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Apocalipse 8, 9 e 11:15-19:
As Sete Trombetas69
Introdução às Sete Trombetas
Significado – Duplo:
Bênção - salvação para os justos
Juízos - advertência, repreensão, condenação para os ímpios
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Quanto à relação das sete trombetas com as sete pragas ver adiante tópico sobre este assunto.
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O calendário registrava o “ano litúrgico”, que começava com Nisan, ou Abib, o primeiro
mês, na primavera. Outro ponto de referência era o sétimo mês, Tishri, no outono, com a festa da
Expiação:
Festa Mês Fato Inferência
Páscoa 1º Do mês da A festa da Páscoa
2° Páscoa até o apontava para a cruz, e
3° mês da a da Expiação para os eventos
4° Expiação ligados a 1844. Desde a cruz até
5° ocorriam 7 esse ano soam as sete trombetas
6° toques de do Apocalipse. Com efeito, a
Expiação 7° trombeta, um sétima começou a soar em 1840
8°, 9º, 10º no início de (ver interpretação abaixo).
11º, 12º, (13º) cada mês
Interpretação
Contexto literário – como visto, inclui os 7 selos. Na abertura do 5º selo as “almas debaixo do
altar” pedem juízo e vindicação (6:9, 10). Isto é paralelo ao fato de que no prólogo das trombetas
(8:2-6) o incenso se eleva com as orações dos santos, aqueles que, tanto em Daniel como no
Apocalipse, são perseguidos. No 6° selo os juízos caem (6:12-17). No capítulo 7 ocorre um
retrocesso cronológico para indicar uma obra que prepara um grupo para “permanecer em pé”, ou
“subsistir” quando vier o dia final da ira divina. No 7° selo ocorre um “silêncio” (8:1) seguido pelo
toque das trombetas (v. 6 em diante). Este silêncio precedendo o toque é, certamente, um arranjo
literário de João com base em algumas sugestões do Velho Testamento:
(1) Como visto, na queda de Jericó ocorreram seis dias de toque de trombeta e silêncio do povo
(Js 6:10).
(2) O livro de Habacuque, onde o profeta pede explicações a Deus em vista da invasão
babilônica a ocorrer, contém 3 capítulos que são assim referidos:
Cap. 1 – “até quando clamarei...?” (v. 2; cf. Ap 6:10).
Cap. 2 – esperarei em silêncio pela resposta (v. 1). Em Lamentações de Jeremias, também
no contexto do cativeiro babilônico, o profeta diz: “Bom é aguardar a salvação do Senhor e isso em
silêncio... assente-se solitário e fique em silêncio” (vv. 26, 28).
Cap. 3 – Deus julga e vinga o seu povo (todo o capítulo).
Extensão – O prólogo (Ap 8:2-5) é dividido em duas partes principais: intercessão do anjo (vv.
3, 4), e cessação da intercessão (v. 5). Indica que as sete trombetas predizem eventos a ocorrerem no
transcurso da Era Cristã, durante o tempo em que a graça divina opera até depois que a porta da
graça se fechar. Isso é assim representado:
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E R A C R I S T Ã
Graça em operação Porta da graça fechada
juízos com mistura de misericórdia: até início da 7ª juízos sem mistura de misericórdia: eventos finais da 7ª Trombeta
E. R. Thiele sugere uma variante da interpretação historicista tradicional das 4 primeiras trombetas,
como segue.
1ª Trombeta – “erva verde”, símbolo do povo de Deus. Vegetação que se queima é vegetação
ressecada, símbolo de um povo apostatado. Em Lucas 23:28-32, erva verde, ou “lenho verde”,
representa Jesus, referida como “toda erva verde” em Apocalipse 8:7, enquanto que “lenho seco”,
povo em apostasia, aparece em termos de “terra” e “árvores”, feridos em 1/3 na primeira trombeta.
Na verdade, Jesus arrostou a pena total dos pecadores para que estes recebam os juízos apenas
parcialmente e arrependam-se para que se livrem da punição final que virá em sua totalidade.
Para Thiele, a queda de Jerusalém em 70 AD cumpriu a primeira trombeta. Isso combina com o
fato de que o juízo começa pela casa de Deus (I Pe 4:17).
