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USINA DE RECICLAGEM

Ficha Técnica
Setor da Economia: Secundário
Ramo de Atividade: Indústria de Transformação
Tipo de Negócio: Usina de Reciclagem
Produtos Ofertados/Produzidos: Reciclagem de produtos em geral.

APRESENTAÇÃO. A Reciclagem é fruto da preocupação com a qualidade de vida, associado a um


modelo de desenvolvimento racional e sustentável.
No Brasil, o desenvolvimento da indústria de reciclagem é anterior ao início das discussões
relacionadas ao assunto envolvendo meio ambiente. Em sua versão mais artesanal, a semente
deste tipo de indústria cresceu a partir da necessidade de aproveitamento do material coletado
por determinada parcela da população que encontrava e encontra na coleta de lixo a única opção
de renda. Paralelamente, outros setores com maior representatividade econômica, adotaram o
reprocessamento de materiais recicláveis.

MERCADO. Com o surgimento da reciclagem, vários tipos de produtos passaram a ser reciclados,
criando desta forma novas atividades, atividades estas que atualmente geram um faturamento de
cerca de 1,2 bilhões de doláres anuais no Brasil, e que poderá chegar a 5,8 bilhões nos próximos
anos. A partir disto, pressume-se um mercado bastante promissor e ainda pouco explorado.

LOCALIZAÇÃO. A indústria deverá ser implantada é um local de fácil acesso, de preferência


próximo a matéria-prima.

ESTRUTURA. A estrutura básica deve contar com uma área de 10.000 m2, que abrigará um
galpão que será dividido em quatro áreas: galpão indústrial, escritório, vestiários e os sanitários.

EQUIPAMENTOS. Os equipamentos básicos são:


- Máquinas para reciclagem (irão variar de acordo com o produto a ser reciclado);
- Caminhão para o transporte;
- Móveis e utensílios do escritório (computadores, fax, telefone, mesas, etc.);

INVESTIMENTO. Irá variar de acordo com a estrutura do empreendimento.

PESSOAL. A mão-de-obra básica deve contar com: gerente (empreendedor), secretária, auxiliar
administrativo, responsável de produção, operários e motorista.

BENEFÍCIOS DA RECICLAGEM. Os principais benefícios gerados pela reciclagem são:


- A diminuição da problemática do lixo;
- Proteção do meio ambiente;
- Redução dos desperdícios, etc...

OS INSUMOS. Os principais fornecedores de insumos são as indústrias siderúrgicas (uso de


sucatas metálicas ferrosas) e a indústrias de papel/papelão(reaproveitamento de aparas de papel
das gráficas, por exemplo). Outro segmento importante para a reciclagem é o de vidros, com
grande representatividade do refugo de fábricas e engarrafadores, coleta de vidraçarias,
especialmente quanto à reutilização de vasilhames inteiros de vidro. Existe também o Lixo Urbano,
que representa parcela significativa dos produtos reciclados, partindo então de um processo que
envolve obrigatoriamente a coleta seletiva que ocorre na própria fonte geradora.

PRODUTOS RECICLÁVEIS. São vários os produtos que podem ser reciclados, sendo que os
principais são:
- Plásticos (Filme e o Rígido);
- Latas (Alumínio e de Aço);
- Vidros;
- Papéis (Ondulado e o de Escritório), etc...

DETALHAMENTO TÉCNICO DE ALGUNS DOS PRODUTOS RECICLÁVEIS.


