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Coordenação e Execução
Eng°. Agr. Wilton Lessa Silva
Esp. em Proteção de Plantas
Empresa Solicitante
Monsanto do Brasil Ltda.
Rod. BR 452, km 18, SN
CNPJ: 64.858.525/0069-33
CEP 38.402-343
Uberlândia - MG
O milho é uma gramínea da família Poaceae, gênero zea e espécie Zea mais.
Com origem no México e Guatemala, a mais antiga espiga de milho foi encontrada
no vale do Tehucan a 7.000 a.C e por meio de um processo de seleção artificial o
Teosinte ou “alimento dos deuses”, como era chamado pelos maias, deu origem a
espécie. É o único cereal nativo do mundo, plantado em altitudes que vão desde o
nível do mar até 3000 metros, tornando-se uma das culturas mais importante e
amplamente distribuída mundialmente, sendo o terceiro cereal mais cultivado
(LERAYER, 2006).
Os maiores produtores mundiais de milho são Estados Unidos, China e Brasil,
os quais são responsáveis por 65,62% da produção mundial (USDA, 2015). No
Brasil, o milho figura no cenário agrícola como a segunda cultura mais importante e
com estimativa de produção de 84,5 milhões de toneladas na safra 2015/16, o país é
o terceiro maior produtor mundial. Na Bahia, a área plantada na atual safra foi de
3,02 milhões de hectares com uma produção estimada de 6,8 milhões de toneladas
(CONAB, 2016).
A cultura do milho está sujeita, durante todo o seu ciclo, ao ataque de
diferentes espécies de insetos, doenças e plantas daninhas, podendo acarretar
perdas elevadas nas lavouras, sendo os danos potencializados no estabelecimento
da cultura (SCHNEIDER et al., 2014). Dentre os insetos que acometem o milho, a
Spodoptera frugiperda (J. E. Smith) é considerada a principal praga e a de maior
importância econômica.
A S. frugiperda, conhecida na fase larval como lagarta-do-cartucho é uma
espécie migratória e endêmica no Hemisfério Ocidental (BARROS et al., 2010),
amplamente distribuídas no mundo. As lagartas são polífagas e das 30 espécies
descritas, metade é considerada praga de culturas de importância econômica,
alimentando de mais de 80 espécies de plantas, incluindo o milho (CAPINERA,
2008; POGUE, 2002).
O inseto adulto mede cerca de 35 mm de envergadura e apresenta coloração
pardo-escura nas asas anteriores e branco-acinzentada nas asas posteriores. As
mariposas realizam postura em massa nas folhas com aproximadamente 200 a 300
ovos, geralmente são acinzentados e protegidos contra a ação de inimigos naturais
por escamas. As fêmeas apresentam elevado potencial reprodutivo, com capacidade
de ovopositar de 1500 a 2000 ovos. As lagartas de 1º ínstar são de coloração clara
passando para pardo-escuro até quase preta dependendo da idade. Apresentam um
“Y” invertido na parte frontal da cabeça. O período larval varia de 15 a 25 dias, com
4 a 7 ínstares dependendo da temperatura, planta hospedeira, sexo e biótipo. A
lagarta completamente desenvolvida mede cerca de 40 mm. O ciclo de ovo a adulto
é relativamente curto, sendo de 25 a 30 dias, dependendo da temperatura, e, a
longevidade dos adultos é de aproximadamente 12 dias (OMOTO et al., 2013; CRUZ
et al. 2008; PINTO et al., 2004).
Na cultura de milho, a lagarta tem preferência por se alimentar do cartucho,
embora o ataque seja também observado na fase de emergência das plantas (corte
basal), bem como nas espigas na fase de enchimento de grãos (SCHNEIDER et al.,
2014). As lagartas de primeiro ínstar iniciam sua alimentação raspando uma das
faces da folha, deixando a epiderme do outro lado intacta. Larvas maiores começam
a fazer furos na folha e quando passam para o quarto e quinto ínstares, podem
destruir completamente as folhas ainda novas que compõem o cartucho da planta,
(CRUZ, 1995). A redução no rendimento de grãos devido ao ataque dessa praga
varia de 17,7 a 55,6%, de acordo com o estágio de desenvolvimento e da
suscetibilidade dos genótipos de milho (CRUZ, 2008).
