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CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL
(Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
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A competência para o julgamento destes crimes é controvertida. Para alguns doutrinadores (entre eles
Luís Regis Prado) será da Justiça Ferderal, porém STJ e STF já decidiram ser competência da Justiça Estadual.
19. O elemento subjetivo será o dolo. Possível a tentativa e ação penal será
pública incondicionada.
20. No artigo 198 do Código Penal está tipificada a conduta de quem
constrange alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar
contrato de trabalho, ou a não fornecer a outrem ou não adquir de outrem
matéria-prima ou produto industrial ou agrícola. Trata-se de atentado
contra a liberdade de trabalho e boicotagem violenta.
21. Trata-se de crime doloso. Possível a tentativa. O crime se consumará
com a efetiva celebração do contrato ou com a violência, ou grave ameaça
para que a vítima boicote o fornecimento, ou aquisição de matéria-prima
ou produto industrial de fornecedor ou cliente.
22. A pena será de um mês a um ano, e multa, além da pena
correspondente a violência. A ação penal será pública incondicionada.
23. O terceiro crime elencado no Título IV, de acordo com o artigo 199
do Código Penal, será contranger alguém mediante violência ou grave
ameaça, a participar ou deixar de participar de determinado de determinado
sindicato ou associação profissional.
24. Objetiva-se a proteção do direito de liberdade de associação
garantido pela Constituição Federal2 de 1988 nos artigos 5º, inciso XVII e
8º.
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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança
e à propriedade, nos termos seguintes:
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no
órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria
profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou
empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em
questões judiciais ou administrativas;
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada
em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente
da contribuição prevista em lei;
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção
ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se
cometer falta grave nos termos da lei.
25. O crime será doloso, admite-se a tentativa.
26. A pena, assim como a do artigo 198, será de um mês a um ano, e
multa, além da pena correspondente a violência.
27. A ação penal será a pública incondicionada.
28. O artigo 200 do Código Penal tipifica o crime de paralisação de
trabalho seguida de violência ou perturbarção da ordem. A conduta será a
de participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando
violência contra pessoa ou contra coisa.
29. A pena será de detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena
correspondente à violência.
30. O parágrafo único dispõe que para que se considere coletivo o abandono
de trabalho é indispensável o concurso de, pelo menos, três empregados.
31. Trata-se de crime doloso, sendo possível a tentativa.
32. No artigo 2013do Código Penal temos a proibição de paralisação de
trabalho de interesse coletivo.
33. Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a
interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo tipificará o delito do
artigo 201 do Código Penal e terá pena de detenção, de seis meses a dois anos,
e multa.
34. A suspensão coletiva de trabalho realizada pelos empregadores é
denomindada lockout.
35. O abandono coletivo de trabalho realizado por empregados é denominada
greve.
36. A lei nº 7.783/1989 em seu artigo 10 considera como servições essências
as seguintes atividades:I — tratamento e abastecimento de água; produção e
distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; II — assistência médica e
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de
pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.
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“A nosso ver, o presente crime se encontra em pleno vigor, ao contrário da maioria da doutrina penal, que
o tem como não recepcionado pela nova ordem constitucional, de vez que o art. 9o da Carta Magna teria
admitido amplamente o direito de greve, inclusive nos serviços e atividades essenciais. Ocorre que o
referido art. 9o da Constituição Federal, em seu § 1o, estabelece que a lei definirá os serviços ou atividades
essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, determinando no §
2o que os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. Assim, se a interrupção da obra
pública ou serviço de interesse coletivo for completa, total, estará configurado o abuso, passível de punição
conforme o disposto no art. 221 do CP ora em comento.” ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Direito penal do
trabalho, 5ª edição.
hospitalar; III — distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; IV
— funerários; V — transporte coletivo; VI — captação e tratamento de esgoto e
lixo; VII — telecomunicações; VIII — guarda, uso e controle de substâncias
radioativas, equipamentos e materiais nucleares; IX — processamento de dados
ligados a serviços essenciais; X — controle de tráfego aéreo; XI — compensação
bancária.
