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POLÍTICAS DE

EQUIDADE
Saúde

O que é saúde ?

“[...] a resultante das condições de alimentação, habitação,


educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte,
emprego, lazer liberdade, acesso a posse da terra e acesso
a serviços de saúde. É assim, antes de tudo, o resultado
das formas de organização social da produção, as quais
podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida
[...]”(BRASIL, 1987).
Princípio da Equidade

O Estado deve tratar “desigualmente os desiguais”, concentrando seus esforços


e investimentos em zonas territoriais com piores índices e déficits na prestação
do serviço público.
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE
INTEGRAL DA POPULAÇÃO NEGRA
(PNSIPN)
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA POPULAÇÃO NEGRA – PNSIPN

MARCOS LEGAIS

2003 – Criação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial


(SEPPIR).
2004 – Criação do Comitê Técnico de Saúde da População Negra (CTSPN).
2005 – Publicação da Portaria GM/MS n° 1391 que institui Política Nacional de Atenção
Integral às pessoas com Doença Falciforme
2006 – Aprovação da PNSIPN no Conselho Nacional de Saúde.
2009 – Portaria 992/2009, que instituiu a PNSIPN.
2010 – Dia Nacional de Saúde da População Negra: 27 de Outubro
DEFINIÇÕES

▰ Raça: Categoria essa que foi histórica e culturalmente construída e que é


constituída de pessoas que são, efetiva ou potencialmente, vítimas de
desvantagens sociais por efeitos de preconceito e discriminação relativos a
origem étnica ou as marcas visíveis de que são portadoras: a cor ou outras
características físicas superficiais (fenótipo) (FIGUEROA, 2004, p. 2).

▰ A identidade racial, que tem íntima relação com a influência da raça/cor na


construção da personalidade e dos relacionamentos sociais, é um dos fatores a
ser levado em conta no sentido de prevenir doenças de modificação dos fatores
do meio ambiente que impedem ações equânimes em saúde.
DEFINIÇÕES

▰ Racismo: “sistema de relação social que apregoa uma práxis política de exclusão do
diferente, visando manter uma ordem dominante. E o que mantém simbolicamente
essa práxis é medo da perda do poder, mesmo que esse poder seja micro ou
pontual. Dessa forma [...] o racismo é um poder excludente”(SANTOS, 2001, p. 193).

▰ Racismo Institucional: “(...)o fracasso coletivo de uma organização em prover um


serviço profissional e adequado às pessoas com certos marcadores grupais de cor,
cultura, origem étnica ou regional, o que caracteriza esse tipo de racismo é que ele
extrapola as relações interpessoais e ocorre à revelia das boas intenções individuais,
implicando o comprometimento dos resultados de planos e metas de instituições,
gestões administrativas e de governo.”(PCRI,2005,p.)
Objetivo

POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA


POPULAÇÃO NEGRA – PNSIPN

Promover a saúde integral da população negra,


reconhecendo raça, racismo e racismo institucional como
determinantes sociais das condições de saúde, com vistas à
promoção da equidade em saúde.
PAINEL DE INDICADORES DO SUS Nº 10 – TEMÁTICO DA SAÚDE DA
POPULAÇÃO NEGRA

▰ 53,6% da população brasileira se autodeclara negra (PNAD, 2014).


▰ Do total de 1.583 mortes maternas em 2012, 60% eram de mulheres
negras e 34% de brancas.
▰ Em 2012, a taxa específica (por 100mil hab.) de homicídios de jovens
negros foi três vezes maior que a referida taxa de jovens brancos.
▰ Dos 39.123 óbitos infantis notificados em 2012, 45% foram de crianças
negras e 41% de brancas; esta diferença é maior entre as mortes que
ocorrem na primeira semana de vida, sendo que 47% são de crianças
negras e 38% de brancas.
▰ De 2000 para 2012, a taxa de mortalidade pela doença falciforme dobrou
no país, sendo praticamente influenciada pelas tendências das cor/raças
pretas e pardas.
▰ Em 2012, as maiores taxas de mortalidade por diabetes ocorreram na
população negra (pretas e pardas).
EPIDEMIOLOGIA
Brasil: Esperança de vida ao nascer, por Sexo e Cor/Raça
1980, 1991, 2000

75,00
73.80

Mulheres
71.80 Brancas
70,00
69.52
Mulheres
Ne gras 68.24
65.62 Homens
Brancos
65,00
64.36 63.27
63.43

Homens Negros
60.58
60,00

58.71
58.15
56.98
55,00

50,00
1980 1991 2000

Fonte: IBGE; Censos de 1980, 1991 e 2000


EPIDEMIOLOGIA
EPIDEMIOLOGIA
EPIDEMIOLOGIA
COMO ABORDAR?

