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GOIÂNIA
Dezembro/2021
KATYANE LUCENA SANTOS
Trabalho final de curso apresentando e julgado como requisito para a obtenção do grau de
bacharelado no curso de engenharia civil do Centro Universitário de Goiás – UNIGOIÁS na
data de 02 de dezembro de 2021.
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FRAGILIDADES TÉCNICAS E POTENCIALIDADES DA GERAÇÃO DE ENERGIA
SOLAR EM COMÉRCIO NO MUNÍCIPIO DE GOIÂNIA - GO
Katyane Lucena Santos1
Regina de Amorim Romacheli2
Resumo: O Brasil, possui características favoráveis para o crescimento fotovoltaico, com altos picos de insolação
e quartzo de boa qualidade, sendo importante para produção de materiais solares. Entretanto, deve-se atentar para
a evolução das tecnologias presentes no mercado e o custo-benefício correlacionado. Mas de fato, essas técnicas
são financeiramente e tecnicamente viáveis? Para responder essa pergunta esta pesquisa buscou estudar a usina
solar da empresa Ajel Materiais Elétricos que utilizou além da tecnologia convencional, o telhado solar, que
dispensa o uso de telhas abaixo da placa. Para balizar a pesquisa foram realizados levantamentos de campo, estudo
do projeto executivo, e ainda, a apuração do custo-benefício por meio de entrevista e simulação por meio do
software PVsol. A usina possui 91,98 kWp de potência sobre telha metálica, e em um galpão recém-construído no
sistema telhado solar que garantiu a economia de 65,95% do consumo. Ao analisar o motivo do atendimento
incompleto, observou-se que há dois limitantes, o transformador de 75 KVA e a falta de capacidade de suporte do
telhado do galpão antigo. Realizando uma reanálise das necessidades da empresa, com foco nas novas tecnologias,
observou-se que a troca das placas e dos inversores, por maior potências, poderiam garantir a empresa 72,01% de
suprimento de energia, economia do custo em R$ 7.285,18/mês, porém observou-se que atualmente a empresa já
considera a usina atual como um excelente investimento, o que se confirma com a modelagem no software PVsol,
que prevê uma economia de até R$ 4.488.044,98 no final da vida útil do projeto (26 anos). As análises dos
resultados encontrados reforçam a viabilidade de projetos solares e a disponibilidade de tecnologias para um bom
funcionamento, podendo ser uma fonte importante para a diversificação da matriz energética que o Brasil tanto
precisa para o seu desenvolvimento econômico com sustentabilidade e autossuficiência.
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Discente do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário de Goiás – UNIGOIÁS. Lattes: E-mail: katy-
lu09@hotmail.com.
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Professora Adjunto do Centro Universitário de Goiás – UNIGOIÁS. Mestre em Gestão Econômica do Meio
Ambiente pela UNB. Especialista em Gestão Empresarial pela UFRJ. Lattes: Currículo do Sistema de Currículos
Lattes (Regina de Amorim Romacheli) (cnpq.br). Orcid: Regina Romacheli (0000-0002-9160-068X) (orcid.org).
E-mail: regina.amorim@unigoias.com.br.
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1. INTRODUÇÃO
2. METODOLOGIA
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A pesquisa deste presente artigo aborda sobre a evolução tecnológica no meio da
geração de energia solar, buscando analisar a viabilidade deste tipo de fonte de energia em
comércios e assim visualizar a sua contribuição na matriz energética.
Neste sentido, a metodologia se divide em algumas etapas para a realização do estudo,
onde o primeira foi a solicitação de documentações como a planta baixa da usina e um
questionário com o responsável.
Em seguida, foi realizada uma visita e levantamentos de dados no local e com isto
colher informações necessárias para a sequência da pesquisa, como também efetuar registros
fotográficos.
Os dados levantados foram aplicados em cálculos realizados com o auxílio de uma
apostila da HUAWEI, possibilitando então obter os resultados da evolução das tecnologias e na
continuidade foram lançados os dados da usina no software Pvsol para a constatação da
viabilidade do projeto.
A realização da pesquisa para aprofundamento do tema foi possível por meio da busca
em artigos científicos, monografias, livros, teses de mestrado e doutorado. Tendo como base
técnica uma monografia publicada no repositório da UFRJ (Universidade Federal do Rio de
Janeiro), em que foi demonstrado as etapas para se chegar na instalação de sistema fotovoltaico
e descrevendo sobre equipamentos e materiais utilizados na execução.
