Você está na página 1de 14

XV MESTRADO EM DIREITO DAS EMPRESAS E

DO TRABALHO
2021-2022

DIREITO DO TRABALHO I

II. A utilização do trabalho


- Aula 8 -
Flexibilidade retributiva

Maria Luísa Alves 1


 Flexibilidade retributiva. Retribuição fixa,
variável e mista. Prestações retributivas
complementares. As margens de decisão para
a definição de políticas salariais de empresa.
O princípio “ a trabalho igual, salário igual” e
seus corolários. A problemática da prescrição
de créditos laborais.

2
Na realidade, a
Teoricamente, a maioria das vezes é
retribuição – objecto determinada pelo
do contrato -- é empregador – como
fixada por negociação elemento da oferta de
entre trabalhador e emprego -- e aceite
empregador. (por adesão) pelo
trabalhador.

Maria Luísa Alves

3
Quando não se sabe o que foi acordado (contrato
informal, versões diferentes) é o juiz que fixa a
retribuição de acordo com certos critérios (art. 272).

A determinação da retribuição está


condicionada por limites mínimos:
→Tabelas salariais das convenções
colectivas de trabalho (mínimos
categoriais)
→Lei: retribuição mínima mensal
garantida (arts. 273 ss.).

Maria Luísa Alves


4
A noção legal (art. 258º)

Obrigatório

Regular/
periódico

Correspectivo
Maria Luisa Alves
5
O uso da noção legal

Presunção → ónus
Instrumento de da prova do
identificação dos empregador
Aplicação de
elementos da (liberalidade; carácter garantias
estrutura episódico; razão de ser
remuneratória alheia à contrapartida (arts. 333 ss.)
do trabalho)

Maria Luisa Alves 6


Art. 274º -- que alcance?

O critério de
qualificação

Subsídio de refeição e
ajudas de custo versus
alimentação/alojamento
como prestação em
espécie

Maria Luisa Alves 7


O princípio
da a noção as
jurídica de definições A
igualdade
“trabalho de diferenciaç
(“a trabalho
igual”: a “trabalho ão salarial
igual,
“quantidad igual” e sem
salário
e, natureza “trabalho discriminaç
igual”) –
e qualidade de valor ão
art. 59/1-
a) da CRP, do igual” (art. (art. 25º)
art 31/2 do trabalho” 23º).
CT).
Maria Luísa Alves

8
● O art. 129º/1-d): proibição
dirigida ao empregador

● Não existe princípio constitucional


de irredutibilidade, só de justiça e
suficiência (art. 59º CRP)

● Mero corolário da contratualidade da


retribuição : vedar modificações
unilaterais do valor pelo empregador.

Maria Luísa Alves

9
Situações alheias ao âmbito do princípio:

alterações das condições objectivas ou dos


regimes em que o trabalho é prestado,
tratando-se de fundamentos exclusivos de
certas componentes remuneratórias (subsídios
de isolamento, turno, abono de falhas, IHT,
comissão de serviço);

alterações da regulamentação colectiva de


que possam resultar descidas de
remuneração.

Maria Luísa Alves


10
Redução por estipulação individual
directa?
Sim, se prevista em convenção colectiva
Sim, se no quadro da baixa de categoria
(art. 119º)

E… noutros casos?

Maria Luísa Alves

11
• Exigência (por via judicial) , de
valores retributivos alegadamente
não pagos, após longo tempo (10,
15, 20 anos) sem reclamação.
O • Nalguns casos, dúvidas/incertezas
problema: quanto à natureza e à
obrigatoriedade das prestações
(interpretação de normas).
• Frequentemente, montantes muito
elevados.

Maria Luísa Alves

12
Art. 337º CT: Todos os “créditos laborais” (do trabalhador e do
empregador) prescrevem decorrido um ano após a cessação do
contrato.

Art. 309º CC: prazo ordinário de 20 anos

Art. 310º CC: prazo de 5 anos para “prestações


periodicamente renováveis ”

Art. 306º/1 e 4: o prazo conta-se a partir do momento em que “o


direito puder ser exercido”; se a dívida for ilíquida, a partir do
momento em que “ao credor seja lícito promover a liquidação"”.
Maria Luísa Alves
13
A tese dualista (Bernardo Xavier):
articulação de dois prazos de
prescrição.

A aplicação da “supressio”:
invocação de direitos após longo
período de silêncio como violação da
boa fé → abuso de direito

A posição da
jurisprudência
Maria Luísa Alves
14

Você também pode gostar