1 - Reciclagem de Papel. A maior parte do papel destinado à reciclagem, cerca de 86%, é
gerado por atividades comerciais e industriais. No Brasil, existem 22 categorias de aparas - o
nome genérico dado aos resíduos de papel, industriais ou domésticos - classificados pelo Instituto
de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo e pela Associação Nacional dos Fabricantes de Papel e
Celulose.
As aparas mais nobres são as brancas de primeira , que não têm impressão ou qualquer tipo de
revestimento, enquanto às aparas mistas são formadas pela mistura de vários tipos de papéis.
* Não Recicláveis. São aqueles papéis / papelões coletados em hospitais, farmácias e
ambulatórios, como também qualquer tipo de plastificação ou película plástica e papel higiênico.
Ou ainda, papéis vegetais, papel e papelão encerados, com substâncias impermeáveis, revestidos
com camada metálica ou com colas à base de resina sintética, parafinados, papel carbono, fitas
adesivas.
* Recicláveis. Estará distribuída em oito tipos : ondulado, apara mista (obra de escritório e de
tipografia colorida), para computação, kraft (saco supermercado), jornal, para sacos de cimento
(que tem mais fibras que o papelão), branco de primeira para off-set e impressão, branco de
segunda para escrita. Os processos produtivos de alguns desses:
- Papel ondulado. Também conhecido como corrugado, é usado basicamente em caixas para
transporte de produtos para fábricas, depósitos, escritórios e residências.
Normalmente chamado de papelão, embora o termo não seja tecnicamente correto, este material
tem uma camada intermediária de papel entre suas partes exteriores, disposta em ondulações, na
forma de uma sanfona.
* O Processo. Encaminhado pelos aparistas às indústrias papeleiras, o material é desagregado no
hidrapulper , uma espécie de liqüidificador gigante que separa as fibras, transformando-as em
uma mistura homogênea. Em seguida, por meio de peneiras, retira-se as impurezas, como fitas
adesivas e metais.
No caso do papel ondulado, ao contrário do papel de escritório, não é preciso aplicar técnicas de
limpeza fina, retirada de tintas, branqueamento do material e lavagens especiais.
Com as fibras de melhor qualidade faz-se a capa de papel que é colocada na superfície externa da
caixa de papelão. As de qualidade inferior são usadas na fabricação do forro, que reveste a parte
interior. E as de pior qualidade servem para produzir o miolo ondulado, por meio de uma máquina
que se chama corrugadeira .
- Papel de escritório. Nome genérico dado a uma variedade de produtos usados em escritórios,
incluindo papéis de carta, blocos de anotações, copiadora, impressora, revistas e folhetos. A
qualidade é medida pelas características de suas fibras. Papéis de carta e copiadora são
normalmente brancos, mas podem ter várias cores. A maioria dos papéis de escritório é fabricada
a partir de processos químicos que tratam a polpa da celulose, retirada das árvores. Entretanto,
papel jornal é feito com menos celulose e mais fibras de madeira, obtidas na primeira etapa da
fabricação do papel, e por isso são de menor qualidade.
O lixo derivado do papel de escritório é formado por diferentes tipos de papéis, forçando os
programas de reciclagem a priorizar a coleta de algumas categorias mais valiosas, como o papel
branco de computador. Embora tenham menor valor, os papéis mesclados, contendo diferentes
fibras e cores, são também coletados para reciclagem. Os papéis para fins sanitários (toalhas e
higiênicos) não são encaminhados para reciclagem. O mesmo ocorre com papéis vegetais,
parafinados, carbono, plastificados e metalizados
* O Processo. O papel é separado do lixo e vendido para sucateiros que enviam o material para
depósitos. Ali, o papel é enfardado em prensas e depois encaminhado aos aparistas, que
classificam as aparas e revendem para as fábricas de papel como matéria-prima. Ao chegar à
fábrica, o papel entra em uma espécie de grande liqüidificador, chamado Hidrapulper , que tem a
forma de um tanque cilíndrico e um rotor giratório ao fundo. O equipamento desagrega o papel,
misturado com água, formando uma pasta de celulose. Uma peneira abaixo do rotor deixa passar
impurezas, como fibras, pedaços de papel não desagregado, arames e plástico. Em seguida, são
aplicados compostos químicos - água e soda cáustica - para retirar tintas. Uma depuração mais
fina, feita pelo equipamento Centre-cleaners , separa as areias existentes na pasta. Discos
refinadores abrem um pouco mais as fibras de celulose, melhorando a ligação entre elas.
Finalmente, a pasta é branqueada com compostos de cloro ou peróxido, seguindo para as
máquinas de fabricar papel.
Depois de selecionado e enfardado é vendido para as indústrias de papel que o utilizam como
matéria prima na produção de papel novo.
2 - Reciclagem de Plástico. A reciclagem de plástico começou a ser realizada pelas próprias
