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Transgênicos: A sociedade civil ainda não foi esclarecida diferentes tipos de armazéns e regiões mistas.

Isso ocorre
sobre o problema. com o produto do Centro-Oeste, onde será necessário
segregar os grãos transgênicos dos tradicionais", diz o
Quase duas décadas de debates. A polêmica em engenheiro agrônomo José Maria da Silveira, pesquisador do
torno dos organismos geneticamente modificados (OGMs), Núcleo de Economia Agrícola do Instituto de Economia da
popularmente conhecidos como transgênicos já fez história. Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e professor
Começou nos anos 1990, quando ocorreram às primeiras nas áreas de Microeconomia e Métodos Quantitativos.
colheitas de grãos alterados geneticamente O movimento A identificação dos carregamentos, com
de resistência surgiu em torno da Campanha por Segurança informações claras e precisas sobre o nome da variedade e
Alimentar e agregou diversas organizações não- o gene modificado, é obrigatória, por força de acordo
governamentais. Desde então, o número de entidades internacional, mas é também uma providência de interesse
envolvidas e as ações empreendidas se ampliaram. No nacional, fundamental para a biossegurança. Então, o
Brasil, a mobilização civil começou com a campanha por um dinheiro que os produtores terão de investir adquire um
Brasil Livre de transgênicos, que publicou cartilhas colorido diferente. Passa a compor um interesse difuso, de
impressas e boletins eletrônicos, promoveu eventos e toda a sociedade. "Os gastos não serão muito altos e as
manifestações públicas, e divulgou resultados de testes empresas terão de arcar com isso. E os investimentos
realizados em alimentos. iniciais eventualmente serão incorporados ao orçamento
A encrenca começou em outubro de 1998, quando foi dos empreendimentos", afirma Paulo Pacini, coordenador
liberado o primeiro plantio de soja geneticamente de ações judiciais do Instituto Brasileiro de Defesa do
modificada no país produzido pela multinacional Monsanto, Consumidor (Idec).
uma das maiores empresas de biotecnologia do mundo. A Está visto que, para o debate se transformar em
liberação ocorreu depois que produtores do Rio Grande do algo mais produtivo, que possa resultar em ações
Sul usaram sementes de países fronteiriços, como a coerentes, justificáveis e efetivas, falta ainda muita
Argentina, onde esse tipo de cultivo já era permitido, e informação. Pesquisadores em agronegócios, economistas e
pressionaram o governo para que sua safra pudesse ser especialistas em prospectar mercados têm trabalho de
comercializada. A autorização saiu, por medida provisórias, sobra a fazer nessa área. E há urgência. Afinal, seis anos
para as safras 2003 / 2004, 2004 / 2005 e 2005 / 2006. A passam num piscar de olhos.
liberação definitiva, no entanto, veio acompanhada de 01– Qual o título do texto? E o subtítulo?
algumas condições, entre elas a necessidade de o agricultor 02 – A polêmica sobre os transgênicos, já faz
assinar uma declaração reconhecendo o uso de OGMs e décadas. Desde quando começou?
comprometendo-se a não usar os grãos gerados em uma 03 – Com o movimento de resistência aos
próxima safra. Em relação à soja, é nesse pé que as coisas transgênicos. Qual foi a atitude tomada no Brasil?
se encontram em 2006, após a aprovação e a 04 – Quando foi liberado o primeiro plantio de soja
regulamentação da Lei de Biossegurança. geneticamente modificada no País? E por quem é produzida
O algodão Bollyard Evento 531, também da Monsanto, é as sementes
outro capítulo. Seu cultivo foi liberado pela Comissão 05 – Os produtores brasileiros, conseguiram
Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), vinculada ao autorização para comercialização de que safras? E qual
Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), também com condição imposta aos agricultores?
algumas exigências. Uma delas: 20% de algodão 06 – O algodão Bollyard Evento 531, também da
convencional deve ser cultivado em áreas cercadas e Monsanto. Por qual órgão foi liberado o seu plantio e qual a
isoladas para evitar contaminação. exigência?
Desde 2003, vigora no Brasil o Decreto-Lei n° 4.680, que 07 – A partir de quando foi aprovado o Decreto-Lei
exige a informação, no rótulo de alimentos e ingredientes que exige a informação no rótulo sobre o componentes
que contenham mais de 1% de componentes transgênicos. transgênicos?
Anteriormente era a partir de 4%. Para o Instituto Brasileiro 08 – Para o Instituto Brasileiro de Defesa do
de Defesa do Consumidor (Idec), entretanto, a alteração Consumidor, ainda não é satisfatório e tem duas
ainda não é satisfatória e tem duas reclamações nessa área. reclamações. Quais são elas
A primeira é que muitos alimentos contêm menos de 1% de 09 – De acordo com o texto; Quais os países que é
ingredientes geneticamente modificados – e o consumidor obrigatório a descrição no rótulo dos produtos e qual a
ignora a informação. A outra é que produtos como porcentagem
bolachas, bolos, massas, chocolates, óleos, margarinas e 10 – Em quais países, já foi liberado o plantio do
seus derivados, que sofrem processamento térmico mais milho transgênico?
agressivo, têm suas proteínas destruídas, o que impede a 11 – Quanto ao preso dos custos variará, conforme
detecção de organismos geneticamente modificados. a localização da lavoura, as condições de transportes, o
“Nos supermercados não há produtos que tragam o armazenamento. Qual a região que o produto ficará mais
símbolo indicando a existência de OGMs, não porque eles caro?
não existam, mas porque a informação desaparece quando 12 - A identificação dos carregamentos, com
entra em fabricação, e não existe fiscalização”, afirma informações claras e precisas sobre o nome da variedade e
Gabriela Vuolo, coordenadora da área de consumidores da o gene modificado, é obrigatória, por força de acordo
campanha de transgênicos do Greenpeace. Na União internacional, mas é também uma providência de interesse
Europeia, desde 2004 o limite para não rotular um produto nacional, fundamental para a biossegurança. Isso terá um
como geneticamente modificado é 0,9%. Na Suíça, 0,1%. Na custo, quem pagará esse custo?
Rússia e no Japão, 5%. 13 – Está visto que, para o debate se transformar
O milho transgênico já está autorizado para plantio em algo mais produtivo, que possa resultar em ações
em países europeus, como Portugal e Alemanha, mas ainda coerentes, justificáveis e efetivas, falta ainda muita
não está liberado no Brasil. Muitas questões ainda estão informação. Quem são os responsáveis neste setor?
pendentes. O peso dos custos variará, também, conforme a
localização da lavoura, as condições de transporte, o
armazenamento. Nada disso foi ainda avaliado. O que
existem são estimativas. "O incremento poderá representar
apenas 0, 5% do valor de 1 tonelada de grãos de soja em
regiões próximas aos portos. Entretanto, poderá alcançar
de 6% a 8% se as cargas passarem por vários transbordos,

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