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Curso Técnico em Cafeicultura

Ensino a Distância

COLETÂNEA DO FÓRUM DE DÚVIDAS


27/04/2020 a 21/06/2020

Disciplina: Morfologia e Fisiologia do Cafeeiro


Prof. Carlos Alberto Machado Carvalho

Muzambinho
Junho / 2020
PERGUNTAS E RESPOSTAS

Estou terminando o doutorado em fertilidade dos solos, uma das culturas que
trabalhei foi com o café aranuã. Gostaria de saber se tem muita informação
dessa espécie na nossa região.
Grato!
Este material é oriundo de catimor x Icatú, estudado pela Epamig,
principalmente na região Capelinha no norte de Minas Gerais. Trata-se de um
material tolerante à ferrugem, com sementes de peneiras altas e de boa bebida
e ainda há informações de bom vigor e boa produtividade. No sul de Minas, a
fundação Procafé, na fazenda experimental de Varginha, tem buscado alguma
informação por meio de resultados sobre o material e sua adaptação nesta
região, com resultados não muito animadores em lavoura estudada com 5
safras. Para se ter uma ideia, em 70 materiais estudados e comparados em
varginha este material ficou abaixo dos 30 melhores. Não existe um farto
estudo sobre este material e, provavelmente, não será recomendado para
nossa região do sul de minas em recomendação que será em breve publicada
pelas instituições de pesquisa de Minas Gerais. A informação que tenho é de
que em São Gonçalo do Sapucaí tem uma fazenda com lavoura com este
material, mas não tenho mais nenhuma informação a respeito. Em resumo, é
um material comumente estudado e utilizado na nossa região.

Para completar a resposta, observe os resultados preliminares dos estudos da


Fundação Procafé. Também encaminho a seguir o link de informações da
Recomendações de Cultivares de Café do Consorcio Pesquisa Café (entrando
no link basta clicar em cada cultivar para obter as informações).

http://www.consorciopesquisacafe.com.br/index.php/2016-05-27-17-05-35

Abraços !

Prof. Bebeto

Ainda tenho dúvidas sobre o catuaí amarelo e vermelho, existe mais


preferência por um do que por outro com respeito ao sabor?
A questão da qualidade do café é complexa e vou tentar responder de maneira
prática, veja bem:
A qualidade do café é avaliada segundo características físicas (aparência,
grãos defeituosos e tamanhos dos grãos) e, sensoriais onde se investiga
aroma, corpo, doçura, acidez e também o sabor. Atualmente, temos
investigações ou avaliações muito mais minuciosas em busca de detectar
características próprias e diferenciações entre os cafés, o que podem defini-los
em cafés superiores ou especiais. Existem muitos estudos e pesquisas
revelando que todos estes atributos, que definem a qualidade do café são
influenciados por fatores como: temperatura, umidade, luminosidade,
insolação, nutrição, tratos culturais, altitude da lavoura, uniformidade de
maturação dos frutos, ponto de colheita, procedimentos na colheita, modo de
preparo, ocorrência de fermentações, procedimentos na secagem, “descanso
dos grãos”, beneficiamento, rebeneficiamento, moagem, torra e também alguns
poucos materiais genéticos considerados de bebidas superiores.
O sabor é significativamente determinado pelo acúmulo da quantidade e
qualidade de açúcares formados e de outros compostos como os fenólicos, a
cafeína, os aminoácidos, e outros. Estes açúcares e compostos, por sua vez,
são altamente influenciados por grande parte dos fatores citados acima,
finalizando com a moagem e ponto de torra.
O sabor, como um atributo da qualidade, também sofre influência de todo o
descrito anteriormente e, muito mais do que a cor do fruto quando maduro,
principalmente dentro de um mesmo grupo varietal, como na presente questão.
Embora possa ter algumas observações e relatos de pequenas diferenças
morfológicas ou bioquímicas entre frutos amarelos e vermelhos, veja que a
expressão da qualidade (também o sabor) se faz em função de muitos fatores,
os quais vêm sendo estudados com muito mais ênfase pelos resultados que
tem apresentado.
Na prática, tentei organizar, na visão que tenho, a ordem de prioridade da
questão da cor do fruto e os mais diversos fatores determinantes da qualidade
do café (também o sabor).
A seguir, nos links abaixo, alguns trabalhos que me convencem, até o
momento, sobre a questão. Para quem desejar se aprofundar um pouco mais
na acessem e boas leituras.
Abraços a todo(a)s!! Vamos conversando.
Prof. Bebeto.
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/6615/Tese_Marcelo%20
Claudio%20Pereira.pdf?sequence=1&isAllowed=y
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/3179/151.pdf?sequence
=1&isAllowed=y
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/12468/150-2230-1-
PB_X-SPCB-2019.pdf?sequence=1&isAllowed=y
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/8332/Dissertacao_Aracy
%20Camilla%20Tardin%20Pinheiro.pdf?sequence=1&isAllowed=y
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/11223/Dissertacao_Ana
%20Paula%20Pereira%20Bressani.pdf?sequence=1&isAllowed=y
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/11992/Dissertacao_Cinti
a%20Maretto.pdf?sequence=1&isAllowed=y
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/2204/179995_Art244f.pdf
?sequence=1&isAllowed=y

A minha dúvida é o seguinte, a lavoura de café sendo implantada em um


ambiente mais frio a bebida fica melhor?

Ótima pergunta também e, que rende muito conversa se formos mergulhando


na questão.
Vamos lá!
Primeiramente, na questão da implantação da lavoura temos que nos precaver,
porque a planta do cafeeiro é muito susceptível a prejuízos por baixas
temperaturas, Claro que existem também prejuízos por outros agentes
climáticos como secas (alto déficit hídrico) e altas radiações (prejuízo em
plantas novas ou mesmo em folhas novas de plantas adultas).
Quando planejamos a implantação da lavoura devemos considerar os riscos de
formação de geadas no local ("linha de geada"), uma vez que é um evento que
causa prejuízos de diversos níveis às plantas, podendo acabar com lavouras
inteiras. Ainda que não haja formação de geada, as baixas temperaturas,
potencializadas por áreas expostas a ventos são capazes de causar prejuízos,
principalmente nos ponteiros dos ramos, onde as brotações novas são bem
sensíveis. Temperaturas abaixo de 13 ou 14ºC, já se mostram suficientes para
prejudicar o desenvolvimento vegetativo (produção de ramos, folhas e gemas
novas), necessárias à continuidade da produção da lavoura, ano após ano.
Portanto, ambientes mais frios nesta fase não contribuem, e até poderão gerar
prejuízos.
Mais a frente, vamos tratar das fases de desenvolvimento (fases fenológicas)
do cafeeiro que compõem sua fenologia. Nas diversas fases, tanto do
desenvolvimento vegetativo, quanto do desenvolvimento reprodutivo (floração e
frutificação), existem interações climáticas distintas quanto a contribuir ou não
no desenvolvimento da planta, como na quantidade e qualidade da produção
dos grãos. Assim, épocas do ano mais frias ou com temperaturas mais
amenas, contribuem para o inicio do processo de floração na regularidade da
fase de Indução e diferenciação das gemas seriadas dos ramos plagiotrópicos,
que se transformarão em gemas reprodutivas e que, mais tarde, darão origem
aos botões florais, sendo um evento importante na quantidade dos grãos
que serão produzidos.
Certamente, em se tratar de qualidade e ambiente, a questão nos remete a
outra fase da produção do café, mais exatamente na maturação dos frutos.
Nesta fase, que na nossa região ocorre em um período de algumas semanas
(a depender da precocidade do cultivar e da interação com a
temperatura/umidade... e aqui a altitude da lavoura é fator relevante), entre
final de março a maio, as temperaturas mais amenas contribuem para que
a maturação dos frutos, e, portanto, dos grãos, que ocorrem de maneira
mais completa e plena, assim, contribuindo para a qualidade dos grãos
produzidos e suas expressões em cafés de melhor qualidade. Nesta fase
de maturação climas muito secos e quentes, não permitem este processo
pleno, resultando em cafés de qualidade inferior (diz-se que quando o café
“vira” muito rápido, ou seja, quando a maturação ocorre muito rápido a
qualidade não será boa).
Assim, é fato que maiores altitudes, onde as temperaturas são mais
amenas, os processos da maturação (que ocorrem no outono) acontecem
de maneiras mais “tranquilas”, proporcionando ganho em qualidade do
café. Além do que, nestas condições, também podem ser observadas
presença ou ausência de diferentes processos fermentativos que poderão
também contribuir na qualidade.
Entendamos que, de maneira alguma, quero dizer de que em outras condições
não se produz café de qualidade. Entendo que hoje a “qualidade do café” não
se resume em duas faces apenas, boa ou ruim, mas, a qualidade é um
conjunto de atributos que conferem grande diversidade na percepção dos
cafés, inclusive considerando a preferência do destino do mesmo. A qualidade
do café é muito diversa.
Os processos mais conhecidos que ocorrem durante a maturação, e que me
referi aqui são: a degradação da clorofila e produção de outros compostos
(alterando a coloração do fruto, finalizando para amarelo ou vermelho), o
aumento de densidade da semente (aumentando seu peso) e as várias
transformações ou acúmulos de compostos como os fenóis, os açucares (mais
simples e complexos), os aminoácidos, os ácidos, os lipídeos (diversos óleos),
dentre outras. Mais recentemente tem-se referencias de que a manutenção
estrutural das membranas celulares e a baixa ocorrência de processos de
oxidação contribuem na qualidade dos cafés.
Abraços!!! Prof. Bebeto.
No material de estudo foi citado que nas flores do cafeeiro possui o aparelho
reprodutor masculino e feminino. Com isso ela mesmo se fecunda? É
importante as abelhas para as fecundações das flores entre as plantas?

Duas espécies de café são exploradas economicamente de maneira mais


extensiva, sendo a Coffea canephora, cultivado principalmente nos Estados de
Espírito Santo, Rondônia e Bahia (é o chamado de conilon) e Coffea
arabica, cultivado principalmente nos Estados de Minas Gerais, São Paulo,
Espírito Santo e Bahia (é o chamado café arábica). Nos dois casos as espécies
apresentam flores hermafroditas, embora estruturalmente diferentes, no
entanto, no Coffea canephora ocorre autoincompatibilidade e a fecundação
acontece mediante polinização cruzada entre as flores. Neste caso em que,
obrigatoriamente, deve haver o transporte do pólen, a ação de insetos
polinizadores se torna mais relevante. Já na espécie Coffea arábica (fig. 1- flor
de C. arabica), não ocorre autoincompatibilidade e a polinização
(autopolinização) ocorre com os botões florais ainda fechados no Estágio
E5 (fig. 2- estágios dos botões florais de C. arabica), provavelmente no dia
anterior à florada (antese).

