica-se a realização de bloqueio espinhal em subaracnóidea e peridural
pacientes que fazem uso de fibrinolíticos 3- tratamento da raquianestesia total consiste em manter a
2- o risco de hematoma aumenta com a punção traumática ou homeostase ventilatória e circulatória
repetida 4- injeção subdural pode ocorrer durante anestesia peridural
3- a heparinização sistêmica, uma a duas horas após o
bloqueio espinhal, é relativamente segura Resposta: E Nível: FÁCIL
4- a punção ou passagem do cateter peridural só deve ser
realizada 24 horas após a administração da heparina de baixo Comentário: As complicações da anestesia espinhal podem
peso molecular, independentemente da dose administrada ser devidas ao anestésico e às técnicas. A raquianestesia
total pode ocorrer após anestesia peridural e caudal. O
Resposta: A tratamento consiste em assistência ventilatória e suporte
circulatório (hidratação e vasopressor). O hematoma
Comentário: A associação de bloqueio espinha com espinhal pode ocorrer após anestesia subaracnóidea e
tromboprofilaxia aumenta o risco de hematoma espinhal, peridural, especialmente na presença de coagulação
podendo resultar em paralisia prolongada ou permanente. O anormal. O aparecimento de sinais e sintomas de
risco será maior quando utiliza-se cateter peridural associado compressão medular (paraplegia, hipoestesia de membros
a agentes que interferem com a coagulação. O risco aumenta inferiores, depressão aquileu e patelar, distúrbio
com a punção traumática ou repetida e presença de esfincteriano e dor radicular) exigem diagnóstico e
coagulopatia. É contraindicada associação de bloqueio tratamento precoces para evitar lesão neurológica definitiva.
regional em pacientes que fazem uso de fibrinolíticos e/ou A injeção subdural de anestésico local pode ocorrer durante
trombolíticos. Os estudos têm demonstrado que a anestesia peridural, com sinais clínicos semelhante à
heparinização sistêmica, uma a duas horas após o bloqueio
Ponto 17 – Bloqueios Subaracnóideo e Peridural 54

raquianestesia alta, mas início tardio (15 a 30 minutos). O


tratamento é o mesmo dispensado para raquianestesia total.

Referência:
Oliveira LF. Anestesia peridural, em: Manica J.
Anestesiologia Princípios e Técnicas. 3a Ed, Porto Alegre,
Artmed, 2004, 696-703.
Morgan GE, Mikhail MS, Murray MJ – Regional Anesthesia &
Pain Management, in: Clinical Anesthesiology, 3rd Ed, New
York, Lange Medical Books/Mc Grawl-Hill, 2002; 253-282.

(2004 - M49) Em relação à raquianestesia:

1- a vasodilatação arterial é a principal responsável pela


hipotensão arterial
2- a diminuição da atividade simpática reduz o consumo de
oxigênio
3- a hipotensão arterial independe da posição do paciente
4- os efeitos cardiovasculares são proporcionais ao grau de
bloqueio simpático

Resposta: C Nível: FÁCIL

Comentário: A raquianestesia afeta profundamente o


sistema cardiovascular e, em menor grau, os sistemas
pulmonar, renal e endócrino. Os efeitos cardiovasculares
são geralmente proporcionais ao grau de bloqueio simpático.
O bloqueio das fibras simpáticas (T5 a L1) causa
vasodilatação nos vasos de capacitância, diminuindo o
retorno venoso para o coração. Em determinadas
circunstâncias, a vasodilatação arterial também pode
contribuir para queda na resistência vascular sistêmica. Os
bloqueios mais extensos podem atingir, inclusive as fibras
cardioaceleradoras (T1 a T4), produzindo intensa
vasodilatação e bradicardia. O retorno venoso diminuído
ativa receptores nas grandes veias e no átrio direito que
reflexamente retardam a contração do coração. Os efeitos
cardiovasculares são mais intensos em situações com baixo
retorno venoso como na posição de céfalo-aclive. A
diminuição da atividade simpática e motora levam à queda
do consumo total de oxigênio.

Referência:
Kleinman W. Regional Anesthesia and Pain Management, in:
Morgan GE Jr, Mikhail MS, Murray MJ. et al. Clinical
Anesthesiology, 3rd ed, New York, Lange Medical Books/Mc
Grawl-Hill, 2002; 253-282.
Bernards CM. Epidural and Spinal Anesthesia, in: Barash
PG, Cullen BF, Stoelting RK - Clinical Anesthesia, 4th ed,
Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001; 689-713.
Ponto 18 - Complicações da Anestesia 55

Ponto 18 - Complicações da Anestesia

18.1.Complicações: 18.1.1. Cardiovasculares


18.1.2.Respiratórias 18.1.3. Renais 18.1.4.Digestivas
18.1.5. Neurológicas 18.1.6. Relacionadas a
equipamentos 18.2. Reações do tipo alérgico 18.3.
Hipertermia maligna 18.4. Outras complicações

(2004 - S25) No tamponamento cardíaco espera-se


encontrar:

A - hipertensão arterial
B - diminuição do consumo de oxigênio
C - diminuição do débito cardíaco
D - bradicardia
E - diminuição da resistência vascular sistêmica

Resposta: C Nível: MÉDIA

Comentário: O tamponamento cardíaco existe quando um


aumento de pressão no pericárdio prejudica o enchimento
diastólico do coração. O enchimento cardíaco está, em
última análise, relacionado com a pressão transmural, que é
a diferença entre a pressão dentro da câmara e a pressão
do pericárdio. Esta pressão afeta mais as câmaras de
parede mais fina, que são os átrios e o ventrículo direito. A
pressão pericárdica se assemelha, num indivíduo normal, à
pressão pleural (± 4 mmHg). O efeito hemodinâmico
principal do tamponamento cardíaco é a diminuição do
débito cardíaco, devido à diminuição do volume sistólico
com um aumento na pressão venosa central. Ativação
reflexa simpática é uma resposta compensatória ao
tamponamento cardíaco, com aumento da frequência
cardíaca, da contratilidade e da resistência vascular
sistêmica e consequente aumento do consumo de oxigênio.
Como o volume sistólico permanece relativamente fixo, o
débito cardíaco passa a depender da frequência cardíaca. O
quadro clínico do tamponamento cardíaco agudo
usualmente consta de hipotensão aguda, taquicardia e
taquipneia. Os sinais físicos são distensão jugular, pressão
de pulso arterial estreitada e abafamento de sons cardíacos.
O pulso paradoxal (queda da pressão arterial sistólica
durante a inspiração) geralmente está presente.