DESAFIOS NO CUIDADO DA SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA

▰ Abordagem integral
▰ Respeitar as diferenças
▰ Cuidado com equidade
▰ Reconhecimento das vulnerabilidades
▰ Combate ao Racismo
▰ Incentivo à participação nos espaços de controle social
▰ Garantir a abordagem multidisciplinar e intersetorial
COMO ABORDAR?

▰ O quesito cor ou a identificação racial é um item importante e


indispensável nos serviços de saúde, tanto no diagnóstico, quanto no
prognóstico, na prevenção e no acompanhamento condigno, sobretudo
das doenças consideradas raciais/étnicas. Permite fazer um diagnóstico
epidemiológico da situação dos grupos raciais ou étnicos e delimitar,
com maior precisão, o descaso, a omissão, a dificuldade de acesso, bem
como possibilita perceber a institucionalização do racismo como prática
social e políticas naturais e aceitáveis. [...] Demonstra como e do que
adoece, e como e do que morre, por exemplo, a população negra.
(Oliveira, 2003).
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE DA
POPULAÇÃO DE RUA
MARCOS LEGAIS

Atenção à Saúde da População em Situação de Rua

▰ Política Nacional de Saúde da População em Situação de Rua - Decreto


7.053/2009 (Casa Civil/PR)
▰ Comitê Técnico de Saúde - Portaria 3.305/2009
▰ Portarias MS 122 e 123 de 2011/2012 – Institui as Equipes de Consultório na
Rua (e-CnaR)
▰ Portaria MS 940/2011 – direito ao atendimento, mesmo sem endereço fixo
OBJETIVO

▰ É um dispositivo criado para produzir respostas as


necessidades da população em situação de rua, garantindo
a integralidade do cuidado e a universalidade de acesso ao
SUS. Entendendo que população em situação de rua é um
grupo heterogêneo que habita logradouros públicos, áreas
degradadas e ocasionalmente utiliza abrigos e albergues
para pernoitar.
DEFINIÇÕES

Considera-se população em situação


de rua:
“O grupo populacional heterogêneo que
possui em comum a pobreza extrema,
os vínculos familiares interrompidos ou
fragilizados e a inexistência de moradia
convencional regular, e que utiliza os
logradouros públicos e as áreas
degradadas como espaço de moradia e
de sustento, de forma temporária ou
permanente, bem como as unidades de
acolhimento para pernoite temporário
ou como moradia provisória”.
(Parágrafo Único, Art. 1º. Decreto nº 7.053/2009)
EPIDEMIOLOGIA
EPIDEMIOLOGIA

▰ Pesquisa Nacional (Censo de 2007)

Distinção por gênero:


82% Masculino

18% Feminino

Faixa etária:
53% de 25 – 44 anos
EPIDEMIOLOGIA

▰ Pesquisa Nacional (Censo de 2007)

Residência:
56% residem no mesmo município
no qual foram entrevistados.
Alfabetização:
74% sabiam ler;
17% não sabiam escrever.
EPIDEMIOLOGIA

▰ Pesquisa Nacional (Censo de 2007)

70,9% exercem algum tipo de atividade remunerada, dentre elas:

27,5% Catador de materiais recicláveis;

15,7% Pedinte;

14,1% Flanelinha;

6,3% Construção civil;

4,2% Limpeza;

3,1% Carregador / Estivador.


EPIDEMIOLOGIA

▰ Pesquisa Nacional (Censo de 2007)

51,9% tinham parentes morando na mesma região, porém:


Motivos para estar em situação de rua:
39,2% contato bom;
35,5% alcoolismo e/ou drogas;
38,9% não mantinham contato;
29,8% desemprego;
29,3% contato péssimo;
29,1% desavenças familiares;
14,5% contato espaçado;
71,3% citaram pelo menos um destes três motivos.
EPIDEMIOLOGIA

▰ Pesquisa Nacional (Censo de 2007)

29,7% afirmaram ter algum problema de saúde, cujos os mais


prevalentes foram:

10% foram HAS;

6,1% problemas psiquiátricos;

5,1% HIV/AIDS;

4,6% problemas de visão / cegueira.