Foi analisado o projeto de planta de cobertura disponibilizado pelo cliente para estudo
das características do sistema instalado e suas necessidades. Sendo essa usina com uma potência
instalada de 91,98 kWp de módulos fotovoltaicos e 70 kW de inversores, com uma parte fixada
no telhado metálico e a outra em uma estrutura metálica construída exclusivamente para a
disposição dos módulos, onde não utilizaram nenhum tipo de telha para cobertura e os módulos
realizam o papel de telhado.
Utilizando o projeto de planta de cobertura como objeto de estudo o qual se encontra no
Apêndice B, foi possível identificar a forma como ocorreu a distribuição das strings, a
localização dos inversores e quais estruturas foram selecionadas para que o sistema fosse
disposto. E dessa forma se obtenha um estudo aprofundado e as justificativas das problemáticas,
como também as potencialidades da usina.
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A coleta de dados foi possível por meio da solicitação de informações realizada por um
formulário montado no Google Forms e enviado no e-mail do responsável técnico pela empresa,
que se encontra no Apêndice A, e assim obteve-se a opinião do proprietário sobre o sistema
fotovoltaico, e a autorização de envio e uso das informações da planta de cobertura, como
também da visita in loco para coletar os demais dados que fossem necessários e registar
fotografias da usina e seus equipamentos.
Foi realizado um questionário com o responsável técnico pela empresa Ajel Materiais
Elétricos com o intuito de verificar o grau de satisfação em relação a implantação da tecnologia.
Para isso foram realizadas perguntas como:
Houve desafios técnicos de seu conhecimento na instalação do sistema?
Está satisfeito (a) com este meio de geração de energia?
Investiria em uma nova usina fotovoltaica?
2.3.2 Tecnologia
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A escolha de equipamentos para uma usina solar que tem como objetivo uma geração,
mesmo que decaindo, com durabilidade para um período de 25 anos, deve ser cautelosa diante
da variedade que se possui no mercado em todo mundo.
Para identificar quais equipamentos foram utilizados, foi necessário a visualização do
projeto disponibilizado em pranchas e com visita in loco que possibilitou entender o porquê da
utilização de cada equipamento do sistema.
2.3.3 Capacidade
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os custos operacionais, sendo essenciais para que se tenha uma análise financeira da viabilidade
da implantação.
3 REFERENCIAL TEÓRICO
Tem ganhando destaque como fontes energéticas, a energia solar em que relatado por
Rosa e Gasparin (2016) pontua sobre uma matriz de energia diversificada, com existência de
um aproveitamento menor e ainda poucas instalações no país, chama atenção para potencial de
crescimento da energia fotovoltaica. Na geração distribuída o maior obstáculo a ser enfrentado
é o retorno do investimento, estão com um prazo médio. Porém devido ao processo de
implantação de uma usina ser vagaroso, faz com que a popularização financeira na sociedade
não adquira o sistema, que já por outro lado, a parte populacional com poder aquisitivo alto,
também possui resistência em investir nesse método de geração da energia solar, pois ficam na
dúvida se investem em sistema fotovoltaicos ou em outros investimentos.
A energia tem-se tornado no começo do século XX de acordo com Lima (2016), um
meio facilitador para uma melhor qualidade de vida da população, por ser um dos principais
dos itens para o desenvolvimento da sociedade, ainda considerando o crescimento nas
indústrias, no meio comercial e setores de serviços, possuindo facilidades adquiridas na
demanda de energia para sistemas de produção, assim, proporcionando grande economia como
consequência preços de fácil acesso nos dois setores, quanto no produção e no de serviço.
Dos pontos não favoráveis da energia solar, relata Filho et al. (2015), que os
empreendimentos sofrem impactos maiores, no aproveitamento do sistema fotovoltaico, ligado
diretamente a alguns aspectos, como a localização, as questões climáticas que incide sobre o
local onde será instalado o sistema, e o ecossistema em torno da região. Contudo, os impactos
que descreve como negativos, são de uma forma generalizada pequenos em comparado as
vantagens que uma usina fotovoltaica instalada pode contribuir.
Relatam ainda que apesar dos impactos inerentes a atividade, é notório que são muito
inferiores à de uma hidrelétrica, principal fonte de abastecimento energético do país, que
sequentemente tem sofrido reduções de geração em função das alterações de regimes
pluviométricos no país. Diversificar a matriz energética pode ser a melhor saída para o
desenvolvimento do país, pois garantirá que os recursos disponíveis naturalmente seja
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conscientemente e eficazmente explorado para o benefício da população. Dentro desta
concepção, é visível o grande potencial de crescimento de usinas solares.