Referência:
Morgan GE, Mikhail MS, Murray MJ – Anesthesia for
Cardiovascular Surgery, in: Clinical Anesthesiology, 3rd ed,
New York, Lange Medical Books/Mc Graw-Hill, 2002;433-
474.
Ponto 19 - Recuperação Pós-Anestésica 56

Ponto 19 - Recuperação Pós-Anestésica Comentário: As três primeiras alternativas são causas de


hipoxemia no pós-operatório. O shunt pulmonar direit-
esquerdo (e não o esquerdo-direito) é a maior causa de
19.1. Organização da unidade de recuperação pós- hipoxemia.
anestésica 19.2. Regressão da anestesia: parâmetros
de avaliação e monitorização dos sinais vitais 19.3. Referência:
Condições e critérios para a remoção do paciente da Feeley TW, Macario A, em: Miller RD – Anesthesia, 5th Ed,
sala de cirurgia para a sala de recuperação 19.4. New York, Churchill-Livingstone, 2000;2309
Complicações no período pós-anestésico imediato
19.5. Critérios de alta da sala de recuperação

(2003 - S23) No pós-operatório a hipotermia


acompanhada de tremores causa:

A) diminuição da produção de CO2


B) hipocapnia
C) maior biodegradação de fármacos
D) aumento da saturação venosa mista de O2
E) aumento do consumo de O2

Resposta: E

Comentário: No pós-operatório, a hipotermia acompanhada


de tremores pode causar aumento de produção de CO2,
hipercapnia e aumento do consumo de O2. Há redução da
biodegradação dos fármacos usados durante a anestesia e a
recuperação pós-anestésica torna-se mais prolongada.
Existe também diminuição da saturação venosa mista de O 2.

Referência:
Cardoso AR – Recuperação Pós-Anestésica, em: Yamashita
AM, Takaoka F, Auler Jr JOC et al – Anestesiologia SAESP,
5ª Ed, Atheneu, 2001;1134-1136

(2003 - S24) Causa mais importante de hipotermia no pós-


operatório imediato:

A) baixa temperatura da sala de cirurgia


B) exposição prolongada durante a cirurgia
C) administração de grande quantidade de líquidos frios
D) administração de anestésicos inalatórios frios não
umidificados
E) redistribuição de calor do compartimento central para o
periférico

Resposta: E

Comentário: Todos os itens acima podem causar hipotermia


no período pós-operatório, sendo o mais significativo a
redistribuição de calor do compartimento central para o
periférico.

Referência:
Morgan E – Clinical Anesthesiology, 3rd Ed, California,
McGraw-Hill, 2003;941

(2003 - M49) Causa(s) de hipoxemia no pós-operatório:

1- curarização residual
2- relação ventilação/perfusão diminuída
3- hipoventilação
4- shunt intrapulmonar esquerdo-direito.

Resposta: A
R2 57

R2
Ponto 20 – Metodologia Científica 58

Ponto 20 – Metodologia Científica Oliva Filho AL – Elementos de estatística. Rev Bras


Anestesiol, 1990;40:119-132
20.1. Planejamento da Pesquisa 20.2. Protocolo de Cremonesi E – Metodologia de Pesquisa Científica, em:
Pesquisa 20.3. Pesquisa no Homem e no Animal Yamashita AM, Takaoka F, Auler Jr JOC, et al –
20.3.1. Normas Legais (Código de Helsinki, Legislação Anestesiologia SAESP, 5ª Ed, Atheneu, 2001;31-47.
Federal) 20.3.1.1. Consentimento livre e esclarecido
20.4. Fontes de financiamento 20.5. Tipos de
publicação. Indexação 20.6. Estatística aplicada à
Medicina 20.6.1.Testes paramétricos e não
paramétricos. Indicações e interpretação 20.6.2. Erro
estatístico tipo I e tipo II 20.6.3. Tamanho do efeito.
Estimativa e interpretação 20.6.4. Representações
gráficas

(2003 - S02) Na análise de um estudo estatístico, quando


o p < 0,05, significa que os fenômenos ocorrem:

A) com a freqüência de 0,05 em 100


B) com menor freqüência que uma vez em 20
C) com maior freqüência que uma vez em 100
D) com a freqüência de 50%
E) com a freqüência de 0,05%.
Resposta: B

Comentário: A probabilidade é definida como o número de


vezes que um evento pode ocorrer em relação ao número
total de eventos. Os estatísticos aceitam como significativo
todos os fenômenos que ocorrem com menor frequência do
que uma vez em 20 (p < 0,05).

Referência:
Cremonesi E – Metodologia da Pesquisa Científica, em:
Yamashita AM, Takaoka F, Auler Jr JOC et al –
Anestesiologia SAESP, 5ª Ed, São Paulo, Atheneu, 2001; 31-
47

QUESTÕES DO TIPO M MARQUE:


LETRA A, SE SOMENTE 1, 2 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA B, SE SOMENTE 1 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA C, SE SOMENTE 2 E 4 SÃO CORRETAS
LETRA D, SE SOMENTE 4 É CORRETA
LETRA E, SE TODAS SÃO CORRETAS

(2003 - M27) Sobre as medidas da tendência central em


estatística descritiva:

1- moda é o valor mais frequente encontrado


2- a média geométrica pode ser usada para cálculo da
tendência central
3- moda, mediana e média tendem a se igualar em grandes
amostras, com distribuição normal
4- mediana corresponde à soma de todos os valores dividida
pelo número de elementos da amostra

Resposta: A

Comentário: Denomina-se moda o valor mais frequente


encontrado para o parâmetro estudado. Mediana é o valor
que, na distribuição, tem metade das demais frequências à
sua esquerda (menores) e a outra metade à sua direita
(maiores). A média é que corresponde à soma de todos os
valores encontrados dividida pelo número de elementos da
amostra (média aritmética). A média geométrica também
pode ser usada para cálculo da tendência central,
principalmente quando os valores são apresentados em
notação científica, com expoentes positivos ou negativos.
Para obtê-la, extrai-se a raiz enésima do produto dos n
valores.

Referências:
Ponto 21 – Monitorização 59

Ponto 21 – Monitorização

21.1. Uso clínico da monitorização: 21.1.1


cardiovascular 21.1.2. Respiratória 21.1.5. da
temperatura corporal 21.1.6. do Sistema Nervoso
Central e Periférico

QUESTÕES DO TIPO M MARQUE:


LETRA A, SE SOMENTE 1, 2 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA B, SE SOMENTE 1 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA C, SE SOMENTE 2 E 4 SÃO CORRETAS
LETRA D, SE SOMENTE 4 É CORRETA
LETRA E, SE TODAS SÃO CORRETAS

(2003 - M41) Com relação à perda de calor corporal, em


paciente na sala de cirurgia:

1- radiação é o principal mecanismo


2- condução é proporcional à diferença de temperatura entre
duas superfícies adjacentes
3- convecção é proporcional à raiz quadrada da velocidade
do ar
4- a condução é responsável por 90% das perdas de calor.

Resposta: A

Comentário: Numa sala de cirurgia, o paciente pode perder


calor corporal por convecção, radiação, condução e
evaporação. Embora qualquer dos mecanismos seja num
determinado momento significativo, admite-se que a principal
perda ocorre por radiação. A convecção é o segundo
mecanismo de perda de calor e é proporcional à raiz
quadrada da velocidade do ar próxima ao paciente. A
condução é proporcional à diferença de temperatura entre
duas superfícies adjacentes. Esta perda é pouco significativa
porque o paciente sempre fica sobre um colchão isolante na
mesa de cirurgia.