COMO ABORDAR?

Desafios no cuidado em saúde da Pessoa em Situação de Rua


▰ Preconceito
▰ Situação de vulnerabilidade
▰ Uso abusivo de álcool e outras drogas
(redução de danos)
▰ Higiene e Alimentação
▰ Doenças predominantes: IST, Tuberculose
▰ Adesão ao Tratamento
Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis e Transexuais
MARCOS LEGAIS

Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays,


Bissexuais, Travestis e Transexuais

▰ 2008 – Publicada a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas,


Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
▰ 2008 – Primeiro portaria de regulamentação do Processo
Transexualizador no SUS
▰ 2011 – Instituição da Cirurgia de Transgenitalização no SUS
▰ 2013 – Ampliação dos serviços ambulatoriais do Processo
Transexualizador
DEFINIÇÕES

▰ Sexo Biológico: conformação anatomo-fisiológica dos sistema


geniturinário
▰ Gênero: conjunto de características socio-comportamentais que
incidem sobre corpos sexuados.
▰ Orientação Sexual: expressão do desejo sexual e afetivo
▰ Identidade de Gênero: Auto identificação relativa à um gênero
(Masculino ou Feminino)
OBJETIVO

Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais,


Travestis e Transexuais

Promover a saúde integral de lésbicas, gays,


bissexuais, travestis e transexuais,
eliminando a discriminação e o preconceito
institucional, bem como contribuindo para a
redução das desigualdades e a consolidação
do SUS como sistema universal, integral e
equitativo.
EPIDEMIOLOGIA

Panorama de Saúde de Mulheres Lésbicas e Bissexuais

▰ Cerca de 40% das mulheres não revelam sua orientação sexual


▰ Das mulheres que revelam, 28% referem maior rapidez no
atendimento e 17% dizem não ter exames que consideram
importantes solicitados
▰ Cobertura de Rastreamento para Câncer de Colo de Útero cai de
89,7% entre mulheres heterossexuais para 66,7% em mulheres
lésbicas e bissexuais
EPIDEMIOLOGIA

Mapa Internacional de Violência Contra Transexuais e Travestis


EPIDEMIOLOGIA

Violência Homofóbica no Brasil

▰ O II Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil 2012, registrou


3.084 denúncias de 9.982 violações relacionadas à população LGBT,
envolvendo 4.851 vítimas e 4.784 suspeitos.
▰ 60% eram contra homens gays
▰ 62% dos agressores foram identificados como alguém próximo da
vítima.
Promoção e vigilância em saúde para a população LGBT (2012-2015)

▰ Portaria Interministerial nº 01, de 06 de fevereiro de 2015, que institui a Comissão Interministerial de


Enfrentamento à Violência contra LGBT.
▰ Inclusão dos campos “nome social”, “orientação sexual” e “identidade de gênero” na ficha de cadastro individual
do e-SUS AB (SISAB).
▰ Inclusão dos campos “nome social”, “orientação sexual”, “identidade de gênero” e motivação da violência por
“homo/lesbo/bi/transfobia” na ficha de notificação de violências do SINAN.
ATENÇÃO INTEGRAL / CIDADANIA
COMO ABORDAR?

Desafios no cuidado em saúde da População LGBT


▰ Violência contra essa população
▰ Acolhimento não qualificado para atender às especificidades;
▰ Legislação deficitária em medidas de proteção
▰ Demanda reprimida de população de transexuais e travestis nos
serviços de referência para processo transexualizador
Política Nacional de Saúde Integral das Populações do
Campo, da Floresta e das Águas
MARCOS LEGAIS

