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Como funciona um disco rígido?

Entenda como acontece o processo de gravação e quais as técnicas


utilizadas para aumentar a capacidade de dados desse dispositivo
essencial para o computador.

 Por Felipe Gugelmin


 18 de Janeiro de 2010
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Embora na hora de comprar um computador se dê muita atenção a aspectos como


a placa-mãe, placa de vídeo e quantidade de memória RAM, todos esses
componentes não teriam a menor importância sem a presença do disco rígido.

Afinal, de nada adianta ter poder de processamento se você não possui um local
onde armazenar o sistema operacional ou gravar os diversos softwares e
documentos com que deseja trabalhar. Para isso, a cada dia surgem no mercado
novos modelos com mais espaço disponível, grande velocidade e precisão de
leitura e gravação.

Quem utiliza computadores com frequência já deve ter se perguntado como


funcionam estss componentes e imaginado qual o tipo de tecnologia necessária
para gravar dados.

Provavelmente já devem ter passado pela sua cabeça perguntas como a origem
do nome disco rígido, e como é possível surgirem HDs com cada vez mais
capacidade, sem que para isso seja preciso aumentar as dimensões do
componente.

Para esclarecer essas e mais uma série de dúvidas que você possa ter, neste
artigo o Baixaki vai desvendar os segredos por trás do funcionamento de um disco
rígido.

Por que o nome disco rígido?


O motivo para é simples: os dados são
gravados em discos magnéticos chamados platters, formados por discos
extremamente rígidos que garantem a qualidade de gravação e leitura. A utilização
de materiais duros é necessária para evitar a ocorrência de erros que podem surgir
caso ocorram deformações na superfície.

Os platters são compostos de duas camadas, a primeira chamada de substrato.


Geralmente feita de alumínio, embora existam modelos mais caros que utilizem
vidro como base, esta camada é constituída de um disco polido em salas limpas
(sem a presença de fatores ambientais como pó ou sujeira) para se tornar
perfeitamente plana e espelhada.

O que permite a gravação de dados é uma segunda camada feita de material


magnético, aplicada nos dois lados do substrato polido. Para aplicar esta camada,
nos discos rígidos antigos era utilizada uma técnica chamada eletroplating,
semelhante à eletrólise usada para banhar bijuterias a ouro.

Como o eletroplating não permite obter uma superfície muito uniforme, o que
limitava o espaço de armazenamento disponível, foi desenvolvido o PLA,
tecnologia semelhante à usada para soldar transistores em processadores. Como
a camada magnética possui espessura de somente alguns microns, acima dela há
uma fina camada protetora que evita que pequenos impactos danifiquem o disco
rígido.
A necessidade de utilizar discos totalmente planos vem do fato de a gravação e a
leitura serem feitas a velocidades muito grandes, o que faz com que qualquer
variação na superfície seja fatal para o funcionamento do componente. Os HDs
mais comuns são capazes de alcançar entre 5600 a 7200 rotações por minuto,
embora existam modelos que chegam até os 10000 RPM.

Depois de polidos e já com a camada magnética aplicada, os platters são


montados em um eixo geralmente feito de alumínio, que deve ser sólido o bastante
para evitar qualquer vibração dos discos, mesmo em altas velocidades. O eixo
também passa por um processo de polimento, já que os discos devem ficar
perfeitamente presos e alinhados ao componente.

A maioria dos discos rígidos disponíveis no mercado utiliza múltiplos discos de


gravação e leitura, o que permite aumentar a capacidade do dispositivo. Embora
existam exceções à regra, o mais comum é que cada HD possua quatro discos em
sua composição.

Como são adicionados dados ao HD?


Todo o processo de gravação e leitura dos dados de um disco rígido é feito com a
utilização de cabeças de leitura eletromagnéticas, presas a um braço móvel que
permite o acesso a toda a superfície do disco rígido.

O braço de leitura geralmente é feito de alumínio, pois precisa ser ao mesmo


tempo leve e resistente para suportar a grande velocidade com que os discos
giram. Para coordenar o movimento das cabeças de leitura, os HDs contam com
um dispositivo especial chamado actuador.
Os primeiros discos rígidos utilizavam motores de passo para realizar a
movimentação dos braços e das cabeças de leitura, assim como acontece nos
disquetes. O problema desse método é que, em altas velocidades de rotação, é
muito comum acontecerem desalinhamentos. Além disso, o espaço disponível
também é bastante limitado.

Os discos mais recentes (qualquer HD com mais de 40MB de capacidade) utilizam


um mecanismo chamado voice coil, que trabalha com atração e repulsão
magnética. Esse sistema é muito mais rápido e preciso do que os motores de
rotação, permitindo um melhor aproveitamento da densidade do disco, além de
uma maior velocidade na gravação e leitura de arquivos.

A movimentação do braço do disco rígido é feita através de dois poderosos ímãs


de neodímio, localizados em cada um de seus lados. A passagem de correntes
elétricas de diferentes intensidades faz com que a potência de cada ímã seja
alterada, o que ocasiona a movimentação dos braços e, consequentemente, das
cabeças de leitura.