Na instalação de uma usina fotovoltaica de acordo com CEPEL (2014), é necessária
uma equipe de vários profissionais para sua montagem, atuando os pedreiros em alguma
adaptação nas estruturas ou até mesmo melhorias na construção existente para suportar o peso
dos equipamentos, os eletricistas para as ligações elétricas e um profissional habilitado e
qualificado em energia solar, para que fiscalize e monitore o andamento de todo o processo,
desde a instalação até a homologação do sistema.
Para um projeto solar adequado é necessário seguir etapas, de acordo com CEPEL
(2014), deve-se realizar os levantamentos no local escolhido para instalar o sistema, definir a
melhor configuração e disposição dos equipamentos, dimensionar os equipamentos de acordo
com as limitações elétricas e dentre outras atividades, são importantes para que se alcance uma
usina com bom rendimento e geração de energia.
Segundo Leite (2020) e SEBRAE (2018), com novas tecnologias no mercado em um
intervalo de curto tempo, haverá o aprimoramento dos equipamentos existentes que possam
maximizar o potencial dos módulos fotovoltaicos e contribuir para menores custos para sua
produção e nessa perspectiva este projeto de pesquisa pretende estudar a viabilidade desta
solução em um estabelecimento comercial.
As falhas técnicas e problemas encontrados em sistemas fotovoltaicos conforme
Wiering (2018) e CEPEL (2014), tem como principal fator os erros nas elaborações dos projetos
e más instalações. Essa informação nos faz analisar que não é somente os dimensionamentos
dos sistemas e equipamentos de qualidade ruim que possam interferir no bom andamento da
geração de energia. É de extrema importância ter parâmetros de análise e traçar anteriormente
todas as etapas do processo antes da execução das obras de usinas solares.
A instalação de uma UFV tem como possibilidade ser distribuída em fases, de pré-
instalação e instalação de acordo com Wiering (2018) e Programa Altener (2004), a fase
nomeada de pré-instalação é onde ocorre o dimensionamento e escolha dos acessórios e
materiais, como também a definição da configuração e locais para disposição dos
equipamentos, e estimar o tempo que será necessário para realizar essas etapas. Na outra fase,
sendo a instalação que envolve todo o processo de montagem e execução do que foi planejado
anteriormente e por fim o comissionamento com testes para que haja a homologação junto à
rede da concessionária de energia.
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Na etapa de homologar uma usina solar, é possível visualizar na Resolução Normativa
nº 482/2012 aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que disponibiliza
o Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica (PRODIST), os requisitos para que se
tenha o acesso a compensação de créditos, sendo necessário ter uma usina instalada dentro dos
padrões de segurança, que é fiscalizado em vistoria por um profissional representando a
distribuidora de energia e após isso é autorizado ligar os equipamentos.
É importante destacar ainda que uma usina conectada à rede deve estar dentro das
normativas das concessionárias locais, devendo essas normas estarem acessíveis a todos no site
da empresa para o acesso do consumidor. Dentre essas normais, é interessante observar sobre
o período que o consumidor tem para que se utilize os créditos gerados, podendo ser
consumidos em até 60 meses e assim tranquilizador o cliente deixando ciente que existe esse
longo prazo para usufruir da sua geração de energia.
Conforme Gonçalves et al. (2017), é do uso cotidiano a energia fazendo parte de todas
atividades da humanidade, sendo notório que para um futuro sustentável é necessário novos
hábitos e estilo de vida a serem adotados para que se respeite as limitações do planeta, com
fontes de energia renováveis, com destaque ao sol que é um recurso inesgotável que temos,
podendo ser utilizado para gerar energia e cooperar com a matriz energética brasileira.