Referência:
Sessler DI – Temperature Monitoring, em: Miller RD –
Anesthesia, 5th ED, New York, Churchill Livingstone,
2000;1372
Ponto 22 – Sistemas de Administração de Anestesia Inalatória 60

Ponto 22 – Sistemas de Administração de (2004 – S06) Entre os materiais utilizados na fabricação


de um vaporizador, o que apresenta maior
Anestesia Inalatória condutividade térmica é:

22.1. Física dos gases: conceitos e propriedades A) ar


22.1.1. Cinética, coeficiente de solubilidade 22.1.2. B) vidro
C) alumínio
Leis dos gases 22.2. Gases comprimidos.
D) aço
Armazenamento. Usinas concentradoras 22.3. Fluxos E) plástico
laminar e turbilhonar 22.3.1. Princípio de Venturi
22.3.2. Número de Reynolds e Lei de Poiseuille. Resposta: C DIFÍCIL
Aplicações práticas 22.4. Fluxômetros: tipos e
funcionamento 22.5. Conceito de vapor e pressão de Comentário: Na construção de vaporizadores, duas
vapor 22.5.1. Física da vaporização 22.5.2. Cálculos propriedades físicas são relevantes: calor específico e
da concentração de vapor 22.6. Vaporizadores: tipos e condutividade térmica. O calor específico é definido como a
princípios de funcionamento. Papel da temperatura quantidade de calor necessária para aumentar em um grau
ambiente. 22.7. Sistemas de inalação com e sem °C um grama da substância. A condutividade térmica é a
medida da velocidade com que o calor flui por uma
absorção de dióxido de carbono. Sistemas valvulares
substância. O material ideal para a fabricação de um
e avalvulares. Sistemas de alto e baixo fluxos 22.8. vaporizador deve ter condutividade térmica e calor
Absorvedores de dióxido de carbono: composição, específico altos pois, desta forma troca facilmente calor com
tamanho e características do grânulo 22.8.1. o meio e demora mais para esfriar. A ordem decrescente da
Indicadores e reações químicas 22.8.2. Capacidade e condutividade térmica dos materiais é: cobre> alumínio>
características do recipiente 22.8.3. Cuidados no latão > aço> vidro > plástico>ar.
manuseio e troca do absorvedor de CO2
Referência:
Torres MLA, Mathias RS - Física e Anestesia, em:
Yamashita AM, Takaoka F, Auler Jr JOC et al –
Anestesiologia SAESP, 5a ed, São Paulo, Atheneu,
(2003 - S15) A pressão de vapor de um agente anestésico 2001;51-68.
inalatório:

A) está relacionada à volatilidade do líquido


B) será menor quanto maior for a temperatura (2006 - S21) O ar atmosférico é uma mistura gasosa com
C) é menor do halotano que a do isoflurano concentração de 79,04% de nitrogênio, 20,93% de
D) depende da pressão atmosférica oxigênio e 0,03% de gás carbônico. Ao nível do mar,
E) a pressão máxima é impossível de ser atingida no onde a pressão atmosférica é de 760mmHg, o oxigênio
vaporizador. exerce uma pressão parcial de aproximadamente:

Resposta: A A) 596 mmHg


B) 500 mmHg
Comentário: A pressão de vapor em equilíbrio é a pressão C) 200 mmHg
exercida pela colisão das moléculas do gás contra as paredes D) 760 mmHg
do recipiente. A pressão de vapor de um determinado agente E) 159 mmHg
inalatório é tanto maior quanto maior for a sua volatilidade. O
desflurano tem alta solubilidade e a maior pressão de vapor Resposta: E Nível: Média
(660 mmHg a 20ºC) dentre os anestésicos atualmente em
uso. A pressão de vapor de um anestésico inalatório é Comentário: A lei de Dalton rege que a pressão total é a
constante, depende diretamente da temperatura, podendo soma das pressões parciais. Sendo assim, a pressão
ainda variar com a pressão atmosférica. Segundo a lei de exercida pelo oxigênio é igual ao produto de sua
Dalton, a concentração (c) é igual à pressão de vapor/pressão concentração pela pressão total (pressão atmosférica).
atmosférica. No nível do mar, a concentração do halotano é Portanto, o oxigênio com uma concentração de 20,93% no
243/760 mmHg = 32% e, na Cidade do México, à altura de ar atmosférico exerce uma pressão parcial de 159 mmHg.
2438 metros é de 243/617 mmHg = 39%. Por essa razão, um
vaporizador calibrado para operar no nível do mar libera Referência:
concentrações anestésicas maiores do que as registradas no Fortis EAF, Jegier MA - Física e anestesia inalatória, em:
aparelho em grandes altitudes. A pressão de vapor do Manica J, et al - Anestesiologia Princípios e Técnicas, 3ª Ed,
halotano é maior do que a do isoflurano. A pressão de vapor Porto Alegre, Artmed, 2004;190.
está em equilíbrio com o agente líquido a uma temperatura e
pressão determinadas e é máxima no vaporizador.

Referências:
Thomas J, Ebert and Phillip G, Schmid Ili PG – Physical (2005 - S26) Ao se realizar uma anestesia inalatória
Characteristics of Inhaled Anesthetics, em: Barash, Cullen deve-se ter em mente que:
BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 4th Ed, Philadelphia,
Lippincott Williams, 2000;378-379 A) a concentração alveolar é o espelho da concentração
Torres LMA, Mathias RS – Física e Anestesia, em: Yamashita cerebral
AM, Takaoka F, Auler Jr JOC et al – Anestesiologia SAESP, B) quanto maior o coeficiente de solubilidade de Ostwald,
5ª Ed, São Paulo, Atheneu, 2001;56-62 mais rápidas serão a indução e a recuperação da anestesia
C) segundo a Lei de Henry, a quantidade de gás que se
dissolve em um líquido é inversamente proporcional à
pressão que o gás exerce
Ponto 22 – Sistemas de Administração de Anestesia Inalatória 61

D) a velocidade de difusão do CO2 é independente do seu potência, e inversamente proporcional ao comprimento e à


coeficiente de solubilidade viscosidade.
E) inexiste interferência da concentração e da pressão
parcial exercida por um gás no processo de difusão sem a
interposição de uma membrana permeável.