A S. frugiperda é uma praga de difícil manejo, sendo o químico aliado ao uso
de híbrido Bts as principais medidas de controle, todavia, nem sempre se alcança a
eficiência desejada, elevando a frequência de aplicação de inseticidas, muitas
vezes, com o mesmo mecanismo de ação. Dessa forma, tem-se contribuindo para o
aumento de indivíduos resistentes a campo, dificultando ainda mais o controle da
praga.
Além disso, características bioecológicas da S. frugiperda, como o alto
potencial reprodutivo, o ciclo biológico relativamente curto e a polifagia, associadas a
sucessão de cultivos de plantas hospedeiras, expõe as populações da praga à
elevada pressão de seleção por inseticidas e proteínas de Bt, propiciando um
cenário favorável para a evolução da resistência (OMOTO et al., 2013).
Para híbridos de milho com ou sem tecnologia Bt, recomenda-se o uso dos
inseticidas indicados quando aproximadamente 20% das plantas apresentarem
cartucho com poucas lesões circulares ou indefinidas de até 1,3 cm nas folhas
expandidas e novas, correspondendo à nota 3 na escala de Davis (1992)
(SCHNEIDER et al., 2014).
Face ao exposto, o presente trabalho teve por objetivo gerar informações
sobre o melhor manejo de inseticidas para o controle de Spodoptera frugiperda na
cultura do milho.
2. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi constituído por três ensaios, conduzidos nos anos agrícolas
de 2015/16 em condições de campo de produção de milho em três fazendas
situadas no município de Correntina. O clima classificado segundo Koppen (1936) é
do tipo AW, com estações secas e chuvosas bem definidas. A temperatura média da
região é de 26 °C e precipitação anual média de 1300 mm.
O ensaio foi delineado no modelo de Farm test, constituído por dois
tratamentos sem repetição, sendo, o Tratamento Monsanto (Arvore de
Recomendação Monsanto) e o Tratamento Padrão Fazenda. Os agroquímicos
aplicados durante a condução do experimento foi feita utilizando-se um pulverizador
Autopropelido equipado com bico leque TT 110 02, com vazão de 93 l ha -1. A
aplicação mantinha uma distância aproximada de 0,5 m entre a barra e as plantas
alvos. No Tratamento Monsanto as pulverizações de inseticidas foram realizadas de
acordo com o Aplicativo Roundup Ready Plus, sendo que na fase vegetativa da
cultura do milho, o nível de controle utilizado foi entre 15 e 25% de plantas com
notas 3, segundo a escala de notas de dano de Davis et al. (1992), Figura 07,
Anexos.
As avaliações de ataque de Spodoptera frugiperda na fase vegetativa
consistiram na amostragem de 100 plantas por tratamento, dando notas de danos
pela Escala Davis, enquanto que na fase reprodutiva, realizou-se a contagem do
número de lagartas em 100 plantas. Avaliou-se, também, o rendimento médio de
grãos por área.
2.1. Ensaio 01
2.2. Ensaio 02
2.3. Ensaio 03
O ensaio 03 foi conduzido na Boi Branco, localizada nas coordenadas
geográficas 13° 40' 55.07" S de latitude e 45° 51' 10.83" W de longitude. As parcelas
(farm test) possuíam dimensões de 54m (90 linhas) x 1000 m de comprimento,
totalizando 54000 m2.
O híbrido utilizado foi o DKB 290 PRO 3, sendo que as sementes utilizadas
foram tratadas com Standak Top 0,5 l/100 kg, Cruiser 0,5 l/100 kg de sementes.
Utilizou-se espaçamento de 0,6 m entre linhas e taxa de semeadura de 4,2
sementes/m, obtendo estande final de 4,0 plantas/m. A semeadura foi realizada em
27/11/15 e emergência de plântulas ocorreu em 04/12/2015.
Os inseticidas pulverizados com suas respectivas doses encontram-se na
Figura 03, Anexos.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1. Ensaio 01
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CRUZ, I. Manejo de pragas da cultura do milho. In: CRUZ, J. C.; KARAM, D.;
MONTEIRO, M. A.; MAGALHÃES, P. C. A cultura do milho. Sete Lagoas:
Embrapa, 2008. cap. 12, 1.ed, p. 302-362.
CRUZ, I. A lagarta-do-cartucho na cultura do milho. Sete Lagoas: Embrapa –
CNPMS, n. 21, 1995. 45 p. Circular Técnica.
DAVIS, F.M.; NG, S.S.; WILLIAMS, W.P. Visual rating scales for screening
whorl-stage corn for resistance to fall armyworm. Mississippi: Mississippi State
University, 1992. 9p. (MAFES. Technical bulletin, 186).