A energia elétrica é considerada essencial no desenvolvimento e qualidade de vida da
humanidade, de acordo com Azevêdo (2020 apud QOLIPOUR et al. 2017), a forma como a
energia será gerada está propícia a causar malefícios ao meio ambiente. O consumo excessivo
dos combustíveis fósseis, que se tem como consequência as crises causadas ao ambiente, como
são recursos que serão limitados no nosso planeta, tem a necessidade do estudo e procura por
fontes de energia alternativa, que são ilimitadas e renováveis, uma dessas fontes é a energia
solar fotovoltaica.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1.1 Descrição das estruturas físicas
O sistema fotovoltaico da empresa Ajel Materiais Elétricos foi instalado sobre duas
estruturas, sendo elas galpões metálicos conforme a Figura 01. Na estrutura da loja, assim como
relatado pela engenharia eletricista Alexia no formulário presente no Apêndice A, foi necessário
reforço na estrutura existente para suportar o peso dos módulos devido ser um galpão antigo
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destacado na Figura 02 e não ser planejado anteriormente para receber maiores cargas sobre ele
futuramente.
O segundo galpão representado nas Figuras 03 e 04, se localiza no estoque dos fundos
da loja, que na visita in loco obtivemos a informação de que essa parte estrutural, foi construída
devido a necessidade para a disposição de mais módulos fotovoltaicos. Estes não puderam ser
instalados sobre o telhado já existente, devido ao excesso de carga que traria além do que foi
permitido em um laudo técnico estrutural emitido por um engenheiro civil habilitado, sendo
então utilizado nele o sistema telhado solar, ou seja, os módulos são o próprio telhado.
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4.1.2 Potência Instalada e Equipamentos Utilizados
A potência instalada nas duas partes da usina fotovoltaica totaliza em 91,98 kWp, sendo
distribuído da seguinte forma. No telhado metálico da loja que expande para uma pequena parte
do estoque que foi ampliado, foram utilizados para atingir a potência de 51,83 kWp, uma
quantidade de 142 módulos de 365 Wp, para serem conectados a um inversor de 40 kW,
representando uma geração média mensal de 6.355,65 kWh/mês do consumo da energia. A
forma como optaram na distribuição para conectar no inversor foram 6 strings de 18 módulos
e 2 de 17 módulos, conforme representado na Figura 05 demarcado de vermelho.
Optou-se por esse layout devido ao novo galpão que foi construído necessitar de um
formato adequado de módulos para ocupar todo o espaço que havia disponível, de forma que
cobrisse toda a estrutura e fosse possível realizar a distribuição das strings para ocupar apenas
uma entrada MPPT do inversor, devendo suas strings possuírem a mesma quantidade de
módulos cada uma, assim decidiram levar 2 strings do inversor de 40 kW para ser instalada
nele.
Na segunda parte, os módulos ocuparam uma das águas do telhado da loja e o restante
no galpão novo, sendo instalada uma potência de 40,15 kWp nessas áreas. Foram utilizados 110
módulos de 365 Wp para conectar em um inversor de 30 kW, trazendo uma geração média
mensal 4.923,39 kWh/mês. O layout optado foi o da Figura 06, estando demarcado de
vermelho. Para conectar as strings no inversor de 30kW, optaram por distribuir 6 strings de 14
módulos e 2 de 13 módulos.
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Figura 06 - Galpão da loja Ajel Materiais Elétricos.
De igual modo conforme na primeira parte, foram distribuídas strings de forma que
ocupassem todo o galpão novo de módulos sendo eles o seu próprio telhado, o qual mantém um
bom design e consequentemente uma proteção de toda a área dessa parte do estoque.
Os equipamentos foram escolhidos respeitando a limitação elétrica do local, que devido
o transformador possuir potência de 75kVA, seria possível atingir no máximo somente essa
potência do Trafo. Na época, no ano de 2020 não havia no mercado inversores igual a esse
valor, por isso da distribuição em dois inversores para que atingisse mais carga no sistema e
atendesse uma maior parte da demanda necessária de consumo de energia, dessa forma
ocupando 70 kW.
Basicamente os principais equipamentos para implantação de uma usina solar são os
módulos e inversores, as análises das marcas que possuem no mercado é de extrema
importância já que o sistema se compromete a gerar por anos. Os outros materiais são
complementares, como cabeamento e os que fazem parte das strings box, um tipo de caixa de
proteção para os equipamentos, possuindo disjuntores e protetores de surto, dentre outros.
Os módulos fotovoltaicos instalados são os policristalinos, da marca GCL, sendo seu
modelo como referência no mercado GCL-P6/72-365, possuindo uma potência de 365 Wp,
peso de 23,1 kg cada e dimensões 2.01 m de comprimento, 1 m de largura e 0,035m de
espessura.