Resposta: A Nível: Difícil

Comentário: O melhor indicador da pressão parcial


exercida por um agente anestésico no cérebro (quando a
anestesia chega à sua fase de estabilização) é a pressão
Referência:
parcial no gás alveolar. Em função do coeficiente de
Torres MA, Mathias RS. Equipamentos de Anestesia.
solubilidade de Ostwald (l), podem-se distinguir 3 grupos de
Anestesiologia SAESP, 2001;62-64
anestésicos voláteis: pouco solúveis (l < 1), de solubilidade
média (l de 1,1 a 2,5) e de solubilidade alta (l > 2,6). Quanto
mais baixo é o coeficiente de solubilidade de Ostwald, mais
(2004 - M34) Com relação ao fluxo laminar:
rápidas resultam a indução e a recuperação da anestesia. A
quantidade de gás que se dissolve em um líquido é
1- obedece à lei de Poisseuille
diretamente proporcional à pressão que o gás exerce (Lei de
2- é inversamente proporcional à viscosidade do fluído
Henry) e inversamente proporcional à temperatura do
3- quanto menor o calibre do tubo, maior o gradiente de
líquido. É preciso evitar confusão entre velocidade de
pressão
difusão e coeficiente de difusibilidade. Embora o coeficiente
4- ocorre através de um orifício
de difusibilidade do CO2 seja de 20 (ou seja, o CO2 é 20
vezes mais difusível que o O2), a velocidade de difusão de
Resposta: A Nível: DIFÍCIL
ambos depende ainda de outros fatores, com: a diferença de
pressão parcial (DP) dos dois gases em ambos os lados da
Comentário: O fluxo de um fluído através de uma tubulação
membrana alveolar e o peso molecular de cada um. Devido
ou de um orifício pode ter característica laminar ou
a estes fatores, a velocidade de difusão do O2 é 1,2 vezes
turbilhonar, dependendo de fatores que interferem com a
mais rápida. Chama-se difusão à migração espontânea, de
resistência ao seu trajeto e do gradiente de pressão
um gás, do local de maior concentração para o de menor
necessário para gerá-lo ou mantê-lo num determinada
concentração, exista ou não a interposição de uma
magnitude. O fluxo laminar tem correntes contínuas,
membrana permeável. Em uma mistura gasosa, o processo
uniformes e paralelas, sem turbulência e obedece à lei de
de difusão depende da pressão parcial exercida pelo gás.
Poiseuille. É diretamente proporcional à quarta potência do
raio e ao gradiente de pressão e inversamente proporcional
Referência:
à viscosidade do fluido. Em um orifício, a velocidade é alta e
Fortis EAF, Jegier MA – Física e anestesia inalatória, em:
o padrão de fluxo é turbilhonar.
Manica J, et al - Anestesiologia Princípios e Técnicas, 3ª Ed,
Porto Alegre, Artmed, 2004;211 -212.
Referência:
Torres MLA, Mathias RS – Física e Anestesia, em:
Yamashita AM, Takoaka F, Alves Jr JOC, et al –
Anestesiologia SAESP, 5a Ed, São Paulo, Editora Atheneu,
QUESTÕES DO TIPO M MARQUE: 2001;51-68.
LETRA A, SE SOMENTE 1, 2 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA B, SE SOMENTE 1 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA C, SE SOMENTE 2 E 4 SÃO CORRETAS
LETRA D, SE SOMENTE 4 É CORRETA
LETRA E, SE TODAS SÃO CORRETAS (2005 - M49) A intoxicação por monóxido de carbono
(CO), durante anestesia inalatória, está associada ao(à):
(2003 - M40) Em relação a fluxo:
1- desidratação do absorvedor de CO2
1- o laminar é diretamente proporcional à viscosidade do 2- tabagismo
fluido, enquanto o fluxo turbilhonar é diretamente 3- baixo fluxo de gases frescos
proporcional à densidade 4- baixa temperatura do absorvedor de CO2
2- o turbilhonar é encontrado após estreitamento ou
acotovelamento de um tubo e é diretamente proporcional ao Resposta: B Nível: Média
comprimento do mesmo
3- o turbilhonar é encontrado em baixas velocidades de fluxo Comentário: A interação entre anestésicos halogenados e o
4- a lei de Poiseuille é aplicada ao fluxo laminar absorvedor de CO2 propicia produção de CO. O baixo fluxo
de gases frescos durante a anestesia e, principalmente, a
Resposta: D desidratação do absorvedor são fatores que concorrem para
a maior produção de CO. Outros fatores são: tipo do agente
Comentário: O fluxo turbilhonar é encontrado em altas halogenado (desflurano>sevoflurano), alta temperatura, tipo
velocidades de fluxo, acotovelamento e estreitamento de um de absorvedor (cal baritada>cal sodada) e concentração
tubo, e é inversamente proporcional à densidade do fluido. anestésica.
Ele é diretamente proporcional à raiz quadrada do produto da
pressão pelo raio, e inversamente proporcional ao produto da Referência:
densidade pelo comprimento. Sendo assim, deve ser evitado Andrews JJ, Brockwell RC - Delivery Systems for Inhaled
nas vias aéreas do paciente porque ao dobrarmos o fluxo, a Anesthetics, in: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK -
pressão quadruplica. A lei de Poiseuille aplica-se somente Clinical Anesthesia, 4th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams
aos fluxos laminares. O fluxo laminar é diretamente & Wilkins, 2001;583.
proporcional ao produto da pressão pelo raio elevado à quarta
Ponto 22 – Sistemas de Administração de Anestesia Inalatória 62

Nociti JR Farmacodinâmica dos anestésicos inalatórios, em:


Manica J Anestesiologia: Princípios e Técnicas, 3ª Ed, Porto
Alegre, Artmed, 2004;552-553.

(2005 - M50) Constituintes do absorvedor do dióxido de


carbono denominado cal de hidróxido de cálcio
(Amsorb):

1- cloreto de cálcio
2- polivinilpirrolidina
3- sulfato de cálcio
4- hidróxidos de sódio e potássio

Resposta: A Nível: Média

Comentário: A cal de hidróxido de cálcio é constituída de


hidróxido de cálcio, cloreto de cálcio, sulfato de cálcio e
polivinilpirrolidina. Estes dois últimos componentes
aumentam a consistência e a porosidade do agente. A
vantagem mais significativa da cal de hidróxido de cálcio
sobre os outros absorvedores de CO2 é a ausência dos
hidróxidos de sódio e potássio. Estes últimos são
responsáveis pela produção de monóxido de carbono e da
substância nefrotóxica, conhecida como composto A.

Referência:
Brockwell RC, Andrews JJ Inhaled anesthestic delivery
systems, in: Miller RD, Miller s Anesthesia, 6th Ed, San
Francisco, Elsevier Churchill Livingstone, 2005;273-316.
Ponto 23 – Anestesia Inalatória 63

Ponto 23 – Anestesia Inalatória Ebert TJ, Schmid III PG – Inhalation Anesthesia, em: Barash
PG, Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 4th Ed,
Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001;389-399
23.2. Mecanismos de ação da anestesia Inalatória:
teorias 23.3. Avaliação clínica dos níveis de anestesia
23.4. Técnicas de administração 23.5. Indicações e
contraindicações 23.6. Complicações: diagnóstico,
prevenção e tratamento

QUESTÕES DO TIPO M MARQUE:


LETRA A, SE SOMENTE 1, 2 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA B, SE SOMENTE 1 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA C, SE SOMENTE 2 E 4 SÃO CORRETAS
LETRA D, SE SOMENTE 4 É CORRETA
LETRA E, SE TODAS SÃO CORRETAS

(2003 - M42) Acelera(m) a indução inalatória:

1- débito cardíaco elevado


2- uso de sistema respiratório com reinalação
3- maior coeficiente sangue/gás do agente
4- diferença alvéolo-venosa próxima a zero.

Resposta: C

Comentário: A indução anestésica rápida implica em atingir-


se mais rapidamente o equilíbrio entre a fração inspirada e a
fração alveolar. Este equilíbrio é inversamente proporcional à
captação alveolar. Os fatores que aumentam a captação
alveolar são: aumento do débito cardíaco, maior solubilidade
do anestésico, aumento da diferença alvéolo-venosa do gás
anestésico (PA-Pv). Pode-se acelerar a indução dos agentes
mais solúveis como o halotano aumentando-se a fração
inspirada que vai chegar ao alvéolo.

Referência:
Eger IE – Uptake and Distribution, em: Miller RD – Anesthesia,
5th Ed, New York, Churchill Livingstone, 2000;74

(2003 - M43) Na anestesia inalatória em ventilação


espontânea:

1- a PaCO2 aumenta
2- em todos os planos da anestesia, o estímulo cirúrgico
diminui os níveis tensionais da PaCO2
3- na manutenção da ventilação, o componente diafragmático
é mais importante que o intercostal
4- concentrações subanestésicas (0,1 CAM) de sevoflurano e
desflurano deprimem profundamente a resposta à hipóxia.

