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Discente​: Leidiane Teixeira de Freitas CPD​:53085

Curso​: Direito 40251


Disciplina​: Filosofia Geral e Jurídica
Data​: /2020
ESTUDO DIRIGIDO

Orientações para realização desta atividade:

1. O aluno deverá, obrigatoriamente, utilizar este formulário para realizar a atividade;


2. Esta é uma atividade ​INDIVIDUAL​. Caso identificado plágio de colegas o trabalho de
ambos não será recebido.
3. Formatação exigida: Fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12, espaçamento entre
linhas 1,5, justificado.
4. Para citações e referências, siga as normas da ​ABNT​.
5. Atividades com trechos copiados da internet não serão computados como presença.
6. Esta atividade deve ter no mínimo 4 laudas e no máximo 6.
7. A sua resposta deverá ser em texto (prosa).
8. Responder o máximo das questões.
9. Entrega semanal (referente ao texto da aula do dia da semana).

AXEL HONNETH: JUSTIÇA,


RECONHECIMENTO E LIBERDADE

Nasceu em 1949, atualmente é professor de filosofia na universidade de Columbia na


universidade J.W Goethe e diretor do Instituto de Pesquisas Sociais. Obras destacadas: "The
critique of power: reflective stages in a
critical social theory (1991 (1985)).1 Luta por reconhecimento: a gramática moral dos
conflitos sociais (2003 (1992)), Sofrimento de indeterminação: uma reatualização da
filosofia do direito de Hegel (2007 (2001)) e seu último livro, Das recht der freiheit:
grundriss einer demokratischen sittlichkeit (2011) com tradução para o inglês Free-
dom’s right: the social foundations of democratic life (new directions in critical theory)
a ser lançada em fevereiro de 2014."
Este capítulo busca apresentar o conceito de liberdade que está na raiz do pensamento de
Axel Honneth. Na tentativa de elaborar uma teoria social-crítica utiliza o conceito tripartite
de reconhecimento e hegeliano. Para evitar uma teoria carregada de elementos idealistas
como o de Hegel, vale-se o pensamento de George Hebert para dar apoio material aos três
padrões de reconhecimento intersubjetivo: o amor, o direito e a solidariedade.
o padrão de reconhecimento do amor é as relações eróticas entre dois indivíduos de amizade
e entre pais e filhos. A relação de mãe e criança, para Winnicott da passagem da fase de
absoluta dependência para uma dependência relativa que ocorrem as etapas decisivas para o
desenvolvimento da criança criar vínculos. O amor entre pai e filho não é só o primeiro
padrão de reconhecimento, mas também o que dará o fundamento a todas as outras relações.
E indispensável a proteção da infância, nossa primeira fase, para um desenvolvimento da
pessoa. Se observar no amor, a forma de desrespeito e os maus-tratos contra o próprio corpo e
a consequência desses fatos é a perda de confiança em si e no mundo.
Apesar da proteção da infância, podemos ver em vários países que não se observa isso, o
Estudo do Secretário-Geral das Nações Unidas sobre violência contra a criança mostra um
quadro de violações:
● A violência contra a criança é um fenômeno transversal praticado em
todos os países da comunidade internacional e em todas as classes
sociais.
● Apenas 16 entre os 192 países da comunidade internacional proíbem
a violência e qualquer forma de castigo corporal contra as crianças.
● Algumas formas de violência contra a criança são consideradas legais
e socialmente aceitas.
● A mensagem principal do estudo é que nenhuma violência contra a
criança é justificável e que toda violência contra ela pode ser evitada.
Um exemplo literário foi o livro de Graciliano "infância" no ano de 1945 no capítulo "um
cinturão" ele descreve uma surra que levou de seu pai por um cinturão e esses atos nos leva
ver a falta de diálogo e a falta de proteção da criança em face da violência paterna. Em seu
livro ele disse que ninguém ajudou neste momento e que essas lembranças ficam marcantes,
ele diz o trauma que ficou e que não pode ouvir alguém falando alto que passa mal, ele tem a
sensação de ser minúsculo e se achar insignificante e em relação à justiça ele diz como foi
seu primeiro contato com ela em que ele se sentiu sozinho e insignificante, e essa sensação de
vazio é um sinal da falta de reconhecimento como pessoa na infância, essa carência tem como
consequência a falta de autoconfiança.
A partida chegada do direito moderno o sistema jurídico deve ser compreendida como
"expressão" e a partir daí o direito não deve admitir qualquer forma de privilégio. O Direito
como padrão de reconhecimento é relacional e normativo, ou seja só nós reconhecemos como
sujeito de direito se reconhecermos o outro, outro generalizado como sujeito de direito
também.
O Direito enquanto padrão de reconhecimento é um processo de mão dupla. Devendo
reconhecer o valor universal da norma e a singularidade de todos de uma sociedade
identificando cada um como livre e igual. Essa estrutura do Direito está relacionada a ligação