Fig. 1 - Flor Cafeeiro Arábica (já polinizada)

Fig. 2 - Estágios Botões Florais Café Arábica


Este processo garante taxas elevadas de autofecundação (autogamia) em café
arábica, acima de 90 a 95%, e, portanto, o transporte do pólen não assume
papel relevante neste caso. Considerando que, em café arábica a taxa de
“vingamento” em frutos fica em torno de 50 a 53%, práticas que visam garantir
o “vingamento” floral em frutos se tornam mais relevantes para produtividade,
embora haja alguns poucos trabalhos associando produtividade e polinizadores
em café arábica, alguns citando aumento do peso das sementes.
De maneira prática, alguns dos fatores que contribuem para melhores taxas de
vingamento floral em fruto são: a manutenção das folhas nos ramos
plagiotrópicos por meio de praticas corretas de adubação e manejo de pragas e
doenças, principalmente de ferrugem e bicho mineiro; a adoção correta de
densidade populacional de plantas nas lavouras que garantam bom nível de
luminosidade; a manutenção de bons níveis dos elementos Fósforo, Cálcio,
Boro e Zinco, que interferem diretamente no processo reprodutivo.
A seguir, mais informações para quem desejar se aprofundar mais um pouco.
Grande abraço !!
Prof. Bebeto
http://www.sbicafe.ufv.br/handle/123456789/10879
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/5930/Dissertacao_Marce
la%20Ferraz%20e%20Silva.pdf?sequence=1&isAllowed=y
http://www.cientifica.org.br/index.php/cientifica/article/viewFile/243/196
http://www.pubvet.com.br/uploads/6d1b75fdd0c19a44a597e4412a0aee5f.pdf

Muito interessante a matéria, mas queria uma aula prática sobre isto.
É comum ouvirmos os produtores comentando sobre as podas, mas cada uma
tem uma característica específica, e as gemas são parecidas, tenho dificuldade
de diferenciar uma da outra.

Vamos lá !
No Cafeeiro, tanto os ramos Ortotrópicos quanto os Plagiotrópicos, nas axilas
das folhas, existem Gemas (que são tecidos de meristemas e que originam
outros tecidos) sendo, uma chamada cabeça de série e outras 5 ou 6
chamadas seriadas. Na maioria das vezes, ao olhar os ramos, não a diferimos
mesmo, mas, sabemos que originam diferentes órgãos ou tecidos diferentes.
No ramo Ortotrópico, as gemas cabeça de série (somente uma por axila
foliar) originam os ramos plagiotrópicos ou ramos produtivos do café, que ao
secarem ou morrerem não são substituídos, porque a gema cabeça de série
que os originaram era uma só. Portanto, plantas que perdem seus ramos
plagiotrópicos irão ficando improdutivas e, quanto mais pede-los mais
improdutivas serão. É aí que entra uma poda de renovação, que chamamos
"Recepa" e que vocês estudarão mais a frente no curso.
Já as Gemas seriadas no Ortotrópico, se localizam nas axilas dos ramos
plagiotrópicos, onde anteriormente também haviam folhas e elas já estavam ali
na axila (nos ponteiros dos ortotrópicos elas estão nas axilas das folhas). Estas
gemas, em grande número, ficam normalmente dormentes, mas se manifestam
formando brotações de outros ramos ortotrópicos (que chamamos ladrões) que
são indesejáveis, por uma série de motivos: ou porque concorrem com outros
ramos da planta "roubando" assimilados que levam a produção de grãos de
peneiras (tamanho) menores, ou porque dificultam os manejos, ou porque
aumentam o número de ramos e por sua vez, aumenta o sombreamento,
diminui arejamento e torna o interior das plantas com menor incidência de luz e
maior umidade, o que diminui o florescimento e o pegamento em fruto, além de
favorecer doenças. Vejam quanta coisa. Porém, após a poda de recepa citada
acima, as gemas seriadas do ortrotópico é que podem garantir a renovação da
parte aérea do cafeeiro. Embora não as enxergamos, vejam abaixo a
localização dessas gemas no ramo Ortotrópico. As gemas seriadas no
ortotrópico normalmente ficam dormentes e se manifestam em brotações
originando outros ramos ortotrópicos (ladrões) em algumas situações de stress
(hídrico, nutricional, mecânico) ou aumento de temperaturas ou ainda com o
avançar da idade das plantas.
Nos ramos Plagiotrópicos, tanto a gema cabeça de série quanto as gemas
seriadas se localizam na axila das folhas (vide figura abaixo). Não a
diferenciamos no olhar, mas sabemos que se localizam na região mais
"engrossada" na axila foliar. As gemas cabeça de série no ramo
plagiotrópico, originam outros ramos plagiotrópicos (ramificações
secundárias, terciárias, etc). A manifestação dessas gemas em ramificações é
uma questão genética (existem variedades que ramificam mais e outras
menos), mas também as ramificações ocorrem em maior número em ramos
primários onde ocorre seca de ponteiros, ou algum outro prejuízo mecânico nos
plagiotrópicos primários. Os grãos produzidos nas ramificações secundárias,
terciárias, etc....tendem a ser menores do que nos plagiotrópicos primários (há
uma divisão nutricional entre os mesmos). A medida que os ramos
plagiotrópicos vão crescendo, ano após ano, o vigor de desenvolvimento vai
diminuindo e, com menor crescimento a produtividade tende a cair, além de
diminuir o tamanho dos grãos (menor peneira). É aí que entra a poda de
revigoramento dos ramos plagiotrópicos que chamamos "esqueletamento", e
que vocês também verão mais a frente no curso.
Já as gemas seriadas no plagiotrópico irão originar os botões florais, após
as fases de indução e diferenciação floral que está ocorrendo nesta
época...agora em período mais seco, mais frio e de fotoperíodo mais curto
(abril, maio e junho). Após a fase de diferenciação, os botões começam a surgir
e serem visíveis, desenvolvendo até determinado estágio (estágio 4), quando
permanecem em "repouso" devido déficit hídrico. Com as primeiras chuvas de
fim de julho, agosto e até novembro/dezembro ocorrem as floradas ou antese.
Cada axila da folha tem de 5 a 6 gemas seriadas. Em um nó do ramo tem uma
folha de cada lado, então são 10 a 12 gemas seriadas por nó ou roseta. Cada
gema seriada origina 3 a 4 botões florais. Quer dizer que cada nó ou roseta
poderá originar POTENCIALMENTE entre 30 a 48 botões florais, o que seria
potencialmente 30 a 48 frutos por nó ou roseta, se dependesse somente das
gemas.... mas não é isso que se observa e, por isso dizemos que o vingamento
em fruto no cafeeiro, desde o inicio, é na faixa de 50 a 53%, em média.
Interessante isso, não?
Por uma série de motivos, o potencial de produção é alterado, como por
exemplo: um descarte natural, prejuízos na fase de indução e diferenciação
(temperatura e umidades não favoráveis), alto nível de sombreamento e baixa
luminosidade, baixo enfolhamento dos ramos e das plantas em geral,
deficiências nutricionais, e outros....
As gemas seriadas dos ramos plagiotrópicos, que já produziram botões florais
(depois flores e frutos) ...não produzirão mais....por isso o cafeeiro depende de
sempre continuar desenvolvendo e crescendo seus ramos plagiotrópicos
(produtivos) para também continuar a produzir grãos.
Bom pessoal, com isso, eu procurei discorrer do assunto com relações e
enfoques bem práticos que espero ser úteis para o momento.
Abraços !!! Prof. Bebeto.

Com relação as podas, nos vídeos da professora Anna Ligia, ela cita a relação
luminosidade e proximidade (adensamento) das plantas com a necessidade da
realização das podas.

Entendi que este artificio considerado mais radical, pode ser necessário por
outros fatores como a perdas das folhas na saia, correto?
Sendo este café espaçado corretamente e recebendo luminosidade, quais
seriam outras ações necessárias afim de evitar o uso das podas?
Toda planta algum dia ira precisar ser podada? É feita de tempos em tempos?

