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Ano V, Nº 35: Abril 2011 Distribuição Gratuita
Tiragem: 300 exemplares Jornal electrónico em: http://www.ccparoquial-famoes.org/paroquia_famoes.html
NOTÍCIAS DO CENTRO
MUDAR DE SEXO? (Pré-
(Pré-escolar)
Na passada sexta-feira
Estão em discussão(*) na Assem- quer “modelo” de referência. dia 4 de Março realiza-
bleia da República uma Proposta de Lei Quando nos diplomas em apreço se mos o nosso desfile de
(do Governo) e um Projecto de Lei (do alude ao “sexo social desejado” e se carnaval pelas ruas do
Bloco de Esquerda) que permitem a opta pela prevalência deste sobre o Casal da Silveira.
mudança de registo de sexo desde que sexo biológico, a opção é ideológica e
diagnosticada a transexualidade e inde- não puramente “humanitária”. É a
pendentemente de alguma mudança ideologia de género que sustenta essa
anatómica. Estes dois diplomas prevalência. E também se compreende
seguem a orientação das chamadas a ligação entre esta questão e as do
“leis de identidade de género”, de que é casamento entre pessoas do mesmo
exemplo a Lei espanhola aprovada em sexo. Não é por acaso que surgem, em
2007. Portugal como em Espanha, uma na
Numa primeira apreciação, poderá sequência da outra. É ilusório pensar
dizer-se que a mudança do registo ofi- que se trata apenas do fim de uma dis-
cial do sexo de uma pessoa, de modo a criminação, ou do respeito pelas mino-
corresponder ao seu “sexo social dese- rias. É um novo paradigma antropológi-
jado” (na expressão do Projecto do Blo- co, uma verdadeira “revolução cultu-
co de Esquerda), nenhuma perturbação ral” que se pretende impor desde cima,
O tempo estava um pouco carregado
causará a outras ou à sociedade em desde as instâncias do poder, e que
mas o São Pedro lá foi generoso.
geral. A situação das pessoas transe- não surge espontaneamente da socie-
xuais, e o seu sofrimento, não podem dade civil e da mentalidade corrente.
deixar de merecer consideração. Mas Pretende-se transformar através da
não me parece que sejam alterações política e do direito essa mentalidade.
jurídicas como esta que façam desapa- E o que está em causa não é um aspec-
recer esse sofrimento (a dissonância to secundário, mas referências cultu-
entre o sexo genético e o “sexo social rais fundamentais relativas à relevân-
desejado” há-de manter-se sempre). E, cia da dualidade sexual. Admitir que a
sobretudo, não me parece que, para Lei sirva propósitos destes, numa pre-
isso, se possa aceitar uma subversão tensa engenharia social, revela tendên-
do papel do legislador. cias mais próprias de um Estado totali-
Estamos perante uma agenda de tário do que de um Estado respeitador
afirmação ideológica. Está em causa a da autonomia da sociedade civil.
afirmação da chamada ideologia do Pretende-se, por outro lado, a instru-
género (gender theory) e a sua tradução mentalização da Lei ao serviço da pre- Foi muito divertido ver as nossas lagar-
no plano legislativo. Parte esta teoria valência da vontade subjectiva sobre a tinhas e as nossas girafas embora um
da distinção entre sexo e género. O realidade objectiva. Dir-se-á que a tran- pouco encolhidas com o frio.
sexo representa a condição natural e sexualidade não é uma escolha arbitrá- Esperamos que o tempo nos ajude mais
biológica da diferença física entre ria, que é também ela uma realidade na nossa próxima iniciativa
homem e mulher. O género representa psicológica que se impõe à própria
uma construção histórico-cultural. O pessoa. Poderá ser assim nalguma Fica a ideia com um abraço amigo da
sexo é um fato empírico, real e objecti- medida. No entanto, a vontade não equipa do pré-escolar.