Resposta: B

Comentário: Na anestesia inalatória de um paciente com


respiração espontânea, algumas implicações clínicas
acontecerão: elevação da PaCO2 em nível acima do normal,
dependendo da concentração anestésica. Com o estímulo
cirúrgico, a PaCO2 diminuirá de 4 a 5 mmHg, dependendo do
nível da anestesia. Na manutenção da anestesia, cerca de
40% do trabalho muscular da respiração é dependente dos
músculos intercostais e aproximadamente 60% é do
diafragma. Concentrações subanestésicas (0,1 CAM) dos
anestésicos inalatórios, exceto desflurano e sevoflurano,
deprimem profundamente a resposta à hipóxia, que pode
persistir na sala de recuperação pós-anestésica.

Referência:
Ponto 24 – Anestesia Venosa 64

Ponto 24 – Anestesia Venosa

24.2. Indicações e contraindicações 24.3. Técnicas de


administração 24.3.1. Anestesia venosa balanceada
24.3.2. Anestesia venosa total 24.3.3. Anestesia alvo-
controlada 24.4. Complicações

(2004 - S15) Característica (s) da anestesia venosa total:

A) os ajustes das concentrações de hipnóticos e analgésicos


devem ser simultâneos
B) os fármacos têm suas doses ajustadas de acordo com
resposta aos estímulos cirúrgicos
C) contraindicada sem bomba de infusão
D) término da ação dos fármacos é obtido por reversão
farmacológica
E) avaliação clínica do grau de profundidade da anestesia é
fácil

Resposta: B Nível: MÉDIA

Comentário: A anestesia venosa total tem como importante


característica a administração de fármacos de maneira
concentração-dependente, sendo regulada de acordo com
as necessidades de cada um deles em relação aos
estímulos cirúrgicos do tipo somático, sensitivo e autônomo.
A dificuldade de avaliação clínica da profundidade da
anestesia deve-se às limitações das variações de pressão
arterial e frequência cardíaca em retratarem adequacidade
da hipnose e da analgesia. A anestesia venosa, quando de
curta duração pode ser realizada com doses únicas ou
intermitentes. O término da atividade farmacológica dos
agentes se dá mais frequentemente por redistribuição do
que por metabolismo e excreção. A reversão dos fármacos é
uma situação de exceção para suspender ações clínicas
indesejáveis.

Referência:
Duval Neto, GF. Anestesia Venosa, em: Manica J.
Anestesiologia Princípios e Técnicas. 3ª Ed, Porto Alegre,
Artmed, 2004; 598-620.
Ponto 25 – Bloqueios Periféricos 65

Ponto 25 – Bloqueios Periféricos delas durante a injeção pode indicar injeção intraneural, o que
pode vir a causar neuropatias. A incidência de tais
complicações pode ser reduzida pelo uso de agulhas de bisel
25.1.Anatomia, técnicas, indicações, contra-indicações curto e considera-se prematura a proposta de abandonar as
e complicações dos bloqueios somáticos: 25.1.1. técnicas baseadas em parestesias. O uso de estimulador de
Cabeça 25.1.2. Pescoço 25.1.3. Tronco 25.1.4. nervo pode auxiliar bastante a realização de bloqueios
Membros inferiores 25.1.5. Membros superiores 25.2. periféricos, principalmente em pacientes não cooperativos ou
Anestesia venosa regional (Bloqueio de Bier) 25.3. muito sedados. A ausência de contato direto com o nervo
Técnicas para localização de nervos periféricos pode estar associada com redução na incidência de
complicações, mas não a elimina. Pela necessidade de
familiarização com a técnica, não se tem demonstrado maior
índice de sucesso de bloqueios no quais de utiliza estimulador
(2003 - S21) Característica anatômica importante na
de nervo.
realização de bloqueio de nervos intercostais:
A) os nervos intercostais suprem somente áreas torácicas
Referências:
B) os nervos intercostais correm no bordo superior da costela
Pollock JE – How to Make Regional Anesthesia Work, em:
C) cada nervo intercostal dá um ramo cutâneo lateral
Schwartz AJ – ASA Refresher Courses in Anesthesiology,
D) a inervação intercostal dirige-se da coluna vertebral até a
Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001;29:203-212
linha mamilar
Mulroy MF – Peripheral Nerve Blockade, em: Barash PG,
E) a parede abdominal é facilmente anestesiada quando se
Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 4th Ed,
bloqueia dois nervos intercostais adjacentes.
Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001;715
Resposta: C

Comentário: Os nervos intercostais suprem o tórax e o


abdômen. Correndo abaixo das costelas, eles apresentam um
ramo cutâneo lateral que emerge próximo à linha axilar média
e um ramo cutâneo anterior próximo ao esterno. Para
cirurgias da parede abdominal, seis a oito nervos intercostais
inferiores devem ser anestesiados, mas geralmente algum
grau de complementação deve ser instituída.

Referências:
Mulroy MF – Peripheral Nerve Blockade, em: Barash PG,
Cullen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 4th Ed,
Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2001;729-732
Thompson GE, Moore DC – Celiac Plexus, Intercostal, and
Minor Peripheral Blockade, em: Cousins MJ, Bridenbaugh PO
– Neural Blockade in Clinical Anesthesia and Management of
Pain, 2nd Ed, Philadelphia, J.B. Lippincott, 1988;503
Wedel DJ – Nerve Blocks, em: Miller RD – Anesthesia 5th Ed,
Philadelphia, Churchill Livingstone 2000;1543-1544.

QUESTÕES DO TIPO M MARQUE:


LETRA A, SE SOMENTE 1, 2 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA B, SE SOMENTE 1 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA C, SE SOMENTE 2 E 4 SÃO CORRETAS
LETRA D, SE SOMENTE 4 É CORRETA
LETRA E, SE TODAS SÃO CORRETAS

(2003 - M47) Quanto aos métodos de localização de


nervos periféricos visando bloqueios anestésicos:

1- técnicas que se baseiam na proximidade de nervos com


pontos de referência confiáveis, como relevo ósseo e
pulsação arterial, costumam ser de mais fácil realização
2- técnicas baseadas na busca de parestesias podem
provocar lesão neurológica
3- em programas de treinamento, o uso de estimulador deve
ser incentivado
4- queixa de dor à injeção do anestésico local é sinal de ótima
localização da ponta da agulha

Resposta: A

Comentário: Bloqueios anestésicos como o axilar, o de


nervos intercostais, o ulnar e o femoral são de fácil
aprendizado por se basearem em pontos de referência
confiáveis. Outros nervos demandam a utilização de artifícios
para o correto posicionamento da agulha. Parestesias são
sinais tradicionais de boa localização, mas a persistência
Ponto 26 – Equilíbrio Hidroeletrolítico e Ácido Base 66

Ponto 26 – Equilíbrio Hidroeletrolítico e


Ácido Base

26.1.1. Distribuição da água corporal e eletrólitos


26.1.2. Conceito de osmolaridade e pressão osmótica
26.1.3. Metabolismo da água, do sódio e do potássio
26.1.3.1. Regulação do volume intra e extravascular
26.1.3.2. Hormônio antidiurético e aldosterona 26.1.4.
Disfunções hídricas e eletrolíticas 26.1.4.1.
Fisiopatologia e aspectos clínicos 26.2.1. Conceito de
ácido e base. O pH. Equação de Henderson-
Hasselbach 26.2.2. Sistemas tampão: conceito e
fisiologia dos tampões orgânicos 26.2.3. Acidose e
Alcalose: metabólica e respiratória. Homeostasia
26.2.4. Regulação renal e pulmonar do equilíbrio
acidobásico 26.2.5. Gasimetria. nomogramas 26.2.6.
Tratamento dos desequilíbrios acido-base 26.3.
Metabolismo energético 26.3.1.Transformações
energéticas: carbohidratos, proteínas e gorduras.
Equilíbrio energético. Avaliação do metabolismo
Ponto 27 - Reposição Volêmica e Transfusão 67

