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EUGÉNIO DE ANDRADE

Poetas contemporâneos

EDUCAÇÃOLITERÁRIA|ESCRITA APRECIAÇÃO CRÍTICA

1. Lê o poema.

As palavras interditas
Os navios existem, e existe o teu rosto
encostado ao rosto dos navios.
Sem nenhum destino flutuam nas cidades,
partem no vento, regressam nos rios.

Na areia branca, onde o tempo começa,


uma criança passa de costas para o mar.
Anoitece. Não há dúvida, anoitece.
É preciso partir, é preciso ficar.
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Os hospitais cobrem-se de cinza.


Ondas de sombra quebram nas esquinas.
Amo-te… E entram pela janela
as primeiras luzes das colinas.

As palavras que te envio são interditas


até, meu amor, pelo halo das searas;
se alguma regressasse, nem já reconhecia
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o teu nome nas suas curvas claras.

Dói-me esta água, este ar que se respira,


dói-me esta solidão de pedra escura,
estas mãos noturnas onde aperto
os meus dias quebrados na cintura.

E a noite cresce apaixonadamente.


Nas suas margens nuas, desoladas,
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cada homem tem apenas para dar
um horizonte de cidades bombardeadas.

ANDRADE, Eugénio de (2012). As Palavras Interditas –


Até Amanhã. Lisboa: Assírio & Alvim, pp. 19-20.

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Poetas contemporâneos

2. Procura na internet o poema “As palavras interditas” (Eugénio de Andrade), dito por Afonso da
Mata e José Carlos Vasconcelos (Um Poema por Semana).
2.1. Faz uma análise comparativa das performances, completando a grelha.

Grelha de análise comparativa

“As palavras interditas”, dito “As palavras interditas”, dito


por Afonso da Mata por José Carlos Vasconcelos

Entoação/
tom de voz

Dicção /
articulação

Ritmo

Expressão facial

Expressão corporal
(gestos)

Apreciação global

3. Redige uma apreciação crítica comparativa das duas performances.

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SOLUÇÕES|SUGESTÕESMETODOLÓGICAS

EUGÉNIO DE ANDRADE
“As palavras interditas” (p. 46)

2.1. Resposta pessoal.

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