O assunto Podas do Cafeeiro de fato fica mais interessante, ainda mais quando
vamos compreendendo como tudo funciona na planta. Muitas vezes, o
cafeicultor realiza podas e não tem sucesso na regeneração das plantas,
gerando muitas falhas e uma lavoura antieconômica. Por razões assim é que
temos que nos apoderar dos conhecimentos mais básicos para obter sucesso.
Vou ser objetivo nas questões propostas, também porque um pouco do
conhecimento básico da relação de podas com a morfologia e a fisiologia do
cafeeiro Já tratamos neste fórum na proposição anterior e, solicito que leiam
para o completo entendimento.
Nos vídeos 1 e 2 da professora Anna Lygia, quando a mesma trata do
adensamento de plantio e a relação com luminosidade para o cafeeiro e,
informa que havia mais uma linha de plantio nas “ruas” da lavoura, está se
referindo a uma prática de implantação de lavouras em adensamento, onde se
planeja a eliminação de linhas intercalares após, aproximadamente, 4
colheitas, antes que as plantas “fechem” (se encontrem) nas ruas. Esta é uma
situação planejada, com intuito de obter maior retorno nas primeiras colheitas.
Normalmente, após a eliminação intercalada das linhas de plantas a lavoura se
transforma em uma lavoura semi-adensada e mecanizada. Claro que a
viabilidade desta prática depende de cada situação e deve ser avaliada e não
iremos entrar nesse mérito neste momento.
Atualmente os plantios são feitos no sistema de “renque” (espaçamentos na
linha entre plantas de 0,5 a 1 metro). Neste sistema as plantas se “fecham” (se
encontram) na linha de plantio, mas não nas ruas. O fechamento entre as
plantas na linha de plantio proporciona menor desenvolvimento nas partes das
plantas que se encontram, também menor vida útil da folha, menores
florescimento e frutificação, exatamente pela concorrência e, muito
provavelmente, concorrência por luz que é muito importante em todos estes
processos da produção.
Imaginem se as plantas fecharem também nas ruas? Claro que haveria
grandes prejuízos, além da inviabilidade de manejo da lavoura e ambiente
favorável a doenças. As podas (desponte ou mais comum, o esqueletamento)
podem ser usadas para evitar que as plantas se fechem na linha e levem a
grandes perdas das suas folhas e dos seus ramos produtivos.
O plantio em “renque” é atualmente utilizado por se mostrar vantajoso na
produtividade e também, por “regular” a produção individual de cada planta,
mantendo maior equilíbrio fisiológico com menor desgaste das plantas e com
isso, atrasando o depauperamento das lavouras (grandes vantagens). A boa
relação folha/fruto leva a um equilíbrio e menor desgaste das plantas (vide que
muitas lavouras com alta produção poderão levar muito tempo para se
recuperar de grandes desgastes pós-colheita e, nesta situação pode até
mesmo se verifica morte de plantas).
Viram só? a relação da luminosidade e da produção de café? Uma questão
importante é que, maiores arejamento e luminosidade contribuem para a
uniformidade do desenvolvimento e da maturação dos frutos (vide por
comparação da produção nos ramos mais baixeiros ou “saia” do café com o
terço superior das plantas), e isso contribui na qualidade do café. Viram a
importância da luminosidade? A realização de podas, quando necessárias.
Outra questão de podas planejadas é o manejo de “safra zero”, que intercala
livre produção com podas de esqueletamento, feitas a cada dois anos. Chama-
se assim porque a planta irá produzir em um ano, e no ano seguinte estará
formando novos ramos plagiotrópicos por consequência da poda sofrida
(portanto produz frutos ano sim e ano não). Análises de viabilidade devem ser
feitas para cada situação e também não entraremos neste mérito agora pois
vocês verão no decorrer do curso.
As podas, quando não são planejadas, somente são aplicadas mediante
necessidade, que deve ser detectada com visita à lavoura, avaliação das
plantas, da correção a ser feita e análise dos dados técnico-administrativos do
talhão (históricos de investimentos, produtividade, retorno econômico). Podem
ser indicadas, por exemplo: em lavouras depauperadas com perdas de ramos
produtivos, lavouras com perda de vigor e baixo crescimento de ramos
produtivos com queda de produção e grãos de peneira baixa (sementes
menores), para recuperação de lavouras pós-geada (aguardar o
reconhecimento dos danos), para lavouras com plantas que se fecham nas
ruas, e outras.
Lembrando que as podas mais drásticas (mais severas) levam a morte grande
parte das raízes mais finas, que se restabelecem de acordo com a situação
geral fisiológica e nutricional da planta podada. Plantas com severos prejuízos,
em vias de morte, podem não se recuperar.
Bom, espero ter contribuído. Não irei entrar mais na questão, pois durante o
curso vocês terão oportunidade de estudos mais específicos sobre o assunto.
Quando lá chegarem, lembrem-se das gemas e da fisiologia do cafeeiro.
Não deixem de ler as questões anteriores postas no fórum, pois tudo vai se
completando e construindo conhecimento....
Grande abraço !!
Prof. Bebeto.

Em relação a desuniformidade dos grãos gostaria de uma explicação mais


detalhada sobre o assunto pois tenho observado muito isso no campo.

De fato, esta é uma observação bastante frequente e importante, pois impacta


diretamente à qualidade do café, por misturas de grãos colhidos em diferentes
estágios de maturação, ou mesmo, por reduzir a proporção de grãos “cerejas”
(maduros) o que diminui a quantidade de cafés CD (cereja descascado), no
caso, para o produtor que adota esta modalidade de processamento (chamada
via úmida).

Grãos “verdes” e grãos “cerejas” apresentam diferenças marcantes estruturais


(no teor de água, na densidade do endosperma da semente e do mesocarpo
do fruto), fisiológicas (na taxa respiratória, na atuação de hormônios), químicas
(nos fenóis, nos açúcares, nos óleos, e outros) e bioquímicas (nas proteínas e
aminoácidos). Todas estas diferenças refletem na qualidade do café. Além do
que, o grão “passa” (aquele que passou de cereja / maduro) poderá, já a nível
de campo, sofrer fermentações indesejadas para a qualidade do café, como
também sofrer abscisão, com queda do fruto ao chão, o que irá depreciar ainda
mais a sua qualidade.

Portanto, de fato a desuniformidade de desenvolvimento e maturação dos


frutos se torna um problema para a qualidade. Alguns dos fatores ou condições
causadoras dessa desuniformidade são, principalmente:

- O grande número de floradas em anos que o déficit hídrico não contribui


suficientemente para sincronização das floradas (chuvas frequentes entre julho
e novembro, por exemplo);

- O nível de sombreamento e arejamento dos frutos em desenvolvimento e


maturação, seja pela posição dos frutos na planta (terços superior, médio ou
inferior) ou por espaçamentos reduzidos nas lavouras (lavouras adensadas, por
exemplo);

- A altitude da lavoura em relação ao nível do mar (maiores altitudes com


temperaturas amenas e até massas de ar frio proporcionam maiores períodos
de tempo de maturação o que pode contribuir para a desuniformidade).
Ressalta-se que a maturação mais lenta com uniformidade contribui
significativamente para a qualidade do grão;

- O material genético (existem variedades mais tardias e que podem apresentar


desuniformidade de maturação em determinadas condições).

- A condição nutricional da planta, disponibilidade de carboidratos e


enfolhamento (relação folha/frutos) e ocorrência de diferentes estresses.

A somatória e a interação destes fatores e condições citados atuam na


uniformidade ou desuniformidade de desenvolvimento e maturação dos frutos,
lembrando que, climas secos e quentes diminuem o período de tempo da fase
de maturação, o que não contribui para a qualidade do café também em razão
de não proporcionar as transformações necessárias e o acúmulo de compostos
nos grãos que favoreçam a qualidade dos mesmos. Esta também é uma
observação bastante frequente.

Procurei relacionar os assuntos com praticidade e objetividade. Para quem


desejar aprofundar ainda um pouco mais, consulte os trabalhos e artigos nos
links a seguir e leia os tópicos Introdução, referencial teórico e conclusões.

Grande abraço a todo(a)s !!

Prof. Bebeto.

http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/1190/155585_Art013f.pdf
?sequence=1&isAllowed=y
https://www.scielo.br/pdf/brag/v62n3/v62n3a15.pdf

https://www.scielo.br/pdf/brag/v68n1/a18v68n1.pdf

http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/9558/40601_43-CBPC-
2017.pdf?sequence=1

https://www.scielo.br/pdf/cr/v39n2/a13v39n2.pdf

http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/5895/doc_222_33-
CBPC-2007.pdf?sequence=1&isAllowed=y

http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/315450/1/Silva_EmersonAlves
da_D.pdf

O processo de iniciação floral tem inicio durante a entrada da estação seca, ou


seja, próximo ao mês de abril e maio, quando as temperaturas são mais
amenas e o volume hídrico por chuvas diminui consideravelmente.
Correto? Neste mesmo período tem inicio a colheita do café, na grande maioria
das propriedades pela derriça (colheita total).

Isso não prejudica essa iniciação das flores? Tem algum período que é mais
indicado para inicio da colheita com base nessa iniciação?
Já observei também que alguns produtores em alguns anos termina a
colheita tardiamente, isso pode influenciar negativamente o desenvolvimento
dos primeiros botões?

Correto, na primeira fase do florescimento ocorre estímulo ou indução floral e


diferenciação, que seria uma especialização de células para formação, mais
tarde, dos tecidos que originarão os botões florais e flores, após a antese. Na
nossa região, esta fase de fato ocorre à medida que o dia vai se tornando mais
curto, as temperaturas caindo e períodos mais secos. Condições diferentes
destas podem resultar em prejuízos na indução e diferenciação e,
consequentemente, menor número de flores. Se as gemas não sofrem indução
e diferenciação, podem resultar em pequenas brotações vegetativas, sem
nenhuma significância produtiva futura. Aqui, estamos nos referindo em
período dentro dos meses de abril, maio e junho. Estes processos não resultam
em aumentos significativos de volume, que justificasse prejuízos por danos
mecânicos à próxima safra com queda de futuros botões florais. Veja na figura
a seguir que se estima até o final de junho, praticamente 50% da colheita já
esteja realizada.
Pois bem, uma vez diferenciada as gemas ficam entumecidas e começam a
ganhar volume até aproximadamente o mês de julho, onde se estima um total
de 74,1% da colheita realizada. A partir daí aumentos significativos no volume
dos botões florais são observados (até que atinjam o estágio E4 quando ocorre
o repouso) e já estaremos entre 74,1 a 93,9% da colheita realizada. Então
podemos concluir que, de fato, a partir de agosto poderá sim haver a
possibilidade de prejuízos na próxima safra, por quedas de botões florais
ocasionadas por ação mecânica de colhedores, colheitadeiras e derriçadeiras
de café, sendo que este risco aumenta de acordo que ocorrem os atrasos na
colheita. Este risco pode ser potencializado em lavouras de cultivares de
maturação tardia e em maiores altitudes (acima de 1100 a 1200 metros).

Porque a mucilagem prejudica a qualidade da bebida do café?

O nosso colega, anteriormente, já nos auxiliou a seguir mas, completando um


pouco mais, porém alinhado com o que o colega postou, eu diria que a
presença da mucilagem (mesocarpo) após a colheita do café, poderá (veja
bem, poderá) trazer algum prejuízo pelo fato de dificultar um pouco mais as
trocas de umidade com o meio (é um hidro gel viscoso e denso observado nos
frutos maduros/cerejas) e portanto fazer com que os primeiros momentos de
seca sejam mais lentos do que deveria, mantendo a umidade por um período
que, juntamente com os açucares da mucilagem venham a proporcionar a ação
de microrganismos, desenvolvendo processos fermentativos indesejáveis que
depreciam a bebida do café. Logicamente outros fatores estão envolvidos
como os cuidados no processamento e seca (espessura da massa de café no
terreiro e a oxigenação da massa de café / “rodar” o café, e outros mais) do
café e, claro, as condições climáticas (principalmente umidade) na qual o café
está sendo submetido durante a seca. Em regiões ou países de alto risco
destas fermentações a adoção de processamentos “via úmida” com
descascamento, desmucilagem e “lavagem em tanques” antes da secagem do
café tem evitado prejuízos à bebida do café, assim como ocorre na região Mata
de Minas ou mesmo em países como a Colômbia, Costa Rica, etc. Muito
embora, em outras situações, o café natural pode apresentar alta qualidade
sem a necessidade de tais procedimentos.

Para quem quiser se aprofundar mais um pouco deixo a seguir algum material
sobre o assunto

Abraços!! Prof. Bebeto.

https://www.scielo.br/pdf/pab/v39n2/19854.pdf

https://www.scielo.br/pdf/cagro/v33n1/v33n1a30.pdf

Também compartilho da mesma dúvida.


