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18/02/22, 13:05 Candidatas recebem mais de 40 xingamentos por dia no twitter

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reportagens política

“Gorda”, “porca”,
“burra”: candidatas
recebem mais de 40
xingamentos por dia no
Twitter durante
campanha eleitoral

As mais atacadas foram as candidatas à


prefeitura de São Paulo, Joice
Hasselmann (PSL); de Porto Alegre,
Manuela D'Ávila (PCdoB); e do Rio de
Janeiro, Benedita da Silva (PT), revela
monitoramento de violência política de
gênero nas redes

Jamile Santana
5 de novembro de 2020 (Atualizado em 27 de janeiro de
2021)

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trechos explícitos de conteúdo misógino e racista.


comportamento
Apoie AzMina Optamos por não censurá-los porque achamos ,
cultura feminismos
importante exemplificar como o debate é violento ,

nas redes, como a violência política contra mulheres A luta das


se espalha pelas redes e é sexista em suas formas, indígenas
quais termos são frequentemente utilizados e como
pelo
podemos identificá-la. 
direito de
No dia 17 de outubro, um internauta posta no existir
Twitter uma foto da candidata à prefeitura de São com sua
Paulo pelo PSL, Joice Hasselmann, apontando cultura
duas armas para a câmera. Junto à imagem,
Islla Campos
escreve: “(…) Taí alguém que não poderia bem
(sic) se quer chegar perto de uma arma de fogo. comportamento
Louca não pode ter arma de fogo, quem deu CR
pra (sic) essa psicopata da @joicehasselmann”. Quantos
Do outro lado do espectro político, Manuela héteros
D’Ávila, candidata a prefeitura de Porto Alegre top do bem
pelo PCdoB, também recebe ofensas. “Recadinho você
aos Porto Alegrenses: Em 2018, nós apelamos pra conhece?
que a galera do RN, não elegesse a comunista
Aline Oliveira
Fátima Bezerra, mas eles elegeram essa ‘vaca’
mesmo assim (…) Agora nós apelamos vcs de P.A: saúde e sexo
“Por favor, não elejam essa hacker
@ManuelaDavila. É bandida!..”.  Sexo
sapatão:
primeira
vez com
uma
xoxota dá
para ser
bom?
Natália Sousa

OPINIÃO

‘Com o
pênis torto
do meu
namorado,
aprendi
que
As duas postagens têm hoje quase 100 likes ou
dedicação
retuítes cada uma, e são exemplos de como a
violência política e o discurso sexista contra as é mais Privacidade - Termos

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mulheres se encontram e se espalham nas redes important


durante as eleições – sem escolher partido ou e que
espectro político. Elas e outras candidatas à anatomia’
prefeitura têm recebido uma média de 40 tuítes
Equipe AzMina
diários com ofensas. No geral, os xingamentos
faziam alusões aos corpos das candidatas, sua
intelectualidade, saúde mental ou aos aspectos
morais de suas vidas. Muitos são misóginos,
racistas, lesbo, trans e homofóbicos.
Oi,
FEMINISMO E DIREITOS HUMANOS SEM sumida!
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Esses e outros tuítes ofensivos foram Salve o
identificados pelo MonitorA, projeto da Revista contato
AzMina junto ao InternetLab, que coleta e analisa d’AzMina e
comentários direcionados a candidatas de todos mande uma
os espectros políticos para compreender as mensagem
dinâmicas da violência durante as eleições. No
primeiro mês de campanha, entre 27 de setembro
e 27 de outubro,  foram coletados 93.335 tuítes
que citam as 123 candidatas monitoradas na
Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande
do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Para entender
se as postagens eram violentas, uma linguista
preparou um filtro de termos de cunho misógino,
racista e ofensivo. E ele mostrou que 11% dos
tuítes tinham algum teor agressivo. Dentre os que
tinham algum tipo de engajamento (like e/o
retweet), 1.261 eram xingamentos  direcionados
diretamente às candidatas. 

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As mais atacadas foram as candidatas à prefeitura


de São Paulo, Joice Hasselmann (PSL); de Porto
Alegre, Manuela D’Ávila (PCdoB); e do Rio de
Janeiro, Benedita da Silva (PT). Os termos
ofensivos identificados foram classificados
dentro de categorias predominantes, levando em
conta o contexto em que estavam inseridos:
discursos sobre os atributos físicos das
candidatas (como roupas que usavam nas fotos,
corte de cabelo ou aparência), assédio moral,
sexual e intelectual, descrédito, gordofobia,
transfobia, racismo. Isso mostra que além de
serem atacadas por serem mulheres, a violência
política direcionada a mulher é sexista em seus
xingamentos e no contexto em que esses ataques
são feitos. Privacidade - Termos

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Leia mais: Mulheres puxam aumento


de candidaturas indígenas

No caso de Joice Hasselmann, candidata que está


no topo do ranking entre as mais ofendidas
identificadas pelo estudo, a gordofobia é o
principal elemento dos xingamentos. Apesar de
grande parte dos ataques serem motivados pela
mudança na relação com a família do presidente
Jair Bolsonaro, de quem já foi bastante próxima,
os xingamentos a atacam pelos seus atributos
como mulher. 