2ª Trombeta – “mar”, aponta para multidões (ver Ap 17:15) e deve ser visto como
representação da Babilônia espiritual, aqui em termos de Roma Imperial. Jeremias 51:25 é um
possível background desta trombeta. Ela se cumpre com as diferentes investidas dos povos bárbaros
contra Roma até sua queda em 476 AD, ante Odoacro, conquistador hérulo.
“...criação que tinha vida, existente no mar”. Os peixes simbolizam povos em Habacuque 1:14 e
Sofonias 1:3.
3ª Trombeta – Juízo degenerativo sobre o cristianismo mundano que se verifica principalmente
pelo apoio imperial a partir de Constantino, o que resultou na vulgarização do cristianismo. De fato,
com a apostasia na Igreja, as águas vivificantes se tornaram mortíferas.
“uma grande estrela” caída do céu. É, inicialmente, Lúcifer, o grande apóstata e gerador de toda
apostasia. Todos os que lhe fazem a obra, tendo antes abandonado a verdade, são, de fato, estrelas
caídas (Jd 13; ver II Pe 2:20-22).
4ª Trombeta – Degeneração última no seio do cristianismo apóstata: o estabelecimento do
papado como forma de governo eclesiástico. O sol, lua e estrelas aí referidos como eclipsados, são
elementos vinculados ao verdadeiro Evangelho (ver Ap 12:1), e as trevas resultantes são espirituais.
A ascensão do bispo de Roma ao poder enegreceu o cristianismo. Com efeito, como diz o
historiador Wylie, “o meio-dia do papado foi a meia-noite do mundo”.70
Na interpretação da 5ª, 6ª e 7ª trombetas, Thiele se identifica com a interpretação tradicional
70
Cit. em Ellen G. White, O Grande Conflito, 37.
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dada a seguir.71
Nova Série de Acontecimentos - Apocalipse 8:2 inicia uma nova série de eventos, distinta da
série anterior, os 7 selos. O prólogo das 7 trombetas, vv. 2-6, indica que os acontecimentos
prefigurados por elas ocorrem não depois do 7º selo, pois este fala do silêncio no céu ocasionado
pela vinda dos anjos com Jesus em seu retorno à Terra. Aqui, todavia, vemos os anjos em atividade
no céu, e prontos para soarem as trombetas. Nos selos é-nos apresentada, de 31AD até o a volta de
Jesus, a história da Igreja diante de um mundo hostil e perigoso, ao qual deve ser pregado o
evangelho. As trombetas delineiam os acontecimentos que tem a ver com o passamento deste mundo
hostil, a partir do império romano. As 3 primeiras se aplicam ao império romano ocidental, com sua
queda em 476, as 3 seguintes ao império romano oriental, culminando com a queda da capital,
Constantinopla, em 1453, e a última com a queda do próprio mundo.
Assim, a Igreja e o mundo são considerados nos três primeiros grupos de sete do Apocalipse (as
7 Igrejas, os 7 selos e as 7 trombetas) da seguinte forma:
Grupo Referência Direta Grupo Referência Direta Grupo Referência Direta
7 Igrejas somente à Igreja 7 Selos à Igreja e ao mundo 7 Trombetas somente ao mundo
Outro Anjo (8:3, 4) - Distinto dos 7 anjos que tocarão as trombetas. Sem dúvida uma figuração do
próprio Senhor Jesus, em Sua intercessão pelos pecadores. O altar aqui referido é o de incenso que, no
santuário terrestre, encontrava-se no lugar santo, exatamente na passagem para o lugar santíssimo. Estes
versos supõem a obra sumo sacerdotal de Jesus no transcurso da dispensação cristã. É Ele que apresenta
as orações dos santos ao Pai. As orações sobem com o incenso aromático de Sua justiça e méritos. É por
isso que somos admoestados a orar em nome de Jesus (Jo 14:13, 14; 15:16; 16:23-26). A maior bênção
conferida à Igreja, a dotação do Espírito Santo, é alcançada também pelo nome de Jesus (14:26).
O Fogo do Altar (8:5) - O ato de o anjo encher o incensário com fogo e o lançar sobre a Terra
demonstra que o toque das trombetas cobre um curso de eventos que alcança o fim do mundo,
marcado por um tempo em que o incenso da graça não será mais oferecido. Este ato simbólico alcança
o seu cumprimento na cessação do ministério salvífico/intercessor de Cristo no Santuário celestial. O
ato do anjo é seguido por vozes, trovões, relâmpagos e terremoto, elementos escatológicos finais,
como se depreende de outros textos do Apocalipse alusivos (ver 11:19; 16:17, 18).