Porém como exposto nos vídeos aulas e em pesquisas é um tema que ainda
requer estudos. Mas o que se sabe é:
1) Em um primeiro caso a mucilagem é alvo de microrganismos que irão
promover a perda de qualidade do grão promovendo fermentações
indesejáveis.
2) Em segundo caso, há o outro lado que defende que sabor adocicado da
bebida provém desta mucilagem que é passada para o grão no período de
secagem.
Porém a dúvida que continuo tendo é: QUAIS DAS OPÇÕES
É PREFERÍVEL EM ASPECTOS GERAIS CONSIDERANDO A QUALIDADE?
RETIRAR OU NÃO A MUCILAGEM?

Em resposta a sua postagem e dúvida, vamos considerar tudo o que foi


respondido anteriormente aos colegas e vamos acrescentar o seguinte:

Como dito anteriormente, em algumas situações o descasacamento, a


desmucilagem ou “lavagem” do café em tanques podem significar a
manutenção da sua qualidade e, portanto, serão práticas altamente
recomendadas. Em outras condições, se pode perfeitamente manter a
qualidade em cafés naturais (secos com a presença da casca e mucilagem).
Estas diferentes maneiras de processamentos resultam em diferentes atributos
sensoriais como maiores ou menores doçura, acidez, corpo e até sabores
diferentes. Assim, não se trata de ser pior, ou melhor, mas de diversidade na
qualidade e, assim depende também de preferências de mercados
consumidores.

Abraços !! Prof. Bebeto

NO ESTUDO DESSA SEMANA ALGUMAS DÚVIDAS SURGIRAM.

1) O aborto floral que tanto é falado seria localizado em qual fase de


desenvolvimento floral? E em quais condições (apenas altas temperaturas?)
2) Quais os fatores que fazem o pegamento estar apenas entre 30 e 65%? E o
que poderia fazer para o pegamento ficar mais alto?
3) Porque somente após 8 a 12 semanas do florescimento os frutos estão
sujeitos a cair?
4) TRANSFORMAÇÃO DA GEMA VEGETATIVA EM REPRODUTIVA. Quais
fatores interferem nesse processo? Ou seja, o que fará com que a gema se
diferencie em flores que é o que queremos?

Sendo mais objetivo nas respostas, mas deixarei um material de revisão para
maior aprofundamento no tema. Vamos Lá!
Como já elucidado em respostas anteriores na fase de Indução e diferenciação
floral, a produção de botões florais pode ser reduzida caso as condições
ambientais não sejam adequadas, como já comentadas. Nesta fase alta
umidade ou temperaturas mais altas que as normalmente ocorre não seriam
desejáveis.
Se considerarmos como aborto floral o não “vingamento” da flor em fruto,
podemos relacionar este abortamento ao período que precede a antese
(abertura da flor) após uma chuva ou irrigação, acompanhado de queda
abrupta de temperatura. Neste período citado, assim como nos primeiros dias
após a antese (florada) temperaturas mais altas, ambiente muito ou mesmo
chuvas abundantes com grande umidade nas flores poderão prejudicar o
vingamento em fruto também pela ação de fungos.
Outros fatores também estão associados à prejuízos no vingamento da flor em
fruto, como: plantas estressadas e pouco nutridas; ausência de folhas nos
ramos e até mesmo nas rosetas fazem diferença (ramos sem folhas
apresentam baixo vingamento floral), sombreamento excessivo (veja que o
vingamento floral no terço superior do cafeeiro é bem maior que na “saia”) e
deficiências marcantes de Boro e Cálcio (estão envolvidos na ativação de
enzimas na formação do tubo polínico, como também na divisão celular). Existe
um controle natural, mas aumentar o pegamento significa um bom manejo da
lavoura observando os fatores que causam prejuízos para um pegamento
satisfatório. Assim devem-se observar as boas práticas de produção como
lavouras com população adequada de plantas, manejo de pragas e doenças,
adubação equilibrada, desbrotas quando necessário, e outras.
No desenvolvimento dos frutos, após mais ou menos, 8 a 12 são fases de alta
exigências nutricionais e hídricas. Quedas dos frutos poderão ocorrer por
deficiência hídrica, deficiência nutricional (marcadamente nitrogênio e
Potássio), baixo nível de reserva das plantas com alta carga frutos e também
baixa relação folha/fruto (a fotossíntese das folhas são mais importantes em
abastecer os frutos de carboidratos do que exatamente a reserva dos ramos no
cafeeiro)
Acredito que a última questão desta postagem já esteja discutida nas respostas
anteriores. Na verdade, os estudos sobre o florescimento do cafeeiro não são
muito conclusivos, até pela dificuldade de isolar tantas variáveis ambientais e
endógenas (da planta) e suas interações. Para maior aprofundamento e para
aqueles que desejarem ler um pouco mais a respeito vou deixar a seguir um
trabalho de revisão básica sobre o tema.
Abraços !! Prof. Bebeto.

Professor o senhor poderia falar sobre a espécie de café Kapakata ?

O formato é muito diferente. Onde é cultivado e a lucratividade dele ?

São restritas as informações sobre a espécie Coffea kapakata, sendo sua


importância nos estudos de pesquisa em fontes de resistência à broca do café,
que ainda não temos esta característica incorporada nas cultivares comerciais.
A sua resistência á boca parece dever-se à produção de substâncias voláteis
repelentes a boca do café. Algumas poucas pesquisas na área de
melhoramento genético do cafeeiro têm sido feitas e seus resultados
certamente serão muito bem-vindos, pois a partir da retirada do registro do
endosulfan em julho de 2013 o controle da broca se mostra pouco efetivo. No
Capítulo 1 do Livro nos materiais Complementares, entre as páginas 23 a 28
tem alguma referencia a respeito, inclusive com foto da aparência do fruto, bem
diferente mesmo.
Um pouco mais de informação pode ser obtida acessando os links a seguir.
Abraços !! Prof. Bebeto
Fonte:
http://www.sapc.embrapa.br/arquivos/consorcio/spcb_anais/simposio4/p59.pdf

http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/11883/356_44-CBPC-
2018.pdf?sequence=1

http://www.sapc.embrapa.br/arquivos/consorcio/informe_agropecuario/ia_cafe_
producao_qualidade.pdf
Informe Agropecuário pag. 21 a 23

Sistemas cafeeiros arborizados e não arborizados podem estocar carbono ao


longo dos anos e reduzir a quantidade de CO2 atmosférico?
Gratidão a todos que estão participando, colaborando e compartilhando
conhecimentos.
Abraços.
Muito interessante o tema e muitos estudos têm sido realizados, até mesmo
pela própria origem do cafeeiro; ou pela questão da importância do carbono
atmosférico e suas implicações; ou por questões de alternativas de retorno
financeiras para os cafeicultores principalmente em épocas de baixa
valorização da saca de café; ou por proporcionar o cultivo do café em
condições climáticas pouco aptas ou limítrofes, ou ainda, com relação à
qualidade do café e suas alterações.
Alguns resultados de trabalhos científicos caminham na direção apontada na
sua questão, aliando a arborização e consórcios arbóreos com café na
resposta positiva no sequestro e estoque de carbono. Como nestes casos há
alterações de microclima no ambiente para as plantas, muitas avaliações são
importantes como a alteração na fenologia do cafeeiro e com isso no manejo,
interferências na nutrição, nas condições de desenvolvimento de pragas e
doenças, na adoção de densidade de plantas adequadas, e muitos outros.
Deixo a seguir alguns trabalhos para leitura e também o link da biblioteca do
café, onde poderá ser pesquisados diversos trabalhos com palavras chaves:
café, arborização, carbono, e outras relacionadas...
Abraços ! Obrigado pelo tema e pelo aprendizado proporcionado a todo(a)s !!!
Prof. Bebeto
Biblioteca do café http://www.sbicafe.ufv.br/
http://www.sapc.embrapa.br/arquivos/consorcio/spcb_anais/simposio7/354.pdf
http://www2.uesb.br/eventos/seeflor/wp-content/uploads/2018/03/Trabalho-
8.pdf
https://www.redalyc.org/jatsRepo/1992/199252873006/html/index.html

Boa noite Professor. Surgiu algumas dúvidas em relação a fisiologia do café


relacionada a manejo.

1 - O café consegue obter produção satisfatória somente com 150 mm de


chuvas no ano?
2 - A iniciação floral se dá no inicio da seca e coincide com o estresse hídrico.
Esse estresse é determinante para a iniciação floral? Pensando nisso nesses
meses que abaixam a temperatura não seria recomendado irrigação de
maneira alguma?
3 - Quais são os critérios de irrigação do cafeeiro? Quando e quanto o produtor
deve irrigar caso ele tenha essa disponibilidade?
4 - A questão das abelhas vem uma pergunta. Tecnicamente a apostila deixou
claro que manejar caixas de abelha dariam pouco resultado em função da
baixa porcentagem de fecundação cruzada. Mas caso o produtor tenha essa
disponibilidade não seria interessante? Além de ter outro produto disponível na
propriedade, qualquer incremento na produção já acho válido. Pensa bem: Em
uma propriedade de 1000 sacas 7% que seja já dariam 70 sacas. O que o Sr
me diz em relação a isto?

O café arábica requer regiões com pluviometria média anual entre 1.200 a
1.800 mm. Lembrando que a distribuição anual deste volume é importante nos
diversos requerimentos da planta de acordo com sua fenologia e com suas
interações ambientais. A seguir tem um link para acesso a uma literatura
(Páginas 21 a 23) que trata a questão (regiões aptas, limítrofes e inaptas para
cafeicultura em MG, inclusive considera a irrigação) de uma maneira bem
didática, com ilustrações. Tem muito mais informações interessantes!!
http://www.sapc.embrapa.br/arquivos/consorcio/informe_agropecuario/ia_cafe_
producao_qualidade.pdf
Informe Agropecuário pag. 21 a 23