Em 2005 foi instituído o Grupo da Terra (Portaria MS/GM nº 2.460/2005) para atender às necessidades
de atenção à saúde dessa população;
Objetivo: elaborar a Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e da Floresta
(PNSIPCF);
Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011. Redefinição do arranjo organizacional das equipes de
Saúde da Família. Equipe(s) de Saúde da Família Ribeirinha (ESFR) e da(s) Equipe(s) de Saúde da
Família Fluvial (ESFF) para os municípios da Amazônia Legal e Pantanal Sul Mato-grossense, assim
como a definição dos valores de financiamento destas equipes e de custeio das Unidades Básicas de
Saúde Fluviais (UBSF), considerando as especificidades locais;
Portaria n° 2.866/2011 instituiu a política no âmbito do SUS. É um instrumento norteador e legítimo do
reconhecimento das necessidades de saúde dessas populações;
Portaria n° 2.311/2014 incluiu o termo “águas” na denominação da PNSIPCF, que passou a ser
denominada Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas
(PNSIPCFA).
MARCOS LEGAIS
Plano Operativo da PNSIPCFA
Pactuado pela Comissão de Intergestores Tripartite (CIT) -
Resolução n° 3, de 6 de dezembro de 2011
COMPOSTO POR QUATRO EIXOS:
Eixo 1: Acesso das populações do campo e da floresta na Atenção à Saúde.

Eixo2: Ações de promoção e vigilância em saúde às populações do campo e da floresta.

Eixo 3: Educação permanente e educação popular em saúde com foco nas populações
do campo e da floresta

Eixo 4: Monitoramento e avaliação do acesso às ações e serviços de saúde às


populações do campo e da floresta
DEFINIÇÕES

A QUEM SE DIRIGE

Povos e comunidades que têm seus modos de vida, produção e


reprodução social relacionados predominantemente com o
campo, a floresta, os ambientes aquáticos, a agropecuária e o
extrativismo, como: camponeses; agricultores familiares;
trabalhadores rurais; comunidades de quilombos; populações
que habitam ou usam reservas extrativistas; populações
ribeirinhas; populações atingidas por barragens; dentre outros.
EPIDEMIOLOGIA
EPIDEMIOLOGIA
EPIDEMIOLOGIA

ACESSO À AGUA, COLETA DE LIXO E ESGOTO

▰ 47,3% dos domicílios rurais possuem água canalizada em pelo menos 1 dos cômodos,
porém 18% apenas provém de uma rede de distribuição geral.
▰ 82% da água dos domicílios rurais provém de poços, nascentes e outras fontes.
▰ 37,4% dos domicílios tem escoadouro de banheiro e sanitário de forma inadequada
▰ 47,3% dos domicílio não possuem coleta de lixo e o descartam de forma inadequada
(enterram ou queimam)
Fonte: IBGE, PNAD – 2011
EPIDEMIOLOGIA
COMO ABORDAR?

Desafios no cuidado em saúde da População do Campo, Floresta e Águas

▰ Distância no Acesso
▰ Monocultura, Agrotóxico e não utilização de equipamentos de segurança
▰ Frágil estrutura de Cobertura de Saúde
▰ Regimes de trabalho análogo a escravidão
▰ Violência no Campo
Obs.: o Programa Mais Médicos tem sido um diferencial no acesso a saúde
dessa população.
Curso e Formação sobre a Temática

Observatório da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo,


Floresta e Águas – Obteia. http://www.saudecampofloresta.unb.br/
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde
das Pessoas Privadas de Liberdade no
Sistema Prisional
Marcos Legais
PNAISP
Política Nacional de
Atenção Integral à
Saúde das Pessoas
Constituição Programa Saúde da Privadas de Liberdade
Cidadã Família no Sistema Prisional
NOB
1984 1988 1990 1994 1996 2003 2014

Lei de Execução Plano Nacional de Saúde no


Penal Art. 196. A
SUS Sistema Penitenciário
Sistema Único de Saúde
saúde é (PNSSP) 1777/2003
Universal, integral equitativo
direito de Política Nacional de
Lei 8.080/90
todos e Humanização (PNH)
dever do PT 728/2003
Estado
OBJETIVO / DIRETRIZES (PNAISP)

OBJETIVO GERAL: Garantir o acesso das pessoas privadas de liberdade no sistema prisional ao
cuidado integral no SUS.