Sete Trombetas (8:6), símbolo de guerras (Jr 4:19). Na verdade, cada toque encerra um juízo
divino sobre um mundo rebelde e ímpio. Deus muitas vezes utiliza as guerras, as comoções e
insurreições políticas para o cumprimento de Seu propósito. Reinos iníquos já foram aniquilados
nestas circunstâncias, efetivando o ato de Deus na História.
O cumprimento desse flagelo sobre o Império Romano Ocidental ocorreu no fim do 4º século e
início do 5º, com as incursões dos godos comandados por Alarico. O imperador Teodósio morreu
em janeiro de 395, e antes do fim do inverno os invasores avançavam em território imperial. A
primeira invasão atingiu a Trácia, a Macedônia, e a Grécia. Na segunda, Alarico atravessou os Alpes
e os Apeninos e surgiu diante da cidade eterna que não ofereceu resistência por muito tempo. Roma
foi saqueada em 409.
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A posição de Thiele quanto as sete trombetas, segundo o que aqui é referido, aparece em Apocalipse, 113-118.
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Saraiva - Os terríveis efeitos da invasão gótica são representados como saraiva devido ao fato
dos invasores serem originários do Norte.
Fogo - por terem sido incendiados os campos bem como as cidades.
Sangue - devido à terrível mortandade nos em vários pontos do Império onde se fez sentir a
invasão.
Terça parte - Depois da morte de Constantino, o Império acabou sendo dividido entre seus 3
filhos, Constâncio, Constantino II e Constante. O primeiro ficou com o Oriente, fixando-se em
Constantinopla. O segundo ficou com a região onde hoje se encontra a França, a Inglaterra e a
Espanha. O terceiro possuiu a Ilíria, África e Itália. A fórmula “a terça parte” que o Apocalipse
registra no contexto das trombetas alude a esta tríplice divisão administrativa do império.
Sob o toque da 4ª trombeta os luminares de Roma Ocidental foram atingidos, alusão à queda do
Império em 476, diante de Odoacro, rei dos Hérulos. Rômulo Augustus, o último imperador,
capitulou diante do ataque do bárbaro. A terça parte do sol, este representando o governante civil de
Roma, na mais brilhava. Daí por diante, nenhum representante da tradicional linha de imperadores
ocuparia mais o trono romano. Depois de Rômulo, Teodorico, um imperador godo exerceu o
domínio. Logo a Itália tornar-se-ia uma província do Império do Oriente sediado em Constantinopla.
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Mais tarde foi ferida também a lua e as estrelas. Belizário, general de Justiniano, o imperador de
Constantinopla, veio para por um fim às atividade de cônsules e senadores, não poupando o pouco
que os bárbaros haviam deixado.
As 3 últimas trombetas são identificadas como ais, devido a natureza muito mais severa dos
acontecimentos preditos a seguir. A 5ª e 6ª trombetas aludem aos conflitos contra o Império do
Ocidente, culminando com a sua extinção em 1453. A 7ª avança no tempo, e prevê o desfecho final da
História, quando os usurpadores do domínio mundial cedem o lugar para Jesus, o Rei dos reis (11:7).
Em 570, nasceu o fundador do Islã, Maomé, que haveria de figurar na História como um grande
conquistador, chefe político e líder religioso. Aos 25 anos, apresentou-se em Meca (capital religiosa
dos árabes), como profeta e apóstolo de Alá para pregar a sua doutrina. Vítima de hostilidade, fugiu
de Meca para Medina, Arábia ocidental, onde foi recebido entusiasticamente. Sua entrada triunfal
em Medina se deu no dia 16 de julho de 622, data que marca o começo da era maometana, a Hégira,
o calendário islâmico.
Maomé adotou o título de sacerdote, reuniu os seguidores, e começou a propagar a sua doutrina
pela força das armas. Submeteu as tribos árabes e lutou contra os povos circunjacentes conseguindo
o domínio sobre vários deles. Morreu em 632 em Medina, vitimado por febre maligna.
O avanço e desenvolvimento inicial do maometanismo deram começo à derrocada do Império
Oriental, e nisto é visto o cumprimento da 5ª trombeta.
Uma Estrela (v. 1) - Maomé é simbolizado pela estrela desta trombeta.