De fato, a irrigação não pode ser realizada sem o devido conhecimento das
plantas e tem que respeitar suas respostas ecofisiologicas, seus estímulos,
suas necessidades de acordo com as fases fenológicas.
Também as diversas condições da região devem estar alinhadas como o
manejo de irrigação do cafeeiro, como a quantidade de luz diária, a radiação, a
temperatura, solo (existem regiões cafeeiras aptas, mas com irrigação em que
os solos são muito arenosos e isso requer um turno de rega bastante reduzido,
com regas mais frequentes).
Não precisamos sair do país, tais condições entre o café do cerrado mineiro ou
do oeste da Bahia ditam diferenças para nossa região do sul de Minas, e,
portanto, diferentes estudos e recomendações de irrigação do cafeeiro. Não é
somente umidade, mas, temperatura e fotoperíodo e as interações desses três
fatores devem ser consideradas, e esta é uma dificuldade nos estudos (para o
isolamento e conclusão dos resultados).
Na irrigação do cafeeiro, talvez a principal preocupação seja satisfazer as
necessidades hídricas nas suas diferentes fases de desenvolvimento e ao
mesmo tempo, manter a sicronização das floradas, que tem um impacto direto
no manejo de colheita e qualidade da bebida. Vejam que, em algumas regiões
do mundo em que essa sicronização não ocorre (por não ocorrer déficit hídrico
marcante nas fases do florescimento que precedem a florada/antese), são
observadas 8, 12, ou até mais floradas, o que resulta em situações não
desejáveis, mas são ocorrências climáticas, praticamente sem controles.
Existem diversos trabalhos, principalmente nas regiões do cerrado mineiro e
Bahia, com recomendações. Acessem a seguir e pesquisem (café irrigado,
irrigação, exigências hídricas, outras...)
Biblioteca do café / Consorcio Pesquisa Café http://www.sbicafe.ufv.br/
Vocês terão no curso uma disciplina dedicada à irrigação do cafeeiro e acredito
terão oportunidade de aprofundar nas questões de manejo, época e quantidade
(considerando região, temperatura, evapotranspiração, solo, capacidade de
campo dos solos, exigência hídrica das plantas, etc). Então, procurei aqui
colocar as questões mais pertinentes com a fisiologia da planta. Outras
questões, como disse, serão consideradas futuramente na disciplina de
irrigação.
Na quarta questão, também comungo da ideia de que quaisquer acréscimos na
renda dos cafeicultores são bem-vindas, mas o resultado final desta relação
matemática não é tão simples assim. Veja que, aumentar 7% na polinização
não garante este incremento na produção. Após a polinização sem considerar
o manejo que poderia ser o ideal em tudo (nutrição, manejo de pragas e
doenças, densidade populacional, e outros...) temos ainda, outras situações
como umidade (grande maioria das lavouras não são irrigadas) e temperatura
nas diversas fases, além de um descarte natural da planta desde a fase do
florescimento.
Claro que, precisamos de mais estudos que nos mostrem, com melhor clareza,
a contribuição desta prática de aliar abelhas e cafeeiro para aumento de
polinização, o que não garante pegamento e resultado final em frutos e
sementes. Existe um ou outro trabalho aliando a presença das abelhas no
aumento do peso das sementes, ou seja, esta é outra linha. Com mais
trabalhos, inclusive retratando investimento/benefício e adequando manejo são
necessários.
Nos fóruns de dúvidas das semanas 1 e 2 tem questões relacionadas. Não
deixem de visitar estes fóruns!! Sempre encaminhamos as discussões aqui
para o tema da disciplina e assim, construir um conhecimento compartilhado e
sempre relacionando as situações.
Abraços!! Obrigado pelos temas!! Vamos aprendendo!!!
Prof. Bebeto.
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Apesar de fazer doutorado em ciências dos solos, na área de agronomia, não


sou agrônomo e tenho algumas dúvidas sobre o metabolismo. Gostaria de
saber se o K e o Mg se o metabolismo desses macronutrientes existe uma
competição se trabalham em um processo antagônico, ou seja, altas doses de
K, baixas doses de Mg, altas doses de Mg, baixas doses de K.
Desde já muito obrigado!
Os estudos apontam relação de competitividade entre estes íons (também com
o cálcio), seja pela absorção nos processos de trocas da solução do solo, ou
mesmo por processos relacionados à passagem destes íons pelas membranas
celulares e transporte no interior das plantas. O fato é que o desequilíbrio no
fornecimento de Potássio, Cálcio e Magnésio pode levar o cafeeiro a expressar
deficiências minerais e, não pela ausência destes elementos no solo.
Daí a importância da adubação equilibrada e o monitoramento nutricional das
plantas via análise de tecidos (folhas), além da análise convencional de solos.
Vale lembrar que também o comportamento do solo, a depender da origem
(predominância de minerais), textura e teor de matéria orgânica interferem na
dinâmica e disponibilidade dos elementos minerais.
A seguir, sugiro uma leitura na revisão bibliográfica da dissertação (páginas de
11 a 18), que trata exatamente desta questão. Vale a pena também observar
os resultados e discussão do trabalho. Acesse no link abaixo.
Abraços.
Prof. Bebeto
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/12057/Disserta%c3%a7
%c3%a3o_Teixeira%2c%20Pedro%20Paulo%20de%20Carvalho.pdf?sequenc
e=1&isAllowed=y

Fiquei com algumas duvidas quanto a fenologia do cafeeiro. Se a planta


demora dois anos para fazer todo o ciclo, quer dizer que quando ela esta na
fase de indução e maturação nos meses de abril e maio por exemplo, ela
também esta com a fase de maturação dos frutos. Isso pode acontecer no
mesmo ramo plagiotrópico?
Após completar as fases, com a seca dos frutos, o ramo plagiotrópico tem que
ser renovado, ou ele inicia um novo ciclo?
Obrigado
Os eventos acontecem no mesmo ramo plagiotrópico, simultaneamente,
porém, em diferentes regiões do ramo. Para ser prático, por exemplo, em uma
planta já em produção, nos meses de outubro a março os ramos plagiotrópicos
vão crescendo e formando novas folhas e nós, que só produzirão no próximo
ano. Nestes mesmos meses, na região do ramo que cresceu no ano anterior
(também de outubro a março), ocorrerão as floradas e o desenvolvimento dos
frutos e suas sementes, ou seja, a produção. Lembrando que a região do ramo
que já produziu não produzirá mais, porque as gemas seriadas já se
transformaram em botões florais, depois flores, depois frutos com suas
sementes. Por isto o cafeeiro depende de constante crescimento de seus
ramos para suas produções ano após ano.
Plantas vigorosas de cafeeiros resultam em satisfatórios crescimentos de
ramos, nós e folhas novas, sendo este vigor dependente, principalmente, do
material genético, do manejo e idade das plantas. Com a perda do vigor, podas
de “esqueletamento” podem ser realizadas com objetivo de revigorar ramos
plagiotrópicos e, consequentemente, melhorar a produção tanto na quantidade,
como na qualidade dos grãos.
Portanto, na planta do cafeeiro o crescimento de ramos (nós e folhas novas) e
o desenvolvimento dos frutos (expansão e granação) são eventos simultâneos
que concorrem por nutrição, sendo isso apontado como principal causa da
“bienalidade” da produção cafeeira. Deficiências nutricionais e hídricas nos
meses que ocorrem estes eventos simultâneos poderão prejudicar não só a
produção atual, com sementes menores e mal granadas, como também a
próxima produção, por reduzir o crescimento de folhas e nós novos onde se
dará esta futura produção.
Pessoal, estas são boas reflexões para fazer observando o quadro que ilustra
as fases fenológicas do cafeeiro, principalmente no ano 2 (vide a sugestão de
reflexão na aula da quarta semana).
Abraços!!
Prof. Bebeto

Olá boa tarde. Quais observações visuais nós como técnicos devemos fazer
para saber se uma lavoura e saudável ou não?

Além dessa observação visual quais outras são necessárias para se o obter
êxito no campo?
As observações visuais são importantes, também porque considerara a
experiência e conhecimento do técnico, que aliados aos monitoramentos
necessários permitirão quantificar tanto as situações, quanto os tratamentos e
as intervenções técnicas necessárias.
Ao visitar uma lavoura em produção com o objetivo de detectar a saúde das
plantas deve-se considerar também a época do ano e as fases fenológicas da
planta. Por exemplo, nos períodos mais secos e quentes do ano as plantas
podem expressar sintomas de deficiências minerais, que na verdade tem
causas nos processos de absorção/translocação e, não exatamente pela
indisponibilidade dos minerais no solo (é o que chamamos de sintomas de
deficiência mineral induzida).
Penso que são observações importantes: o bom enfolhamento das plantas com
folhas de coloração verde intenso; crescimento e desenvolvimento vigoroso de
ramos plagiotrópicos com baixa incidência de ramificações secundárias e
terciárias; ausência de sintomas de deficiências nutricionais; presença de
ramos baixeiros em boa situação (“saia”); baixa incidência de plagiotrópicos
secos e brotos “ladrões” e grande número de raízes mais finas nos primeiros
centímetros de profundidade do solo (promovem absorção mineral).
Outros procedimentos técnicos necessários são o manejo do mato, manejo de
pragas e doenças com seus devidos monitoramentos e a análise de solos e
folhas com adubação equilibrada. Para a produção sustentável é de extrema
importância a administração em separado dos talhões com registros de dados
de investimentos, produção e produtividade, que permitam tomadas de
decisões de intervenções técnicas.
Sobretudo, eu digo que o sucesso de uma lavoura de café inicia com os
cuidados e procedimentos corretos na implantação, ao se observar, por
exemplo, a conservação do solo e água; a locação da lavoura; as observações
do solo quanto à profundidade efetiva e textura; as correções químicas do solo
nas suas devidas profundidades; a correta adubação de plantio com adição de
matéria orgânica no sulco (avaliar disponibilidade e viabilidade); a utilização de
mudas de qualidade provenientes de viveiros registrados; adequada adoção de
densidade de plantas por hectare; mão-de-obra qualificada no plantio; o
manejo do mato, de pragas e doenças; a realização correta das adubações em
cobertura e desbrotas necessárias.
Abraços !!!
Prof. Bebeto
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Tenho duas perguntas.