DIRETRIZES:
1. Promoção da cidadania e inclusão das pessoas privadas de liberdade por meio da articulação com os diversos
setores de desenvolvimento social, como educação, trabalho e segurança;

2. Atenção integral resolutiva, contínua e de qualidade às necessidades de saúde da população privada de liberdade
no sistema prisional, com ênfase em atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;

3. Respeito à diversidade étnico-racial, às limitações e às necessidades físicas e mentais especiais, às condições


econômicosociais, às práticas e concepções culturais e religiosas, ao gênero, à orientação sexual e à identidade de
gênero; e

4. Intersetorialidade para a gestão integrada e racional e para a garantia do direito à saúde.


Composição das Equipes de Atenção Básica Prisional (EABp)
EABp I EABp II EABp III
Até 100 presos - 6h/s De 101 a 500 presos - 20h/s De 501 a 1200 presos - 30h/s
1 Médico 1 Médico 1 Médico
1 Enfermeiro 1 Enfermeiro 1 Enfermeiro
1 Téc. de Enfermagem 1 Téc. de Enfermagem 1 Téc. de Enfermagem
1 Cirurgião-dentista 1 Cirurgião-dentista 1 Cirurgião-dentista
1 Técnico de Higiene Bucal 1 Técnico de Higiene Bucal 1 Técnico de Higiene Bucal
1 Assistente Social 1 Assistente Social
1 Psicólogo 1 Psicólogo
1 Prof. Nível superior (TO, Fisio ou 1 Prof. Nível superior (TO, Fisio ou
Nutricionista, Farmacêutico) Nutricionista, Farmacêutico)
Saúde Mental:
Saúde mental optativa Saúde mental optativa 1 Médico Psiquiatra ou com experiência
em saúde mental
2 Prof. Nível superior (TO, Fisioterapeuta,
Psicólogo, Assistente Social, etc.)
EPIDEMIOLOGIA

715.665 pessoas privadas de liberdade


• 595.641 em unidades prisionais
• 220 mil em SP (34%)
• 119.359 em prisão domiciliar
• 93% - homens
Panorama da População Carcerária
• 7% - mulheres
Vagas no sistema prisional: 302 mil

• Cerca de 25.000 pessoas entram no sistema por ano.


• Crescimento de 235% em 14 anos.

Fontes: Geopresidios/CNJ/junho/2014; INFOPEN/2013.


EPIDEMIOLOGIA

Perfil Populacional

Faixa Etária
Escolaridade

Fonte: Infopen
EPIDEMIOLOGIA

Perfil de Atendimento e Agravos Epidemiológicos


Emergência sanitária, com prevalência elevada de doenças transmissíveis e não-transmissíveis, como:

Tuberculose;

HIV/AIDS;

Hepatites;

Sífilis;

Dermatites;

Hipertensão.
Casos notificados em unidades prisionais segundo agravo e ano de
notificação, Brasil, 2007-2014 (1)
E Agravo 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Total

P Tuberculose
Dengue
Título 1083
77
1385
106
1679
139
1944
574
2384
152
2275
81
2526
800
1691
177
14.967
2.106

I AIDS
Hepatites Virais
270
92
297
112
207
107
223
123
305
257
226
313
343
265
212
98
2.083
1.367

D Sífilis Adquirida 2 0 0 9 61 63 201 151 487

E Hanseníase
Atendimento Anti-Rábico Humano 130 143 149 92 109 127 127 53 930

27 30 33 73 44 32 101 47 387

M Síndrome do Corrimento Uretral Masculino


Doenças de Chagas Aguda
2
0
4
0
3
0
11
1
61
5
55
20
70
32
44
14
250
72
I Varicela
Violência doméstica, sexual e/ou outras violências
26
0
7
0
18
2
33
17
20
38
26
12
20
18
3
7
153
94

O Leptospirose
Leishmaniose Tegumentar Americana
7
0
12
3
5
2
7
3
10
2
17
0
16
14
3
20
77
44

L Sífilis em Gestante
Meningite
Coqueluche
1
7
0
2
2
0
2
5
0
6
2
0
3
2
0
13
1
0
11
7
4
8
9
2
46
35
6
O Esquistossomose
Acidente por Animais Peçonhentos
15
24
0
1
0
1
0
2
5
0
1
1
4
3
3
2
28
34

G Doenças Exantemáticas
Eventos Adversos Pós-vacina
Gestantes HIV +
20
0
0
7
0
0
4
0
0
3
0
0
3
2
0
2
4
1
3
2
1
1
5
0
43
13
2
I Sífilis Congênita
Intoxicações Exógenas
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
1
0
0
1
2
1

A Leishmaniose
Malária
Total
Visceral 0
1
1784
0
0
2111
2
0
2358
1
0
3125
2
0
3465
2
0
3272
0
0
4569
0
0
2551
7
1
23235
FONTE: Sinan/MS
NOTAS: (1) Casos até 30/09/2014.