“Quando os ataques são feitos às mulheres, em


geral é feito por uma questão física. Não há
ataques falando da minha qualidade legislativa. É
muito ruim para mim como mulher e como
candidata ver esses ataques. E as pessoas que vão
me defender nas redes também são atacadas. A
gente precisa enfrentar, inclusive com legislação
para punir esse tipo de violência”, considerou
Joice.

Já no caso da Manuela D’Ávila, boa parte dos


tuítes usam o termo “comunista” de forma
pejorativa, para tentar descredibilizar
intelectualmente a candidata, o que acontece
frequentemente na violência política voltada para
mulheres. Ela foi bastante atacada após o
lançamento das fotos oficiais da campanha, em
que aparece com roupas mais formais que o
habitual. Foi chamada de “comunista de
boutique”, “comunista fake” e “comunista
fajuta”.  “Os outros candidatos devem ser muito
ruins para a comunistazinha estar liderando as Privacidade - Termos

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pesquisas. @ManuelaDavila”. Outros, no entanto,


são mais agressivos: “Oi @ManuelaDavila ! Que
sua alma ferva no inferno sua p*ta safada
mamadora de r*la”. O tuíte foi excluído desde sua
postagem.  

Leia mais: Mulheres negras hackeiam


a política

“São pelo menos cinco anos de ataques, desde


quando eu ainda gestava a Laura e criaram a
primeira fake news que dizia que eu fazia o
enxoval nos Estados Unidos. desde então, de
maneira permanente, eles destroem minha
imagem e fazem com que eu seja agredida, verbal,
fisicamente e nas redes. A violência nas redes, no
meu caso, saiu para a rua. A primeira agressão
que minha filha sofreu foi em outubro de 2015,
por uma mulher que deu tapas no sling que eu
usava e minha filha estava lá dentro. Esse estudo
mostra a intensidade dos ataques.”, disse
Manuela em entrevista à Revista AzMina.

Manuela conta que a violência impacta sua vida


de maneira muito direta. “Onde eu vou, como eu
vou, como me preparo para ir. A rotina com
minha filha, meu marido e enteado foram
transformados. A campanha também. Gastamos
metade do tempo desmentindo fakenews. É triste
mas também mudou a minha militância. Fez eu
me conectar com outras mulheres, escrever um
livro e criar um instituto. Minha vida toda foi
pautada por isso. Depois de 2018 criamos o “E se
você?” que combate redes de ódio e fakenews. Pra
mim virou uma missão de todos nós que
defendemos a democracia”.

Benedita da Silva, candidata a prefeitura do Rio de


Janeiro pelo PT, sofreu ataques racistas e também Privacidade - Termos

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de cunho sexual. “Meta um processo no rabo da


@dasilvabenedita”, escreveu um usuário. O
conteúdo foi removido. Ela também foi
referenciada algumas vezes como “amante” do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

“A internet é um espaço de contradição porque


potencializa a chance de mais mulheres serem
ouvidas, dando espaço para as campanhas
acontecerem, mas também permite que uma
estrutura se organize aproveitando-se da
sensação de anonimato, possibilitando essas
violências”, destacou Fernanda K. Martins,
antropóloga e coordenadora da área de
desigualdades e identidades do InternetLab.
Ainda segundo ela, a violência de gênero é
histórica e estrutural. “A internet não criou esse
tipo de violência, mas recriou esses espaços de
violência que já existiam na sociedade”, detalha. 

Um exemplo de como essa violência se dá fora da


internet é o caso de Renata Castro, que, segundo
noticiado pelo UOL, era cabo eleitoral da família
Cazzolino, tradicional na política de Magé, RJ. Ela
foi assassinada na porta de casa, com 14 tiros. A
vítima era conhecida na cidade por seus vídeos
com acusações contra a atual prefeitura. Até a
publicação desta reportagem, ninguém havia sido
preso pelo crime. Em agosto, a pré-candidata a
vereadora pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB),
Sandra Silva, também foi assassinada dentro de
casa. O suspeito foi preso no começo de outubro. 
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TERMOS MAIS USADOS


Identificamos nos tuítes com xingamentos
direcionados às candidatas 324 termos ofensivos
diferentes. Além de “comunista” (usado de forma
pejorativa e não como definição de um
posicionamento político)  e “peppa”, que foram
os termos mais usados, e suas variações como
“comunista imunda”, “comunista safada”,
“peppa ridícula”, etc, outras palavras aparecem
com frequência como “burra”, “hipócrita”,
“porca”, “falsa”, “ridícula”, “vagabunda”,
“maconheira” e “mentirosa”. No caso da
candidata Erika Hilton, co-deputada estadual
pela Bancada Ativista que é uma mulher trans,
alguns tuítes foram transfóbicos. “É difícil
conversar com traveco, não tem propostas
concretas, só conversa mole! Dá mais a impressão
que está nesta só para ganhar um salário as custas
dos trouxas com a ladainha LGBT. Não confiem
neste estrume de ser humano!”.

