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-Resumo: Este artigo se propõe a dar conta da presença da literatura como espaço acadêmico
legítimo e necessário, na escola a partir de um duplo esforço, a saber: uma enunciação
integral e a função da obra literária nos espaços de reflexão, somado a fixação de meia dúzia
de chaves didáticas sobre a forma de tratar as peças literárias, nos espaços de ensino da lingua
materna. Para promover sua definição, assumimos uma postura essencial fraca e uma postura
social da arte. Os resultados da reflexão mostram pelo menos dois cursos de ação: um, mais
abstrato, refere-se à compreensão da literatura como um conjunto de produtos culturais que
apontam para uma transformação subjetiva e intersubjetiva; a outra, concreta, que alude a
determinadas ações em sala de aula que servem de base para o desenvolvimento de atividades
com textos literários, cujo objetivo é fortalecer a competência literária e a compreensão
leitora dos alunos.
-Introdução:
É difícil pensar o que faz um produto simbólico ser considerado uma obra literária, mas é
muito mais difícil fazer desse artefato social o centro de ação e reflexão nos espaços
acadêmicos destinados a pensar com uma metalinguagem a língua materna. Em princípio,
presumimos que a manipulação de obras literárias por parte dos professores depende da
concepção explícita que eles tem sobre ela, o que condicionaria, como em uma cadeia de
efeitos, seu uso e administração nas aulas; ou o que é mesmo, determinaria seu conhecimento
procedimental e condicional. Se aceitamos isso, o que implica sustentar a ideia de que saber
sobre o ser limita o fazer e o querer, é imprescindível meditar sobre o lugar e a práxis com a
obra literária nos processos de contrato escolar ( conhecimentos, atitudes, valores, etc.);
Porém, para se fazer uma proposta sobre essa temática, entendemos que devemos primeiro
percorrer a precisão do que chamamos, justamente de uma amostra literária, que não para de
apresentar conflitos, dada a diversidade de posicionamentos neste que diz respeito.
Certamente, quando se olha para a concepção de obra literária, descobre-se um mundo
diverso e complexo de possibilidades, dada sua multiplicidade teórica e seus vários modos de
ser estudado. Diante disso, nas várias perspectivas a este respeito apontamos algumas, que
funcionaram solidariamente, para oferecer, sob a lógica da evasão, uma definição mais
robusta e completa sobre o nosso objeto de atenção. Avançar esta proposta nos levará
imediatamente a questionarmo-nos não pela sua natureza, mas sim pela sua função educativa
e social, que preparará o terreno para a formulação de um conjunto de procedimentos que
facilitem o trabalho na sala de aula. Em outras palavras, para sugerir chaves didáticas para a
literatura, devemos as vezes passar por uma *ninhada conceitual, utilitária e pedagógica da
obra literária.
1
De acordo com as propostas do escritor italiano Italo Calvino (1989), a literatura atual caracteriza-se
pela sua leveza, ou seja, uma linguagem poética que é terapêutica para o leitor. além da precisão,
com base em
clareza através da utilização do significante exato, ao qual é acrescentada velocidade, qualificada pela
economia linguística que proporciona agilidade na leitura e
multiplicidade, ou, por outras palavras, polifonia. Duas propostas ainda por definir, mas para os
nossos propósitos, destacamos estas quatro.
De acordo com as propostas do escritor italiano Italo Calvino
(1989), a literatura atual caracteriza-se pela sua leveza, ou
seja, uma linguagem poética que é terapêutica para o leitor.
além da precisão, com base em
clareza através da utilização do significante exato, ao qual é
acrescentada velocidade, qualificada pela economia
linguística que proporciona agilidade na leitura e
multiplicidade, ou, por outras palavras, polifonia.
35). Assim, por exemplo, é sempre fácil demonstrar a natureza literária de uma obra com as
histórias hiper-breves de Augusto Monterroso ou Juan José Arreola, peças literárias
majestosas que poderiam mais apropriadamente ser chamadas de peças textuais, inseridas em
antologia. ou seja, pequenos textos, delicados e vitais que refletem aspectos sócio-políticos de
sujeitos e das nações.
Enquanto o desenvolvimento de seminários, o professor deve aparecer como
modelo de um leitor especializado para o seus estudantes,
Ou seja o professor deve ser um exemplo do que ensina. No nosso caso, o professor de
literatura deve ser uma testemunha perante os seus alunos, a fim de iniciar e valorizar
processos de transformação em relação à compreensão de leitura. Sendo este o caso,
acreditamos que há verdade na aposta que sublinha a relação entre o mediador e a obra
literária, acrescentada à predisposição que oferece para colocar esta experiência no ao serviço
de outros.