Foi-lhe Dada a Chave (v. 1) - A profecia previu que a Maomé seria outorgado o poder de
conquistar determinado território identificado como “o poço do abismo”. O cumprimento deste
ponto na profecia ocorre com a queda de Cosroés, imperador persa, propiciando o domínio da Pérsia
por Maomé. Isto ocorreu em 628. No ano seguinte, a Arábia caiu em poder das forças maometanas.
Do Poço (v. 1) - A Pérsia.
Do Abismo (v. 1) - A região da Pérsia ao ser conquistada por Maomé. Abismo, na profecia, aponta
para um lugar pouco povoado, e inóspito. Refere-se aqui às desconhecidas planícies do deserto árabe,
de onde irromperam as hordas dos conquistadores de Maomé, qual nuvem de gafanhotos. A abertura
do poço (v. 2) simboliza a queda de Cosroés, é foi, em realidade, a abertura do caminho para a
disseminação do culto a Alá, a propagação de uma doutrina que entenebreceu os rincões do Império.
A Fumaça de Uma Fornalha (v. 2) - Assim como a luz fulgurante representa a Palavra de
Deus, o Evangelho da salvação, a fumaça é uma representação apropriada dos ensinos islâmicos
fundamentados no Alcorão.
Escureceu-se o Sol e o Ar (v. 2) - Símbolos apropriados da mensagem cristã, empanada com os
avanços do Islã.
Saíram Gafanhotos (v. 3) - O avanço irresistível das hordas maometanas.
Poder de Escorpiões (v. 3) - Evidenciado pelos ataques rápidos e mortais dos invasores.
O Dano que Iriam Causar (v. 4) - Não aos elementos da natureza mas aos homens sem o selo
de Deus.
Sucedeu a Maomé o Califa Abu Beker, que orientou os conquistadores nos seguintes termos:
“Quando travardes as batalhas de Alá, portai-vos como homens, nunca voltando as costas; mas que a
vossa vitória não seja manchada com o sangue de mulheres e crianças. Não destruais as palmeiras
nem queimeis as searas; não corteis árvores frutíferas, nem maltrateis aos animais; a não ser que
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tenhais de matar para o vosso sustento... Encontrareis no vosso caminho, algumas pessoas religiosas
que vivem nos mosteiros retiradas, e que desse modo propõem servir a Deus; deixai-as e não as
mateis, nem destruais seus mosteiros. E encontrareis outra classe de pessoas que pertencem à
sinagoga de Satanás, e que têm coroas rapadas; fendei-lhes o crânio ou não lhes dei descanso
enquanto não se tornarem maometanos, ou pagar tributos.”
Tormento Por 5 Meses (v. 5) - Os mesmos do verso 10, significando mais propriamente o
tempo de tentativa de conquista da capital do Império, sem contudo efetivá-la. Ver comentário
adicional do verso 10.
A Morte Fugirá Deles (v. 6) – Esses dias foram de angústia tal como descrita nos termos desse
versículo.
O Aspecto dos Gafanhotos (vv. 7, 8) – Os guerreiros maometanos tinham uma aparência bem
aproximada daquela descrita aqui.
Couraças (v. 9) – Na batalha em que Maomé conquistou Meca, 700 maometanos utilizavam
couraças.
O Ruído de Suas Asas (v. 9) – Devido a velocidade os cavalos pareciam Ter asas, que emitiam
o ruído descrito.
Por Cinco Meses (v. 10, 11) – Equivalem a 150 dias, isto é, 150 anos. Que evento marca o início
desse período? O verso 11 responde: “Tinham sobre si rei”. Desde a morte de Maomé até perto do fim
do século XIII, os islâmicos estiveram divididos em vários grupos, sob a liderança de vários chefes,
sem um governo central. No fim do século XIII, Otman reuniu os vários grupos sob um governo
apenas. Surgia, então, o que ficou conhecido como Império Otomano. Quase todas as principais
tribos islâmicas consolidavam agora uma grande monarquia. Em seu cumprimento histórico,
portanto, Otman é considerado o anjo do abismo da profecia. Seu nome é Abbadon (hebraico) ou
Apolion (grego), que quer dizer “destruidor”, uma expressão do seu caráter mais do que simples
nomenclatura. A versão grega do nome pode significar que Otman marcharia contra a Grécia, e que
o período mencionado começaria com sua primeira domínio no solo grego. A História registra:
“Otman entrou pela primeira vez na Nicomédia no dia 27 de julho de 1299.” 150 anos a partir deste
ponto nos conduzem a 27 de julho de 1449. Durante esse período, os otomanos investiram contra o
Império Romano Oriental sem, contudo, consumarem a conquista; tudo o que conseguiram foi
apenas atormentá-lo, tomando mesmo várias das províncias. A independência do Império, todavia,
foi mantida na capital, Constantinopla, que deveria cair apenas na trombeta seguinte.
