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Lorivando Antônio Costa

ENGENHARIA DE SEGURAÇA E MEIO AMBIENTE AV Silva Jardim 233- SALA 201, CENTRO- ITAÚNA - MG
CREA MG – 37.153/D CEP 36680-.062 FONES: (37) 3241-0395 OU (37) 9982.2207

PARECER TÉCNICO

ASSUNTO: Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA.

No início de cada ano todos nós somos vilipendiados com uma quantidade enorme do Is (IPTU;
IPVA; I...) e as Ts (Taxa de incêndio, Taxa de Licenciamento de veículo, Taxa de...).

Dentre essas Taxas temos aquelas referentes ao Meio Ambiente e que são cobradas tanto pela União
quanto pelos Estados e que tantas dúvidas causam nos empresários se são ou não devidas. Para
dirimir essas dúvidas estou apresentando o meu Parecer, e como todo Parecer, este poderá ser
questionado por outros profissionais, em especial os advogados, uma vez que a interpretação das
nossas leis são extremamente subjetivas e eu não sou o dono da verdade.

Em 27 de dezembro de 2000 foi instituída, por meio da Lei n° 10.165, a Taxa de Controle e
Fiscalização Ambiental – TCFA cujo objetivo seria custear a fiscalização das questões ambientais.
Os valores desta TCFA obedeceriam a uma tabela elaborada em função do potencial poluidor do
empreendimento, do grau de utilização dos recursos naturais e da receita bruta da empresa
(microempresa; empresa de pequeno, médio ou grande porte) Tão logo a lei foi sancionada a
Confederação Nacional da Indústria – CNI ajuizou, no Supremo Tribunal Federal, uma Ação Direta
de Inconstitucionalidade - ADIN n° 2.422 contra esta lei. Em 01 de agosto de 2001 o STF proferiu
sua decisão, “não conhecendo a Ação Direta de Inconstitucionalidade” julgando ainda “prejudicada
a apreciação do pedido de medida liminar” e consequentemente do mérito da questão.

Diante desta decisão a CNI interpôs recurso que até a presente data ainda não foi apreciado pelo
Ministro Relator e como conseqüência o primeiro julgamento do STF está valendo e logicamente
valendo está a Lei 10.165/2000.

A cobrança desta TCFA é trimestral sendo que as empresas que nunca pagaram esta Taxa estão em
débito para com a União nos anos de 2001 a 2006 e como conseqüência essas empresas estão
sujeitas aos acréscimos, quando do pagamente, a multa e juros de mora legais. Para o pagamento
desses valores atrasados e futuros, o empreendedor deverá entrar no site do IBAMA
(www.ibama.gov.br) e lançar os dados da empresa, imprimir os boletos e fazer os pagamentos.

O governo do estado de Minas Gerais, achando que as empresas estavam com os cofres abarrotados,
e como o governo federal havia tido sucesso no STF com a constitucionalidade da TCFA, achou por
bem também criar uma TCFA no estado e isto aconteceu em 20 de dezembro de 2003 por meio da
Lei Estadual n° 14.940. Interessante que todas essas leis que se referem a taxas e impostos, tanto no
União quanto no Estado invariavelmente são votadas e sancionadas no mês de dezembro e sempre
próximo das festas natalinas. Isto não é coincidência, é maquiavelismo mesmo!! Em 18 de outubro
de 2005 por meio da Resolução n° 3.706 da Secretaria de Estado da Fazenda, estabeleceu-se a forma
e o prazo de pagamento da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental do Estado de Minas Gerais –
TFAMG. A exemplo da TCFA, esta TFAMG também é cobrada trimestralmente e as empresas, que
ainda não pagaram mais esta taxa, estão devedoras desta, desde o 4° trimestre de 2005.
Lorivando Antônio Costa
ENGENHARIA DE SEGURAÇA E MEIO AMBIENTE AV Silva Jardim 233- SALA 201, CENTRO- ITAÚNA - MG
CREA MG – 37.153/D CEP 36680-.062 FONES: (37) 3241-0395 OU (37) 9982.2207

Até o presente momento, somente os estados de Minas Gerais, Bahia e Goiás instituíram esta taxa
ambiental estadual.

A novidade dessas duas Taxas (a federal TCFA e a estadual TFAMG) é que de acordo com o Art. 17
alínea P da Lei 10.165/2000 foi permitido que se fizesse a compensação de 60% do valor pago na
TFAMG para o pagamento da TCFA.

“Constitui crédito para compensação com o valor devido a título de TCFA, até o limite de
sessenta por cento e relativamente ao mesmo ano, o montante efetivamente pago pelo
estabelecimento ao Estado, ao Município e ao Distrito Federal em razão da taxa de fiscalização
ambiental”.

Portanto a partir da criação da Lei Estadual n° 14.940 instituindo a TFAMG os valores pagos pelas
empresas, com o objetivo de criar os recursos para os órgãos ambientais fiscalizarem as mesmas,
passaram a ser divididos em 60% para os estados (Minas Gerais, Bahia e Goiás) e 40% para o
governo Federal.

Importante: Para fazer jus a este desconto no ato do pagamento da TCFA, logicamente que a Taxa de
Fiscalização Ambiental do Estado de Minas Gerais, já deverá ter sido paga.

O pagamento no Estado deverá ser pago por meio do DAE na rede bancária e logo após o
pagamento, o contribuinte deverá entrar no site do IBAMA e emitir o boleto. Neste boleto no campo
“OUTRAS DEDUÇÕES” deverá ser informado o valor relativo aos 60% destinados ao Estado de
Minas Gerais. No campo “VALOR COBRADO” deverá ser preenchido os 40% do valor da taxa
destinada ao Governo Federal.

Este é o meu parecer.

Itaúna, 05 de janeiro de 2007.

Lorivando Antônio Costa.


Engenheiro e Gestor Ambiental
CREA –MG 37.153.

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