“Nos tuítes, pode-se observar que, apesar do fato


de todas as candidatas terem sido alvo de
discursos que traziam à tona hierarquias
permeadas pela desigualdade de gênero, cada
uma delas recebeu xingamentos que destacavam
as características que as conectam com
identidades ou nichos políticos específicos. Por
essa razão, podemos afirmar que as ofensas não
estão relacionadas somente ao fato de as
candidatas serem mulheres, há uma articulação
entre as desigualdades de gênero, raça,
sexualidade e ideologia política”, afirma
Fernanda.

Invariavelmente, as mulheres também são


assediadas sexualmente em suas redes sociais.
“Luta contra minha p*ca”, disse um usuário a
Carla Ayres, candidata a vereadora pelo PT em

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Florianópolis. Carla é lésbica e também já sofreu


ataques lesbofóbicos em outras redes sociais.

IMPACTO
Para a professora e ativista, co-diretora do
#MeRepresenta, integrante do #VoteLGBT e da
Rede Feminista de Juristas (deFEMde), Evorah
Cardoso, muito usuários acreditam que ofender
outras pessoas nas redes sociais é ter liberdade de
expressão. “Acredita-se que a internet é um
espaço livre e que há uma minimização dos
efeitos dos discursos ofensivos, mas isso não é
verdade. Quando uma candidatura verbaliza o
ódio contra outra, há uma disseminação desse
conteúdo legitimando formas de violência para a
sociedade. Infla as pessoas que concordam com os
ataques e isso acaba sendo reproduzido na vida
real. Uma ofensa na internet não é uma simples
ofensa, é um ataque que deve ser combatido”,
defende. 

Ainda de acordo com a professora, é preciso


discutir o problema socialmente. “Todo mundo
tem algum grau de responsabilidade. As
candidaturas que também reproduzem discurso
de ódio, as plataformas que não operam com
transparência e por isso não sabemos quais
conteúdos são impulsionados ou moderados, o
legislativo que não cria mecanismos de controle e
a Justiça Eleitoral que não se envolve apesar de ter
condições de fazê-lo”. 

Leia mais: 1 a cada 4 projetos de lei


sobre direito das mulheres no
Congresso é desfavorável

Mariana Valente, diretora do InternetLab, lembra


que discurso tóxico, discurso de ódio e posts
ofensivos não são necessariamente correlatos, Privacidade - Termos

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mas são faces de um mesmo problema e


dificultam o caminho das mulheres na política.
“Discurso de ódio é o discurso que inferioriza
uma pessoa ou um grupo por causa de uma
característica como gênero, raça ou orientação
sexual. Várias das ofensas que a gente observou
não contêm isso diretamente – é o caso de usar
‘comunista’ pejorativamente, por exemplo. Mas
elas formam um caldo que tem como resultado,
na prática, uma tentativa de inferiorização e
silenciamento das candidatas por serem
mulheres.”. 

Enquanto mecanismos oficiais não são criados,


cabe às próprias candidatas e usuários das
plataformas pedir a exclusão das ofensas e
também buscar proteção. “Só na semana passada
tiramos 23 mil publicações da rede. Hoje estamos
entrando com um pedido de medida protetiva
contra pessoas que ameaçam fisicamente a mim,
equipe e eleitoras”, conta Manuela D’ávila. 

O MonitorA é um observatório de violência política


contra candidata nas redes, um projeto da Revista
AzMina e do InternetLab, com parceria do Instituto
Update. A ferramenta de análise de dados foi
desenvolvida pelo Volt Data Lab e os glossários de
termos pesquisados foi desenvolvido pela
pesquisadora em discurso de ódio Yasmin Curzi. 

Somos movidas por


uma comunidade
forte. Falta você!
AzMina ajudou a revolucionar a cobertura de
gênero no jornalismo brasileiro nos últimos
6 anos. Com informação e dados, discutimos
temas tabus, fazemos reportagens
investigativas e criamos uma comunidade
forte de pessoas comprometidas com os
direitos das mulheres. Muita coisa mudou
nesse meio tempo (feminicídio deixou de ser
“crime passional” e “feminista”
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xingamento), mas as violências contra as


mulheres e os retrocessos aos nossos
direitos continuam aí.

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