Neste sentido, vários estudos realizados em 2010 na Universidade da Florida mostraram que
o que o professor faz influencia a motivação do aluno para ler. Ainda mais, influências de tal
forma que possam moderar a capacidade genética das crianças para lidar com a leitura
antecipada3. 2 Perante uma responsabilidade tão pequena, professores devem ser formados
como leitores e mostrar ao grupo que estão encarregados a sua história, os seus tropeços e
contradições como leitores; por exemplo, demonstrar como a leitura de certas obras o
afeta/infeta, que nem sempre entende tudo o que lê e que, inclusive, a leitura implica tomar
posições de consenso ou discordância sobre o assunto. Em resumo,
[...] antes de enviar para ler uma obra literária, passar algum tempo a dar-lhe algum
contexto, situá-lo historicamente, mostrar o seu valor e ligá-lo a um dos objetivos da
sua classe. Mostre-se como o primeiro leitor dessa obra e conte-nos a partir da sua
própria experiência de como isso teve um efeito sobre si, na sua forma de perceber,
compreender ou descobrir uma realidade ou uma situação. (Vásquez, 2012, p. 90)
Planejar e executar seminários que combinem textos literários com textos de
uma natureza retórica semelhante.
2
A este respeito, a jornalista Patricia Matey (2010) afirma que "os 'genes da inteligência' são de pouca
utilidade se o aluno se deparar com um mau professor. Isto acabou de ser deixado claro por um grupo de
psicólogos americanos após a realização de um estudo com gêmeos. Na verdade, a sua diretora, Jeanette
Taylor, da Universidade da Florida (Estados Unidos),
reconheceu à Elmundo que "os genes são importantes para explicar as diferenças na realização da leitura, mas
o ensino eficaz também o é[...] A atividade de leitura é influenciada por ambos os genes e
pelo ambiente: família e professores. No entanto, a importância
da qualidade dos professores em fazer sobressair todo o potencial dos seus alunos é um fato que tem sido
pouco investigado', insiste o Dr. Taylor
[...] No entanto, os psicólogos americanos reconhecem que "a capacidade de leitura também pode ser
influenciada por outros fatores, tais como o ambiente físico da sala de aula, colegas, recursos disponíveis,
entre outros", observam os autores".
De acordo com as propostas do escritor italiano Italo Calvino
(1989), a literatura atual caracteriza-se pela sua leveza, ou
seja, uma linguagem poética que é terapêutica para o leitor.
além da precisão, com base em
clareza através da utilização do significante exato, ao qual é
acrescentada velocidade, qualificada pela economia
linguística que proporciona agilidade na leitura e
multiplicidade, ou, por outras palavras, polifonia.
Para Carlos Reis (1996), a conjugação do texto literário com outras texturas é viável. Ou seja,
a colocação da cena literária com todo o concerto da poética dos meios de comunicação
social, posição que favorece o carácter moral comum que tanto a obra literária, no seu nível
figurativo, como os textos das novas representações artísticas as quais, em conjunto, permitir
combinar ou mesmo substituir a compreensão por uma percepção estética. Assim, por
exemplo, quadrinhos, cinema, teatro, publicidade, performance, happening, instalações, etc.
Para além disto, existem outras qualidades, tais como o reconhecimento consciente de que o
sujeito alcança através das práticas poéticas presentes nas experiências estéticas
contemporâneas (por exemplo, pense nas qualidades poéticas das notícias em um programa
televisivo ou em certas peças publicitárias). Além disso, a circulação deste modelo permite a
obtenção de benefícios inerentes a NTIC especialmente a partir do contexto hipermídia, o que
permite leituras não lineares que admitem leitura com todos os sentidos (visual, auditivo,
táctil), com um emparelhamento não conflituoso de imagem e palavra, permitindo leituras
sequestradas no plural e com democracia, pois como Eco (1979) diz corretamente: "[...] a
interpretação de uma obra de arte abre-se a uma série virtualmente infinita de leituras
possíveis" (p. 87).
A este respeito, acreditamos que, ao incluir contextos hipermediais no ensino de obras
literárias , o carácter associativo que a discursividade electrónica permite é realçado, uma vez
que liga a obra literária com o sistema hipertextual em que está embutido no mundo virtual.
Como sabemos, na web, uma obra desdobra um número infinito de mundos informativos ou
fictícios, para além da transposição de aspectos da totalidade dos discursos científicos e
humanistas, tais como a os discursos científicos e humanistas, como é o caso experiências
locais como a Narratopedia.
Atribuir reuniões para a prática da autobiografia de leitura.
Atualmente, a escrita autobiográfica já não é uma propriedade distintiva de intelectuais e
escritores, hoje em dia, qualquer cidadão pode pôr a sua vida no papel. No entanto, uma
autobiografia A autobiografia é uma obra narrativa que dá conta de um padrão de vida e
projeta sabedoria. Neste sentido, o que é importante não é o que aconteceu ao autor, mas o
significado que ele ou ela dá ao que aconteceu, o que implica imaginação literária (Gornick,
2003). Agora, de acordo com Miraux (2005), em A autobiografia não é apenas o desejo de se
compreender a si próprio através da procura das suas raízes, mas também restabelece uma
identidade; ou seja, permite uma visão heurística do eu, graças à auto-análise que vai desde o
eu-presente até ao eu-passado.
Em relação ao que nos interessa aqui, há uma vantagem neste tipo de produção,
nomeadamente: a autobiografia de leitura responde a questões tais como: quem sou eu como
leitor? quão autêntico é o que digo sobre mim na minha escrita? como dizer ao outro como
me tornei um leitor menos ingênuo? como garantir que o outro poderá ser um leitor
especializado com a ajuda da minha experiência? Etc. Note-se, então, que a escrita
autobiográfica requer um destinatário, implícito ou explícito, que sirva de interlocutor. É