SCHNEIDER, A.; BOIKO, A.; CONTI, A. et al. Manual de pragas do milho, soja e
algodão. 2014, 147p.
ANEXOS
-1
Data Plantio: % Plantas com % Plantas com % Plantas com Percevejos m Inseticidas Aplicados
25/11/2015 nota >3 Davis nota = 3 Davis notas = ou >3 Davis Ninfa Adulto Produto Dose l/kg ha-1
V1 0 0 0 0 0
V2 0 2 2 0 0
V3 0 7 7 0 0,2
V4 0 12 12 0,1 0,4
V5 1 20 21 0,2 0,2 Premio 0,125
V6 2 14 16 0 0
V7 4 12 16 0 0
Recomendação MONSANTO
V8 4 16 20 0 0
V9 5 20 25 0 0 Avatar 0,4
V10 5 20 25 0 0
V11 5 17 22 0 0
Estádio
V12 5 15 20 0 0
V13 7 14 21 0 0
V14 7 15 22 0 0
V15 8 15 23 0 0
VT 8 17 25 0 0 Exalt 0,1
% de plantas infestadas (lagartas na espiga) 0 0
R1 3 0 0
R2 5 0 0
R3 10 0 0 Avatar 0,4
R4 2 0 0
R5 1 0 0
R6 0 0 0
V1 0 0 0 0 0
V2 0 2 2 0 0
V3 0 6 6 0 0,1
V4 0 12 12 0,15 0,3
V5 1 17 18 0 0,2 Atabron 0,3
V6 4 21 25 0 0
V7 7 25 32 0 0 Brilhante 1,2
V8 9 27 36 0 0
V9 12 30 42 0 0
Padrão Fazenda
V10 15 38 53 0 0
V11 16 30 46 0 0 Avatar 0,4
Estádio
V12 18 27 45 0 0
V13 20 27 47 0 0
V14 25 28 53 0 0
V15 30 29 59 0 0
VT 35 27 62 0 0 Exalt 0,1
% de plantas infestadas (lagartas na espiga) 0 0
R1 17 0 0
R2 25 0 0 Brilhante 1,2
R3 14 0 0
R4 10 0 0
R5 3 0 0
R6 1 0 0
V1 0 0 0 0 0
V2 0 1 1 0 0
V3 0 3 3 0 0,3
V4 0 11 11 0 0,4
V5 0 14 14 0,2 0,3
V6 2 16 18 0 0,1 Exalt 0,1
V7 2 12 14 0 0
Recomendação MONSANTO
V8 2 12 14 0 0
V9 3 13 16 0 0
V10 4 14 18 0 0
V11 4 15 19 0 0
Estádio
V1 0 0 0 0 0
V2 0 1 1 0 0
V3 0 2 2 0,1 0,2
V4 0 12 12 0 0,5
V5 0 14 14 0,2 0,4
V6 3 17 20 0 0
V7 6 20 26 0 0 Atabron+Lannate 0,3 + 1,0
V8 7 23 30 0 0
V9 12 25 37 0 0
Padrão Fazenda
V8 5 14 19 0 0
V9 6 14 20 0 0
V10 8 16 24 0 0
V11 9 14 23 0 0
Estádio
V1 0 0 0 0 0
V2 0 2 2 0 0
V3 0 7 7 0,1 0
V4 1 15 16 0 0,2 Brilhante 1,2
V5 3 14 17 0 0,3
V6 4 21 25 0 0
V7 8 25 33 0 0 Klorpan 1,0
V8 10 26 36 0 0
V9 13 34 47 0 0 Tracer 0,1
Padrão Fazenda
V10 14 20 34 0 0
V11 10 10 20 0 0
Estádio
V12 7 12 19 0 0
V13 12 15 27 0 0
V14 12 20 32 0 0
V15 14 19 33 0 0
VT 20 27 47 0 0 Avatar 0,4
% de plantas infestadas (lagartas na espiga) 0 0
R1 18 0 0 Premio 0,1
R2 9 0 0
R3 14 0 0
R4 9 0 0
R5 5 0 0
R6 3 0 0
2 Avatar 0,4 81
3 Exalt 0,1 55
4 Avatar 0,4 81
Total 272,0
2 Avatar 0,4 81
3 Exalt 0,1 55
4 Exalt 0,1 55
5 Avatar 0,4 81
Total 340,0
1 Brilhante 1,2 18
Fazenda