1 - A uns 14 anos atrás, ouve uma conversa inclusive entre agrônomos em
relação a uma possível ameaça da cafeicultura no sul de minas em função de
menor disponibilidade hídrica e aquecimento global. O Sr acha que pode vir a
ser uma realidade?
2 - Em relação a desequilíbrio nutricional do cafeeiro tenho outra pergunta. Já
ouvi muito falar a nível de campo que o plantio de milho das ruas de café é
prejudicial para o cafeeiro. Ouvi dizer que produzia toxidades incompatíveis.
Procede essa informação? Apesar de já ter escutado isso de pessoas
diferentes já vi muitas pessoas adotarem essa prática sem prejuizo aparente no
café.
Ainda que exista uma linha de pensamento científica que questiona a forma
como se apresenta o aquecimento global, nos parece real esta percepção, até
mesmo por observações próprias, de algumas décadas, no meu caso. Como é
papel da pesquisa antecipar a solução de problemas, algumas linhas de
pesquisa em café têm produzido trabalhos projetando interferências na
cafeicultura no sul de Minas, mas nada conclusivo até mesmo pela dificuldade
em avaliar os diversos microclimas que ocorrem na nossa vasta região do sul
de Minas.
Observações de cultivos de café arábica em regiões mais quentes, como por
exemplo, no cerrado mineiro (com médias de temperaturas anuais de 2 ºC ou
mais acima da nossa região), aliado ao conhecimento da ecofisilogia do café,
creio eu, que podemos inferir algumas alterações como aumento de radiação
com maiores danos as folhas do cafeeiro (escaldaduras); maior requerimento
de água pelo aumento da evapotranspiração; algum problema com a indução
floral e maiores taxas de abortos florais; maturação mais rápida dos frutos,
alterando as características sensoriais do café; interferência nos ciclos de
pragas como no caso que se observa ocorrer com o bicho mineiro em regiões
mais quentes; ou ainda, em pré-disposições a doenças, como por exemplo a
conhecida relação da cercóspora com radiação e nutrição das plantas.
No entanto, também creio que técnicas de melhoramento genético e
agronômicas atuariam no sentido de minimizar algumas ameaças, já que
estamos considerando ainda um período de tempo relativamente longo. A
questão da água (chuvas), a distribuição anual é tão importante quanto o
volume, quando consideramos as diferentes fases fenológicas do cafeeiro com
seus diferentes requerimentos hídricos, e veja que, é fato, de que esta
distribuição já não é altamente semelhante ano após ano, o que beneficia ou
prejudica as lavouras, o que pode ser observado nos diferentes anos.
Por estes motivos, ainda que algumas alterações, como as acima citadas,
venham atingir o cultivo do café no sul de Minas, eu, particularmente, não
acredito em uma ameaça iminente a curto prazo.
Na outra questão levantada, de fato é muito comum em médias e
pequenas propriedades, principalmente, familiares o consórcio do café com o
milho nas fases iniciais do cafeeiro, o que traz algumas vantagens no
aproveitamento de adubos, em um retorno econômico mais rápido na área
cultivada, ou ainda, como quebra-ventos temporários com efeitos benéficos
sobre a estrutura das plantas novas de café, e até com efeitos em diminuir
problemas como “canela de vento’ nas plantas jovens de café (lesão do colo da
planta nova provocada pela fricção deste, com ação de ventos, com o solo,
principalmente mais arenoso).
Os prejuízos neste consórcio podem ocorrer ao não de respeitar o
espaçamento ou número de linhas a serem plantadas intercaladas nas ruas de
café ou mesmo um controle do mato, seja mecânico ou químico, sem os
devidos cuidados. Existem vários trabalhos e recomendações para este
consórcio. Também existem alguns trabalhos relatando relações alelopáticas
com certos produtos, e principalmente ácidos produzidas na decomposição da
palhada do milho. De ouvir falar, mas nunca consegui constatar de maneira
consistente, de que os grãos de pólen produzidos pelas plantas do milho
interferem de alguma maneira causando prejuízo às plantas novas do cafeeiro.
Bom, caro Eduardo e demais colegas, espero ter deixado minha opinião a
respeito das questões e que os faça refletir e construtivamente questionar a
realidade, pois é assim que aprendemos e avançamos.
Como de costume deixo a seguir alguma literatura com relação aos temas,
para quem quiser fazer mais uma leitura.
Vamos em frente!!! Abraços!!
Prof. Bebeto
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/10432/Pesq.%20Agrope
c.%20Bras._v.%2039_n.%2011_p.%201057%20-
%201064_2004.pdf?sequence=1&isAllowed=y
https://www.scielo.br/pdf/brag/v68n1/a18v68n1.pdf
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/9558/40601_43-CBPC-
2017.pdf?sequence=1
http://www.epamig.ufla.br/geosolos/publicacoes/2011/3.pdf
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/3242/308.pdf?sequence
=1&isAllowed=y
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/6347/6_40-CBPC-
2014.pdf?sequence=1&isAllowed=y
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/11212/Dissertacao_Clau
dio%20Costa%20dos%20Santos.pdf?sequence=1

Gostaria de saber em relação aos nematoides até que ponto pode prejudicar
lavouras adultas. Já ouvi que podem causar prejuízos, mas até que ponto? Sei
que o nematoide deve ser controlado porque não se consegue extingui-lo. Em
relação à fase vegetativa e reprodutiva quais seriam os danos?
O melhor “combinado” com os nematoides do gênero Meloidogyne, é mantê-los
longe das lavouras das lavouras de café. Para isso, as ações preventivas são
imprescindíveis como: realizar correta conservação de solo e água, adquirir
mudas de viveiros registrados, avaliar o histórico da área de implantação de
novas lavouras, utilizar água de qualidade no caso de irrigação e manter limpos
implementos e ferramentas ao trabalhar em talhões diferentes.
Uma vez detectado a presença destes nematoides, o acompanhamento dos
dados técnicos e econômicos do talhão infestado/infectado torna-se decisivo
para avaliação da sustentabilidade econômica do talhão. São registros
importantes, além do diagnóstico visual da presença do nematoide, também as
avaliações de respostas às adubações com expressões de sintomas de
deficiências nutricionais, percepção de sintomas de deficiências hídricas
comparativas, desfolhas e secas de ramos mais frequentes, quedas atípicas de
frutos em desenvolvimento ou sementes de menor tamanho e maior gravidade
na atuação de pragas e doenças. Também os registros econômicos são de
extrema importância como os investimentos e produtividades nas sucessivas
produções no talhão.
Todas estas observações acima estão envolvidas nesta questão de “ponto de
prejuízo”, já que os prejuízos causados são sistêmicos e progressivos com
velocidades que variam de acordo com a espécie de nematoide e com relações
planta-ambiente-solo. Além disso, o ataque de nematoides pré-dispõe as
plantas a prejuízos maiores, também por outras causas, que seriam menos
severos em plantas não infectadas. O “ponto do prejuízo” seria tornar o talhão
(ou lavoura) antieconômico, o que, sem os registros e acompanhamentos
citados acima, poderia ocorrer bem antes da real percepção da situação.
Completando o já descrito acima, imagine que a convivência do nematoide com
a planta vai prejudicando as funções das suas raízes, com respostas na
nutrição e na absorção de água resultando em desfolhas e seca de ramos
produtivos, redução do vigor de crescimento das plantas e com isso menor
florescimento, prejuízo no desenvolvimento e enchimento dos frutos resultando
em grãos menores (menor peneira) e defeituosos (chocos e mal granados).
Sem, no momento, entrar no mérito das questões que será visto por vocês em
outras disciplinas deste curso, alguns fatores relacionados com nematoides são
também a produção de mudas enxertadas (alto custo e podem ter problemas
de adaptação no campo) e a utilização de cultivares tolerantes ou resistentes,
como Catucai 785/15, Tupi RN IAC 125, Paraíso, Acauãs, Catiguá MG3 (para
M. exígua) e IPR 100 e 106 (M. incógnita e paranaense)
Para quem quiser se aprofundar mais no tema deixo duas literaturas muito
interessantes. Acessem nos Links a seguir.
Abraços!! Prof. Bebeto.
http://www.biologico.agricultura.sp.gov.br/uploads/files/pdf/Boletins/cafe/nemato
ides_parasitos_cafeeiro.pdf
http://www.sapc.embrapa.br/arquivos/consorcio/boletins_tecnicos/bt_aspectos_
tecnicos_nematoides.pdf

Alguém poderia me falar u pouco sobre anabolismo e catabolismo.


Anabolismo e catabolismo são dois tipos de reação bioquímica que fazem parte
do metabolismo. O anabolismo refere-se ao processo que constrói moléculas
complexas a partir de moléculas simples, consumindo energia para isso. Já
o catabolismo é o conjunto de reações envolvidas na degradação ou quebra de
moléculas complexas em moléculas menores. Esse processo geralmente
fornece energia para o organismo. Ou seja, o anabolismo é um processo
construtivo, enquanto o catabolismo é um processo destrutivo, mas que libera
energia.
Um exemplo de anabolismo é a síntese de proteínas a partir dos aminoácidos.
Outro exemplo de anabolismo é a fotossíntese que ocorre nos vegetais. Nesse
processo, as plantas obtêm glicose a partir de CO2 (dióxido de carbono) e H2O
(água). A respiração celular é um processo catabólico, pois durante as
reações, as ligações entre as moléculas são quebradas, liberando energia.

Nestes processos estão envolvidas as Enzimas, que são proteínas específicas


que desempenham papes de catalizadores biológicos nas reações bioquímicas
participando ativamente nas reações metabólicas. Este é um bom tema para
ampliar o conhecimento sobre o assunto. Façam suas pesquisas !!!

Segue, para leitura, material relacionado ao assunto.

http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/2522/179995_Art008f.pdf
?sequence=1&isAllowed=y

Abraços!! Prof. Bebeto.

Quando se fala em luminosidade, regiões sombreadas ideais para o cafeeiro,


como é feita essa medição.
Foi mencionado 50%, más não consegui identificar como encontramos essa
porcentagem.

São obtidas taxas fotossintéticas por meio de medições de trocas gasosas


utilizando equipamentos próprios (por exemplo: LC-Pro SD da ADC-
Bioscientific Ltd., e outros modelos que são referidos nas metodologias dos
trabalhos de pesquisa) quando da exposição de folhas a luz, medindo valores
de fotossíntese líquida, transpiração e condutância estomática, que são todos
estes processos relacionados com taxas fotossintéticas. Outras medições
podem ser utilizadas como a atividade da RUBISCO, assimilação de Carbono,
trocas gasosas, e outras mais. Outras metodologias mais indiretas podem ser
utilizadas como a análise quantitativa de matérias seca de partes da planta (por
exemplo: folhas, caules ou raízes).

Todos estes procedimentos são realizados de acordo com a metodologia


científica, podendo assumir diferentes protocolos de realização, mas que
devem ser bem descritos da forma como são aplicados nos diferentes
trabalhos de pesquisa.