Os inversores utilizados são da marca WEG para redes trifásicas, sendo seus modelos
no mercado SIW500H ST040 com 4 rastreadores MPPT’s, para o de 40 kW com peso de 55 kg
e dimensões 0,93 m de comprimento, 0,55 m de largura e 0,26 m de espessura, e SIW500H
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ST030 com também 4 rastreadores MPPT’s, para o de 30 kW com peso de 60 kg e dimensões
0,93 m de comprimento, 0,55 m de largura e 0,26 m de espessura, conforme a Figura 07.
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Quadro 01 – Sistema instalado na Ajel.
Os outros dados descritos na Tabela 01, além dos que constam nos cálculos acima, foram
todos disponibilizados pela empresa como material de apoio para o estudo.
Esse percentual atendido da UFV existente poderia ser melhorado nos dias de hoje, com
o avanço da tecnologia, seria possível utilizar módulos mais potentes, os quais não existiam na
época da instalação, mas atualmente é encontrado no mercado potencias maiores, como os de
540 Wp.
Para os inversores, seria uma opção aplicável que suportaria mais cargas, utilizar apenas
um inversor de 75 kW que é novidade no mercado, o qual atende consumo e potência maiores,
e consequentemente reduziria os custos extras da utilização de dois inversores como os
cabeamentos necessários, conectores, string box e dentre outros materiais.
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No quadro 02 a seguir possui os dados de uma UFV com as novas tecnologias do
mercado para comparação com a usina instalada na Ajel. Utilizando os módulos de 540 Wp e
o novo inversor de 75kW seria possível atender 72,01% do consumo de energia, um aumento
de 6,06% em relação a usina existente.
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Neste sistema sugestivo com maior potência seria possível atender 1.037,41 kWh/mês
a mais do que a usina instalada na empresa, isso é consequência da evolução tecnológica que
está favorecendo o mercado da energia solar, com equipamentos mais modernos que atingem
uma alta potência ocupando pouco espaço e auxiliando na economia de materiais, que deveriam
ser adquiridos caso existissem mais módulos ou inversores.
Na Figura 08 é demostrado o layout orientativo como sugestão da configuração que
poderia ser aplicada atualmente, sendo distribuídos em 6 strings de 16 módulos e 5 strings de
18 módulos, totalizando em 186 unidades.
Como apoio para uma análise aprofundada sobre o retorno financeiro e a sua viabilidade
que uma usina fotovoltaica pode trazer a um comércio com alto consumo de energia elétrica,
foi utilizado o software PVsol Premium, o qual informa dados do sistema, parâmetros
econômicos, vista geral de pagamentos, remuneração e economia.
Na UFV da Ajel foram inseridos os dados da usina existente os quais solicitados aos
responsáveis pela empresa, para que houvesse parâmetros de análise sobre os benefícios
financeiros que traz ao comércio ter implantado o sistema. De acordo com a Figura 09 é notável
que em um período de 25 anos de funcionamento é favorável as condições financeiras para o
investidor, com um investimento em torno de R$ 551.880,00 para adquirir o gerador
fotovoltaico, têm-se um retorno anual com pequenas perdas de geração em cada ano em torno
de R$ 94.888,27, onde em um período de 5 anos e 7 meses pagaria o que foi investido.
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Figura 09 – Condições financeiras obtidas no software PV sol.
É necessário destacar também o quão favorável está o fluxo de caixa acumulado desta
usina representado na Figura 10, que entre as entradas existentes como o retorno de injeção na
rede com a energia gerada e saídas sendo os custos operacionais com suas devidas taxas de
degradação aplicadas, ainda consegue permanecer com um excelente retorno financeiro em um
período em torno de 26 anos gerando energia, totalizando em fluxo acumulado de R$
4.488.044,98. Sendo importante ressaltar que o software demonstra os valores considerando o
investimento como à vista, não incluindo nas saídas de caixa possíveis juros de empréstimo.
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Figura 10 – Fluxo de caixa acumulado.
Para uma melhor visualização dos ganhos, o software apresenta ainda um gráfico que se
encontra na Figura 11, onde destaca os valores líquidos em reais durante os anos da vida útil do
projeto, sendo crescente o acumulo de caixa que é gerado ao longo dos 26 anos.
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Figura 11 – Gráfico fluxo de caixa acumulado.
5 CONCLUSÃO
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energética que o Brasil tanto precisa para o seu desenvolvimento econômico com
sustentabilidade.
REFERÊNCIAS
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AUTORIZAÇÃO PARA PUBLICAÇÃO
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