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PROCESSO PENAL

PROF. XICO KRAEMER

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PROCESSO PENAL

Aula – Restrição de Liberdade –Prisão preventiva, Liberdade provisória, da prisão, das medidas
cautelares e da liberdade provisória, pronúncia e fiança, distinção entre relaxamento da prisão,
liberdade provisória e revogação da prisão cautelar, da liberdade provisória com ou sem fiança
Sumário
1. Prisão Preventiva 3
2. Liberdade Provisória 10
3. Da prisão, das medidas cautelares e da Liberdade provisória 11
7.1. Aplicação das medidas cautelares 12
4. Pronúncia e fiança 12
5. Distinção entre relaxamento da prisão, liberdade provisória e revogação da prisão cautelar
13
6. Da liberdade provisória, com ou sem fiança 14
6.1 Liberdade provisória sem fiança 15
6.2. Liberdade provisória com fiança 15
6.2.1 Valor da fiança 17
6.2.2 Infrações inafiançáveis 21

Olá;
Iniciamos mais uma aula do curso de Direto Processual Penal! O conteúdo de prisão preventiva
é muito cobrado e tem detalhes determinantes.
Antes de cada aula respire profundamente e se concentre. Dê 10 minutos para sua mente se
acalmar, seja fazendo uma oração, seja ficando em silêncio sem pensar em compromissos,
provas ou rotina. Cada oportunidade de estudo é um presente que recebemos e deve ser
aproveitada com muito respeito.
Boa aula, capriche nos exercícios e tenha muita vontade de vencer, pois sua aprovação nunca
esteve tão perto!
Abração,
Xico Kraemer.

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1. Prisão Preventiva
A prisão preventiva é medida cautelar de restrição da liberdade, ou seja, junto com a prisão em
flagrante e a prisão temporária se constitui como exceção ao direito à liberdade.

Presentes seus requisitos a prisão preventiva poderá ser decreta desde o inquérito policial. O
próprio Código de Processo Penal em seu art. 10 prevê que o inquérito deverá terminar no
prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente,
contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no
prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão
preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do
assistente, ou por representação da autoridade policial.
O juiz não poderá decretar a prisão preventiva de ofício na fase inquisitorial. Sendo assim,
chegamos a uma segunda regra:

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As medidas cautelares deverão ser aplicadas quando necessárias (NECESSIDADE) para assegurar
a aplicação da lei penal ou para a investigação e a instrução criminal e, nos casos expressamente
previstos, para evitar a prática de infrações penais, além disso, deverão ser adequadas
(ADEQUAÇÃO) à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado
ou acusado. Considerando-se a excepcionalidade da medida que cerceará a liberdade do réu
o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária,
acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em
juízo. Somente quando ocorrer situação urgente ou casos de risco à própria eficácia da medida
é que a cautelar será decretada antes da intimação da parte contrária.

Para a aplicação da prisão cautelar, requer-se: aparência do cometimento de crime (fumus


commissi delicti) somado ao perigo de manter-se o agente em liberdade (periculum libertatis).
Vejam que realmente a imposição de prisão preventiva é bastante limitada. O fumus commissi
delicti consiste na prova da ocorrência do crime somada aos indícios de autoria (justa causa).

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem
econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal,
quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado
pelo estado de liberdade do imputado.

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O artigo 283 do CPP determina que ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por
ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de prisão
cautelar ou em virtude de condenação criminal transitada em julgado.

SE LIGA NO TEXTO DO ARTIGO 310!

Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e
quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a
presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro
do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:
I - relaxar a prisão ilegal; ou
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes
do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares
diversas da prisão; ou
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em
qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao
acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos
processuais, sob pena de revogação.

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§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada
ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória,
com ou sem medidas cautelares.

§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência
de custódia no prazo estabelecido no caput deste artigo responderá administrativa, civil e
penalmente pela omissão.

§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido no caput deste
artigo, a não realização de audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a
ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade
de imediata decretação de prisão preventiva.

A prisão preventiva poderá ser imposta em qualquer fase da investigação policial ou do processo
penal, todavia NÃO caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício!!!!!!
Nos termos do art. 312 deste Código, a prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da
ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar
a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de
autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado. A prisão preventiva também
poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por
força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o). Por fim no § 2º A decisão que decretar a
prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e existência concreta
de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada.

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Fique atento ao texto da lei, ele sempre é o ponto de maior cobrança na data da prova.

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva:
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro)
anos;
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado,
ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 - Código Penal;
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente,
idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de
urgência;
§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil
da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o
preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese
recomendar a manutenção da medida.
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação
de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da
apresentação ou recebimento de denúncia.

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