Fonte: DATASUS/MS
COMO ABORDAR?

Desafios no cuidado em saúde das Pessoas Privadas de Liberdade

▰ Aumentar a cobertura assistencial


▰ Qualificar as intervenções intersetoriais
▰ Informatizar os serviços
▰ Ofertar processos de educação permanente e continuada para todas as
equipes de atenção básica prisional
▰ Qualificar a gestão das equipes em processos tripartite e intersetoriais
▰ Aprimorar a infraestrutura para o atendimento em saúde
Política Nacional de Atenção à Saúde dos
Povos Indígenas
Marcos Legais

- Constituição do Brasil (1988), art. 231:


É reconhecido aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e
os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União
demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
- 1ª (1986) e 2ª (1993) Conferências Nacionais de Saúde Indígena: espaços importantes
de discussão e luta pelo direito a atenção à saúde dos povos indígenas;
- Lei 9.836, de 23 de setembro de 1999: foi instituído o Subsistema de Atenção à Saúde
Indígena e as diretrizes básicas para a implantação de Distritos Sanitários Especiais;
- Portaria no 254 (MS), de 31 de Janeiro de 2002 - Politica Nacional de Atenção à Saúde
dos Povos Indígenas (PNASPI): avanço no reconhecimento da especificidade cultural e
articulação da biomedicina com práticas indígenas tradicionais de cura e cuidado.
- Decreto no. 7.336, de 20 de outubro de 2010: instituiu, na estrutura do Ministério da
Saúde, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), transferindo a
responsabilidade pela saúde indígena para esta Secretaria.
Objetivo

Garantir aos povos indígenas o acesso à atenção integral à saúde,


de acordo com os princípios e diretrizes do Sistema Único de
Saúde, contemplando a diversidade social, cultural, geográfica,
histórica e política, de modo a favorecer a superação dos fatores
que tornam essa população mais vulnerável aos agravos à saúde
de maior magnitude e transcendência entre os brasileiros,
reconhecendo a eficácia de sua medicina e o direito desses povos à
sua cultura.(FUNASA, 2002, p. 13).
Territorialização/Sociodiversidade

Propõe-se um modelo de atenção organizado de forma


diferenciada, tendo como base Distritos Sanitários constituídos em territórios
especiais que obedecem a critérios socioculturais, geográficos, históricos e
políticos mas que, não necessariamente, correspondem à divisão
administrativa dos estados e municípios.
O Brasil tem a maior sociodiversidade do planeta, pois há
indígenas em todo território nacional, compondo 241 etnias e cerca de 180
línguas faladas (ISA, 2013). São desiguais, sob o ponto de vista da renda,
acesso à educação, saúde, trabalho e a situação de exclusão em que se
encontram.
EPIDEMIOLOGIA

- Os indicadores de saúde dos povos indígenas são de 2 a 3 vezes piores


que a média nacional. O Coeficiente de Mortalidade Infantil, por
exemplo, pode ser maior do que 100/1000 nascidos vivos em algumas
regiões, e as principais causas de morte são evitáveis por medidas de
atenção primária

- Há, ainda, um predomínio de doenças infectocontagiosas, porém com


um incremento das doenças crônico-degenerativas, consequências de
más condições de saneamento e mudança de hábitos e do modo de
vida tradicional
EPIDEMIOLOGIA

- As condições higiênico-sanitárias encontradas em diversas áreas


indígenas fazem com que a diarreia apresente-se como doença
endêmica, com frequentes surtos epidêmicos e com alto impacto na
mortalidade de menores de 5 anos de idade

- Entre as populações indígenas do Brasil, a tuberculose ainda é um


agravo importante, apresentando altos índices de incidência e podendo
ser até 10 vezes maior do que a encontrada na população não indígena
EPIDEMIOLOGIA

Fonte: SVS/Ministério da Saúde


EPIDEMIOLOGIA
EPIDEMIOLOGIA

Fonte: SVS/Ministério da Saúde


COMO ABORDAR?

Antropologia e Atenção Diferenciada

Os profissionais de saúde devem desenvolver uma postura reflexiva e


antropológica nas suas intervenções em saúde. Essa postura é necessária para
que eles se mantenham abertos para ouvir e aprender através do que o outro está
comunicando sobre sua experiência de doença e para que possam relativizar seu
conhecimento, numa tentativa de construir uma atenção diferenciada que respeite
os conhecimentos e práticas de saúde do grupo indígena. (LANGDON, 2009).
COMO ABORDAR?