A seguir, deixo para leitura, alguns trabalhos relacionados ao tema para quem
quiser mais detalhes. Os dois primeiros são mais simples e bem interessantes.
Só clicar nos Links.
Abraços !! Prof. Bebeto.

http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/11930/380200_44-
CBPC-2018.pdf?sequence=1&isAllowed=y

http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/10400/Pesq.%20Agrope
c.%20Bras._v.%2043_n.%204_p.%20465%20-
%20472_2008.pdf?sequence=1&isAllowed=y

https://www.scielo.br/pdf/cagro/v27n4/v27n4a09.pdf

http://www.consorciopesquisacafe.com.br/ojs/index.php/SimposioCafe2019/arti
cle/view/27

http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/267/214963f.pdf?sequen
ce=1&isAllowed=y

http://www.sapc.embrapa.br/arquivos/consorcio/spcb_anais/simposio9/89.pdf

Tem alguma maneira de identificação dos cultivares de café arabica sem ser
por meio morfológico? Uma análise laboratorial? Ou é somente analise
morfológico, pelo tamanho, cor da folha jovem, cor do fruto, tamanho da copa,
etc?
Boa noite Pedro Henrique e demais colegas!!
Certamente, análises ou testes genéticos ou bioquímicos em diferentes
materiais genéticos acusarão particularidades que permitam separação de
cultivares de café, no entanto, no âmbito da produção de café, já existem
estudos e trabalhos com descritores que permitem separações entre cultivares,
com boa margem de segurança. Nos processos de produção de café eu
desconheço a aplicabilidade de outros recursos, que não aqueles relacionados
a descritores morfológicos e fisiológicos na identificação de cultivares de café.
Em áreas mais específicas, como no melhoramento genético, outros recursos
podem até ser utilizados, mas eu sinceramente desconheço esta aplicabilidade.
Em soja, por exemplo, existe um teste enzimático (teste da peroxidase). Em
Glycine max o tegumento das sementes apresenta reação da enzima
peroxidase, que permite a separação das cultivares em dois grupos: um com
alta atividade, designada como reação positiva e outro com baixa atividade,
caracterizada como reação negativa. Essa característica pode auxiliar na
confirmação de eventuais dúvidas na distinção das cultivares. Em café, eu
desconheço aplicabilidades de semelhantes recursos como este.
Voltando aos descritores morfológicos e fisiológicos utilizados para a
identificação e separação de cultivares de café, segue matérias de consulta. O
trabalho de Aguiar et al. (2004) é bem interessante, vale a pena observar. Veja
a seguir.
Abraços!! Prof. Bebeto.
https://www.scielo.br/pdf/brag/v63n2/21367.pdf
Consultar Identificação de Cultivares de Café – páginas 112 a 124.
http://www.sapc.embrapa.br/arquivos/consorcio/publicacoes_tecnicas/Livro_Cul
tivares.pdf
Trabalho de descritores mínimos para identificação de cultivares
http://www.sapc.embrapa.br/arquivos/consorcio/spcb_anais/simposio8/199.pdf
Notícia e curiosidade
https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/18134351/projeto-genoma-
cafe-sera-disponibilizado-em-biblioteca-internacional-

Considerando o tamanho, a idade do cafeeiro, como seria a reposição dos


cafeeiros, que não resistiram e acabaram morrendo. Como deveria ser a
programação para replantar, sabendo que as exigências e as
operações necessárias serão diferentes. Agradeço.
Abraço
Desculpe não ter respondido antes, mas é que vou me atentando mais para os
fóruns de dúvidas das semanas correntes. Mas veja bem, considerando que
um talhão de café deve ser uniforme, também quanto à idade das plantas, para
que o manejo seja corretamente aplicado, a reposição de plantas novas ou
mudas em uma lavoura com plantas já adultas pode ser bastante complicado,
pelo manejo diferenciado, competições, sombreamentos, infecções de pragas e
doenças que logicamente podem ser mais severas nas plantas mais novas
(imagine bicho mineiro, ferrugem ou cercóspora nas plantas mais novas, vindas
de infecções das plantas mais velhas). Normalmente, os replantios ocorrem
ainda durante a implantação da lavoura, por volta de 40 dias pós-plantio,
identificando mudas que não “pegaram”, ou mesmo, replantio até no próximo
ano. Em uma lavoura já com plantas adultas, a meu ver, mortes ocasionais de
algumas plantas não necessariamente serão substituídas. Caso ocorram estas
mortes com maior frequência, deve-se investigar as causas para fazer
corretamente as intervenções tecnicamente recomendadas ao problema.
Abraços!!
Prof. Bebeto.
Professor Bebeto, boa tarde tenho uma dúvida após a colheita, quais são os
processos feitos com o grão de café, até ele sair da Fazenda. Se vc puder
especificar cada fase eu agradeço.
Os procedimentos técnicos e cuidados no preparo pós-colheita do café são
decisivos para conservação da qualidade dos grãos, vindos do campo. Dentro
do preparo, o processamento também interfere diretamente na qualidade física
(% de grãos defeituosos) e sensorial (bebida) do café, refletindo no preço final.
Didaticamente, costumo tratar do assunto, separando as fases da seguinte
maneira (ilustrado na figura 1):

Figura 1: Fases do preparo do café (pós-colheita)


Processamento (observar as vias de processamento na figura 2, as quais
podem ser obtidas de 11 a 12 diferentes vias que conferem diferentes
características aos grãos)
No processamento pós-colheita, o café natural (seco na presença da casca do
fruto) além de uma certa porcentagem de frutos verdes (pela várias floradas e
desuniformidade de maturação), normalmente também apresenta uma certa
porcentagem de grãos “passas” (após maduros ainda retidos na planta) que já
podem sair do campo já com algum comprometimento de qualidade. Estes
grãos "passas”, juntamente com outros grãos também de menor densidade
podem ser separados dos grãos cerejas + verdes por meio de lavadores,
sendo este processamento chamado de “via seca”. Em outro processamento,
chamado de “via úmida”, a massa de café cerejas + verdes são submetidas à
equipamentos chamados de descascadores, onde os grãos cerejas são
descascados e despolpados (café cereja descascado ou CD), sendo também
separados dos grãos verdes, que mantém suas cascas, o que proporciona tal
separação em peneiras circulares do equipamento. Os grãos cerejas
descascados poderão ser também submetidos à desmucilagem em
equipamentos mecânicos ou em tanques de fermentação mergulhados em
agua por um período de tempo. Os cuidados, os procedimentos e as
modalidades de processamento ditam qualidades diferenciadas aos cafés.
Secagem
A secagem dos grãos é a próxima fase do preparo, já que os grãos colhidos,
chegam para o processamento com umidades que variam (40-45% para
“passas” 50-55% para cerejas e 60-70% para verdes). Também os
procedimentos e os cuidados na secagem interferem na qualidade final do
café e será mais perfeita quanto mais uniforme for a massa de grãos a ser
secada. O tempo de secagem e as temperaturas são elementos fundamentais
a serem monitoradas nesta fase, que é decisiva na qualidade do café.
Armazenamento temporário em tulhas
O armazenamento temporário em “tulhas”, para descanso e uniformidade da
massa de café após a secagem e antes do beneficiamento, também contribui
de forma positiva na qualidade do café. As tulhas são armazéns à granel,
preferencialmente com paredes de madeira (isolamento térmico e influência na
umidade) e que devem ser protegidas dos fatores de ambiente como
alternância de temperaturas, chuvas e luminosidade, além de pássaros e
roedores.
Beneficiamento
O beneficiamento se refere ao descascamento e retirada do pergaminho (parte
“palhenta” do fruto que recobre a semente), além de separação de impurezas e
alguns grãos de diferentes dimensões em equipamentos conjugados com
peneiras. Neste ponto o café já é comercializado, normalmente em “bica
corrida” (ou seja, sem separação em diferentes peneiras). Esta massa de grãos
beneficiada, pode ser submetida a outros equipamentos que fazem separação
por dimensão (diferentes peneiras), separação por densidade (separam grãos
de mesma dimensão, mas de diferentes pesos) e separação por cor de cada
grão. Estes últimos procedimentos é o que chamamos de rebeneficiamento.
Não se preocupem, pois vocês terão os detalhes destes conteúdos em
disciplina(s) futuras no seu curso. Aqui foi mesmo para dar uma ideia, por hora.
Figura 2: Processamento do café

Para quem quiser fazer mais uma leitura, deixo a seguir mais alguns arquivos.
Abraços !!!
Prof. Bebeto
Manual do Café – Emater-MG – Colheita e preparo do café (muito bom,
didático e ilustrado)
http://www.sapc.embrapa.br/arquivos/consorcio/publicacoes_tecnicas/livro_colh
eita_preparo.pdf
Assuntos relacionados: Vídeos Embrapa – Preparo do Café
https://www.youtube.com/watch?v=93IxTx6LZ1E&list=PL_1AsgucQzhqXJJStG
2x0iElk9zFxbH8n&index=2
https://www.youtube.com/watch?v=XAXgmuTu8q8&list=PL_1AsgucQzhqXJJSt
G2x0iElk9zFxbH8n&index=10

O produtor faz irrigação na sua lavoura em excesso, devido a essa irrigação o mesmo
vai obter bebida de qualidade ou não?
Os trabalhos científicos em irrigação no cafeeiro estão sempre ligados: ou a
irrigação suplementar em áreas aptas e má distribuição das chuvas; ou
fertirrigação; ou ainda, a irrigação em áreas em que seja indispensável, como
em lavouras no oeste da Bahia ou em áreas do cerrado mineiro. Em todas
estas situações a base de estudo é a exigência hídrica do café, a
evapotranspiração e as características do solo, que são bem conhecidas, além
do que, é uma tecnologia de investimento considerável e acredito que o
excesso de irrigação poderia ocorrer causas de administração falha da ação do
que, exatamente, do desconhecimento técnico do manejo.
Existem outros aspectos envolvidos na sua questão, por exemplo, este
excesso: em que fase da cultura? em que método de irrigação (aspersão,
gotejamento)? em que tipo de solo? em que região (quente, mais fria)?
em que é´poca do ano?. Ou seja, existem várias questões a serem
consideradas. Claro que, tanto o excesso de água no solo, quanto excesso na
parte aérea da planta, poderão acarretar prejuízos, ou por uma questão
fisiológica de deficiência de oxigênio na região da raiz, ou por proporcionar
maior incidência de fungos, tanto nas folhas e ramos, quanto nos frutos,
principalmente na maturação e pós maturação destes na planta (veja que este
último é um dos efeitos negativos de chuvas frequentes e abundantes na
colheita). Porém, todos estes prováveis prejuízos teriam que ser estudados
considerando todos os aspectos envolvidos que foram citados no início deste
parágrafo (em negrito). Além disso, um estudo seguro e que respondesse a
questão, teria que isolar muitos outros fatores que em conjunto determinam a
qualidade da bebida do café. Eu, particularmente desconheço qualquer estudo
neste exato sentido, embora pelas razões que levantei aqui (fisiológica ou
sanitária) sabemos que prejuízos, ainda que indiretos podem ocorrer, como por
exemplo pré-dispor a planta a doenças pelo excesso de água, mas por
irrigação, acho difícil.
Deixo abaixo alguns links de artigos que tratam da questão irrigação e
qualidade do café.
Abraços!! Prof. Bebeto.
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/1079/155585_Art092f.pdf?sequ
ence=1&isAllowed=y
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/3077/178.pdf?sequence=1&isAll
owed=y
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/4888/F10n6_36-CBPC-
2010.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Uma das características citadas do cafeeiro sadio, é florescer abundantemente


e segurar a florada.
Conseguimos mensurar o tempo desse "segurar a florada"?