vo que se nos impõe desde o nascimen- deixa de ser determinante na definição
to. A identidade de género constrói-se do “sexo social desejado” a que os
através de escolhas psicológicas indivi- diplomas em apreço dão relevância. E
duais, expectativas sociais e hábitos os pressupostos da ideologia de género
culturais, e independentemente dos que lhe estão subjacentes, que sobre-
dados naturais. Para estas teorias, o põem o desejo a qualquer forma de
género assim concebido deve sobrepor- heteronomia objectiva, deixam aberta
se ao sexo assim concebido. E como o a porta a situações de verdadeira arbi-
género é uma construção social, este trariedade. E também esta é uma pre-
pode ser desconstruído e reconstruído. tensão tendencialmente totalitária. O
As gender theories sustentam a irrele- legislador constrói uma sua própria
vância da diferença sexual na constru- realidade contrária à realidade objecti-
ção da identidade de género, e, por con- va. Leis que consagram a ideologia de
ANIVERSÁRIOS
sequência, também a irrelevância des- género desprezam por completo qual- DOS AMIGOS DO CENTRO
sa diferença na relações interpessoais, quer conceito de natureza ou lei natu- No mes de Abril, fazem anos:
nas uniões conjugais e na constituição ral. Por isso, derrubam a mais potente
da família. Daqui surge a equiparação barreira à omnipotência do legislador, António Alves Leitão
Maria Celeste Soares Jesus Martins
entre uniões heterossexuais e uniões o «único baluarte válido» (na expressão
Custódia da Conceição M. Filipe Rabaço
homossexuais. Ao modelo da família de Bento XVI) contra o arbítrio deste. Olinda Pinto Cardoso
heterossexual sucedem-se vários tipos Pedro Vaz Patto, Marisa Isaura Magalhães Rodrigues
de “família”, tantos quantas as prefe- Juiz de Direito Fernando Martinho Teixeira
rências individuais e para além de qual-
(*) Esta lei já foi aprovada (Ndr).
Ano V, Nº 35: Abril 2011
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Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo morte e morte de cruz. Por isso Deus O
aos Filipenses exaltou e Lhe deu um nome que está acima
Cristo Jesus, que era de condição divina, de todos os nomes, para que ao nome de
não Se valeu da sua igualdade com Deus, Jesus todos se ajoelhem no céu, na terra e
mas aniquilou-Se a Si próprio. Assumindo a nos abismos, e toda a língua proclame que
condição de servo, tornou-Se semelhante Jesus Cristo é o Senhor, para glória de
SALMO RESPONSORIAL Sal. 21 (22), 8-
9.17-18a.19-20.23-24 (R. 2a) aos homens. Aparecendo como homem, Deus Pai.
humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à Palavra do Senhor.
Refrão: Meu Deus, meu Deus,
porque me abandonastes? Repete-se
entre si as suas vestes, tirando-as à sorte, agora, se O ama, porque disse: ‘Eu sou
e ficaram ali sentados a guardá-l’O. Por Filho de Deus’». Até os salteadores crucifi-
cima da sua cabeça puseram um letreiro, cados com Ele O insultavam.
indicando a causa da sua condenação: Desde o meio-dia até às três horas da tar-
«Este é Jesus, o Rei dos judeus». de, as trevas envolveram toda a terra.
Foram crucificados com Ele dois salteado- E, pelas três horas da tarde, Jesus clamou
res, um à direita e outro à esquerda. Os com voz forte: «Eli, Eli, lemá sabactáni?»,
que passavam insultavam-n’O e abanavam que quer dizer: «Meu Deus, meu Deus, por-
a cabeça, dizendo: «Tu que destruías o tem- que Me abandonastes?».
plo e o reedificavas em três dias, salva-Te a Alguns dos presentes, ouvindo isto, disse-
Ti mesmo; se és Filho de Deus, desce da ram: «Está a chamar por Elias». Um deles
cruz». correu a tomar uma esponja, embebeu-a
Os príncipes dos sacerdotes, juntamente em vinagre, pô-la na ponta duma cana e
com os escribas e os anciãos, também tro- deu-Lhe a beber. Mas os outros disseram:
çavam d’Ele, dizendo: «Salvou os outros e «Deixa lá. Vejamos se Elias vem salvá-l’O».
não pode salvar-Se a Si mesmo! Se é o Rei E Jesus, clamando outra vez com voz forte,
de Israel, desça agora da cruz e acreditare- expirou.
mos n’Ele. Confiou em Deus: Ele que O livre Palavra da salvação.
ANO A
Leitura I Act. 10, 34a, 37-43
DOMINGO DE PÁSCOA
24 de Abril de 2011
Leitura dos Actos dos Apóstolos na cruz. Deus ressuscitou-O ao terceiro dia
Naqueles dias, Pedro tomou a palavra e e permitiu-Lhe manifestar-Se¬, não a todo
disse: «Vós sabeis o que aconteceu em o povo, mas às testemunhas de antemão
toda a Judeia, a começar pela Galileia, designadas por Deus, a nós que comemos
depois do baptismo que João pregou: Deus e bebemos com Ele, depois de ter ressusci-
ungiu com a força do Espírito Santo a tado dos mortos. Jesus mandou-nos pregar
Jesus de Nazaré, que passou fazendo o ao povo e testemunhar que Ele foi consti-
bem e curando a todos os que eram oprimi- tuído por Deus juiz dos vivos e dos mortos.
dos pelo Demónio, porque Deus estava É d'Ele que todos os profetas dão o seguin-
com Ele. Nós somos testemunhas de tudo te testemunho: quem acredita n’Ele recebe
o que Ele fez no país dos judeus e em Jeru- pelo seu nome a remissão dos pecados».
salém; e eles mataram-n'O, suspendendo-O Palavra do Senhor.