Ponto 27 - Reposição Volêmica e


Transfusão
27.3. Hemoterapia 27.3.1.Reposição de sangue total e
frações, indicações, cuidados e complicações
27.3.2.Grupos e compatibilidade sanguínea
27.3.3.Doenças transmissíveis pelo sangue
27.3.4.Sangue estocado: tipos e alterações
27.4.Expansores plasmáticos e carreadores de
oxigênio
27.5. Soluções cristalódes 27.6. Alternativas à
transfusão heteróloga.
Ponto 28 - Hemostasia e Anticoagulação 68

Ponto 28 - Hemostasia e Anticoagulação

28.1. Mecanismo de coagulação sanguínea 28.2.


Provas laboratoriais e sua interpretação 28.3.
Hemostáticos, anticoagulantes e seus antagonistas.
Farmacologia. Complicações do uso. Interações com
outros fármacos 28.4. Anemias. Hemofilia.
Hipoprotrombinemia. Trombocitopenia 28.5.
Coagulopatias dilucionais. Fibrinólise e coagulação
intravascular disseminada. 28.6. Conduta terapêutica
e implicações na anestesia

QUESTÕES DO TIPO M MARQUE:


LETRA A, SE SOMENTE 1, 2 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA B, SE SOMENTE 1 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA C, SE SOMENTE 2 E 4 SÃO CORRETAS
LETRA D, SE SOMENTE 4 É CORRETA
LETRA E, SE TODAS SÃO CORRETAS

(2003 - M34) Fator(es) de coagulação produzido(s) no


fígado:
1- VIIIc
2- I
3- VIII-vWF
4- II

Resposta: E

Comentário: O fígado é responsável pela manutenção do


processo de coagulação normal, pois regula a produção de
plaquetas e sintetiza todos os fatores de coagulação. O
fibrinogênio (fator I) e a protrombina (fator II) são sintetizados
pelo fígado.

Referências:
Mushlin OS, Gelman S – Anesthesia and the Liver, em Barash
PG, CUlen BF, Stoelting RK – Clinical Anesthesia, 4th Ed,
Philadelphia, Lippincott-Raven, 2001;1071
Guyton A, Hall JE – Textbook of Medical Physiology, 9th Ed,
Philadelphia, WB Saunders Co, 1996;465-470
Ponto 29 - Fisiologia e Farmacologia do Sistema Urinário 69

Ponto 29 - Fisiologia e Farmacologia do diminuição do número de néfrons impede tanto a


concentração como a diluição da urina, resultando em
Sistema Urinário expansão do líquido extracelular. A hiponatremia ocorre, em
parte, porque a expansão do líquido extracelular estimula a
29.1. Anatomia e fisiologia 29.1.1. Filtração glomerular natriurese e ocasiona perda obrigatória de sódio. A
29.1.2. Reabsorção e secreção tubular 29.1.3. incapacidade para excretar ácidos tituláveis resulta em
acidose metabólica. A hipertensão arterial devida à expansão
Depuração plasmática 29.1.4. Mecanismos de
do líquido extracelular, a fatores autonômicos e ao aumento
concentração e diluição, excreção de líquidos e outras da atividade do sistema renina-angiotensina, é um achado
substâncias 29.2. Circulação renal 29.3. Sistema praticamente universal nestes pacientes.
renina-angiotensina-aldosterona 29.4. Fisiopatologia,
diagnóstico e tratamento da insuficiência renal aguda Referência:
29.5. Diálise: implicações anestésicas 29.6. Diuréticos: Monk TG, Weldon BC – The Renal System and Anesthesia
farmacologia 29.7. Proteção renal for Urologic Surgery, em: Barash PG. Cullen BF, Stoelting RK
– Clinical Anesthesia, 4th Ed, Philadelphia, Lippincott-Raven,
2001;1010-1011

QUESTÕES DO TIPO M MARQUE:


LETRA A, SE SOMENTE 1, 2 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA B, SE SOMENTE 1 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA C, SE SOMENTE 2 E 4 SÃO CORRETAS
LETRA D, SE SOMENTE 4 É CORRETA
LETRA E, SE TODAS SÃO CORRETAS

(2003 - M32) Com relação ao sistema urinário:

1- baixo débito urinário no período perioperatório não prediz


a função renal pós-operatória, se for mantida a volemia
2- o fluxo sanguíneo renal corresponde a 20% - 25% do débito
cardíaco em repouso
3- em pacientes bem hidratados com função renal normal, as
prostaglandinas não desempenham papel na regulação do
fluxo sanguíneo renal
4- a taxa normal de filtração glomerular de um adulto é de 60
ml.min-1.

Resposta: A

Comentário: Os rins têm uma grande oferta de sangue,


recebendo 20 a 25% do débito cardíaco, apesar de
representar apenas 0,5% do peso corporal total. Débito
urinário perioperatório não se correlaciona com mudanças
pós-operatórias da função renal como refletida pela creatinina
plasmática. As prostaglandinas têm ação renovascular
tubular, que é importante na resposta renal À isquemia. Em
pacientes hígidos, não são importantes as suas ações. A taxa
de filtração glomerular normal é de 125 ml.min-1. Pacientes
que apresentam valores de taxa de filtração glomerular de 60
ml.min-1 são classificados como tendo reserva renal
diminuída.

Referência:
Stoelting RK – Pharmacology & Physiology in Anesthetic
Practice, 3rd Ed, Philadelphia, Lippincott-Raven, 1999;722-
735

(2003 - M33) Característica da síndrome urêmica no


paciente com insuficiência renal crônica:

1- expansão do líquido extracelular


2- hipernatremia
3- acidose metabólica
4- hipotensão arterial

Resposta: B

Comentário: A síndrome urêmica resulta da incapacidade


dos rins para executar suas duas principais funções: a
regulação de volume/composição do líquido extracelular e a
excreção de produtos deletérios para o organismo. A
Ponto 30 – Anestesia em Urologia 70

Ponto 30 – Anestesia em Urologia


30.1. Ação de agentes e técnicas anestésicas sobre o
rim 30.2. Anestesia para o paciente com Insuficiência
renal crônica 30.3. Anestesia para procedimentos
cirúrgicos urológicos 30.4. Anestesia para
procedimentos endoscópicos, laparoscópicos e
robóticos. 30.5. Anestesia para litotripsia
extracorpórea e nefrolitotripsia percutânea.