A gravação e a leitura dos dados são feitas através de minúsculos eletroímãs


presentes nas cabeças de leitura do disco rígido. Compostos de uma bobina de
fios que envolvem um núcleo de ferro, esses ímãs são extremamente precisos, o
que permite a gravação de trilhas medindo centésimos de milímetros.

Como ocorre o processo de gravação?


Durante o processo de gravação,
o campo magnético gerado pelos ímãs presentes nas cabeças faz com que as
moléculas de óxido de ferro presentes na superfície magnética dos discos se
reorganizem, alinhando os pólos negativos delas com os pólos positivos da
cabeça. Da mesma forma, os pólos positivos se alinham com os pólos negativos.

Os eletroímãs presentes nas cabeças de leitura e gravação podem ter sua


polaridade alternada constantemente, o que permite variar livremente as moléculas
da superfície magnética do disco rígido. Conforme a direção de cada pólo, obtém-
se um bit interpretado como 1 ou 0 pelo computador.

Na hora de ler os dados gravados, a cabeça de leitura capta o campo magnético


gerado pelas moléculas alinhadas: a variação dos sinais magnéticos positivos e
negativos gera uma corrente elétrica transmitida para a bobina de fios presentes
na cabeça. Ao chegar à placa lógica do HD, esta corrente é interpretada como
uma sequência de bits 1 e 0, que formam os diferentes arquivos gravados no disco
rígido.

Vale mencionar que todo esse processo ocorre sem nenhuma espécie de contato
entre as cabeças de leitura e a superfície do disco. Isso porque, devido às altas
velocidades com os que os discos rodam, forma-se um colchão de ar que repele
as cabeças de leitura e impede qualquer espécie de contato.
Caso houvesse contato entre os componentes, dificilmente um disco rígido
funcionaria durante muito tempo devido aos danos físicos ocorridos. Para evitar
acidentes, a maioria dos HDs conta com um ímã ao lado do actuador, responsável
por atrair as cabeças a uma posição segura toda vez em que o computador é
desligado ou não há gravação ou leitura de dados.

Em ocasiões em que ocorrem picos de tensão ou a energia é cortada subitamente


com o HD funcionando, é comum surgirem setores defeituosos por ter ocorrido
contato entre as cabeças de leitura e a superfície do disco.

Para evitar problemas do tipo recomenda-se utilizar acessórios como no-breaks,


que permitem desligar o computador da forma correta em casos de instabilidade
no fornecimento de energia.

Como é possível obter HDs cada vez


maiores?
Agora que você já sabe
como funciona o processo de gravação e leitura dos arquivos presentes em um
disco rígido, pode ter batido a curiosidade de saber como os desenvolvedores
conseguem lançar HDs com capacidade cada vez maior.

Existem três maneiras diferentes para que isso seja possível: aumentar a
dimensão dos discos rígidos, multiplicar o número de platters disponíveis ou
investir em um melhor aproveitamento da densidade do disco rígido.

Os dois primeiros métodos apresentam problemas por serem mais caros para o
consumidor final e representarem somente um ganho de capacidade, mas não de
desempenho.

Enquanto a adição de discos adicionais representa um custo maior ao consumidor


final, aumentar suas dimensões é uma ideia que ainda pode representar perda de
desempenho.

Isso acontece porque, quanto maior o diâmetro do disco, maiores as chances de


que apresente problemas ao girar em altas velocidades. Além disso, as cabeças
de leitura demoram mais tempo para chegar ao local necessário. Dessa forma,
quanto maior o disco, menor a velocidade de leitura e gravação apresentada.

O processo que se mostrou mais eficiente para aumentar o espaço disponível é


investir em um aumento da densidade dos discos magnéticos. Ou seja, em vez de
investir em maior espaço físico, os desenvolvedores investem em métodos de
gravar cada vez mais dados utilizando o mesmo espaço anterior.
Como diminuir o espaço ocupado por cada bit enfraquece seu sinal magnético, é
preciso investir em mídias de melhor qualidade para que os dados possam se
manter estáveis. Além disso, deve-se investir na precisão e na sensibilidade dos
braços e cabeças de leitura, para evitar problemas durante a gravação e leitura
dos dados.

Apesar desses problemas, a cada ano surgem novas tecnologias que permitem
obter HDs com capacidade cada vez maior. Enquanto há alguns anos era um
absurdo pensar em discos rígidos com mais de 200GB, já é possível encontrar
dispositivos com mais de 1TB de espaço a preços acessíveis.

A tendência é uma queda cada vez maior no preço pago por cada Megabyte, o
que permitirá que mesmo usuários casuais possam contar com HDs gigantescos
sem pagar muito por isso. Tudo indica que logo será coisa do passado ter que
desinstalar programas ou apagar arquivos para abrir espaço para novos
documentos.

Leia mais em: http://www.tecmundo.com.br/3469-como-funciona-um-disco-


rigido-.htm#ixzz1MEVL2tma

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