Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Item A
Todas as multas fixadas pelo juiz encontram seu fundamento legal em meio
às disposições legais do Novo Código de Processo Civil.
Por sua vez, o artigo 77, § 2º do Código de Processo Civil, prevê a aplicação
de multa de até 20% do valor da causa nos casos em que for violada a conduta
prevista nos incisos IV e VI do mesmo artigo:
A penalização, neste caso, ao nosso ver, dá-se pela violação ao inciso IV, já
que a oposição de embargos de declaração protelatórios pode ser entendida como
uma tentativa de criar embaraços à efetivação da decisão proferida pelo juízo, no
sentido de determinar a produção de prova percial.
Além disso, o artigo 918, parágrafo único, prevê ser conduta atentatória à
dignidade da justiça o oferecimento de embargos manifestamente protelatórios
Assim, entendemos que a multa de 20% por ato atentatório está prevista no
artigo 77, §2º, cumulado com o inciso IV do mesmo dispositivo, e o parágrafo único
do artigo 918, todos do Código de Processo Civil.
A multa de 10% aplicada por litigância de má-fé, por seu turno, encontra
fundamentação legal no artigo 81 do Código de Processo Civil, que dispõe:
Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como
autor, réu ou interveniente.
(...) a multa prevista neste artigo é uma sanção punitiva. Para que ela
possa ser aplicada conjuntamente com outras sanções é necessário
que elas exerçam funções distintas (p.ex. Coercitiva ou reparatória).
Um mesmo comportamento não pode ser sancionado mais de uma
vez com a mesma finalidade.
Item B
Contudo, entendemos que não seria aplicável no caso em tela, haja vista a
ausência de prejuízos à parte contrária, já que os embargos foram opostos em face
à negativa do juiz ao pedido de produção de prova pericial pelo réu, ou seja, não foi
causada situação alguma que pudesse colocar o autor em posição de desvantagem,
tampouco de prejuízo.
Veja que pouco importa se a parte foi ou não sucumbente na ação, já que seu
interesse recursal está fundado na possibilidade de discussão da decisão
interlocutória em sede recursal, fator este desvinculado do teor da sentença
proferida.
Item D
Art. 1.026.
§2o: Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o
juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante
a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor
atualizado da causa.
Assim, tem-se que a multa por litigância de má-fé, por embargos protelatórios
e a indenização serão pagas em favor da parte contrária, enquanto a multa por ato
atentatória à dignidade da justiça será direcionada ao Poder Público.
Item E
4
Art. 77§ 3o Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa prevista no § 2 o será inscrita como dívida
ativa da União ou do Estado após o trânsito em julgado da decisão que a fixou, e sua execução observará o
procedimento da execução fiscal, revertendo-se aos fundos previstos no art. 97.
Na ocorrência do reconhecimento de litigância de má-fé pelo Tribunal, e não
sendo possível mensurar os danos a serem indenizados, entendemos que a melhor
alternativa seria a liquidação em sede de cumprimento de sentença.
5
DIDIER JR, Fredie. e Sarno Braga ,Paula e Oliveira ,Rafael. Curso de Direito Processual Civil - Vol. 2. 1° Ed.
Salvador: Juspodovim, 2007.
6
Ibidem.
Questão 02
Item A
Contudo, entendemos que o Magistrado não agiu com acerto, vez que o
artigo 79 do Código de Processo Civil é claro ao determinar que “responde por
perdas e danos aquele que litigar de má-fé, como autor, réu ou interveniente”. Deste
modo, nota-se o referido dispositivo legal informa quais são os sujeitos suscetíveis a
punição e, em momento algum, abrange os advogados das partes.
Item B
Deste modo, caso à parte entenda que o advogado praticou atos que lhe
trouxeram prejuízos, poderá ajuizar ação autônoma indenizatória, a fim de apurar a
conduta e responsabilidade do advogado, bem como ressarcir-se dos danos sofridos
no curso no processo.
Item C
Artigo 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com
base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às
partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria
sobre a qual deva decidir de ofício
Nota-se que esta decisão pode beneficiar a parte que pretende protelar, mas
impedir que as partes participem do processo, apresentando argumento capazes de
influir o resultado da demanda, ofenderia princípios fundamentais e inerentes ao
processo, como: princípio do contraditório, da cooperação e da boa-fé.
QUESTÃO 3
Item A
O Código Processual Civil brasileiro possui princípios que garantem o bom e devido
funcionamento do processo. Entre esses princípios está o da boa-fé processual, que
consiste no dever das partes e de todos os operadores do direito em reger da melhor
maneira os atos processuais.
7
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil – Introdução ao Direito Processual Civil, PARTE Geral e
Processo de Conhecimento. 13ª edição. 2018. Salvador/BA. Editora Jus Podivm.
A conduta praticada por é caracterizada como conduta de litigância de má-fé, nos
termos do artigo 80, inciso V, já que consiste em prática temerária.
Item B
O caso exposto, conforme aduzido anteriormente, a conduta é reprovável e
necessita de uma sanção, em razão deste ser ato de litigância de má-fé.
§ 3o O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível
mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos
próprios autos.
Item C