37. De acordo com o artigo 11 da mesma lei, nos serviços ou atividades
essenciais, os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados,
de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços
indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
38. O parágrafo único do artigo 11 dispõe que são necessidades inadiáveis
da comunidade aquelas que, não atendidas, coloquem em perigo iminente a
sobrevivência, a saúde ou a segurança da população”.
39. Trata-se de crime doloso. Admite-se a tentativa e ação penal será a
pública incondicionada.
40. O artigo 202 do Código Penal trata do crime de sabotagem. Invandir ou
ocupar estabelecimento comercial, industrial ou agrícola, com o fim de impedir
ou dificultar o curso normal do trabalho, ou danificar o estabelecimento ou as
coisas nele existentes ou delas dispor, será crime com pena de reclusão de um
a três anos, e multa.
41. O sujeito ativo será qualquer pessoa, já o passivo será o proprietário do
estabelecimento (comercial, industrial ou agrícola).
42. A finalidade do sujeito ativo será o de impedir (não deixar que aconteça)
ou embaraçar (atrapalhar) o trabalho da empresa. A finalidade também poderá
ser a de danificar (comprometer) o estabelicmento (prédio), as coisas nele
existentes (máquinas) ou delas dispor (distribuir).
43. O crime será doloso. Possível a tentativa e a ação penal será a pública
incondicionada.
44. No artigo 203 do Código Penal temos a conduta de frustar (fazer falhar)
direito assegurado por lei trabalhista.
45. A conduta se dará por meio de fraude ou violência. A pena será de um a
dois anos, e multa, além da pena correspondente a violência.
46. No parágrafo primeiro do artigo 203 estão duas espécies especificamente
consideradas do caput. No inciso I, a conduta de quem obriga ou coage alguém
a usar mercadoriasde determinado estabelecimento, para impossibilitar o
desligamento do serviço em virtude de dívida, e no inciso II, a conduta de impedir
alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, mediante coação ou
por meio de retenção de documentos pessoais ou contratuais.
47. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de
dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou
mental.
48. O artigo 204 do Código Penal tipifica a conduta de frustar (embaraçar,
impedir), mediante fraude (engodo) ou violência, obrigação legal relativa a
nacionalização do trabalho.
49. Busca a norma proteger o interesse do trabalhador brasileiro, garantindo
maior competitividade no mercado frente aos cidadãos estrangeiros.
50. Neste sentido, a Consolidação da Legislação Trabalhista (CLT), traz
regras sobre a contratação de um numero porcentual de brasileiros. Trata-se,
portanto, de normal penal em branco a ser complementada pelas leis
trabalhistas.
51. A pena será de 1 mês a 1 ano, e multa, além da pena correspondente a
violência praticada.
52. No artigo 205 do Còdigo Penal está tipificada criminalmente a conduta de
exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa.
53. A pena será de detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
54. Recrutar (aliciar, angariar) trabalhadores, mediante fraude (artifício ou
ardil), com o fim de levá-los para o território estrangeiro tipificará o crime do artigo
206 do Código Penal.
55. A pena será de detenção de 1 ano a 3 anos e multa.
56. No artigo 207, com pena de detenção de 1 a 3 anos, e multa, esta o crime
de aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional.
57. O aliciamento (recrutamento) se fará de um local para outro do território
nacional.
58. Protege-se o interesse do Estado em relação a manutenção das
atividades econômicas e povoamento de determinadas áreas geográficas,
buscando evitar-se o êxodo de trabalhadores.
59. Na mesma pena incorrerá quem recrutar trabalhadores fora da localidade
de execução do trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou
cobrança de qualquer quantia do trabalhador, ou, ainda, não assegurar
condições do seu retorno ao local de origem.
60. De acordo com o parágrafo 2º, a pena será aumentada de um sexo a um
terço se a vítima for menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou
portadora de deficiência física ou mental.