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DIÁRIO DA REPÚBLICA
SUMÁRIO
ASSEMBLEIA NACIONAL
h) A natureza multi-sectorial das intervenções e) A gestão dos recursos disponíveis deve ser
no domínio da saúde, com atenção especial conduzida de forma a obter deles o maior
às determinantes sociais de saúde, designa- proveito socialmente útil e a evitar o des-
damente a pobreza, o trabalho, ás condições perdício e a utilização indevida dos servi-
de abastecimento de água, saneamento bási- ços;
co, habitação, educação e nutrição das po-
pulações. f) É apoiado o desenvolvimento do sector pri-
vado da saúde e, em particular, as iniciati-
2. O Estado reconhece a interdependência entre o vas das instituições particulares de solidari-
nível de saúde das populações e o estádio de desen- edade social, em concorrência com o sector
volvimento socioeconómico nacional e a natureza público;
multi-sectorial dos factores determinantes e condi-
cionantes da saúde. g) É promovida a participação dos indivíduos
e da comunidade organizada na definição da
3. Para se atingir o melhor nível possível de saú- política de saúde, no planeamento, na orga-
de no País, é necessário o concurso de diversos nização e no controlo do funcionamento dos
sectores do desenvolvimento nacional e não apenas serviços;
a acção do Ministério encarregue pelo sector da
Saúde. h) É incentivada a educação da população para
a saúde, estimulando nos indivíduos e nos
Artigo 5. ° grupos sociais a modificação dos compor-
Política de saúde tamentos nocivos à saúde pública e indivi-
dual;
1. A política de saúde tem âmbito nacional, é de-
finida e adoptada pelo governo e obedece às direc- i) É estimulada a formação e investigação,
trizes seguintes: devendo procurar-se envolver os serviços,
os profissionais e a comunidade.
a) A promoção da saúde e a prevenção da do-
ença fazem parte das prioridades no plane- 2. A política de saúde tem carácter evolutivo,
amento das actividades do Estado; adaptando-se permanentemente às condições da
realidade nacional, baseada em evidências, às suas
b) É objectivo fundamental obter a igualdade necessidades e seus recursos.
dos cidadãos no acesso aos cuidados de sa-
úde, seja qual for a sua condição económi- Artigo 6.º
ca, o género e onde quer que vivam, bem Natureza da legislação sobre a saúde
como garantir a equidade na distribuição de
recursos e na utilização de serviços; A legislação sobre a saúde é de interesse e ordem
públicos, pelo que a sua inobservância implica res-
c) São tomadas medidas especiais de protec- ponsabilidade penal, contra-ordenacional, civil e
ção relativamente à grupos sujeitos à maio- disciplinar, conforme o estabelecido na lei.
res riscos, tais como as crianças, os adoles-
centes, as grávidas, os idosos, os
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2. Os cidadãos têm direito a que os serviços pú- 2. O Conselho Nacional de Saúde inclui repre-
blicos de saúde se constituam e funcionem de acor- sentantes dos utentes, dos trabalhadores, das direc-
do com os seus legítimos interesses. ções, dos departamentos governamentais e de outras
entidades.
3. É reconhecida a liberdade de prestação de cui-
dados de saúde, com as limitações decorrentes da 3. Os representantes dos utentes são eleitos pela
lei, designadamente no que respeita às exigências de Assembleia Nacional, sob a proposta da sociedade
qualificação profissional. civil organizada.
2. Deve ser promovida a intensa articulação entre b) Observar as regras sobre a organização e o
os vários níveis de cuidados de saúde, reservando a funcionamento dos serviços e estabeleci-
intervenção dos mais diferenciados para as situa- mentos;
ções delas carecidas e garantindo permanentemente
a circulação recíproca e confidencial da informação c) Colaborar com os profissionais de saúde em
clínica relevante sobre os utentes. relação à sua própria situação;
i) Constituir entidades que colaborem com o 3. O Ministério encarregue pelo sector da Saúde
sistema de saúde, nomeadamente sob a organiza um registo nacional de todos os profissio-
forma de associações para a promoção e de- nais de saúde, independentemente daqueles cuja
fesa da saúde ou de grupos de amigos de es- inscrição seja obrigatória numa associação profis-
tabelecimentos de saúde. sional de direito público.
2. Os utentes devem:
2. Sendo necessário, pode o Governo, nas situa- 4. O exercício da actividade laboratorial deve, em
ções referidas no n.º 1, requisitar, pelo tempo abso- todos os casos, salvaguardar o direito à saúde, quer
lutamente indispensável, os profissionais e estabele- dos seus beneficiários como dos próprios profissio-
cimentos de saúde em actividade privada. nais, proporcionar a prestação de cuidados de saúde
por quem detenha habilitação e qualificação ade-
Artigo 24.º quada e esteja credenciado para o efeito.
