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Modalidade: (X) Trabalho de pesquisa ( ) Relato de

experiência
Eixo Temático: Formação de Professores na Perspectiva da Educação Inclusiva

A FORMAÇÃO DE DOCENTES PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: AVANÇOS E


RETROCESSOS
Autores: Luana de Oliveira1; Elisa Sontag Cardoso2; Frankelis Olimar Dimas Bermudez3

Palavras-chave: Análise temática. Educação Inclusiva. Formação de Professores.

INTRODUÇÃO
Conforme a Lei nº 8069/1990, conhecida como o Estatuto da Criança e do
Adolescente, no Capítulo 4/ Artigo 53, é indicado que toda criança e adolescente
têm direito à educação, para seu desenvolvimento pleno como cidadão. No artigo 54
do mesmo capítulo é descrito ser dever do Estado assegurar o atendimento
educacional especializado aos portadores de deficiências, preferencialmente na
rede regular de ensino. A legislação brasileira determina que todos os cursos de
formação de professores, devem capacitá-los a receber alunos com ou sem
necessidades educacionais especiais em sala de aula, inclusive alunos com
deficiência. Porém, no contexto atual, professores e professoras estão realmente
preparados para garantir os direitos dessas pessoas na prática?
A Constituição Federal garante às pessoas com necessidades especiais o
direito ao ensino de qualidade na educação formal das instituições públicas de
ensino. No entanto, sem o apoio especial dos professores para orientação e
assistência, às crianças com necessidades educacionais especiais não podem ser
incluídas no ensino regular. A ampliação e a continuidade dos cursos de formação
são fundamentais para a formação dos educadores. Daí surge a pergunta de
pesquisa: nossos educadores e educadoras estão preparados para trabalhar com
crianças e jovens especiais?
Visando buscar resposta a essa pergunta, este artigo tem como objetivo geral
conhecer a formação de educadores na perspectiva da educação inclusiva. E como
objetivos específicos busca-se identificar a complexidade do tema no que tange a
educação inclusiva e por fim identificar quais são as práticas pedagógicas nessa
área do conhecimento, além disso busca-se identificar quais são as principais
dificuldades na aplicação da educação inclusiva.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Conforme Agapito e Ribeiro (2014), a educação inclusiva bem como suas
vertentes em prol do ensino e educação das pessoas com deficiências é relatada em
muitos discursos políticos e educacionais, todavia a realidade da adoção das

1 Pedagogia, Universidade do Estado de Santa Catarina, luanasca86@gmail.com


2 Pedagogia, Universidade do Estado de Santa Catarina, elisasontag2003@gmail.com
3 Pedagogia, Universidade do Estado de santa Catarina, kelibrasil2016@gmail.com
políticas públicas que envolvem efetivamente a
educação inclusiva, é tímida e discreta na sua evolução.
Segundo Carvalho e Sousa (2015) a política nacional brasileira adotou há
pouco tempo a educação na perspectiva inclusiva, com isso gradualmente os cursos
de graduação incluíram nos currículos de formação de seus alunos conteúdos e
disciplinas referentes à educação especial.
Na pesquisa realizada por Agapito e Ribeiro (2014), foram entrevistados 124
acadêmicos no último ano dos sete cursos de licenciatura de uma Universidade
Comunitária de Santa Catarina, no qual os entrevistados mencionaram que os
cursos de licenciatura preparam apenas parcialmente para atuação na educação
inclusiva. Fato que 84% dos futuros docentes entrevistados perceberam uma lacuna
sobre os temas de inclusão durante a graduação, sendo que 10% não se sentem
preparados para lecionar no âmbito de uma educação inclusiva, sobretudo no que
tange pessoas com deficiências, pois a relação de teoria e prática da educação
inclusiva não foi realizada de maneira adequada para que este futuro professor se
sinta apto para tal função. Todavia, na mesma pesquisa realizada por Agapito e
Ribeiro (2014) alguns dos entrevistados tiveram a oportunidade de realizar estágios
com crianças com deficiências, com isso na pesquisa realizada em 2014,
responderam que se sentem aptos a lecionar na perspectiva de uma educação
inclusiva. Portanto, evidenciando a importância do estágio para efetivamente
aproximar a teoria à prática neste campo de atuação.
Segundo Pinto et. al (2016) a formação do professor é um desafio quando se
trata de inclusão, pois devido à falta de preparo sobre como efetivar a inclusão de
pessoas com deficiências ou transtornos globais do desenvolvimento. É comum
escutar destes mesmos professores que não se sentem preparados para lidar com
alunos com deficiência em sala de aula ou no atendimento educacional
especializado. Nesses casos, a formação permanente e continuada dos professores
evidencia tal necessidade para o efetivo avanço da inclusão escolar.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96 define, no
artigo 59, inciso III, (BRASIL, 1996) que:
Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades
especiais: professores com especialização adequada em nível médio ou
superior, para atendimento especializado, bem como, professores do ensino
regular, capacitados para a integração desses educandos nas classes
comuns”. Entretanto, na prática, observa-se a falta desta capacitação ou
especialização (s/p).