De fato, o termo é muito mais figurativo do que exatamente técnico.


Particularmente, considero "segurar a florada" como sendo a capacidade de
ocorrer o vingamento das flores em frutos nos primeiros estágios pós florada,
que seria "cabeça de alfinete" e "chumbinho". A sanidade da planta, inclusive a
sanidade nutricional, é citada pois estão envolvidos aí a nutrição (importantes
por ex: Ca, B, P e Zn) e a ausência de enfermidades que atinjam diretamente
estas partes ou, que atinjam as folhas, porque como já estudamos, as folhas
em cada roseta têm um papel fundamental no pegamento floral em cada nó (ou
roseta). Não podemos descartar aqui a influência de fatores ambientais pós
florada que poderão trazer prejuízos, como por exemplo chuvas abundantes ou
mesmo a falta delas combinada, combinando ambiente seco com temperaturas
altas.
Abraços !!! Prof. Bebeto.
Deixo a seguir algumas referências do assunto:
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/9695/35_42-CBPC-
2016.pdf?sequence=1&isAllowed=y
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/2615/392.pdf?sequence
=1&isAllowed=y
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/5180/406_38-CBPC-
2012.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Qual a sua opinião sobre a aplicação de silício de magnésio em lavouras


cafeeiras?
será que com uma dose um pouco mais elevada (eu consigo deixar o teor de
magnésio um pouco mais alto sem prejudicar os outros minerais?

Embora o Silício não cumpra com os critérios de essencialidade, tem sido


apontado como um elemento benéfico e tem sido estudado, principalmente, por
sua relação com a maior proteção ao déficit hídrico, ataque de pragas e de
doenças, provavelmente pelo espessamento de parede celular das epidermes,
mas, também os estudos têm mostrado ocorrências fisiológicas, além dessas
proteções físicas observadas. Portanto, as alterações de doses devem ser
cercadas de cuidados.
Por exemplo, vejam no primeiro artigo postado a seguir em que na sua última
conclusão relata influencia no acúmulo de fósforo, potássio, cálcio, zinco, cobre
e ferro em plantas de café suplementadas com Silício via solução nutritiva
(outros resultados mostram também interferências nos níveis de N e Mn). Isto
coincide com muitos trabalhos com Silício em café, cujos resultados
apresentaram resposta quadrática, ou seja, as doses foram benéficas até
determinado nível, observando prejuízos com o aumento destas (isso já bem
esperado se considerar os conceitos dos rendimentos não proporcionais e
equilíbrio entre os elementos).
Também é importante observar que os resultados poderão variar de acordo
com a forma de aplicação do Silício (via folha ou solo), como também a fonte
utilizada (várias fontes têm sido estudadas como silicato de Ca, de Mg, de Ca e
Mg, de K, e outros).
Outras situações poderão interferir como idade da planta e ambiente. Por tudo
isso, ao elevar doses obrigatoriamente se deve fazer um acompanhamento, no
mínimo dos níveis foliares dos elementos, além de diagnósticos visuais. A nível
de produtor, pode ser realizada em uma pequena área e observar os
resultados.
Deixo a seguir algumas referências do assunto, inclusive um trabalho sobre as
fontes de magnésio:
Abraços!!!
Prof. Bebeto
Artigos
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/10345/Rev.%20Ceres%20_v.%
2059_n.%203_p.392-398_2012.pdf?sequence=1&isAllowed=y
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/9820/265_42-CBPC-
2016.pdf?sequence=1&isAllowed=y
http://www.sapc.embrapa.br/arquivos/consorcio/spcb_anais/simposio6/131.pdf
http://repositorio.ufla.br/bitstream/1/3643/1/ARTIGO_Efeito%20do%20sil%C3%ADci
o%20na%20intensidade%20da%20cercosporiose%20e%20na%20nutri%C3%A7%C3
%A3o%20mineral%20de%20mudas%20de%20cafeeiro.pdf
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/10506/Rev.%20Bras.%20Cien.
%20Solo_v.%2035_n.%203_p.%20939-948_2011.pdf?sequence=1&isAllowed=y
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/9591/161_43-CBPC-
2017.pdf?sequence=1&isAllowed=y
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/2544/179995_Art016f.pdf?sequ
ence=1&isAllowed=y

Boa tarde professor vi na matéria que o esterco de suínos é uma ótima fonte de
nitrogênio, qual é a quantidade necessária para o cafeeiro e de que modo ela
pode ser usada na lavoura?
O fornecimento de fontes orgânicas na forma de estercos e compostos é
bastante interessante, desde que avaliado a viabilidade de manejo e
econômica. A matéria orgânica apresenta diversas ações benéficas também às
propriedades físicas, químicas e biológicas do solo e, estas ações devem ser
consideradas além da contribuição no fornecimento de elementos. Assim, os
benefícios da adição de matéria orgânica devem também ser considerados a
médio e longo prazos, inclusive melhorando o aproveitamento dos fertilizantes
minerais.
A confecção de compostos orgânicos, que podem ser enriquecidos com
minerais (no mercado temos opções de fertilizantes organominerais), se mostra
uma boa opção também por facilitar o manejo do material, ou mesmo o uso do
esterco, desde que já “curtido”. A aplicação deve ser feita espalhando o
material sobre o solo, na projeção da copa das plantas.
O Quando 12.1, a seguir, refere-se à composição de diversas fontes orgânicas.
A contribuição nutricional deve ser calculada considerando a matéria seca da
fonte, seus percentuais minerais, as quantidades aplicadas e o requerimento
das plantas, que é obtido em tabelas de recomendações, utilizando como
referências a análise de solos e a carga pendente (expectativa estimada de
produtividade), podendo ter ajustes mediante a análise de folhas.
Vou ficando por aqui e, com relação aos cálculos, vocês farão a disciplina de
Fertilidade no próximo semestre e terão oportunidade de trabalhar toda esta
parte, que depende de conceitos e princípios que lhes serão apresentados.
Deixo a seguir algumas referências do assunto.
Abraços!!!
Prof. Bebeto
Artigos
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/571/155537_Art269f.pdf?seque
nce=1&isAllowed=y
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/46895/1/circular-tecnica-58.pdf
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/7482/237_41-CBPC-
2015.pdf?sequence=1&isAllowed=y
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/4322/doc_78_34-CBPC-
2008.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Sobre adubação orgânica feita com estercos (bovinos – muito comum nas
propriedades cafeeiras). Teria alguma contraindicação, por que alguns
técnicos não recomendam usar esterco bovino.
Eu acredito que tal preocupação seja por dois motivos: primeiro pela
contaminação de sementes de plantas invasoras que podem ser carreados via
esterco e, também pelo uso de estercos não curtidos ou mal curtidos,
principalmente em implantação de lavouras ou lavouras com plantas jovens.
Assim, a confecção e aplicação de compostagem seria interessante do que o
próprio esterco, além de aumentar o rendimento do material orgânico a ser
aplicado. Deixo em aberto aqui para outras intervenções de colegas e
acrescento abaixo alguma literatura relacionada com a questão.
Abraços!!
Prof. Bebeto
http://fundacaoprocafe.com.br/faq/aduba%C3%A7%C3%A3ocorre%C3%A7%C3%A3
o/qual-melhor-forma-de-preparar-compostagem-de-esterco-de-gado-e-casca-de-
caf%C3%A9
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/1114/155585_Art345f.pdf?sequ
ence=1&isAllowed=y
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/12630/86-2167-1-PB-X-SPCB-
2019.pdf?sequence=1&isAllowed=y
http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/123456789/7280/147_39-CBPC-
2013.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Com altos índices pluviométricos elevados do último ano, a colheita já se


encontra bem adiantada em algumas regiões. Algumas lavouras estão
passando do fruto verde para o seco. E isso tem adiantado muito a colheita.
Para o café não ir para o chão e com o avanço das maquinhas o pessoal está
correndo com a colheita, as lavouras já estão entrando em repouso. Eu
pergunto: será que isso trará uma florada, mais uniforme para a próxima
safra?

Eu não vejo esta relação de adiantamento da colheita com sincronização de


floradas, embora exista uma relação de colheitas tardias com algum nível de
dano nos botões florais em desenvolvimento, mas, por causas mecânicas e
queda destes, o que poderia prejudicar a florada em quantidade.
Como você observou a rápida maturação dos frutos, que ocorre mediante
períodos secos e quentes na fase de maturação, traz como principal
consequência a perda de qualidade dos grãos, por não completarem
plenamente o acúmulo e transformações de compostos que conferem
qualidade aos mesmos (síntese e acúmulo de açucares redutores e não
redutores, transformação de compostos fenólicos e aminoácidos, oxidação
precoce de compostos importantes e, provavelmente, a manutenção estrutural
dos sistemas de membranas o que por sua vez mantem em ordem o
funcionamento bioquímico, e outros mais...).

Vejo que, o ambiente é principal fator determinante na sincronização de


floradas do cafeeiro, com déficit hídrico durante o desenvolvimento dos botões
florais até o estágio E4, quando se dá o repouso/dormência por um período de
tempo variável com o período seco, e após isso, a chegada das primeiras
chuvas ou irrigação, que proporcionam a “saída” do estágio E4, passando pelo
estágio E5 e, rapidamente à antese (abertura da flor ou florada). A uniformidade
das chuvas após do período seco (a partir de agosto) até novembro/dezembro,
também será um fator de sincronização de floradas.

Mais discussão e materiais sobre o tema, podem ser encontrados no nosso


fórum de dúvidas, nas primeiras semanas, quando este tema foi bem abordado
e discutido. Acessem lá também, inclusive no fórum de dúvidas da semana 3
deixei anexo uma revisão bem completa sobre o tema.

Abraços!!

Prof. Bebeto
_______________________________________________________________

Prezada e Prezado Estudante,


Neste momento em que estamos encerrando mais esta etapa, eu queria
deixar a você uma mensagem de otimismo e parabenizar-lhe por mais esta
vitória. Espero que a disciplina tenha contribuído na construção do seu
conhecimento e crescimento pessoal, nos seus diversos aspectos.
Desejo que continue firme, rumo a conclusão do curso, na certeza de que,
este possa somar, fortalecendo em cada um(a) de nós a responsabilidade
como agentes transformadore(a)s no em torno da nossa realidade.
Um até breve !!!
Com quem estamos é mais importante do que onde e quando
estamos !!
Agradeço a companhia nestas semanas.

Abraço!!
Prof. Bebeto

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