Actividade farmacêutica
CAPÍTULO IV
1. A actividade farmacêutica abrange a produção, Do Serviço Nacional de Saúde
comercialização, importação e exportação de medi-
camentos, dispositivos médicos, produtos farmacêu- Artigo 27.º
ticos, produtos de higiene e cosméticos. Serviço Nacional de Saúde
2. A actividade farmacêutica tem legislação espe- O Serviço Nacional de Saúde caracteriza-se por:
cífica própria, que deve garantir a defesa e a protec-
ção da saúde, a satisfação das necessidades da po- a) Ser universal quanto à população abrangida;
pulação, a racionalização do consumo de
medicamentos, produtos de saúde e consumíveis b) Prestar integradamente cuidados globais ou
hospitalares, devendo para o efeito, estar submetida garantir a sua prestação;
à disciplina e fiscalização conjunta dos Ministérios
competentes. c) Ser parcialmente gratuito para os utentes,
tendo em conta as condições económicas e
sociais dos cidadãos;
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2. As legislações específicas regulam com a dig- 2. Os contratos a que se refere o número anterior,
nidade necessária, as carreiras das classes na base não podem, em caso algum, restringir o direito de
dos estatutos próprios. acesso aos cuidados de saúde e devem salvaguardar
o direito de opção dos beneficiários, podendo, toda-
via, responsabilizá-los, de acordo com critérios
aceitáveis a definir.
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tal encarregue pela área da saúde, a quem compete 2. As instituições particulares de solidariedade
assegurar os cuidados de promoção, prevenção, social ficam sujeitas, no que respeita às suas activi-
tratamento e reabilitação respeitantes à saúde, a dades de saúde, ao poder orientador e de inspecção
saber: dos serviços competentes do Ministério encarregue
pelo sector da Saúde, sem prejuízo de independên-
a) Hospitais centrais; cia de gestão estabelecida na Constituição e na sua
legislação própria.
b) Hospitais regionais.
Artigo 47.º
2. Além dos hospitais referidos no número ante- Unidades privadas de saúde
rior, compreende as Áreas Regionais de Saúde e os
estabelecimentos delas dependentes, designadamen- 1. As unidades privadas de saúde com os objecti-
te Centros de Saúde e Postos de Saúde. vos de prestação de cuidados de saúde e fins lucra-
tivos, estão sujeitas à licenciamento, e regulamenta-
3. Outras estruturas públicas que intervêm no ção e vigilância de qualidade por parte do Estado.
domínio da saúde a nível nacional e regional.
2. As unidades privadas de saúde não integram o
4. A Lei define a natureza, organização e regime Serviço Nacional de Saúde, porém, devem em espe-
de todas as unidades que integram o Sistema Públi- cial, colaborar e actuar em articulação com os pro-
co de Saúde. gramas do Serviço Nacional de Saúde nos termos
que vierem a ser definidos por despacho do Ministé-
Artigo 45.º rio encarregue pelo sector da Saúde.
Regime de serviço
3. São abrangidos por unidades privadas de saú-
1. O regime do pessoal do Sector Público de Sa- de, as clínicas, postos de saúde, farmácias, organi-
úde obedece às seguintes modalidades: zações privadas, casas de saúde, gerais ou especiali-
zadas, bem como as demais outras instalações
a) Dedicação exclusiva; privadas de saúde, autorizadas pelo Estado.
3. A lei estabelece o regime das incompatibilida- 2. O exercício de qualquer profissão que impli-
des dos profissionais de saúde. que a prestação de cuidados de saúde em regime
liberal é regulamentado e fiscalizado pelo Ministé-
CAPÍTULO VII rio encarregue pelo sector da Saúde, sem prejuízo
Das Iniciativas Particulares de Saúde das funções cometidas às Ordens Profissionais e
demais grupos profissionais, quando existam.
Artigo 46.º
Instituições particulares de solidariedade 3. No Serviço Nacional de Saúde, os médicos, os
social com objectivos de saúde farmacêuticos e outros profissionais de saúde em
exercício liberal devem prestar-se apoio mútuo.
1. As instituições particulares de solidariedade
social com objectivos específicos de saúde intervêm Artigo 49.º
na acção comum a favor da saúde colectiva e dos Convenções
indivíduos, de acordo com a legislação que lhes é
própria e a presente Lei. 1. No âmbito do relacionamento institucional, o
Estado pode celebrar convenções com médicos e
outros profissionais de saúde ou casas de saúde,
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CAPÍTULO VIII
Das Disposições Finais e Transitórias
Artigo 50.º
Regulamentação
Artigo 51.º
Dúvidas e omissões
Artigo 52.º
Revogação
Artigo 53.º
Entrada em vigor
Publique-se.-
DIÁRIO DA REPÚBLICA
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