existente entre reconhecimento da validade em relação às normas e da capacidade em relação
aos sujeitos.
No âmbito da estima social a questão que se tem é de saber como se constitui o sistema de
valores que aquilatar a o valor de determinado ser humano, para o reconhecimento jurídico a
questão é como determinar "a propriedade constitutiva das pessoas como tais?" para saber a
resposta deve-se fazer uma pergunta "quais são os atributos de uma pessoa moral?" ou para
Ricoeur "quais são os atributos de um homem capaz?"
Honneth definir a pessoa moral como aquela capaz de dirigir a própria vida e atender as
demandas morais que são ambiente. Para atingir esse objetivo a pessoa deve ter tais
habilidades: articulação de suas necessidades por meio da linguagem, construção de uma
narrativa coerente da própria vida, sensibilidade moral em relação ao contexto.
Para Paul Ricoeur disserta o reconhecimento como uma jornada de medida em três etapas: o
reconhecimento como identificação, reconhecer-se a si próprio, o reconhecimento mútuo.
Para ele o reconhecimento é uma questão de identificação.
Ricoeur descreve as habilidades do homem capaz como : poder dizer, eu posso fazer, poder
narrar e narrar a si próprio e a imputabilidade.
As características comuns entre a "pessoa moral" de Honneth e o "homem capaz" de Ricoeur
são: a utilização da linguagem, a possibilidade de elaborar uma narrativa de si próprio e ser
capaz de responder sobre suas próprias ações​.
No livro de Graciliano "Infância" no ano de 1945, no capítulo "Um cinturão" ele descreve
uma surra que levou do seu pai por um cinturão e esses atos nos leva a ver a falta de
diálogo e a falta de proteção da criança em face da violência paterna.
Em seu livro ele disse que ninguém o ajudou neste momento e que essas lembranças ficam
marcantes, ele diz o trauma que ficou e que não pode ouvir alguém falando alto que ele
passa mal, ele tem a sensação de ser minúsculos e se achar insignificante e em relação à
justiça ele diz como foi seu primeiro contato com ela em que ele se sentiu sozinho e
insignificante, e essa sensação de vazio é um sinal da falta de reconhecimento como
pessoa na infância, essa carência tem como consequência a falta de autoconfiança.
A questão da atribuição da responsabilidade é tarefa do direito sendo feita de modo
específico considerando a singularidade de cada agente. A sabedoria da imputação jurídica
é não determinar uma responsabilidade ilimitada e sim achar uma justa medida nos limites
de uma relação de proximidade local e temporal entre as circunstâncias de ação e os
efeitos de uma eventual dano. Para o direito só será considerado imputável a pessoa no
pleno exercício de suas capacidades: o sujeito de Direito.
Ser sujeito de Direito significa poder participar da esfera pública respeitando a si mesmo e
aos outros como um outro sujeito. Voltando a ideia do direito como padrão de
reconhecimento duplo, nesse processo de ampliação que os sujeitos reconhecendo-se de
forma recíproca é que se trava a luta por reconhecimento. Para essa luta a pessoa deve se
considerar e ser considerada como sujeito de direito.
Todo sujeito de direito é uma pessoa mas nem toda pessoa é um sujeito de direito.
Charbonnier exemplifica o não sujeito de direito a criança, mesmo sendo uma pessoa ainda
não é um sujeito de direito na integralidade de exercício de seus direitos.
Entre o sujeito de direito e o não sujeito de direito tem uma fronteira que necessita de uma
mediação institucional para ser superada a fim que eu não sujeito de direito seja
transformado em sujeito de direito. E quando essa mediação institucional não é realizada a
experiência do reconhecimento jurídico não se realiza e a pessoa tem sua estrutura
intersubjetiva da identidade pessoal abalada, esse abalo tem consequência ausência de
autorrespeito. Com ausência do autorrespeito a erupção da violência surge como possível
resposta.
Para Honneth a privação de direitos é a forma de desrespeito no âmbito do padrão de
reconhecimento pelo direito e afetando a integridade social da pessoa. Uma forma que a
privação de Direito pode adquirir é a violência.
Para o padrão de reconhecimento da estima social não se considera todos iguais perante a
lei como o Direito como padrão de reconhecimento, pois esse padrão de reconhecimento é
manifestado em relação a especificidade e singularidade de cada pessoa em particular.
A estima social pode proporcionar o surgimento de relações solidárias que são
caracterizadas pela igual intensidade do sentimento de estima mútua e pelo
compartilhamento de valores comuns significativos que ocorrem sem pressão social.
A solidariedade é capaz de estabelecer uma comunidade de valores, caracterizados pela
troca e desenvolvimento recíproco, ao qual a violência não ocupa lugar.

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