O 1º ai começa com o surgimento do islamismo e se estende até o fim dos 5 meses dos versos 5
e 10. Quando a 6ª trombeta se faz soar, as restrições impostas aos otomanos são suspensas. Do ato
de apenas “atormentar” deveriam agora progredir para o ato de “matar”. Figurativamente, isto
aponta para a conquista de Constantinopla.
Uma voz procedente dos 4 ângulos do altar (v. 13), isto é, da parte de Deus. Ele é visto como o
grande soberano da História, e os eventos ocorrem em cumprimento de Seu propósito.
Os 4 anjos (v. 14) – Representam os 4 principais sultanatos do Império Otomano: Alepo, Icônio,
Damasco e Bagdá.
Em 1448 faleceu o imperador João Paleólogo, que não tinha filhos. Seu irmão, Constantino, o
mais direto herdeiro do trono, não se aventurou a possui-lo, sem primeiro auferir o consentimento do
sultão turco Amurat. O consentimento foi dado, mas Amurat morreu em 1451, sendo sucedido por
Maomé II. Movido pela ambição de transformar Constantinopla em sua capital, o novo sultão
decidiu conquistá-la, o que ocorreu em 16 de maio de 1453.
Hora, dia, mês e ano (v. 15) – Equivalem a 391 anos e 15 dias, no cômputo do princípio 1dia=1
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ano: uma hora = 15 dias + 1 dia = 1 ano + 1 mês = 30 anos + 1 ano = 360 anos. Começando esse
período em 27 de julho de 1449, o fim dos 150 anos da 5ª trombeta, chegamos a 11 de agosto de
1840, quando o Império Otomano perdeu sua independência por recorrer e submeter-se às
orientações das 4 então maiores potências da Europa: Inglaterra, Rússia, Áustria e Prússia.
200 milhões (v. 16) – Antes que exatidão matemática, a profecia prima por uma número talvez
teologicamente significativo. A cifra é figurativa do grande exército dos otomanos comandados por
Maomé II.
Saía fogo (vv. 17-19) – Conta a História que os Otomanos, na conquista de Constantinopla,
usaram pólvora, que já era conhecida dos chineses desde 1232. Os otomanos chegaram a
encomendar canhões rústicos para facilitar a derrubada dos muros da cidade. No princípio, a pólvora
era feita de salitre, carvão e enxofre. A profecia previu que eles lutariam com fogo, fumo e enxofre.
Não aprenderam a lição (vv. 20, 21) – Deus deseja que os homens considerem Seus juízos e
aprendam as lições que estes contém. Mas, em geral, o pecador é tardio em aprender, e cego às
indicações da Providência. Os juízos da 6ª trombeta não levaram os homens a abandonarem os maus
caminhos. A adoração aos demônios pode ser vista no culto aos mortos beatificados (os considerados
santos pela Igreja Católica), prática fundamentalmente espiritista; a adoração dos ídolos de ouro, prata,
bronze, pedra e madeira, tão antigo quanto o pecado na terra, é repetido na prática do culto às imagens,
conforme sustentado pela liturgia católica; assassínios, feitiçaria (espiritismo com todas as suas
decorrências, inclusive hoje a chamada “nova era”), prostituição e furtos, seguem naturalmente a
adoração falsa (ver Rm 1:18-32). É a colheita da sementeira do culto aos falsos deuses.
As hordas dos sarracenos e turcos tinham sido soltas como um flagelo e castigo sobre a
cristandade apóstata da Idade Média. Maomé II, o conquistador de Constantinopla foi impulsionado
por este voto que ele havia tomado: “Prometo a Alá, o único Deus e criador de todas as coisas,
prometo com o meu voto e o meu juramento, que não darei sono aos meus olhos, que não comerei
nenhum manjar seleto, que não procurarei o que dá prazer, nem tocarei o que é belo, que não
voltarei o meu rosto do oriente para o ocidente, até que derrube e pise debaixo da patas de meus
cavalos os deuses das nações; esses deuses de madeira e de bronze, de prata e de ouro, ou de
pinturas, os quais os discípulos de Cristo fizeram com as suas mãos."