Atenção Diferenciada dos Profissionais de Saúde


Na atenção à saúde indígena há diferentes sistemas de cura, e
neles estão inseridos outros atores, fundamentais na lida com o processo de
adoecimento, como a parteira, pajé́ , rezador, raizeiro, entre outros, definidos
como especialistas tradicionais, além dos saberes e práticas coletivas de
autoatenção, sendo necessário o constante diálogo entre esses diferentes
conhecimentos (MENÉNDEZ, 2003).

Assim, o diálogo intercultural, a escuta qualificada, a criação de


vínculo e a participação dos indígenas como protagonistas do cuidado à
saúde são fundamentais para atuação em contextos interculturais.
Bolsa-família e Benefício de Prestação Continuada
Benefícios Assistenciais

Dentro do Sistema Único de Assistência Social, podem-se classificar


os benefícios assistenciais em duas categorias:

- Permanentes: federais, instituídos mediante lei federal, a exemplo o


Benefício de Prestação Continuada (BPC) criado pela Lei Federal nº 8.742/93 –
Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), que regulamentou o art. 203, inciso V
da Constituição Federal do Brasil;

- Eventuais: federativos, criados por entes da federação (Estados,


Distrito Federal e Municípios), conforme critérios e prazos definidos pelo
Conselho Nacional de Assistência Social, prestados em casos de nascimentos,
morte, situações de vulnerabilidade provisória e de calamidade pública.
Benefício de Prestação Continuada (BPC)

É devido ao idoso de 65 anos ou mais de idade, e ao deficiente, cuja renda


familiar seja inferior a um quarto do salário mínimo. (Art.20, caput da LOAS).

- Família: beneficiário (idoso ou deficiente), o cônjuge ou companheiro, os pais


e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e os
enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto.
- Pessoa com deficiência: aquela portadora de impedimentos de longo prazo
de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais em interação com diversas
barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas.

Esse é um benefício de assistência social, ou seja, quem está solicitando não


precisa ter contribuído com a Previdência Social, por isso ele é chamado de benefício e
não de aposentadoria, e sua ajuda equivale a um salário mínimo.
Bolsa Família

O Programa Bolsa Família foi instituído pela Lei nº 10.836/2004, regulamentado pelo
Decreto nº 5.209/2004, veio como uma necessidade de unificar as ações governamentais de
transferência de recursos do Governo Federal.

Compreende duas partes:


● Benefício básico (R$ 89,00 mensais): destinado às famílias extremamente pobres
(renda mensal de até R$ 89,00, por pessoa);
● Benefício variável (R$ 41,00 mensais): destinado às famílias pobres (renda
mensal entre R$ 89,01 e 178,00, por pessoa) e extremamente pobres e que tenham na
composição do grupo gestantes, nutrizes, crianças entre zero e doze anos ou adolescentes até
15 anos, sendo pago até o limite de cinco benefícios por família (R$ 205,00 mensais).
Características do Programa Bolsa Família

- Atende a família e não a membros isolados


- Pagamento direto à família, por cartão bancário, de preferência para a mulher
- A família tem autonomia no uso do recurso financeiro
- Conjuga esforços das três esferas de governo
- Integração com programas próprios dos Estados e Municípios
- Deve existir um compromisso/contrapartidas para a percepção dos benefícios
- Políticas de saúde e educação como condicionalidades
- Gestão descentralizada e intersetorial
- Fiscalização por meio da articulação com os órgãos de Controle Social
Bolsa Família

O Programa Bolsa Família compreende a concessão de benefícios de


pagamentos mensais, portanto, de trato sucessivo, às famílias consideradas
pobres ou extremamente pobres, com requisitos para concessão e manutenção
estabelecidos em lei federal, com valor definido, de caráter temporário, não
gerando direito adquirido uma vez que devem ser revistos a cada dois anos para
avaliação da elegibilidade das famílias para o recebimento desses benefícios

Fonte: http://waniafacure.blogspot.com/2014/10/dar-o-peixe-ou-ensinar-pescar.html
Bolsa Família e BPC

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social


Bolsa Família e BPC
Custo total anual

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social


Bolsa Família e BPC

Valor médio mensal do benefício Custo, em % do PIB

Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social


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