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TRATAMENTO
O tratamento deve ser individualizado, dependendo das características e da gravidade
dos sintomas que o paciente apresenta. Em linhas gerais, contudo, utiliza-se a
psicoterapia de orientação dinâmica ou cognitivo-comportamental associada com
tratamento farmacológico às vezes, em doses bem mais elevadas que as utilizadas no
tratamento da depressão. Entre os fármacos preconizados, destacam-se os Inibidores
da Recaptação de Seratonina (IRS), tanto os seletivos como os não seletivos. A
Clomipramina é a droga padrão-ouro, e muitos Inibidores Seletivos da Recaptação da
Serotonina (ISRS), como fluoxetina, sertralina e paroxetina, são utilizados com boa
eficácia.
ENTENDIMENTO
O entendimento da doença do TOC é um transtorno de ansiedade caracterizado por
pensamentos obsessivos e compulsivos no qual os indivíduos têm comportamentos
considerados estranhos para a sociedade ou para a própria pessoa; normalmente
trata-se de idéias exageradas e irracionais de saúde, higiene, organização, simetria,
perfeição ou manias e "rituais" que são incontroláveis ou dificilmente controláveis. O
transtorno obsessivo-compulsivo é considerado o quarto diagnóstico psiquiátrico mais
freqüente na população. Além da interferência nas atividades, os sintomas obsessivo-
compulsivos (SOC) causam incomodo e angústia aos pacientes e seus familiares.
Apesar de ter sido descrito há mais de um século, e dos vários estudos publicados até
o momento, o Transtorno Obsessivo-Compulsivo ainda é considerado um "enigma".
Questões como a descoberta de possíveis fatores etiológicos, diversidade de sintomas
e como respondem aos tratamentos continuam sendo um desafio para os
pesquisadores.
EPIDEMIOLOGIA
Prevalência na população geral é estimado em 2 a 3% . Pesquisadores estimam que o
TOC seja encontrado em até 10% dos pacientes ambulatoriais em clínicas psiquiátricas,
ele é o quarto diagnóstico psiquiátrico mais comum, após as fobias, transtornos
relacionados a substâncias e transtornos depressivos maiores.
Na idade adulta ambos os sexos estão propensos a serem afetados, mas em
adolescentes principalmente meninos são os mais afetados, a idade média é de 20
anos em meninos e para meninas 22 anos. Em meninos pode ser mais cedo, tipo 19
anos, já nas meninas por volta dos 22 anos.
Em geral 2/3 dos pacientes tem o sintoma antes dos 25 anos e menos de 15% dos
pacientes tem o inicio dos sintomas apôs os 35 anos. O transtorno pode acontecer na
infância em alguns casos aos 2 anos de idade. Pessoas solteiras são mais afetadas do
que as casadas. Pessoas negras devido a genética são menos propensas a terem o
transtorno.
A maior prevalência do transtorno depressivo com o transtorno obsessivo compulsivo
é de 67% e a fobia social é de cerca de 25% outros diagnósticos psiquiátricos comuns
em pacientes com TOC inclui transtorno por uso de álcool, fobia específica, transtorno
de pânico e transtornos alimentares.
ETIOLOGIA
FATORES BIOLÔGICOS: neurotransmissores – estudos clínicos realizados com várias
drogas apóiam a hipótese de que uma desregulariedade da seratonina está envolvida
na formação dos sintomas de obsessões e compulsões, os dados mostram que as
drogas seratonérgicas são mais efetivas que as drogas que afetam outros sistemas
neurotransmissores mas ainda não está claro se a seratonina está envolvida na causa
do transtorno obsessivo compulsivo.
FATORES COMPORTAMENTAIS: de acordo com os teóricos as obsessões são estímulos
condicionados, um estimulo relativamente neutro se associa com medo ou ansiedade
através de um processo condicionamento respondente. Objetos e pensamentos
anteriormente neutros tornam –se estímulos condicionados capazes de provocarem
ansiedade ou desconforto, já as compulsões são diferentes.
FATORES PSICOSOCIAIS: fatores da personalidade o TOC é diferente do TPOC a maioria
dos pacientes com TOC não tem sintomas pré-mórbidos mas esse sintoma não é
obrigatório nem necessário para o desenvolvimento de um TOC aproximadamente 15
a 35% dos pacientes tiveram traços obsessivos pré-mórbidos.
FATORES PSICODINÂMICOS: Freud descreveu 3 principais mecanismos ou defesas
psicológicas que determinam a forma e a qualidade dos sintomas obsessivo-
compulsivos e traços de caráter : isolamento, anulação e formação reativa.
OUTROS FATORES PSICODINÂMICOS: na teoria psicanalítica clássica, o transtorno
obsessivo compulsivo era chamado de neurose obsessivo-compulsiva e representava
uma regressão da fase edipiana para a fase psicossexual anal do desenvolvimento,
quando o paciente com o transtorno sentia ameaçado pela ansiedade acerca de
retaliação ou perda de um objeto significativo de amor, retraem-se da posição
edipiana e regride para um estágio emocional intensamente ambivalente associado
com a fase anal. A ambivalência esta conectada com o deslindamento da suave fusão
entre pulsões sexuais e agressivas, característica da fase edipiana.
(Referencia: Compêndio de Psiquiatria – Kaplan, Sadock e Grebb editora Artmed)