(2003 - S07) Desvantagem da solução de glicina a 1,5%


como líquido de irrigação na ressecção transuretral da
próstata (RTU):

A) diminuição da concentração de amônia sangüínea


B) hiperglicemia
C) acidose metabólica
D) desidratação e hiperosmolaridade sangüínea
E) distúrbios visuais transitórios

Resposta: E

Comentário: O líquido de irrigação ideal em ressecção


transuretral da próstata deve ser isotônico e não-hemolítico
quando absorvido. Além disso, deve ser não-eletrolítico,
transparente, não-metabolizado, atóxico, rapidamente
excretado e de baixo custo. Solutos como sorbitol, manitol,
glicina, ureia e glicose têm sido adicionados à água para fazer
a osmolaridade do líquido de irrigação próxima à do plasma.
O anestesiologista deve estar atento para possíveis
complicações perioperatórias resultantes da absorção do
líquido de irrigação. Assim, a ureia pode provocar aumento do
nitrogênio ureico sanguíneo. O sorbitol é metabolizado a
frutose e pode produzir hiperglicemia; pode também ser
convertido am lactato e ocasionar acidose metabólica. A
glicose pode levar às mesma complicações do sorbitol. O
manitol, um diurético osmótico, pode levar à desidratação e
hiperosmolaridade quando absorvido em grandes
quantidades. Distúrbios visuais, incluindo visão embaçada e
cegueira transitória têm sido observados após o uso de
glicina. Diminuição do estado de alerta e coma, secundário ao
aumento da amônia plasmática têm sido relatados após RTU,
na qual a solução de glicina foi usada como solução de
irrigação. Tem sido observado hiperoxalúria, com risco de
deposição de oxalato de cálcio nos rins, em associação com
irrigação de glicina a 1,5%.

Referência:
Monk TG, Weldon BC – The Renal System and Anesthesia
for Urologic Surgery, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK
– Clinical Anesthesia, 4th Ed, Philadelphia, Lippincott Williams
& Wilkins, 2001; 1018-1019
Ponto 31 – Anestesia em Obstetrícia 71

Ponto 31 – Anestesia em Obstetrícia


31.1. Adaptações fisiológicas da gravidez e
implicações na anestesia 31.2. Circulação
uteroplacentária: fluxo sangüíneo uterino, função
placentária, troca de gases, transferência placentária
dos agentes anestésicos e efeitos dos agentes
anestésicos no fluxo sangüíneo uterino 31.3. Fisiologia
da dor do trabalho de parto 31.5. Analgesia para o
parto normal 31.5.1. Técnicas, indicações, contra-
indicações e complicações 31.5.2. Efeitos de técnicas
e agentes anestésicos sobre a evolução do trabalho
de parto 31.6. Anestesia para cesariana 31.6.1.
Técnicas, cuidados e complicações 31.7. Anestesia na
gestação de alto risco 31.7.1. Doenças específicas da
gestação 31.7.2. Doenças associadas 31.8. Anestesia
nas urgências obstétricas 31.9. Anestesia para
intercorrências não-obstétricas durante a gravidez
31.10 Uterotônicos e vasopressores 31.11. Anestesia
para cirurgias fetais
Ponto 32 – Anestesia em Ortopedia 72

Ponto 32 – Anestesia em Ortopedia


32.1. Técnicas, cuidados, indicações e complicações
32.1.1. Cirurgia de quadril, joelho e ombro: fraturas,
artroplastias e artroscopias 32.1.3. Cirurgia de coluna
32.1.4. Outras cirurgias de membros Grandes
próteses
Ponto 33 - Anestesia para Cirurgia Abdominal 73

Ponto 33 - Anestesia para Cirurgia


Abdominal

33.1. Técnicas e agentes anestésicos: ação sobre o


funcionamento do sistema digestivo 33.2. Anestesia
para correção dos defeitos da parede abdominal 33.3.
Anestesia em pacientes com malformações digestivas
congênitas ou adquiridas 33.4. Anestesia em
pacientes portadores de doenças sistêmicas com
repercussões digestivas ou abdominais, com
distúrbios da absorção e/ou metabolismo 33.5.
Anestesias para cirurgias abdominais complexas 33.6.
Cirurgia bariátrica 33.6.1. Fisiopatologia da obesidade
33.6.2. Técnicas, indicações, contra-indicações e
complicações 33.7. Anestesia para procedimentos
videolaparoscópicos
Ponto 34 - Anestesia para Otorrinolaringologia 74

Ponto 34 - Anestesia para


Otorrinolaringologia
34.1. Cirurgia do nariz e da faringe 34.2. Cirurgia do
ouvido 34.3. Cirurgia da laringe 34.3.1. Trauma de
laringe 34.3.2. Laringectomia total 34.3.3. Cirurgia com
laser
Ponto 35 - Anestesia para Oftalmologia 75

Ponto 35 - Anestesia para Oftalmologia


35.1. Anatomia e fisiologia do olho 35.2. Fatores que
modificam a Pressão intra-ocular (PIO) 35.3. Reflexo
oculocardíaco: fisiopatologia, fatores predisponentes,
complicações, prevenção e tratamento 35.4. Técnicas
anestésicas. Indicações, contra-indicações e
complicações 35.5. Anestesia no paciente com lesão
penetrante do globo ocular
Ponto 36 – Anestesia Ambulatorial 76

Ponto 36 – Anestesia Ambulatorial

36.1. Conceito e organização da unidade ambulatorial.


Normas legais 36.2. Critérios de seleção 36.4.
Técnicas anestésicas 36.5. Causas de retardo de alta
e reinternação 36.6. Critérios de alta
R3 77

R3
Ponto 37 - Anestesia e Sistema Endócrino 78

Ponto 37 - Anestesia e Sistema Endócrino


37.1. Estresse anestésico-cirúrgico na função do
eixo hipotálamo-hipofisário e hipofiso-córtico-
adrenal 37.2. Anestesia e farmacoterapia
esteróide prolongada: mecanismos de ação,
complicações e contra-indicações 37.3.
Anestesia em portador de feocromocitoma e
outras doenças da suprarenal 37.4. Anestesia no
hiper e hipotireoidismo 37.4.1. Complicações da
tireoidectomia 37.4.2. Crise tireotóxica 37.5..
Anestesia no hiper e hipoparatireoidismo 37.6.
Anestesia no diabético e no portador de
insulinoma 37.7. Insulina: indicações, contra-
indicações e complicações
Ponto 38 – Anestesia em Urgências e no Trauma 79

Ponto 38 – Anestesia em Urgências e no


Trauma

38.1. Avaliação e preparo do paciente para


cirurgia de urgência. Prevenção de regurgitação
e aspiração do conteúdo gástrico. Vias aéreas
38.2. Fisiopatologia do politraumatizado 38.3.
Agentes e técnicas anestésicas. Indicações,
complicações 38.4. Anestesia de urgência no
paciente com doenças associadas 38.5.
Anestesia de urgência no paciente crítico 38.6.
Anestesia de urgência no dependente químico.
Interação com agentes anestésicos

QUESTÕES DO TIPO M MARQUE:


LETRA A, SE SOMENTE 1, 2 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA B, SE SOMENTE 1 E 3 SÃO CORRETAS
LETRA C, SE SOMENTE 2 E 4 SÃO CORRETAS
LETRA D, SE SOMENTE 4 É CORRETA
LETRA E, SE TODAS SÃO CORRETAS

(2003 - M37) A metoclopramida:

1- aumenta o tônus do esfíncter esofágico inferior


2- acelera o esvaziamento gástrico
3- pode determinar sintomas extrapiramidais
4- é antagonista do receptor H2

Resposta: A

Comentário: A metoclopramida acelera o esvaziamento sem


alterar o pH. Aumenta o tônus do esfíncter esofágico inferior.
Pode determinar sintomas extrapiramidais por bloqueio de
receptores dopaminérgicos centrais. Não tem efeito sobre os
receptores H2.