Os homens sofreram o castigo, mas não aprenderam a lição.
até o tempo do fim (Dn 12:4), que transcorre a partir de 1798. Isto envolveria especialmente o
assunto das “2300 tardes e manhãs” de Daniel 8:14, que alcançam cumprimento em 1844 (apenas 4
ou 5 anos após 1840). De fato, computando 391 anos (o período de tempo da 6ª trombeta) desde
1449 (quando termina o tempo da 5ª trombeta e começa o da 6ª) chegamos a 1840; e desde 1453
(quando Constantinopla foi conquistada) chegamos ao ano de 1844:
1449 + 391 = 1840 1453 + 391 = 1844
Cristo, o Rei deste Mundo (11:15-17) – O ato de Cristo assumir o controle do mundo é seguido
pela expressão de louvor e adoração por parte das hostes celestiais. Nada poderá encher o céu de
tanto regozijo que a completação do plano redentivo de Deus, e a erradicação definitiva do pecado.
Outros Eventos da 7ª Trombeta (11:18, 19) – Colocados numa ordem cronológica, são os
seguintes:
1. A ira das nações
2. A abertura do lugar santíssimo do santuário
3. O julgamento dos mortos
4. O fechamento da porta da graça, implícito na chegada do tempo específico para três atos
distintos de Deus:
4.1 Manifestar a Sua ira
4.2 Dar o galardão aos justos (aqui identificados como profetas)
4.3 Destruir os que destroem a Terra
Iraram-se as nações – Desde 1840, quando os otomanos recorreram à Europa em busca de apoio,
tem havido uma série de acontecimentos que mostram que as nações estão se tornando iradas. Em
1848 teve lugar a revolução da Europa. Em 1914 eclodiu a I Grande Guerra, e poucos anos mais tarde
a II, cujo fim foi marcado pela “desintegração” de duas cidades japonesas, Hiroshima e Nagasaki, em
1945. Calcula-se que pelo menos 60 milhões de seres humanos pereceram, direta ou indiretamente,
como vítima desta guerra. Depois teve início a chamada “guerra fria” entre o bloco ocidental e
oriental, como várias manifestações da instabilidade da paz mundial: a revolução na Hungria em 1954,
o conflito em torno do Canal de Suez em 1956, a derrubada pela Rússia de aviões americanos de
espionagem em 1960, a revolução cubana pouco tempo depois, introduzindo o comunismo no
continente americano, a guerra da Coréia e do Vietnã, só para citar alguns. Com o fim da guerra fria, a
perspectiva da paz mundial assomou no horizonte da esperança, mas apenas para se tornar, cada vez
mais, um fator de frustração, pois os conflitos internacionais continuam num crescente de intensidade.
A Abertura do Santíssimo e o Julgamento dos Mortos – Os mortos “da casa de Deus” (I Pe
4:17) começaram a ser julgados com o encerramento dos 2300 anos de Daniel 8:14, ou seja, em
1844, quando teve início a obra de purificação do Santuário Celestial, possível através do ministério
de Lugar Santíssimo cumprido por Jesus. Logo, não sabemos precisamente quando, o juízo passará
aos vivos, e então a porta da graça será finalmente será fechada.
O Encerramento da Graça – Concluído o juízo dos vivos da casa de Deus, a porta da graça se
fechará definitivamente. Quando isto acontecer entrará em vigor o decreto divino de Apocalipse
22:11 (cf. Sf 1:1, 2): estar salvo ou estar perdido serão duas situações que não mais poderão ser
alteradas. O cumprimento de Amós 8:11-13 e Jeremias 8:20 está reservado para esse tempo.
A Ira de Deus – Com o fechamento da porta da graça, a ira de Deus agirá sem a restrição da
misericórdia. O derramamento das 7 pragas (Ap 16) evidenciará esse fato. Mas a ira divina prosseguirá
contra demônios e ímpios, e só cessará no fim do milênio, quando pecado e pecadores desaparecerem.
A Recompensa dos Justos – Será conferida na volta de Jesus (Ap 22:12). Quando os justos
herdarem a Nova Terra após o milênio, a recompensa alcançará a sua plenitude.
Alguns entendem também que a recompensa aqui referida refere-se ao cumprimento total do
plano da redenção, visto como uma “recompensa aos Seus servos, os profetas” no sentido de que
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