indústrias, para o reaproveitamento de suas perdas de produção. Quando o material passou a ser
recuperado em maior quantidade, separado do lixo, formou-se um novo mercado, absorvendo
modernas tecnologias para possibilitar a produção de artigos com percentual cada vez maior de
plástico reciclado.
- Plástico filme. Plástico filme é uma película plástica normalmente usada como sacolas de
supermercados, sacos de lixo, embalagens de leite, lonas agrícolas e proteção de alimentos na
geladeira ou microondas. O material constitui 38% das embalagens plásticas em geral nos Estados
Unidos.
* O Processo. Após ser separado do lixo, o plástico filme é enfardado para a reciclagem. Na
recicladora, o material passa pelo aglutinador, uma espécie de batedeira de bolo grande que
aquece o plástico pela fricção de suas hélices, transformando-o em uma espécie de farinha. Em
seguida, é aplicada pouca água para provocar um resfriamento repentino que resulta na
aglutinação: as moléculas dos polímeros se contraem, aumentando sua densidade, transformando
o plástico em grãos.
Assim, ele passa a ter peso e densidade suficientes para descer no funil da extrusora, a máquina
que funde o material e o transforma em tiras (spaghetti). Na última etapa, elas passam por um
banho de resfriamento e são picotadas em grãos chamados pellets , que são ensacados e vendidos
para fábricas de artefatos plásticos.
- Plástico rígido. Leve, resistente e prático, o plástico rígido é o material que compõe cerca de
60% das embalagens plásticas no Brasil, como garrafas de refrigerantes, recipientes para
produtos de limpeza e higiene e potes de alimentos. É também matéria-prima básica de
bombonas, fibras têxteis, tubos e conexões, calçados, eletrodomésticos, além de baldes, utensílios
domésticos e outros produtos.
Existem sete diferentes famílias de plásticos, que muitas vezes não são compatíveis quimicamente
entre si. Ou seja, a mistura de alguns tipos pode resultar em materiais defeituosos, de baixa
qualidade, sem as especificações técnicas necessárias para retornar à produção como matéria-
prima. São os seguintes os plásticos rígidos mais comuns no mercado brasileiro:
- Polietileno Tereftalato (PET), usado em garrafas de refrigerantes;
- Polietileno de Alta Densidade (PEAD), consumido por fabricantes de engradados de bebidas,
baldes, tambores, autopeças e outros produtos;
- Cloreto de Polivinila (PVC), comum em tubos e conexões e garrafas para água mineral e
detergentes líquidos;
- Polipropileno (PP), que compõe embalagens de massas e biscoitos, potes de margarina, seringas
descartáveis e utilidades domésticas, entre outros;
- Poliestireno (PS), utilizado na fabricação de eletrodomésticos e copos descartáveis.
* O Processo. Depois de separado, enfardado e estocado, o plástico é moído por um moinho de
facas e lavado para voltar ao processamento industrial. Após secagem, o material é transferido
para o aglutinador, que tem a forma de um cilindro, contendo hélices que giram em alta rotação e
aquecem o material por fricção, transformando-o numa pasta plástica. Em seguida, é aplicada
água em pequena quantidade para provocar resfriamento repentino, que faz as moléculas dos
polímeros se contraírem, aumentando sua densidade.
Assim, o plástico adquire a forma de grânulos e entra na extrusora, máquina que funde e dá
aspecto homogêneo ao material, que é transformado em tiras (spaghetti). Na última etapa, as
tiras de material derretido passam por um banho de resfriamento, que as solidificam. Depois são
picotadas em grãos, chamados pellets , vendidos para fábricas de artefatos plásticos, que podem
misturar o material reciclado com resina virgem para produzir novas embalagens, peças e
utensílios. É possível usar 100% de material reciclado.
3 - Reciclagem de Latas. Há dois tipos de latas:
- Latas de Alumínio. As latas de alumínio surgiram no mercado norte-americano em 1963. Mas os
programas de reciclagem começaram em 1968 nos Estados Unidos, fazendo retornar à produção
meia tonelada de alumínio por ano. Quinze anos depois, esse mesmo volume era reciclado por dia.
Os avanços tecnológicos ajudaram a desenvolver o mercado. As campanhas de coleta se
multiplicaram e, atualmente, 10 milhões de americanos participam ativamente dos programas de
coleta.
* O Processo. Depois de coletadas, as latas de alumínio vazias são amassadas por prensas
especiais, algumas delas computadorizadas, que fornecem o ticket com o valor referente a
quantidade entregue. O material é enfardado pelos sucateiros, cooperativas de catadores,
supermercados e escolas e repassado para indústrias de fundição. Em seus fornos, as latinhas são
derretidas e transformadas em lingotes de alumínio. Esses blocos são vendidos para os fabricantes
de lâminas de alumínio que por sua vez comercializam as chapas para indústrias de lata. O