Referências:
Stoelting RK – Pharmacology and Physiology in Anesthetic
Practice, Philadelphia, Lippincott-Raven, 1999;447-450
van Vlymen JM, White P – Outpatient Anesthesia, em Miller
RD – Anesthesia, 5th Ed, New York, Churchill-Livingstone,
2000;2222
Ponto 39 - Anestesia para Cirurgia Plástica 80

Ponto 39 - Anestesia para Cirurgia


Plástica
39.1. Anestesia para cirurgia plástica 39.1.1.
Cirurgia estética e reparadora 39.1.1.1. Técnicas,
contra-indicações e complicações 39.1.1.2.
Posicionamento na mesa cirúrgica 39.1.2.
Anestesia para o queimado

Ponto 40 - Anestesia para Buco-Maxilo-


Facial e Odontologia
40.1.Trauma de Face 40.2. Cirurgia ortognática
40.3. Procedimentos odontológicos

Ponto 41 - Anestesia para Cirurgia


Torácica
41.1. Preparo do paciente: gasometria,
espirometria, relação V/Q 41.2. Posicionamento:
alterações hemodinâmicas e ventilatórias 41.3.
Fisiologia do tórax aberto 41.4. Anestesia
monopulmonar 41.4.1. Tubos endobrônquicos e
bloqueio brônquico 41.5. Anestesia para
procedimentos cirúrgicos sobre os pulmões,
brônquios e traqueia 41.6. Complicações pós-
operatórias. Prevenção e tratamento 41.7.
Anestesia para mediastinoscopia e toracoscopia
Ponto 42 - Anestesia e Sistema Cardiovascular 81

Ponto 42 - Anestesia e Sistema


Cardiovascular

42.1. Anestesia no cardiopata para cirurgia não-


cardíaca 42.2. Anestesia para cirurgia cardíaca
42.2.1. Cardiopatias congênitas 42.2.2.
Revascularização do miocárdio 42.2.3. Cirurgias
valvares 42.2.4. Aneurismectomia 42.2.5.
Traumatismo cardíaco 42.3. Circulação
extracorpórea 42.4. Suporte mecânico à
circulação 42.5. Marcapasso e cardioversão 42.6.
Anestesia no laboratório de hemodinâmica 42.7.
Anestesia para cirurgia vascular 42.8. Proteção
miocárdica
Ponto 43 - Anestesia para Neurocirurgia 82

Ponto 43 - Anestesia para Neurocirurgia pré-anestésico 47.5. Monitorização e ventilação


43.1. Fisiologia intracraniana. Edema cerebral. 47.6. Anestesia geral e regional.Técnicas e
Controle da pressão intracraniana 43.2. farmacologia 47.7. Hidratação e reposição 47.8.
Farmacologia dos principais fármacos utilizados Anestesia para as principais malformações e
em anestesia sobre o SNC 43.3. Monitorização, doenças da criança e do neonato 47.9. Analgesia
posicionamento, técnicas anestésicas e pós-operatória
complicações 43.4. Anestesia para
procedimentos supra e infratentoriais 43.5.
Anestesia para cirurgia estereotáxica 43.6.
Anestesia para neurocirurgia pediátrica 43.7. Ponto 48 – Anestesia para Transplantes
Anestesia para procedimentos no laboratório de 48.1. Cuidados com doadores de órgãos 48.2.
Hemodinâmica 43.8.Anestesia para cirurgia da Farmacologia dos imunossupressores 48.3.
Hipófise 43.9. Anestesia para procedimentos Transplante de rim 48.4. Transplante de fígado
neurofuncionais 43.10. Proteção cerebral 48.5. Transplante de coração 48.6. Transplante
de pulmão 48.7. Particularidades do paciente
pediátrico 48.8. Aspectos legais no transplante de
órgãos 48.9. Anestesia no paciente transplantado
Ponto 44 – Hipotermia e Hipotensão
Arterial Induzida
Ponto 49 - Anestesia para Procedimentos
44.1. Hipotermia 44.1.1.Fisiologia da
termorregulação. Alterações fisiopatológicas da fora do Centro Cirúrgico
hipotermia induzida e acidental 44.1.2. 49.1. Avaliação 49.2. Recuperação 49.3.
Hipotermia induzida. Princípios e técnicas. Equipamentos 49.4. Monitorização 49.5.
Controle do paciente. Indicações, contra- Segurança profissional 49.6. Transporte 49.7.
indicações e complicações 44.2. Hipotensão Meios de contraste
arterial 44.2.1. Alterações fisiopatológicas da
hipotensão arterial induzida e acidental 44.2.2.
Hipotensão arterial induzida. Princípios e
técnicas. Controle do paciente. Indicações, Ponto 50 - Dor Aguda e Inflamação
contra-indicações e complicações 50.1. Fisiopatologia 50.2. Avaliação 50.3.
Métodos de tratamento 50.3.1. Drogas 50.3.2.
Técnicas 50.3.3. Analgesia multimodal 50.4.
Serviço de tratamento da dor aguda
Ponto 45 – Choque
45.1. Conceito 45.2. Classificação 45.3.
Fisiopatologia 45.4. Monitorização 45.5.
Tratamento 45.6. Síndrome da resposta
inflamatória sistêmica 45.7. Síndrome da falência
de múltiplos órgãos 45.7.1. Mecanismos 45.7.2.
Tratamento

Ponto 46 – Anestesia em Geriatria


46.1. Fisiologia do envelhecimento 46.2.
Avaliação e preparo pré-operatório do paciente
idoso 46.3. Farmacologia dos agentes
anestésicos no paciente idoso 46.4.Disfunção
cognitiva pós-operatória

Ponto 47 – Anestesia em Pediatria


47.1. Peculiaridades anatômicas e fisiológicas do
recém-nascido e da criança 47.2. Fisiopatologia
fetal e neonatal. Equilíbrio acidobásico e
hidroeletrolítico fetal e neonatal 47.3.
Reanimação Neonatal 47.4. Avaliação e preparo
Ponto 50 - Dor Aguda e Inflamação 83

Ponto 51 - Dor Crônica


51.1.Fisiopatologia 51.2. Classificação das
síndromes dolorosas 51.3. Avaliação 51.4.
Métodos de Tratamento 51.4.1. Analgésicos
sistêmicos 51.4.2. Drogas adjuvantes 51.4.3.
Bloqueios anestésicos 51.4.4 Bloqueios
neurolíticos 51.5. A Clínica de Dor
Ponto 52 - Suporte Ventilatório
52.1. Técnicas. Indicações, repercussões e
complicações 52.2. Ventiladores
Ponto 53 - Qualidade e Segurança em
Anestesia
53.1.Taxonomia 53.2.Indicadores de qualidade:
construção, analise e interpretações 53.3.
Práticas hospitalares baseadas em evidências
53.4. Sistemas de gerenciamento de qualidade
53.5. Acreditação hospitalar
Ponto 54 - Gerenciamento do Centro Cirúrgico
54.1.Gerenciamento da eficiência
54.1.1.Gerenciamento da utilização de salas cirúrgicas
54.1.2. Gerenciamento do serviço de anestesia 54.1.3.
Gerenciamento de sistemas de informação 54.1.4.
Gerenciamento de custos 54.1.5. Gerenciamento de
conflitos 54.1.6.Cuidados e esterilização de material

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