Além da boa formação dos professores para os alunos com necessidades


especiais, é preciso quebrar outras barreiras tais como a da arquitetura, edificação,
urbanização, organização dos jogos, brincadeiras e equipamentos dentro da sala.
Assim sendo, os professores terão meios para promover uma completa
acessibilidade e inclusão dessas pessoas. O processo inclusivo exige formação para
que sejam construídos métodos e estratégias pedagógicos que auxiliem os alunos
que possuem necessidades especiais, ajudando-os a derrubar as barreiras
enfrentadas por eles.

DESENVOLVIMENTO METODOLÓGICO
Para atender ao objetivo da pesquisa do tipo
bibliográfica será feito levantamento de artigos científicos, no Instituto Brasileiro de
Informação em Ciência e Tecnologia (IBCT), referentes à temática, nos últimos 5
anos, utilizando os seguintes descritores: formação de professores e educação
inclusiva e educação inclusiva e atuação de professores. Posteriormente pretende-
se fazer uma análise temática dos resultados.
A Análise Temática, segundo Braun e Clarke (2006, 2013), é um método
analítico qualitativo pouco demarcado e reconhecido, mas amplamente utilizado na
Psicologia e em outras áreas, e é fundamental para a análise qualitativa. É um
método independente da teoria e da epistemologia e pode ser aplicado em uma
variedade de abordagens teóricas e epistemológicas. Proporciona liberdade teórica,
configurando-se como uma ferramenta de pesquisa flexível e útil, que pode
potencialmente fornecer um conjunto rico e detalhado, ainda que complexo, de
dados. Na análise temática, segundo Virginia Braun e Victoria Clarke (2006, 2013),
adotam-se os seguintes conceitos centrais: tema; subtema; código; organizador
central; e mapa temático.
Diante do exposto julgamos pertinente fazer um levantamento de artigos
acadêmicos que abordem o trabalho de educação inclusiva na educação básica,
seus avanços e retrocessos

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao se pretender realizar uma pesquisa bibliográfica sobre a educação
inclusiva na atualidade, visa-se observar a causa raiz do porque os professores em
sua formação e pós-formados não se sentem preparados para atuarem efetivamente
com alunos com deficiências ou transtornos globais de desenvolvimento. O tema é
bastante complexo e exige que os cursos de formação de licenciatura contemplem
disciplinas que abordem essa questão com carga horária significativa. Sabe-se que
existe a legislação sobre os direitos humanos na perspectiva da educação especial,
sobretudo na área educacional, entretanto, na prática, a aplicação de todas estas
leis e decretos são realizadas de fato? O que dizem os profissionais que atuam na
área da educação especial? O ensino-aprendizagem das pessoas com
necessidades especiais é diferenciado do ensino regular? Por quê? São perguntas
para as quais se busca resposta nesta pesquisa.

REFERÊNCIAS

AGAPITO, J. RIBEIRO, S.M. In: ANPED Sul, 10º, 2014, Florianópolis. A formação
inicial de professores na perspectiva da educação inclusiva: um olhar para a
diversidade. p. 01 -20.

BRAUN, V. CLARKE, V. Using thematic analysis in psychology. Qualitative


Research in Psychology, v. 2, ed.3, p 77-101. 2006.

CARVALHO, M.B.W.B. SOUSA, A.J. Formação de professores na perspectiva da


educação inclusiva e os planos de educação. Educação e Fronteiras On-Line, v.5,
n.14, p 73-83. maio/ago. 2015.

PINTO, A.A.L. et. al. A Formação do professor na perspectiva da educação inclusiva


nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Semana Acadêmica, v. 1. ed. 98, 2016.
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CASA CIVIL
SUBCHEFIA PARA ASSUNTOS JURÍDICOS. LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO
DE 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso
em: 4 nov. 2021.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CASA CIVIL SUBCHEFIA PARA ASSUNTOS


JURÍDICOS. LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 4 nov. 2021.

LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL. Lei nº 9.394, de 20 de


dezembro de 1996. Disponível em:
https://www.dca.fee.unicamp.br/~leopini/consu/reformauniversitaria/ldb.htm. Acesso
em: 4 nov. 2021.

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