material pode ser reciclado infinitas vezes sem perda de nenhuma de suas características.
Com a evolução desse processo já é possível que uma lata de bebida seja colocada na prateleira
do supermercado, vendida, consumida, reciclada, transformada em nova lata, envasada, vendida
e novamente exposta na prateleira em apenas 42 dias.
- Latas de Aço. As latas de aço, produzidas com chapas metálicas conhecidas como folhas de
flandres, tem como principais características a resistência, inviolabilidade e opacidade. São
compostas por ferro e uma pequena parte de estanho (0,20%) ou cromo (0,007%) - materiais
que protegem contra a oxidação e evitam por mais de dois anos a decomposição de alimentos.
Quando reciclado, o aço volta ao mercado em forma de automóveis, ferramentas, vigas para
construção civil, arames, vergalhões, utensílios domésticos e outros produtos, inclusive novas
latas.
* O Processo. Depois de separadas do lixo, as latas de aço precisam passar por processo de
limpeza em peneiras para a retirada de terra e de outros contaminantes. Em seguida, são
prensadas em fardos para facilitar o transporte nos caminhões até as indústrias recicladoras. Ao
chegar na usina de fundição a sucata vai para fornos elétricos ou a oxigênio, aquecidos a 1550
graus centígrados. Após atingir o ponto de fusão e chegar ao estado de líquido fumegante, o
material é moldado em tarugos e placas metálicas, que serão cortados na forma de chapas de
aço. A sucata demora somente um dia para ser reprocessada e transformada novamente em
lâminas de aço usadas por vários setores industriais - das montadoras de automóveis às fábricas
de latinhas em conserva. O material pode ser reciclado infinitas vezes, sem causar grandes perdas
ou prejudicar a qualidade.
Aciarias de porte médio equipadas com fornos elétricos processam a sucata por custo inferior ao
das siderúrgicas convencionais.
4 - Reciclagem de Vidros. As embalagens de vidro são usadas para bebidas, produtos
comestíveis, medicamentos, perfumes, cosméticos e outros artigos. Garrafas, potes e frascos
superam a metade da produção de vidro do Brasil. Usando em sua formulação areia, calcário,
barrilha e feldspato, o vidro é durável, inerte e tem alta taxa de reaproveitamento nas residências.
A metade dos recipientes de vidro fabricados no País é retornável. Além disso, o material é de fácil
reciclagem: pode voltar à produção de novas embalagens, substituindo totalmente o produto
virgem sem perda de qualidade. A inclusão de caco de vidro no processo normal de fabricação de
vidro reduz o gasto com energia. Para cada 10% de caco de vidro na mistura economiza-se 2,5%
da energia necessária para a fusão nos fornos industriais
* O Processo. Nos sistemas de reciclagem mais completos, o vidro bruto estocado em tambores é
submetido a um eletroimã para separação dos metais contaminantes. O material é lavado em
tanque com água, que após o processo precisa ser tratada e recuperada para evitar desperdício e
contaminação de cursos d'água. Depois, o material passa por uma esteira ou mesa destinada à
catação de impurezas, como restos de metais, pedras, plásticos e vidros indesejáveis que não
tenham sido retidos. Um triturador com motor de 2 HP transforma as embalagens em cacos de
tamanho homogêneo que são encaminhados para uma peneira vibratória. Outra esteira leva o
material para um segundo eletroimã, que separa metais ainda existentes nos cacos. O vidro é
armazenado em silo ou tambores para abastecimento da vidraria, que usa o material na
composição de novas embalagens.

LEMBRETE IMPORTANTE. Como já foi citado vários são os produtos que podem ser recicláveis,
para obter maiores informações, consultar o CEMPRE (Compromisso Empresarial para
Reciclagem).

Legislação Específica

Torna-se necessário tomar algumas providências, para a abertura do empreendimento, tais como:
- Registro na Junta Comercial;
- Registro na Secretária da Receita Federal;
- Registro na Secretária da Fazenda;
- Registro na Prefeitura do Município;
- Registro no INSS;(Somente quando não tem o CNPJ – Pessoa autônoma – Receita Federal)
- Registro no Sindicato Patronal;

O novo empresário deve procurar a prefeitura da cidade onde pretende montar seu
empreendimento para obter informações quanto às instalações físicas da empresa (com relação a
localização),e também o Alvará de Funcionamento.
Além disso, deve consultar o PROCON para adequar seus produtos às especificações do Código de
Defesa do Consumidor (LEI Nº 8.078 DE 11.09.1990).
Há necessidade de que o futuro empreendedor tenha o conhecimento de algumas leis que regem
tal atividade, tais como:

Federal.
- LEI N° 6.938/81. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos
de formulação e aplicação.
- LEI Nº 9.605/98. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente.

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